"Benjamin, ouvi dizer que você entregou sua carta de renúncia ao meu pai hoje",

sussurrou Arthur.

Seus olhos azuis, frios como o gelo, me vigiavam enquanto eu servia o jantar, com um sorriso que não alcançava seus olhos. Ao seu lado, uma figura idêntica estava bebendo vinho, absorvendo a conversa com um olhar de desinteresse. O tic-tac do relógio ecoou pela sala quando marcou 20:00 horas, um sinal de que estava na hora do jantar.

Em um momento de silêncio, respondi a Arthur: "Sim, está correto. Vocês já estão em idade avançada, não precisam mais de mim. Tenho certeza de que serão excelentes senhores."

"É isso que você tem para nos dizer depois de 10 anos?" Sua voz, normalmente suave, estava carregada de uma raiva fria e inquietante.

"Infelizmente, isso não será possível, Benjamin".

Falou Adão, que finalmente entrou na conversa. Seus olhos ficaram ainda mais gelados enquanto falava.

"Afinal, você é nossa família."

A última palavra saiu de sua boca como um sussurro, mas carregava consigo um peso que fez a sala ficar mais fria.

olhei para as crianças que criei.

Quase não as reconhecendo.

Agora, elas se tornaram feras, seus olhos azuis brilhando com uma luz selvagem e inquietante.