"Isso é estranho," Céu disse enquanto cantarolava uma longa melodia, recostando-se na cama reclinável. "Por que ele parecia tão irritado depois de nossa discussão?" ela se perguntou em voz alta.
Olhando para os eventos anteriores, Céu aceitou que não poderia consertar esse casamento. Não importava o quão conveniente fosse a vida na qual ela acordou, ela já estava cinco anos atrasada. Os danos que os adultos neste casamento causaram eram tão profundos que mesmo que ela tentasse agora, havia apenas uma pequena chance de que esse casamento fosse salvo.
Foi por isso que Céu pensou que aceitar o divórcio sem causar problemas a Dominic era o mínimo que ela podia fazer. Era a única coisa que ela podia fazer para compensar o homem e também o filho.
"Mas por que ele parecia tão insatisfeito?" Céu perguntou ao quarto vazio. Ela esfregou o queixo, fechou os olhos e pensou nas reações de Dominic. "Será que ele não queria o divórcio? Ou ele esperava que eu fizesse um escândalo? Deveria eu ter exigido ou agido como se não quisesse esse divórcio? Talvez ele quisesse ver meu arrependimento?"
Céu abriu os olhos abruptamente, batendo a base do punho na palma da mão. "É isso! Ele provavelmente pensou que eu me arrependeria." Ela assentiu, convencida da conclusão a que chegou.
A porta de repente se abriu com estrondo, fazendo Céu quase saltar da cama. Segurando a mão perto do peito, ela virou a cabeça em direção à porta, apenas para ver uma mulher na entrada. Lá, na porta, estava uma bela mulher em um vestido luxuoso; seu rosto bonito, no entanto, trazia uma expressão atônita e de pânico.
"Céu!" chamou a mulher em pânico antes de correr para o lado de Céu. "Oh, deus! Eu corri para cá quando soube que você desmaiou!"
A mulher sentou-se na beira da cama, agarrando a mão de Céu. Seus olhos transbordavam preocupação, checando o rosto de Céu por qualquer desconforto.
"Olha só para você. Você está tão pálida." Ela segurou a bochecha de Céu enquanto uma camada de lágrimas cobria seus olhos como se fosse chorar a qualquer momento.
Céu piscou, surpresa com a entrada dessa mulher. Ela olhou fixo para a mulher, estudando o rosto desta antes de finalmente lembrar quem ela era.
"Paula…"
Paula sorriu levemente, tirando a mão da bochecha de Céu. "Você sabe o quanto me fez preocupar? Eu estava no meio das gravações, mas corri para cá."
Céu olhou para a mulher de cima a baixo. Ela realmente ainda estava usando seu vestido das filmagens. Ela nem mesmo se preocupou em remover a maquiagem.
"Eu fico te dizendo para comer na hora certa e cuidar de si mesma," ela repreendeu Céu com uma voz amorosa e carinhosa. "Mas você não escutou. Olha só no que deu!"
"Heh," Céu só conseguiu dar uma risada curta e constrangedora. Ela estava praticamente sem palavras e não sabia o que dizer.
"Céus," Paula Shen suspirou profundamente e então franzu o cenho. "Você deveria simplesmente pedir um divórcio se você não aguenta mais. Devo falar com o Sr. Zhu sobre isso? Eu explicarei tudo para ele! Isso não pode continuar, especialmente agora que sua saúde está sendo afetada."
Se Céu não soubesse melhor, ela realmente acreditaria que essa mulher estava genuinamente preocupada com ela. 'Eu nunca tive uma amiga em minha vida, mas pelo que eu sei, ela não deveria estar perguntando como eu estou em vez de se intrometer imediatamente no meu casamento desmoronando?'
"Obrigada, Paula. Mas não há necessidade disso." Céu fixou um sorriso caloroso, surfando nas ondas que esta 'amiga' estava criando.
"O quê?" Paula disse enquanto seu cenho se aprofundava. "Como assim não há necessidade disso? Acorda, Céu! Isso não está bom mais!"
