```
Li Xue sentia seu estômago apertar enquanto dava seus passos em direção à casa número 37. A sensação de que algo difícil a aguardava no fim do caminho lhe provocava uma interrupção na respiração.
Uma onda de ansiedade a invadiu, instigando-a a abandonar a ideia desse encontro, mas ao mesmo tempo algo dentro dela ainda antecipava as cenas que aconteceriam se continuasse pelo caminho.
"Mamãe, é lá. A casa muito grande", a Pequena Li Wei, que segurava a mão de sua mãe o tempo todo, apontou para a casa que havia visitado na noite anterior. A casa estava iluminada com belas luzes, como se estivesse pronta para receber alguns convidados prestigiosos em honra.
"Querida, acho que está acontecendo algum encontro importante na casa do seu Anjo Bonito. Não devemos interrompê-lo. Podemos sempre voltar no outro dia", disse Li Xue enquanto tentava ao máximo acalmar seu interior.
A sensação do momento estava deixando-a ainda mais nervosa. Ela não sabia como expressar em palavras, mas seu coração a advertia repetidas vezes, dizendo: 'Se der mais um passo, haverá uma mudança drástica em sua vida'.
Porém, aqueles gritos internos não a estavam impedindo, pelo contrário, estavam incentivando, ou mais como obrigando-a a prosseguir na expectativa.
Ao ouvir sua mãe dizer algo assim, a menininha virou-se para encará-la, fez beicinho e colocou as mãos nos quadris, "Mamãe, por que você está ficando tímida de repente? Você não disse que nunca deveríamos ter medo de nos apresentar diante dos outros, então por que está voltando atrás em suas próprias palavras agora?"
O jeito como Li Wei disse suas palavras fez com que ela parecesse uma pequena adulta repreendendo seu inferior por algo e, ao mesmo tempo, guiando-o no caminho correto da vida. Até mesmo as expressões sérias que mostrava em seu rosto complementavam sua atitude.
"Hã? Quando foi que eu disse algo assim? Tem certeza de que fui eu quem disse tais grandes palavras", Li Xue riu de forma constrangida, mas em troca recebeu mais um olhar sério de sua filha pequena e adulta. "Está bem, está bem. Fui eu quem disse essas palavras e elas são verdadeiras até certo ponto. Mas quem disse que se aplicam a mim? Não estou sendo tímida aqui. O que disse é verdade"
Ela disse, tocando o nariz da Pequena Li Wei. "Olhe para a casa. Está decorada com tantas luzes. Deve ter alguma festa ..." Antes que pudesse terminar as palavras, a menininha a interrompeu.
"Mamãe, podemos ir, cumprimentá-lo e retornar. Se ele estiver com convidados para atender, não vamos incomodá-lo", a menininha usou sua arma mais eficaz para convencer a mãe. O par de olhos suplicantes cujo encanto ninguém pode ignorar.
Li Xue olhou para sua filha e a cena dramática que ela estava fazendo para que concordasse com suas exigências. Esse Anjo Bonito dela estava realmente revelando lados dela que nunca pensou existirem dentro de sua adorável, obediente e sensível diabinha-anjo.
Estreitando os olhos para ela, disse: "Já que você está sendo tão teimosa por uma coisa tão trivial, não me resta escolha a não ser pedir que não repita os mesmos truques de novo e de novo ou perderão seu valor"
A Pequena Li Wei sorriu e acenou com a cabeça de maneira profusa, e então pegou a mão da mãe para completar os passos restantes até chegar à casa do Anjo Bonito.
A mulher olhou para baixo, para sua filha, e balançou a cabeça, impotente. Essa menina era realmente inteligente e hábil com as palavras para seu próprio bem. "Lembre-se, não mais da próxima vez."
A menininha não fez nenhum comentário sobre suas palavras, apenas deu um sorriso inocente que claramente indicava que ela mesma não tinha certeza disso.
Ao chegar à porta da casa, Li Xue hesitou pela última vez, mas quando sentiu os olhos curiosos de sua filha, suspirou e apertou a campainha. Mesmo naquele momento, ela sentia que devia fugir para salvar sua vida.
Passados alguns momentos, mas ninguém veio abrir a porta. Ela olhou para o relógio e não era tarde. Ainda haviam chegado a uma hora decente.
Tentou olhar para sua filha, mas ela não estava olhando para ela. Seus olhos curiosos estavam fixados na porta, enquanto ela simplesmente batia o pé no chão. Ela estava claramente reprimindo seu desespero, e ao vê-la assim Li Xue sentiu-se um pouco mal por ela.
"Bebê, seu Anjo Bonito deve estar cansado depois de um dia inteiro de trabalho. Devemos deixá-lo descansar. Tudo bem?" ela perguntou de uma maneira que a menininha não se sentisse mal. Mas quando viu a decepção nos olhos dela, sentiu que suas palavras não eram capazes o suficiente de consolar o pequeno coração.
Sua decepção era compreensível, pois ela havia esperado pacientemente o dia inteiro para que pudesse encontrá-lo. Mas não havia como culpar aquele homem nesta situação. Como ele poderia ser culpado? Ele não tinha relação alguma com ela ou sua filha, então não havia obrigação nenhuma dele em cuidar delas. E nesse caso, ela nem mesmo sabia quem ele era, de fato.
Desapontada, Li Wei assentiu com as palavras da mãe e estava prestes a virar de costas para a porta quando de repente ouviram a porta abrir.
Li Xue parou ao ouvir esse som e uma onda de felicidade atravessou o rosto da menininha. O coração da mulher batia um pouco mais forte do que havia batido no caminho até lá. Ela podia sentir o olhar intenso de alguém em suas costas, o que fez os pelos de sua nuca se eriçarem em modo de atenção também.
Quando girou seu corpo e cabeça para olhar o homem que havia aberto a porta, sua respiração falhou. A pessoa em sua frente era celestialmente bonita, mas ao mesmo tempo a aura que ele exalava era muito intimidadora. Apesar de sua imponência, um olhar para seu rosto e com certeza tiraria o fôlego de qualquer mulher. Aqueles lábios finos, a linha da mandíbula afiada e o nariz perfeitamente esculpido complementavam sua aparência tremendamente.
Seus olhos eram frios e ferozes como aço, mas havia uma familiaridade neles. Como se ela visse aqueles pares diariamente. Como se aqueles olhos fossem a razão para toda a sua felicidade ao longo dos anos. Apenas um olhar e ela podia dizer que aqueles olhos estavam questionando a razão de sua presença na casa dele.
Li Xue não estava preparada para encontrar alguém assim. A pessoa que tinha diante de seus olhos nesse momento tinha uma presença muito letal e peremptória. Então, quando seus olhos se encontraram, ela sentiu a cabeça girar. A garganta ficou seca e nenhuma frase sensata lhe veio aos lábios. "Olá ... oi! Eu ..."
Ela deveria realmente ter salvado a Terra em sua vida passada para que, numa situação como essa, sua filha viesse em seu socorro. Quando ela estava incapaz de formular as frases, a menininha estava toda habituada com o homem como se o conhecessem desde o primeiro dia de seu nascimento.
"Anjo Bonito! Sou eu"
```