Pai, eu te amo", murmurei, rompendo o silêncio suave que envolvia a sala. Meu pai, com seus olhos cansados pelo trabalho árduo da semana, desviou a atenção da televisão para me encarar. Seu olhar inquisitivo me fez hesitar por um momento antes de continuar.
"Vejo que minha filha está querendo algo desta vez, só isso explicaria tamanho amor despejado em minhas direções", comentou ele com um sorriso leve, mas perceptível. Eu me aproximei, sentindo o calor familiar que emanava dele.
"Na verdade, pai, só quero expressar minha gratidão. Por ter um pai tão amoroso como você", respondi, deixando um sorriso suave adornar meus lábios. Seus olhos brilharam com uma mistura de emoções, e um nó se formou em minha garganta ao perceber o quanto ele significava para mim.
Concordei com a cabeça, indicando a mesa posta para o café da manhã. "Vamos, sua mãe já preparou o café. Mesmo com empregados para isso, insiste em fazê-lo ela mesma", disse ele, com um toque de admiração na voz.
Minha mãe, com sua elegância natural, estava na cozinha, cuidadosamente preparando o café da manhã. Ela olhou para nós com um olhar desafiador quando entramos, suas mãos habilidosas trabalhando com agilidade. "Meu café nunca será tão maravilhoso quanto das empregadas. Obrigada, mas não precisa se incomodar. Deixe-me em paz com meu café. Alguém precisa fazer algo nesta família, nesta casa", disse ela, com um toque de sarcasmo.
"Suas palavras sempre me fazem sentir amado, mãe. Agradeço por tudo que fez por nós. Amo vocês dois", murmurei, sentindo uma onda de gratidão e amor transbordar em meu peito. Meus pais trocaram um olhar carinhoso, reafirmando o vínculo que compartilhavam.
Após o café da manhã, meu pai partiu para a empresa, e minha mãe para sua rotina de yoga matinal, junto com suas amigas socialites. Decidi aproveitar a manhã para dar uma volta pela cidade, respirar o ar fresco e observar as pequenas mudanças que ocorriam ao nosso redor.
Caminhando pelo shopping, parei diante de uma loja que me surpreendeu. Era uma marca famosa, conhecida por suas peças exclusivas e luxuosas. No entanto, ao entrar, fui recebida por um ambiente vazio e sombrio, as prateleiras vazias e as roupas sendo empacotadas em caixas.
Me aproximei do funcionário que estava empacotando as roupas e perguntei, com uma pontada de curiosidade e preocupação: "Com licença, o que está acontecendo? Vocês estão fechando a loja?"
O funcionário suspirou, parecendo resignado com a situação. "Infelizmente sim. Não conseguimos mais manter o negócio. O alto custo do aluguel e a falta de patrocínio nos obrigaram a fechar", explicou ele, enquanto continuava seu trabalho meticuloso.
Antes que eu pudesse processar completamente a notícia, duas mulheres entraram na loja, suas expressões carregadas de arrogância e desdém.
"Veja só, a grande ideia que levou você ao sucesso virou um fracasso, Chen Jinghua", provocou uma delas, com um sorriso de deboche nos lábios.
Chen Jinghua, com sua postura elegante e firme, enfrentou a mulher com determinação. "Ah, Liú Caihong. Já não bastava roubar meus projetos e minha empresa, agora quer mais?".
A tensão entre as duas mulheres era palpável, e eu me vi incapaz de desviar o olhar. Uma mistura de compaixão e indignação se instalou em meu coração, enquanto eu observava a troca intensa de palavras entre elas.
"Não se preocupe. Se você foi tola o suficiente para não proteger seus projetos, eu tenho uma proposta para você. Se entregar seus futuros projetos, pagaremos a conta do hospital de sua irmã. Afinal, você não tem onde cair morta", provoca Liú Caihong.
Chen Jinghua fica sem palavras diante da ameaça velada. Percebo uma mistura de compaixão e indignação em relação à sua situação.
"Não é o dinheiro que está em questão, é a dignidade", respondeu Chen Jinghua, sua voz carregada de firmeza e determinação.
Liú Caihong soltou uma risada de escárnio, sua expressão arrogante e cruel. "Pense bem no que fará pela sua irmã. O tempo dela neste mundo está se esgotando rapidamente", provocou ela, deixando um ar de ameaça pairar no ar.
Fiquei ali, testemunhando aquele embate de forças, sentindo-me envolvida em um drama que não esperava encontrar naquele lugar movimentado. As palavras cortantes ecoaram em minha mente, enquanto eu tentava assimilar a complexidade da situação diante de mim.
Após as palavras cruéis de Liú Caihong, um arrepio de pavor percorreu o corpo de Chen Jinghua, seu coração apertado pela angústia da possibilidade de não conseguir manter as contas do hospital que mantinham sua irmã viva.
"E-Eu..." Chen Jinghua começou a gaguejar, suas palavras travando na garganta enquanto ela tentava reunir coragem para responder.
"Pense bem, Chen Jinghua. Irei aguardar sua resposta", Liú Caihong declarou com uma voz cheia de triunfo, seu rosto adornado por um sorriso vitorioso.
Com as pernas vacilantes, Chen Jinghua caiu de joelhos, seu corpo tremendo sob o peso esmagador da situação. Em um sussurro angustiado, ela murmurou para si mesma: "O que irei fazer?"