Chapter 28 - Psico

"O que você disse?" a mulher perguntou. O choque coloriu sua voz. 

"Certo. Você não pode fazer isso porque mesmo que você queime seu dinheiro em uma briga de crianças, você nunca vencerá." Heaven deu de ombros desinteressadamente, apoiando sua bochecha enquanto mantinha seus olhos na mulher à sua frente. "Vamos ver, pelo que observei até agora, você realmente não tem uma boa reputação. Aqueles amigos seus não eram realmente seus amigos. Mas pessoas que sabiam que se beneficiariam se ficassem ao seu redor. Já conheci muitas pessoas como você, e sei que tipo de pessoa você é."

O canto de seus lábios se curvou em um sorriso sarcástico, pálpebras caídas. A mudança de comportamento e a visão dela de repente enviaram uma onda de pavor pela espinha da mulher, como se ela estivesse olhando para um psicopata em ação.

"Enquanto isso, eu consegui me pintar como um ser humano humilde e decente. Mesmo que eu te machuque agora, enquanto ninguém ver, alguém vai atestar a minha inocência," adicionou Heaven, rindo com os lábios fechados. "Por outro lado, as pessoas vão pensar que você se machucou só para provar suas mentiras. Você não sabe por que o nome e a reputação das pessoas são mais importantes que dinheiro?"

"É porque a reputação de uma pessoa vai te levar mais longe que seu dinheiro," ela continuou. "É por isso que as pessoas que você não pode alcançar facilmente gastam dinheiro pela sua reputação. Claro, você não entenderia já que, não importa o que você faça, você nunca será uma delas. Você está presa nessa vida miserável."

Um som familiar de uma mão batendo em um rosto ecoou. O rosto de Heaven foi jogado para o lado à medida que a mão da mulher se conectou com a bochecha dela. A mulher estava fervendo e seu rosto virou vermelho de raiva, levantando-se de seu assento para calar aquela mulher de falar mais.

Aqueles ao redor deles não puderam deixar de gaspar com a cena se desenrolando diante deles. Todos eles olharam para a mesa deles. Até os amigos da mulher estavam incrédulos com o rumo das coisas.

'Hah. Isso arde.' Heaven moveu sua língua pela bochecha interna. O canto da boca dela sangrou quando o anel da mulher se conectou com seu lábio inferior.

"Como uma ninguém como você ousa dizer tal absurdo? Quem você pensa que é?" A voz da mulher tremeu de raiva. "Você acha que pode se safar disso? Você não sabe quem eu sou e do que sou capaz de fazer. Vou garantir que você se arrependa de ter cruzado comigo," ela prometeu. 

Heaven fechou os lábios quando ela encarou a mulher mais uma vez. Ela lentamente se levantou de seu assento, com olhos frios como gelo. 

"É isso aí. Eu não sei quem você é, mas isso também vale para você. Você não sabe quem eu sou e do que sou capaz de fazer." A voz de Heaven estava baixa e tranquila, garantindo que suas palavras fossem exclusivas para os ouvidos da mulher. "Você não sabe que tipo de acidente essa psicopata pode fazer na próxima vez. Mas o que eu posso te dizer com certeza é que não será pequeno."

Heaven andou ao redor da mesa para ficar ao lado da mulher. "Se fosse você, é melhor ficar esperta. Sempre confira os carros ao seu redor. Você não sabe quando um caminhão irá te atropelar."

"Acho que terminamos aqui. Eu não tenho mil comigo, mas já deixei você me dar um tapa." Heaven sorriu sarcástica. "Isso deve ser uma troca justa, certo? Você sabe que vai se meter em uma encrenca profunda se eu acionar a justiça. O Grupo Lyon não é fã de escândalos e não se associa com pessoas que estiveram envolvidas em um."

Heaven recuou sua cabeça, mantendo o olhar trêmulo da mulher. "Vou me retirar agora. Que este seja nosso último encontro, porque na próxima vez que eu te ver, vou fazer você chorar e ensinar o que é um verdadeiro valentão. Ciao."

Heaven terminou suas palavras com uma piscadela, pegando suas bolsas. Assim que ela se virou, seus olhos imediatamente transbordaram com lágrimas reprimidas. Ela baixou a cabeça enquanto se afastava da mesa, passando a impressão de que era vítima de opressão.

Enquanto isso, ao passo que Heaven se afastava, o coração da mulher estava cheio de raiva e fúria. Mas então ela notou os olhares estranhos lançados sobre ela. Também parecia que eles estavam cochichando entre si. E eles não tinham medo de deixar que ouvissem o que estavam pensando, tampouco. 

"Nossa. Ela é nova aqui? É a primeira vez que ela segura dinheiro? Como ela pode agir como se fosse dona do mundo?"

"Esse é o problema com pessoas que enriqueceram de repente. Elas acham que podem fazer qualquer coisa só porque saíram da pobreza."

"Uma pessoa tão sem educação."

"Ela é amante de alguém? Que humilhação. Aquele vestido nem custa tanto assim."

"Ainda bem que a outra pessoa era paciente. Se fosse comigo, eu teria puxado o cabelo dela. Não me importo se tiver que gastar minha fortuna em uma batalha legal."

"Haha… ela nem vale a pena."

"Aquela mulher agora há pouco parece familiar? Acho que já a vi em algum lugar."

[Senhora, você não sabe por que o nome e a reputação das pessoas são mais importantes que dinheiro?]

De repente, as palavras de Heaven ecoaram na cabeça da mulher. Sua mão se fechou lentamente em um punho apertado, sentindo-se um pouco diminuída sob o olhar julgador das pessoas sobre ela. Todos os comentários estavam pegando no pé dela como se a conhecessem. Enquanto isso, os espectadores nem mesmo falavam sobre a outra mulher (Heaven) que estava envolvida no fiasco. Mesmo que a mencionassem algumas vezes, tudo o que Heaven recebia era a simpatia deles.

'Aquela mulher… ela fez de propósito, não fez?' ela se perguntou, olhando para baixo enquanto se lembrava de tudo que Heaven lhe disse. A última deixou muitas dicas, confirmando que ela especificamente causou aquele pequeno acidente por uma razão que a mulher ainda tem que descobrir.

Pensando nisso, a raiva no coração da mulher foi substituída por um leve medo. Se Heaven causou o acidente propositalmente, ela teria antecipado a reação da mulher.

'Será que eu caí intencionalmente na armadilha daquela psicopata? Por quê? O que ela quer de mim para me visar?' Uma infinidade de perguntas passou pela mente da mulher, sentindo um arrepio súbito na espinha.