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Chapter 6 - Problemas com a banheira

Eve sentava-se no quarto, fitando a parede rachada enquanto esperava que sua mãe retornasse. Aproximou-se da porta, abriu-a lentamente e colocou a cabeça para fora para dar uma espiada no corredor. Mas sua mãe não estava à vista.

Embora estivesse acostumada a sua mãe deixá-la por longas horas, hoje, em particular, parecia mais longo, e sua mão agarrava o lado do seu vestido. Ela queria sair do quarto e procurar por sua mãe, mas não o fez, como sua mãe lhe tinha dito para não sair do quarto e ir a lugar nenhum. Para esperar por ela, e ela fez exatamente isso.

Fechando a porta, ela sentou-se novamente no chão. Mas conforme os minutos passavam, suas pernas começavam a formigar e doer. Ela mudava suas pernas de um lado para o outro em desconforto. Podia sentir suas pernas tentando se colar uma na outra, tentando ser uma só.

De repente a porta se abriu com força, e sua mãe apareceu com os olhos arregalados.

"Eve!" Rebecca moveu-se até onde sua filha estava, e a abraçou.

"Mamãe... minhas pernas estão estranhas," queixou-se a menininha, e a mulher rapidamente olhou para as pernas da Eve que mostravam escamas azuis e douradas em sua pele.

"Venha minha filha. É hora do seu banho," Rebecca pegou Eve em seus braços, e usou a outra mão para pegar o pote de sal.

Ainda havia tempo, disse a mulher a si mesma.

Deixando o quarto para trás, ela caminhou pelos corredores assegurando-se de que ninguém as visse. Subindo as escadas, ela passou pelos quartos dos convidados. Ao chegar ao fim do corredor, escamas começaram a aparecer na metade inferior do corpo da menininha.

Dando uma rápida olhada no outro lado do corredor, Rebecca rapidamente entrou no quarto de hóspedes e colocou sua filha na banheira. Ela girou a torneira para começar a água a correr, pronta para despejar os sais no banho, quando percebeu que apenas algumas gotas de água caíam.

Rebecca bateu na cabeça da torneira, esperando que água fluísse, mas em vão. Em um leve pânico, ela esfregou a testa e disse a Eve, "Volto logo. Não faça barulho até eu retornar, está bem?"

E a mulher saiu rapidamente do quarto depois de se certificar que não havia ninguém caminhando no corredor. Eve ficou lá por dois minutos antes de sua mãe irromper pela porta para buscá-la.

Sua mãe a pegou em seus braços, já que Eve não podia andar em seu estado atual. Deixando o quarto para trás, sua mãe carregou-a para outro quarto e a colocou na banheira cheia de água. Sais foram rapidamente jogados na água, mas as escamas nas pernas da Eve não desapareceram imediatamente.

"Pode levar algum tempo," murmurou Rebecca para si mesma.

Nesse tempo, de volta aos aposentos dos servos, o mordomo entrou no corredor agora deserto. Parou em frente a um dos quartos e bateu na porta. Seu Mestre tinha lhe dado dinheiro que deveria ser entregue à mulher por tê-lo agradado nos últimos dois dias. Ele bateu novamente. Quando não houve resposta, ele abriu a porta apenas para ser recebido pela vazio.

Os olhos do mordomo se estreitaram, e ele voltou a cabeça para olhar na direção de onde tinha vindo.

Girando seu corpo, ele começou a caminhar, pronto para pegar a mulher e sua filha que possivelmente estavam esperando para roubar algo deste mansão.

"Viu a mulher e uma menininha por aqui?" O mordomo questionou um dos servos que estava no corredor.

"Não," balançou a cabeça o servo.

"Se as encontrar, venha me avisar imediatamente," ordenou o mordomo, mas ele não iria descansar até encontrá-las.

O mordomo subiu as escadas, e olhou por todos os quartos. Quando estava passando por um dos quartos, ouviu um leve espirrar de água, e suas sobrancelhas franziram. Conforme se aproximou, seus passos foram gentis o suficiente para não alertar os ladrões do outro lado da porta.

Cuidadosamente, ele abriu a porta, esticando o pescoço para dentro do quarto. O mordomo estava pronto para chamar a mulher de baixo nível, quando seus lábios entreabertos simplesmente se escancararam com o que ele viu na banheira. Ele viu as pernas da menininha brilharem como uma joia.

