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Esta cidade roubou dela todas as esperanças e a fé de seu coração, deixando-a em ruínas de uma forma que ela nem mesmo valoriza a própria vida.
Mas novamente Deus nunca pode ser cruel com seus filhos. Quando tudo estava desabando ao seu redor, uma bela luz viva brilhou sobre ela, trazendo-a de volta à vida, guiando-a para o caminho certo de sua vida. Era nada mais nada menos que sua filha. A única luz que a motivava a viver esta vida novamente com um novo espírito e um motivo diferente.
Ela sempre lutou arduamente para proporcionar à sua filha uma vida linda, mas seu retorno a esta cidade a atingiu ainda mais. As sombrias memórias de sua vida passada, que sempre permaneceram com ela na forma de pesadelos, vieram inundar diante dos seus olhos. Mas antes que pudesse lutar contra elas, esta cidade lhe presenteou com outro medo.
A força que ela havia reunido dentro de si para lutar foi toda perdida num piscar de olhos. Seu anjo, que era o motivo pelo qual ela havia retornado a esta cidade, desapareceu.
Ela olhou ao redor para encontrar sua pequena caixa de alegria e esperança, para abraçá-la até que seu coração se contentasse. Mas, dominada pela impotência ao não conseguir localizar sua filha, um medo desconhecido começou a assombrá-la. Apenas o pensamento de ela se machucar já lhe causava uma dor excruciante no coração.
Ela olhou em volta, mas cada segundo de fracasso lhe dava a sensação de um sofrimento longo e agonizante. Ela não sabia para onde ir, ou onde encontrar sua filha?
O único sentimento que era proeminente para ela era dor e impotência.
Mas de repente, seus olhos avistaram um vislumbre de seu farol, mas no momento seguinte ele já não estava mais lá. Seu coração batia acelerado, saltando com a esperança de alegria, mas no momento seguinte sentia a decepção.
Ela caminhou na direção de onde teve o vislumbre, rezando a Deus para não ser tão cruel com ela novamente.
E então finalmente, ela a encontrou. Apenas a visão do rostinho adorável e fofo foi o suficiente para bombear vida de volta à sua alma sem vida. Sem pensar em mais nada, ela chamou alto: "Li Wei!"
No momento seguinte, ela correu para agarrá-la, como se não apressasse seus movimentos para alcançá-la, a menina desapareceria no ar.
Ela a agarrou desesperadamente, abraçando-a junto ao seu coração, fazendo a si mesma acreditar que agora tudo estava bem. "Mamãe, está tudo bem. Não tenha medo agora. Li Wei te encontrou. Você não está mais perdida."
A menininha disse, assegurando a mãe, acariciando gentilmente suas costas para aliviá-la.
"Você, pequeno diabo! Você me assustou até a morte. Eu pedi para você sentar aqui e esperar por mim, então para onde você foi. Você não sabe que temos que nos cuidar e também cuidar das pessoas ao nosso redor?", ela repreendeu em tom baixo, beliscando levemente as bochechas da filha.
"Mas Mamãe, eu me importo com você. Foi por isso que te encontrei tão rápido. Eu sabia que você ficaria assustada por não me encontrar no lugar onde me pediu para estar", disse a menininha, dando um beijo nas bochechas da mãe. Essa era a maneira como ela conseguia acalmar a mãe. "Desculpe, Mamãe. Eu não queria te assustar"
Li Xue ficou tão imersa em suas próprias emoções que não notou o homem que estava em sua frente e que agora a olhava incrédulo. Seus olhos ainda não conseguiam acreditar no que estavam vendo diante de si. A mulher cujas memórias ainda estavam frescas em sua mente estava lá, parada bem à frente dos seus olhos.
E ela não estava sozinha. Tinha alguém ao seu lado.
"Mas onde você foi? Você teria me esperado voltar se quisesse ir a algum lugar. Eu teria te levado. Onde você foi?", ela perguntou à filha, arrumando as mechas de cabelo que haviam caído sobre seu rosto.
"Mamãe, eu estava sentada aqui como você me pediu, mas então vi o tio alto – descuidado derrubar seu lenço ali", Li Wei apontou com o dedo para o lugar onde ela o viu derrubar o lenço, e continuou "E vendo isso, pensei em devolver a ele. Porque você me disse antes para sempre ajudar os outros. Então eu corri atrás dele e perdi o caminho de volta."
"Que tio alto – descuidado? Bebê, você não deveria chamar ninguém assim. É falta de educação", disse Li Xue à filha.
"Ele é alto com pernas compridas, isso me fez correr atrás dele. E também descuidado por derrubar seu lenço sem se importar. Por isso o chamei de tio alto – descuidado. Deixe-me apresentá-lo a você. Ele me trouxe de volta aqui depois que me perdi", disse a menininha enquanto se virava para apresentar sua mãe ao homem que ela havia ajudado.
Os olhos de Li Xue seguiram o movimento da filha, até que pousaram no homem que a olhava com olhos arregalados que continham tantas perguntas e descrença.
Seus olhos também mostraram choque quando ela reconheceu a pessoa à sua frente. Não havia como ela o esquecer. Ela esperava encontrá-lo, mas nunca pensou que seria tão cedo.
O tempo parecia estar parando ao redor deles enquanto seus olhos se encontravam. Mas isso não durou muito. Li Xue voltou à realidade quando sentiu as mãos macias de sua filha sobre as dela, "Mamãe, este é o tio alto – descuidado que eu estava falando"
Ela concordou com a filha com um sorriso e então levantou o rosto para olhar o homem. Deixando de lado todas as suas memórias com ele, ela disse em um tom indiferente que traçava uma linha de estranhos entre eles, "Obrigada por cuidar da minha filha."
Ao ouvir o tom indiferente dela direcionado a si mesmo daquela forma, o homem também foi trazido de volta à realidade, "Li Xue! É realmente você? Eu nunca pensei que nos encontraríamos novamente. Como você tem estado?" Havia algo que ficou por dizer em seus olhos enquanto ele a olhava e depois seu olhar se voltava para a menininha.
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