Paula se moveu mais perto, segurando as mãos de Céu. "Você sabe que me preocupo com você, certo? Nós fomos boas amigas mesmo antes de entrar na indústria. Mesmo que o Sr. Zhu seja um homem poderoso, eu arriscarei minha carreira por você. Eu não posso deixar minha amiga ser intimidada por alguém como ele! Afinal, ele tirou tudo de você e tem sido um inferno vivo para você desde então. Eu fiquei quieta porque você me impedia, mas eu não aguento mais!"
'Essa mulher…' O canto dos olhos de Céu tremeu de irritação. 'Essa mulher sabe realmente como manipular Céu. Quebrar seu pescoço seria misericórdia demais por piorar as coisas para Céu.'
"Paula," Céu suavemente persuadiu, segurando a mão de Paula gentilmente. "Eu sei que fomos boas amigas. Afinal, quando entramos na indústria, eu tive que te levar comigo para que você pudesse conseguir pequenos papéis. Eu até lembro de pedir outros favores apenas para te incluir. Então eu sei que você nunca esqueceu isso e tem sido leal a mim desde então."
Céu sorriu internamente ao ver a fachada de Paula ligeiramente rachar, revelando um vislumbre do verdadeiro rosto por trás daquela bela máscara que ela sempre usava.
"Eu te agradeço por correr para cá depois de ouvir que eu desmaiei. Não sei o que faria se você não aparecesse." Céu garantiu que soasse compassiva. Ela apertou a mão de Paula suavemente enquanto assentia para ela. Mas depois de um segundo, uma camada de lágrimas cobriu os olhos de Céu e seu sorriso sutil trincou.
"Oh, querida." Paula rapidamente deixou de lado as observações anteriores de Céu ao ver sua amiga à beira das lágrimas. "Céu, por que você não quer aceitar minha ajuda? Eu farei tudo para você escapar deste inferno daquele monstro —"
Céu balançou a cabeça para cortar a frase de Paula. "Não há necessidade disso."
"Mas…"
"Já estamos nos divorciando."
"O quê?" A surpresa no rosto de Paula fez Céu sorrir amargamente.
"Ele enviará os papéis do divórcio amanhã. Tudo que eu preciso é assiná-los," Céu disse com uma voz triste. Ela se encolheu quando Paula de repente a abraçou com empolgação.
"Céu!" Os olhos de Paula brilharam de alegria, incapaz de esconder a excitação em seus olhos. "Sério?"
'Céus… essa mulher… ela não pode esperar?'
"Mhm." Céu manteve sua expressão fraca enquanto assentia. "É por isso que não há necessidade de você se intrometer, já que isso acabará acontecendo."
Os lábios de Paula se esticaram levemente. Sua tentativa de impedir-se de comemorar fracassou miseravelmente. "Isso é bom. Quero dizer, pelo menos agora, você não precisa mais ficar naquela casa. Você não é mais a prisioneira dele."
Estes eram apenas exemplos dos conselhos de Paula para Céu. Seus 'amigáveis' conselhos nunca ajudaram. Se alguma coisa, eles apenas pioraram as coisas. Paula aproveitou as desgraças e vulnerabilidade de Céu, falando regularmente palavras insensíveis e grandes que fariam Céu desprezar Dominic ainda mais.
Paula nunca se esqueceu de lembrar Céu de quão miserável era sua vida com Dominic. Afinal, esse era o objetivo dela.
Céu arruinou este casamento, com certeza. Mas Paula não era inocente já que alimentou as chamas que lentamente queimavam o casamento. A Céu atual não tinha ressentimentos contra ninguém. No entanto, a razão pela qual ela estava agora nesta situação era por causa de todas as flores venenosas ao seu redor.
"Eu estou tão feliz por você!" Paula, incapaz de conter sua felicidade, puxou Céu para seu abraço. "Eu estou realmente, realmente feliz por você."
As pálpebras de Céu caíram enquanto seus olhos deslizavam para o canto. "Mhm. Eu aposto que está." o lado de seus lábios se curvou em um sorriso irônico.
A Céu original estava cercada por flores venenosas, fazendo-a se sentir presa e incapaz de se mexer. Mas a Céu atual nunca teve medo de venenos. Ela não temia arrancar flores tóxicas, mesmo com as mãos nuas, para limpar seu caminho e proteger sua paz.