"I-Isso não pode ser!" o mordomo sussurrou para si mesmo.

Essas coisas tinham se extinguido anos atrás, e fazia muitos anos desde que ele tinha ouvido falar de uma existente, quanto mais ver uma. Sua mão agarrou a borda da porta, e ele deixou o quarto rapidamente para informar seu Mestre sobre isso!

Dentro do quarto de hóspedes, as escamas na pele da Eve finalmente desapareceram, e ela notou sua mãe despejando mais sais na banheira.

"Mamãe?"

"Sim, minha querida?" Respondeu Rebecca enquanto movia sua mão na água.

"De que cor é sua cauda?" veio a pergunta curiosa da Eve.

Rebecca conseguiu sorrir mesmo estando ansiosa, "Eu não tenho uma." Eve ficou triste com a resposta de sua mãe, e sua mãe disse, "Deus te fez especial, Eve. Muito especial."

"Você é especial para mim," respondeu Eve, e ao mesmo tempo, as pernas da menininha retornaram. Rebecca suspirou antes de se inclinar e beijar a cabeça de sua filha.

"E você para mim. Vamos nos secar e voltar ao nosso quarto antes que alguém nos pegue," disse Rebecca, ajudando Eve a sair e se secar. Ela ajudou Eve a se vestir.

Quando ela tentou puxar a tampa do ralo, ela estava presa. Por que não estava saindo? Ela tentou usar mais força enquanto puxava a corrente, mas recusava-se a sair. A água continuava presa na banheira com os sais que ela tinha despejado. Ela não podia deixar assim, pois seria prova de que alguém esteve aqui, e o mordomo já as tinha flagrado ontem.

Ao mesmo tempo, ela não queria que Eve se metesse em problemas. Ela não se importava se fosse apenas com ela, mas não com sua filha. Ela decidiu deixar o quarto e voltar mais tarde.

No caminho para os aposentos dos servos, em algum lugar, Rebecca sentiu sua consciência incomodá-la. Que logo seriam pegos, e o dinheiro que ela havia ganho nos últimos dois dias, seria negado. Ao mesmo tempo, haveriam perguntas sobre por que ela estava usando os quartos dos hóspedes.

Chegando perto dos aposentos dos servos, a mulher se abaixou para ficar à altura de sua filha e disse,

"Você sabe onde é o nosso quarto, certo? Vá direto para lá e me espere. Estarei lá em breve."

A pequena Eve olhou para a mãe, pois ela esperava que sua mãe ficasse com ela, mas ela estava deixando-a novamente.

Rebecca viu o olhar ansioso nos olhos azuis da Eve e abraçou-a, "Só preciso puxar a tampa do ralo da banheira e lhe contarei uma história quando eu voltar." Ela se afastou, e ofereceu um sorriso.

E embora a mulher sorrisse, havia uma incerteza pairando no ar. Ela não queria deixar sua filha sozinha novamente. Pelo menos não naquela hora. Mas isso era algo que tinha que ser feito.

"Vá agora," Rebecca incentivou suavemente sua filha. Vendo Eve começar a caminhar no corredor em direção ao quarto, ela desviou o olhar e seguiu para o quarto de hóspedes.

Tendo entrado ali apenas três vezes na companhia de sua mãe, Eve confundiu seu quarto com outro, empurrando a maçaneta da porta de outro quarto de servo.

"Que merda você acha que está fazendo?! Saia daqui!" Exigiu uma voz masculina, e Eve rapidamente fechou a porta, ouvindo algo se espatifar do outro lado da porta. Ela deu alguns passos para trás até que suas costas batessem na parede.

Eve segurou sua mão, olhando para a esquerda e para a direita, sem certeza de onde estava seu quarto. Ela esperou no corredor por alguns minutos antes de decidir procurar por sua mãe. Com a hora se aproximando da meia-noite, a maior parte das luzes tinha sido apagada, restando apenas algumas das principais nos halls e corredores.

Os servos que caminhavam do outro lado não a notaram, por ela ser pequena. Quando ela encontrou as escadas, seus pequenos pés as subiram.

"Mamãe?" Eve chamou sua mãe baixinho.