Chapter 17 - Capítulo 16

— Akagawa-san, por favor, me torne sua.

Quando aquelas palavras ressoaram pela sala, Naoya se assustou. Uma garota em dogeza estava parada na frente dele. A garota em questão era Akane Matsushita, terceiro lugar no ranking das garotas mais bonitas da escola. Suas notas nos esportes e nos estudos eram sempre excelentes, e era amada tanto por homens quanto por mulheres. Akane até tinha um fã-clube de adoradores.

Naoya ficou momentaneamente atônito diante do pedido inesperado de Akane. Ele se perguntava qual seria o significado por trás daquelas palavras e como deveria responder àquela situação delicada. Enquanto ponderava sobre o que fazer, Naoya notou o olhar determinado nos olhos de Akane. Ela parecia estar levando a sério seu pedido, o que aumentou ainda mais a pressão sobre ele. Naoya respirou fundo, tentando encontrar as palavras certas para responder a essa proposta inusitada.

Algumas horas antes…

Com a chegada de Naomi, Yuya tentou explicar a situação de quem era Mayumi, mas acabou se envolvendo em uma imensa bola de neve, pois sua mentira fez com que Naomi acreditasse que Mayumi só estava com ele por causa do aviso e ele não sentia nada por ela. Em contrapartida, Naoya estava tentando entender o que eram aqueles sentimentos estranhos que passavam pelo seu coração. Caminhando em direção à escola, Naoya se pegou pensando sobre como resolveria a situação com Mayumi. Seus sentimentos pareciam ter tomado um rumo diferente, e o seu objetivo de cancelar o casamento e casar-se com sua amiga de infância estava cada vez mais distante. Em um momento, ele se pegou pensando se realmente era isso que ele queria. Enquanto tentava chegar a uma conclusão sobre seus reais objetivos, uma notificação tomou sua atenção: havia uma mensagem do mesmo número desconhecido que lhe mandava mensagens constantemente. Já fazia bastante tempo que ele não recebia mensagens daquele número e até chegou a acreditar que a pessoa por trás dessas mensagens fosse sua amiga de infância, uma hipótese que ele descartou depois.

Naoya hesitou por um momento antes de abrir a mensagem, sentindo uma mistura de curiosidade e apreensão. Com um suspiro, deslizou o dedo pela tela do celular e leu o conteúdo da mensagem.

"O amor é realmente necessário? Eu espero que você aproveite bastante o acampamento de casais e decida o que é melhor para você. "

Aquela mensagem fez com que Naoya se assustasse, pois ele acreditava que a pessoa por trás dessas mensagens era Naomi, mas ele havia descartado isso quando chegou aquela mensagem, causando a ele ainda mais dúvida.

"Quem é esta pessoa? E como assim, acampamento de casais?"

Após chegar à sala de aula, Naoya se sentou na cadeira e olhou pela janela. Ele sentiu uma presença parada à sua frente e, ao se virar, viu Rafael olhando para ele com uma expressão de preocupação.

Naoya franziu a testa, tentando entender o motivo da preocupação de Rafael. Ele abriu a boca para perguntar, mas Rafael foi mais rápido:

— Chefe, você está bem? Parece meio abatido hoje — perguntou Rafael, a voz carregada de sinceridade.

Naoya hesitou antes de responder, seus olhos voltando para a janela por um instante.

— Só não dormi bem esta noite. Muitos pensamentos na cabeça, sabe?

Rafael assentiu, parecendo entender mais do que Naoya tinha dito.

— Se precisar conversar, estou aqui, ok?

Naoya forçou um sorriso e acenou com a cabeça.

— Obrigado, Rafael. Eu agradeço.

Com isso, a professora entrou na sala, e todos se voltaram para a frente, prontos para mais um dia de aula. Mas Naoya não conseguia deixar de pensar no que estava realmente lhe perturbando. Ele sabia que mais cedo ou mais tarde teria que encarar seus demônios internos, e a presença de Rafael lhe dava uma sensação de conforto e apoio que ele não sabia que precisava até aquele momento.

— Atenção a todos: os alunos que receberam seus avisos não precisarão vir nas próximas semanas. O Ministério da Saúde e Bem-Estar virá buscar os casais para o acampamento de casais. Os casais que irão para o acampamento não precisarão vir para a escola a partir da próxima semana.

Aquelas palavras ecoaram pelos ouvidos de Naoya, assustando-o e fazendo-o prestar atenção nas palavras da professora. Aquele anúncio causou grande agitação entre os alunos.

— Sensei, o que é esse acampamento de casais? — perguntou Naoya, visivelmente curioso e um pouco apreensivo.

A professora sorriu pacientemente e respondeu:

— O acampamento de casais é uma iniciativa do Ministério da Saúde e Bem-Estar para ensinar aos novos casais sobre como teve início aos avisos, e conscientizar em palavras educativas sobre a convivência a dois, incentivando o crescimento mútuo e mantendo a taxa de natalidade segura.

