Para o duque do Ducado de Hayes, sua esposa sempre fora uma beleza, mesmo que não houvesse amor em seu casamento... pelo menos da parte dele. Cabelos prateados que lembravam a neve fofa e branca e olhos azuis que o faziam lembrar da joia, safira, já que eles sempre brilhavam, não importa o quê. Aqueles olhos sempre expressaram o que ela sentia a qualquer momento, mas agora, o duque estava ligeiramente desconfortável com o vazio dentro deles.
Eles estavam tão vazios ao ponto de ele duvidar se a mulher à sua frente era verdadeiramente sua esposa. Sentia como se ela estivesse olhando para um estranho, e o estranho era ele.
O que aconteceu? Ele não sabia.
Apesar do pequeno peso no fundo de seu coração, o duque afastou todos aqueles pensamentos e concentrou-se na notícia.
''..Você está grávida..'' Ele disse com dificuldade, pois não sabia o que fazer, naquele momento.
Se fosse sua amante, ele estaria nas nuvens por ter um filho com ela, mas era sua esposa. Ele não sabia se deveria celebrar a notícia ou não, já que não queria que sua amante ficasse devastada com a notícia da gravidez.
Demorou um pouco para conseguir o coração dela já que ele era um homem casado e não queria que seus esforços fossem desperdiçados por uma mulher que ele não amava.
Isla olhou para o marido com a mão ainda em seu ventre. O homem que era a principal causa da morte de seu amado filho por nascer.
Com cabelos vermelhos flamejantes e belos olhos como rubis, ela podia ver por que se apaixonou por ele em sua segunda vida mesmo não o conhecendo pessoalmente.
Ela só o conhecia como o famoso duque do Ducado de Hayes na parte ocidental da capital. Um solteirão desejado por toda senhorita já que possuía tanto aparência quanto status.
Quando seu pai lhe contou sobre o casamento arranjado, ela se sentiu desconfortável já que seu marido era alguém que ela não conhecia. Como uma dama nobre, especialmente a filha de um Grão-duque, ela não podia escapar dos casamentos arranjados, e ela estava ciente disso.
Mas todos aqueles pensamentos negativos voaram da sua cabeça no segundo em que pousou os olhos nele durante a festa de noivado. Seus toques gentis e carícias durante a dança foram uma das razões pelas quais seu coração foi roubado por ele. Sua voz era suave apesar de grave, e seu sorriso... ela realmente gostava de seu sorriso contagiante e pensava que um dia ela seria o motivo daquele sorriso.
quão tola ela foi por ter essa expectativa.
Após a primeira noite, ela viu o outro lado dele.
''Não espere que eu ame você só porque você é minha esposa. A única coisa que você pode fazer por mim é dar à luz a um herdeiro e cumprir suas obrigações como a duquesa do Ducado de Hayes.'' Ele lhe disse impiedosamente na manhã seguinte à primeira noite antes de deixá-la nua na cama. Ela nem chegou a saber seu nome pela boca dele e teve que aprender com o mordomo, Spencer.
Mesmo depois que ele lhe disse isso, ela não desistiu e tentou ser a duquesa perfeita já que ele falava sobre isso. Talvez ele a percebesse, e eles poderiam construir sua família juntos no amor, não nas obrigações.
Ela também frequentava chás e banquetes para construir conexões, já que seu pai não a deixava sair do Grão-ducado. Tudo o que ela fez foi pelo amor dele e pelo bem de sua casa, mas a realidade teve que lhe dar um tapa na cara quando soube de seu longo caso, que foi um ano após o casamento.
'Eu fui estúpida por não perceber naquela época e esperar tola por ele enquanto ele estava com ela.' Isla continuou a observar seu marido em silêncio enquanto sua segunda vida passava diante de seus olhos.
Ela regularmente acordava cedo para tomar café da manhã com ele, já que essa era a única oportunidade de vê-lo. E ao pôr do sol, ela esperava sozinha na mesa de jantar para jantar, mas sua esperança sempre era esmagada quando ele chegava muito tarde da noite.
