"Inferno, parece que essa jornada não vai ser nada fácil." Praguejou Athar.
"Mas tudo bem também, o caminho de um homem não pode ser formado por estradas limpas. As barreiras são algo necessário para pavimentar o futuro." Athar soltou um sorriso frio. Ele bebeu as jarras de liquor em dois goles, deixou um monte de Moedas da Alma sobre a comanda e saiu de forma apressada.
Não demorou muito e Athar conseguiu informações sobre onde ficava o Quinto Portão.
Ele chegou até o estábulo onde sua montaria estava, passou algumas moedas para um rapaz magricelo que estava cuidado do estábulo naquele momento. O rapaz rapidamente aprontou sua montaria.
"Companheiro, vou ter que contar com você novamente. Você já comeu e bebeu bastante, portanto, é hora de trabalhar." Athar deu um tapinha de forma gentil nas costas da montaria e a última começou a correr.
Um amontoado de poeiras ficou para trás.
Não demorou mais de duas horas e Athar viu ao longe duas montanhas imponentes. Atrás das montanhas, que pareciam cobrir os céus, uma tela de luz cobriu todo o Segundo Círculo. Esta provavelmente era a chamada Barreira Circular que separava um Círculo de outro.
"Xuuu!"
Athar exalou uma enorme quantidade de ar quando um choque intenso passou por seus olhos.
No centro das duas montanhas, uma ravina de aproximadamente duzentos metros cortava as duas montanhas. Esta ravina se estendia até onde os olhos podiam ver.
Uma pressão impossível de não sentir estava sendo emanada do centro da ravina. Um sentimento que fazia os poros de Athar se abrir de medo estava cobrindo toda a região.
Ele podia sentir que uma existência horripilante estava guardando aquela ravina mais a fundo.
"De qualquer forma, não adianta ficar ansioso agora." Athar olhou para sua montaria que estava procurando algum mato pra comer e se aproximou.
"Amigo, é aqui que nos separamos, não posso mais te levar comigo, portanto, siga seu caminho." Athar deu um tapa forte na traseira da montaria, ela soltou um bufo de insatisfação, mas ainda assim, em um flash, ela sumiu de vista.
"Assim é melhor, ficar aqui só o fará se transformar em comida para alguém ou mesmo ser arrastado na batalha, portanto, é melhor correr sem rumo." Athar sorriu enquanto via a sombra da montaria sumir de vista.
Ele escolheu um lugar mais escondido e se sentou. Athar fechou os olhos e começou a se concentrar em deixar sua situação o melhor possível.
Uma energia cinza, como uma névoa, começou a ondular sobre o corpo de Athar. A temperatura na região caiu vários graus em poucos segundos.
Essa situação continuou por várias horas, até que o som da terra tremendo fez Athar sair de seu modo de cultivo.
Ele concentrou seu olhar e viu um exército de aproximadamente mil pessoas chegando até em frente a ravina entre as montanhas.
Um homem musculoso e com uma armadura chegou em frente ao exército enquanto olhava ao redor e ficou surpreso por não ver ninguém.
"Tsk, fomos realmente os primeiros a chegar? Merda, eu odeio esperar." Disse o homem musculoso com uma voz rouca. Ele parecia mais do que chateado.
"Chefe, eles provavelmente estarão chegando logo também. Então vamos esperar mais algumas horas. Eles chegarão então." Disse um homem um pouco menor do que o primeiro.
"Liuan, se por acaso eles não vieram, não me culpe por ficar louco. Temos que chegar ao Quinto Círculo de qualquer forma." Respondeu o primeiro homem. Por algum motivo, ele estava muito obstinado.
"Haha, o chefe pode ficar tranquilo, eles não usarão ir contra a própria palavra, nós fizemos um acordo, então eles aparecerão com certeza." Disse Liuan.
"Humph, é bom mesmo." Disse o Mestre.
"Haha, Poskhim, desde quando você se tornou tão ranzinza? Está até parecendo um idoso, reclamando tanto assim." Antes mesmo de Liuan responder, Poskhim, o Mestre da guilda Guerreiros do Segundo Círculo, ouviu uma risada metálica.
Ele se virou e ficou chocado ao ver que um grande amontoado de homens com partes metálicas ligadas ao corpo já haviam chegado a poucos metros deles.
Se fosse uma guerra, eles com certeza teriam sido emboscados nesse momento.
"Ei, homem lata, por acaso vocês são um bando de mulheres pra chegar de modo sorrateiro assim?" Apesar de terem chegado num acordo para lidar com o Guardião do Quinto Portão, eles ainda eram rivais.
"Humph, é uma grande ilusão você pensar que um dia o meu Salão dos Mechas terá que chegar até vocês de modo sorrateiro. Nesse dia, eu, Slaich, irei te encontrar de cara." O homem que falou tinha os braços de cores diferentes, um prateado e o outro roxo, com certeza eram feitos de metais diferentes. Seus olhos brilhavam com uma luz vermelha e uma imponente armadura prateada cobria todo seu corpo.
