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Chapter 11 - Claro e Escuro - Yin e Yang

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"O Duque está atualmente ocupado com assuntos do Reino."

Victoria ergueu uma sobrancelha para o homem cujas pupilas pareciam sangue. O homem fora respeitoso mesmo assim, mas olhar para seus olhos lhe provocou todo tipo de emoção que ela particularmente não gosta.

"Assuntos do Reino," ela pronunciou, claramente insatisfeita com a mentira que o Duque inventara para evitar vê-la. Victoria sabia que o Duque deve ter ouvido falar dela. Ela é a atual matriarca da prestigiosa Família Lux, alguém que deveria ser respeitada em todos os lugares.

Ela esperava que ele ao menos se apresentasse para cumprimentá-la. Honestamente, o que ela esperava de alguém do Norte?

Esses bárbaros eram apenas conhecidos por lutarem contra os monstros. Eles são carentes de modos e etiqueta.

O fato de ela esperar que ele sequer reconhecesse a presença dela já era um erro.

"Sim, o Duque viajou tão longe. Ele precisava trabalhar até mesmo quando estávamos na estrada." O homem mentiu sem nem piscar.

"Entendo…" Victoria sorriu. "Então eu espero que o Duque tenha uma viagem confortável até o Império Aster." A única razão pela qual ela concordou em viajar com eles é que ela queria ver o Duque e usar essa oportunidade para fazer Rosalinda se casar com o homem.

Os rumores sobre o Despertar fracassado de Dorothy já tinham se espalhado, e isso tinha desagradado a coroa. Claramente, ela precisava encontrar uma maneira de atrair mais atenção para Rosalinda.

Este seria a oportunidade perfeita para Rosalinda conhecer o Duque. Ela precisava que o Duque soubesse que Rosalinda também era membro da Família Lux. Claro, ela vai executar seu plano o mais discretamente possível.

"Senhora…" Grace se curvou quando chegou dentro de sua carruagem. A luxuosa carruagem era grande o suficiente para seis pessoas, mas ela escolheu viajar dentro dela sozinha.

De início, ela pensou em viajar com Rosalinda na mesma carruagem para causar uma impressão melhor, mas isso mudou quando Rosalinda começou a chorar o tempo todo. Como alguém pode chorar do nada? Ela começou a se perguntar se isso tudo era uma atuação, mas então percebeu que Rosalinda estivera afastada desde os doze anos.

Era apenas natural que ela não tivesse modos básicos e ainda agisse como uma criança.

"Eu já contei para a Senhorita Rosalinda sobre o Duque. Acredito que a assustei o suficiente para deixá-la curiosa."

Os lábios de Victoria se ergueram. Rosalinda era praticamente uma criança. Ela estava quase certa de que o Duque a faria ficar curiosa e, tal como uma criança, ela iria querer saber sobre as coisas que a estavam deixando curiosa.

Seu objetivo era bem simples.

Ela queria ter certeza de que tinha avisado Rosalinda para não encontrar o Duque. Ela enviou Grace, sua servente mais confiável, para avisá-la repetidamente, e mesmo assim… ela ainda tentou buscar mais informações sobre o Duque.

Embora isso não pareça demais, rumores podem elevar ou destruir uma pessoa dentro do império.

Rosalinda era uma jovem solteira! Por que ela se informaria sobre um jovem Duque solteiro? Obviamente, Victoria já enviou algumas pessoas para irem à capital antes deles e espalharem os rumores antecipadamente. Ela precisava que a coroa ouvisse sobre o interesse de Rosalinda pelo Duque.

Ela precisava lembrá-los de que Rosalinda ainda existe e se quisessem enviar alguém para o Reino de Vugária, então deveriam enviar Rosalinda — a mancha suja da Família Lux!

"Senhora…"

"O que é?" ela perguntou.

"Eu não quis me intrometer, mas tem certeza de que isso vai funcionar? Eu — eu ouvi que o Duque é cruel e bruto. E se ele — e se ele machucar Rosalinda?"

"Ele não ousaria tocar em alguém da casa Lux," Victoria garantiu. Atualmente, apenas duas pessoas na casa Lux podiam usar a Bênção da luz. O patriarca anterior e o atual.

Com isso sozinho, nenhum Império ou Reino ousaria fazer algo contra eles.

Grace começou a preparar chá para ela.

"Mas — aquelas cabeças— " Grace hesitou mais uma vez. "Eles não estão mais em Wulgari. Em Aster, mostrar as cabeças de seus inimigos é considerado de mau agouro. Talvez— "

"Grace, isso não é da nossa conta. É sempre melhor não falar sobre coisas que não nos dizem respeito. É mais seguro assim." Victoria advertiu. Ela tinha ouvido histórias insanas sobre os Vugarianos. Diz-se que eles comem seus inimigos. Alguns rumores até afirmaram que eles preferem comer mulheres e crianças.

Eles são mais altos e ágeis que todos os demais e supostamente, sua força vem do cruzamento com os monstros do norte.

Isso fez com que as pessoas de fora do Reino de Vugária temessem eles.

É melhor não provocá-los desnecessariamente.

"Você deveria contar a ela mais histórias sobre os Vugarianos," Victoria disse.

"Senhora, temo que isso possa ter o efeito oposto ao que a senhora desejava. Acredito que ela na verdade não é a criança que originalmente pensávamos que ela fosse."

Victoria soprou de desdém.

Quem se importa? Seu único objetivo é mostrar às pessoas que ela foi uma boa mãe ao alertar Rosalinda sobre o Duque. Não era sua culpa que rumores sobre a curiosidade de Rosalinda pelo homem iriam logo se espalhar a tempo para a chegada delas na capital!

O que ela não sabia era o fato de que Rosalinda tinha seus próprios planos. Justamente quando a escuridão chegou, ela escapou de sua tenda. Seu corpo ainda podia estar um pouco fraco, mas ela tinha sua Bênção. Sua luz.

O que as pessoas nunca entendem sobre luz e escuridão é o fato de que são apenas dois lados da mesma moeda. A escuridão existe na ausência de luz. Em sua vida passada, ela descobriu acidentalmente o outro lado da luz. Desde então, ela achava que era amaldiçoada.

Ela tentou esconder isso até mesmo de sua própria irmã. Afinal, todos sabem que há apenas sete Bênçãos. Como alguém poderia possuir outra Bênção? Como alguém poderia possuir tanto a luz quanto a escuridão ao mesmo tempo?

Mas sua morte a fez entender por que lhe foi dada a outra Bênção.

Ela não deveria apenas abraçar a luz.

Luz e Escuridão. Yin e Yang. Bem e Mal.

São duas forças complementares, coexistindo uma com a outra.

Lentamente, ela se infiltrou na carruagem do Duque enquanto se perguntava por que não havia guardas ou alguém do lado de fora.

Não demorou muito para que ela descobrisse o porquê.

"Você veio," uma voz profunda e familiar a saudou.

Ela olhou para cima e congelou ao perceber que estava olhando para o rosto do homem que ela salvara na caverna.

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