Como sempre, ele estava com ela, aquela mulher, mas ela acreditou em sua desculpa de estar no palácio imperial por anos até sua gravidez.
Após minutos observando um ao outro em silêncio, o duque não gostou do silêncio pressionante e declarou seu motivo para vir ao quarto dela, ''Eu não a vi lá fora.''
Com suas palavras, a expressão em branco de Isla teve uma rachadura. Ela não pôde deixar de se lembrar do que aconteceu em sua segunda vida e como descobriu seu caso de longo prazo.
Foi outro daqueles dias, ela esperou por ele para jantar, mas desta vez ela decidiu esperá-lo lá fora. Mesmo Spencer implorando, ela não o ouviu e esperou pelo marido.
Então, ela era inocente. Ela não sabia de nada e acreditava nele de todo coração, ao contrário dos empregados que sabiam o que estava acontecendo.
Mas como eles poderiam lhe contar? Como eles poderiam contar à sua pobre duquesa que esperava pelo marido voltar para casa, como um mendigo?
Após horas de pé no clima frio, e as reclamações de Spencer, ela desmaiou devido ao estresse e só acordou para descobrir sobre sua gravidez.
Ela estava animada por ter um filho que a conectasse ao marido, já que era uma coisa que as damas nobres usavam para zombar dela com suas palavras distorcidas. Uma criança, que era o fruto de seu amor unilateral e da obrigação de seu marido. No entanto, ela estava feliz e decidiu criar a criança com amor.
Talvez ele finalmente olhasse para ela. Ela pensou então.
Como sempre, a realidade era cruel demais.
''É mesmo? Bom trabalho. Eu estive esperando há muito tempo,'' foram suas palavras, mesmo depois de ver seu estado de estresse.
Nenhuma pena por ela e nenhuma alegria pelo filho ainda não nascido. Mesmo que ele dissesse que estava esperando, ela não podia sentir felicidade em sua voz.
Como se suas palavras não fossem suficientes, durante uma de suas festas de chá um mês após a descoberta da gravidez, ela quis anunciar sua gravidez, já que era um motivo para se retirar do mundo social e cuidar do bebê.
As damas nobres elegantemente lhe contaram de seu caso. Ainda não acreditando em suas palavras, ela enviou Amélia para investigar o paradeiro dele e obteve sua resposta.
Foi como se um raio atingisse sua mente, e de repente tudo fez sentido para ela. As rosas vermelhas que ela via na mão de algum empregado às vezes, os presentes íntimos ou a demora dele para o jantar. Cada uma de suas ações começou a fazer sentido para ela, e aquele momento foi o início de sua doença; depressão.
'Ele também tirou a vida do meu filho... meu precioso bebê,' Isla aguçou seu olhar para o marido enquanto uma segunda mão pousava em seu ventre como se estivesse protegendo o filho ainda não nascido.
Seria mentira se Isla não pensasse em se vingar dele, mas seu filho era uma das suas principais razões para não fazer isso.
Ao contrário de sua segunda vida, ela quer que ele cresça em sua abundância de amor. Ela quer que ele experimente a luz deste mundo. Ela quer ouvi-lo chamando-a de mãe novamente. Ela quer abraçar seu corpo macio e fraco mais uma vez. Ela só quer vê-lo.
E para fazer isso, Seu coração não deve estar ardendo de ódio pelo marido, pois ela não viveria sua terceira vida ao máximo com seu bebê.
''Duque, eu pensei que Spencer tinha mandado um empregado para lhe contar sobre minha gravidez?'' perguntou Isla, mesmo sabendo que ele não estava no palácio imperial, mas com aquela mulher. ''Barão Stewart também me avisou para não me movimentar demais durante o primeiro trimestre, pois o bebê ainda não nascido estaria mais frágil.''
Isla não parou por aí e continuou, ''Eu pensei que você sabia dessa boa notícia, a menos que você não estivesse no palácio imperial, duque.''
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