"Nesse dia, meus Guerreiros irão entreter os seus." Poskhim não gostou do modo que foi respondido, e repreendeu de forma rígida.
"Haha, parece que a Floresta do Luar está atrasada, como sempre. Aquele povo realmente tem um fetiche em serem misteriosos." Disse Slaich.
"Diga isso na cara daquela mulher quando chegar, dizer para mim não fará nenhuma diferença. Vamos, estaremos esperando do outro lado." Poskhim virou para sair, quando trouxe seus homens para montar barracas. Eles não sabiam quanto tempo o povo da Floresta do Luar iria demorar.
Uma luz vermelha brilhou nos olhos de Slaich ao ouvir a resposta de Poskhim, porém, ele não disse nada desta vez, afinal, àquela mulher realmente o fazia sentir um frio na barriga.
"Vamos, estamos montando um acampamento também. Eles provavelmente estarão chegando até o fim do dia." Slaich levou os seus quase mil homens para o outro lado. Cada um dos indivíduos tinham partes diferentes de seus corpos substituídas por metais de cores variadas.
Isso fazia com que aquele exercício brilhasse com várias cores reluzentes. Foi até algo bonito de se ver.
Athar observou os dois exércitos se afastarem quando começaram a montar barracas para descansar. A viagem foi longa para eles, e se conseguirem descansar por apenas algumas horas antes da batalha, seria uma vantagem enorme.
A luz quente iluminava o terreno nesse momento, um selênio mortal e angustiante se abateu sobre toda a região.
Quando a noite estava começando a cair, Athar se assustou quando viu uma névoa branca alcançar a região circundante. Um sentimento opressivo e estranho se abateu quando ele percebeu que tinha algo errado com aquela névoa.
Um homem musculoso sentiu a estranheza no ar e saiu da sua barraca, um sorriso estranho apareceu no seu rosto nesse momento. Foi possível ver um pouco de respeito... e medo.
A névoa se precipitou até cobrir toda a região onde as barracas foram montadas. Nesse momento, todas as pessoas de ambos os exércitos já haviam deixado suas barracas enquanto observavam a estranha névoa branca.
A névoa girou e cobriu tudo por alguns minutos. Até que num passe de mágica, desapareceu.
Nesse momento, todos ficaram pasmos ao ver que na sua frente, algumas centenas de pessoas vestindo mantos cinzas estavam paradas feito estátuas. Em seus mantos, desenhos grandes e pequenos de uma lua cinza estavam desenhados.
"Haha, já era hora, já era hora. A senhorita Bai Qein vai nos agraciar com sua presença?" Poskhim abriu espaço entre seus homens e disse enquanto olhava para as pessoas à sua frente. No entanto, mesmo depois de ter falado, ninguém o respondeu.
Alguns minutos se passaram quando um pequeno espaço foi aberto entre aquelas pessoas de manto cinza. Uma figura pequena e com o capuz caído apareceu na visão de todos.
Ela era pequena, seus cabelos brancos como as nuvens do meio dia caiam até a altura da sua cintura. Sobrancelhas arqueadas em formato de espadas. Seus lábios pequenos e vermelhos faziam os homens ter um vislumbre de tentação.
Ela não era extremamente bonita e nem tinha uma figura capaz de causar a queda de uma nação, no entanto, um sentimento estranho e intangível fazia sua aura dar uma sensação de intocável.
Se olhar com mais atenção, uma nitidez impossível de esconder estava brilhando em seus olhos.
Esses olhos escuros como um abismo focaram no homem musculoso e depois no homem de braços coloridos quando seus lábios fizeram um arco de zombaria.
"Por acaso sou a mãe de vocês para lhes satisfazerem com minha presença? Um é um troglodita e o outro uma sucata. Tsk, se não fosse pela insistência do Mestre, eu teria vindo sozinha com meu batalhão, sem a necessidade de inúteis como vocês." Ambos os homens estavam muito cientes da personalidade da mulher à sua frente, portanto, não ficaram chateados com o tom usado pela mesma.
"Haha, senhorita Bai realmente sabe brincar. Se você realmente fosse o suficiente, o Mestre da Floresta do Luar não teria nos procurado, concorda?" Disse Slaich.
"Humph." Bufou Bai Qein.
"Slaich, senhorita Bai está apenas brincando conosco." Disse Poskhim.
"Tudo bem, está ficando tarde e só temos mais um dia e meio até que um mar de perdedores cheguem para nos atrapalhar e colher os frutos, portanto, é melhor irmos andando." Disse Poskhim. Uma aura autoritária e feroz exalou de seu corpo nesse momento, apesar de tudo, ele ainda é alguém que está no Reino do Alvorecer do Espírito de Pico, assim como Slaich e Bai Qein.