A sala estava em silêncio, enquanto os alunos processavam a novidade. Naoya sentiu uma mistura de ansiedade e curiosidade sobre o que viria pela frente, enquanto olhava pela janela se lembrou da mensagem que havia recebido, a pessoa desconhecida havia falado sobre o acampamento fazendo com que ele ficasse ainda mais curioso.

"Como essa pessoa sabia sobre isso?"

Quando o horário de almoço chegou, Naoya permaneceu ainda sentado na sua cadeira, tentando entender o que aquela pessoa estava dizendo e como ela sabia sobre o acampamento de casais antes do anúncio oficial.

Quando o horário de almoço chegou, Naoya permaneceu ainda sentado na sua cadeira, tentando entender o que aquela pessoa estava dizendo e como ela sabia sobre o acampamento de casais antes do anúncio oficial.

De repente, uma grande agitação tomou conta da sala. Os alunos começaram a sussurrar animadamente e a se levantar de suas cadeiras. Na entrada da sala, a garota mais bonita da escola, Akane, acabara de chegar. Sua presença sempre atraía atenção, mas desta vez parecia ainda mais intensa.

Akane caminhou com graça pelo meio da sala, parando bem em frente a Naoya. A comoção só aumentou, e os corredores começaram a se encher de alunos curiosos, querendo saber o motivo daquela visita inesperada. Naoya, ainda atordoado pela conversa anterior, ergueu os olhos para Akane, tentando entender o que estava acontecendo. Algo estava definitivamente diferente naquele dia, e ele sentia que as respostas estavam prestes a se revelar de maneiras inesperadas.

Naoya não conseguia acreditar que a garota mais popular da escola, amada por todos, estava parada à sua frente. Todos os garotos populares já se haviam declarado para ela e foram friamente recusados. Um frio na espinha percorreu seu corpo, fazendo-o estremecer. Perguntas surgiam na mente dele sobre o motivo de ela estar ali. Ao olhar ao redor, notou os olhares assassinos de todos ao seu redor, o que o fez se sentir atordoado e provocou uma dor de barriga.

— Akagawa-san, por favor, me torne sua.

Aquela pergunta fez com que Naoya se assustasse e olhasse para ela. A reação de espanto dos alunos causou ainda mais agitação. Ele não sabia como responder, fazendo com que Akane se sentisse ainda mais envergonhada.

— Não me entenda mal, eu não tenho interesse amoroso em você. Eu só quero que você me torne sua empregada pessoal, somente isso.

— Ah, sim, sendo isso… pera aí, como assim, e-empregada?

— Isso que você ouviu, me torne sua empregada.

Aquela súbita proposta fez com que todos os alunos presentes começassem a olhar para Naoya com fúria. Ele sentiu uma aura assassina envolvê-lo, e seu nervosismo atingiu um nível alto.

— O que você me diz? Você vai me deixar ser sua empregada?

Atordoado pelo medo e sofrendo uma imensa dor no estômago, Naoya se levantou com a cabeça baixa.

— Eu...

— Com licença, Akagawa está aqui? — uma voz interrompeu.

Naoya virou-se para ver quem havia interrompido. Era um professor, o Sr. Takeda, que estava parado na porta com uma expressão séria no rosto.

— Akagawa, você foi chamado à sala da diretoria. É urgente.

O alívio imediato foi rapidamente substituído por uma nova onda de ansiedade. O que poderia ser tão urgente na diretoria? Ele se levantou lentamente, sentindo os olhares curiosos e hostis de todos ao seu redor.

— Com licença, Akane-san. Preciso ir — disse ele, tentando manter a compostura.

Akane deu um passo para trás, permitindo que Naoya passasse. Os alunos ao redor começaram a murmurar, e a tensão no ar era quase palpável. Naoya sentiu os olhares seguindo-o enquanto ele saía da sala, acompanhado pelo Sr. Takeda.

No corredor, os alunos continuavam a se aglomerar, cochichando e especulando sobre o que havia acabado de acontecer. Naoya mal conseguia ouvir seus próprios pensamentos em meio àquela agitação.

Ao chegarem à diretoria, o Sr. Takeda o conduziu até a sala do diretor. Ao entrar, Naoya encontrou o diretor, a secretária da escola e, surpreendentemente, o agente do governo estava encostado ao lado da estante de livros.

— Akagawa, sente-se, por favor — disse o diretor, indicando uma cadeira em frente à mesa.

Naoya obedeceu, sentindo um nó se formar em seu estômago.

— Sei que tudo isso deve estar sendo muito confuso para você — começou o diretor. — Mas precisamos discutir uma questão muito séria que surgiu.

Naoya olhou para o agente do governo, que estava parado encarando ele. Agora, estava claro que algo grande estava acontecendo, algo que ele jamais poderia ter previsto.

— O que está acontecendo ultimamente com você? Anda bastante disperso e está sempre dormindo nas aulas, está indo tudo bem com a convivência com sua noiva?— perguntou o diretor, olhando diretamente nos olhos de Naoya.

Naoya respirou fundo, tentando acalmar-se antes de responder. Ele sabia que suas próximas palavras poderiam mudar tudo.

— Você está tendo algum problema com a Hanazono-san? — perguntou o agente.

— Eu…