Ela assim, acordava, o quarto era simples, ela não se lembrava como chegou ali. Olhava confusa de todas as formas e todos os cantos daquele humilde cômodo. Tocava em seu corpo, mas se perguntava:

"Quem eu sou?" – sussurrou baixo

Naquele lugar, não via ninguém além dela mesma, sentia medo e terror do que a esperava naquele lugar desconhecido.

Logo, a porta foi aberta e um homem alto e com roupas parecidas de camponês entrou. Seu rosto era bonito, cabelos negros raros e olhos tão negros quanto, o homem parecia a reconhecer quando nem ela sabia disso.

"Finalmente acordou" – surgia um sorriso nos lábios dele

Ela franziu a testa, confusa. Aperto os lençóis brancos na cama enquanto olhava aquela figura com estranhos olhos frios. Os pelos de seu corpo se arrepiaram ao vê-lo esboçar um sorriso com seus olhos negros enquanto se aproximava.

Quando ele sentou e a cama chacoalhou um pouco, ela podia ter ouvido o barulho de correntes vindo nesse chacoalhar.

Ele ergueu a mão direita em direção ao rosto dela e acariciou as maçãs do rosto dela com delicadeza, mas isso a fez fechar os olhos com medo.

"Shiuu, não precisa ter medo" – falou mansamente, colocando a outra mão no outro lado do rosto dela e a fazendo olhar para ele. "Não irei te machucar… você só precisa se comportar" – possuía calma em seu tom, mas a ameaçar era evidente

Ela sentiu o corpo se arrepiar e quando abriu os olhos, encarou o profundo vazio negro nos olhos dele, onde, no fundo deles, havia um pequeno ponto vermelho brilhante que parecia hipnotizar ela.

Ao mesmo tempo que ela se sentiu leve, a sua confusão mental piorava. Quem era ela? Onde estava? O que ele usou nela? Quem era… ele? Aos poucos, essas mesmas perguntas sumiram da mente dela como se não pudessem permanecer ali. Ela apenas balançou a cabeça com seus olhos vazios.

Aquele homem sorriu, era como se ele tivesse conquistado o maior prêmio no torneio de caça do Império de Bureau. Acariciou o rosto dela como se a pudesse ter, pudesse a controlar como uma… uma boneca.

"Muito bem, lembre-se de se comportar" – seu sorriso era um dando sádico, mas acariciou os fios loiro prata do cabelo dela

Ele a levantou da cama, o mesmo barulho de correntes que ela havia ouvido, e obviamente, esquecido, ressoou no curto andar dela até uma grande janela que havia ali. A corrente que prendia um dos seus pés à cama, não era muito longa, mas aquele quarto não era grande.

A colocou encarando a paisagem da floresta à sua frente, montanhas e grandes taigas e pinheiros ao redor de todo lugar.

Era um lugar praticamente, assim podia dizer, inabitável.

Ele pega o rosto dela com um olhar vazio da hipnose mental que havia aplicado nela e mostro aquele lugar.

"Veja, agora ninguém vai lhe achar por aqui, minha querida e você… não poderá escapar deste lugar" – ele sorriu sadicamente, engasgando uma risada histérica

Com uma falta de delicadeza, força o rosto dela para cima e a faz olhar para ele, antes do mesmo lhe roubar um beijo bruto e longo. Suas línguas se entrelaçam uma na outra de forma forçada e calorosas, rapidamente, a jovem perde forças, mas não consegue se soltar do seu raptor.

"Ninguém poderá levá-la de mim… Sylvia"