Jim observava as notícias sobre Marte e o Grupo Formiga, com uma expressão de insatisfação.A agência espacial para a qual ele trabalhava foi a pioneira na exploração de Marte, mas agora se via diante da declaração unilateral do Grupo Formiga, que reivindicava a propriedade de todo o planeta.Além de Marte, o sistema solar não oferecia muitos outros planetas adequados para pesquisas extraterrestres. Com os governos ocupados em conflitos, a oposição à declaração do Grupo Formiga foi apenas simbólica. No entanto, Jim, como profissional da área, compreendia a gravidade da situação.Se o Grupo Formiga realmente monopolizasse Marte, isso seria um desastre para as instituições de pesquisa espacial ao redor do mundo. Após o fim das guerras, a China estaria na vanguarda da exploração interestelar, abrindo acesso ilimitado a recursos e oportunidades, enquanto outros países estariam sujeitos às regras impostas pelo Grupo Formiga.Isso representaria uma enorme barreira para o futuro da exploração e desenvolvimento espacial global.— Entre em contato com as instituições de pesquisa espacial de outros países e proponha a realização de uma conferência universal do espaço humano, para estabelecer novas regras de exploração espacial — decidiu Jim.Ele precisava unir todas as organizações e especialistas espaciais, exceto os da China, para resistir às reivindicações do Grupo Formiga e forçar concessões.— Você quer que nos unamos para pressionar o Grupo Formiga? — perguntou Jan Wörner, da Agência Espacial Europeia, com hesitação.O mundo da pesquisa espacial estava indignado com a declaração de posse do Grupo Formiga sobre Marte. Contudo, ninguém tinha tecnologia ou poder para confrontar o grupo.— A única solução é nos unirmos e colocá-los sob pressão, posicionando-nos moral e regulamentarmente contra eles. Se não agirmos rapidamente, Marte será completamente transformado, e a comunidade internacional passará a aceitar a posse deles como fato consumado — insistiu Jim pelo telefone.Após refletir, Jan cedeu:— Tudo bem, qual será o local?— Genebra.No Japão, em Kagoshima, Eguchi ficou pensativo. Por mais que a posse de Marte pelo Grupo Formiga fosse revoltante, a tecnologia deles tornava qualquer oposição direta impossível. A única estratégia viável seria a pressão moral e regulamentar.Eguchi riu:— Concordo.— Mestre Chen — interrompeu Mo Nu, enquanto Chen Mo assistia a vídeos sobre Marte.— As agências espaciais e instituições de pesquisa ao redor do mundo estão organizando uma conferência espacial global em Genebra para pressionar por novas regras de exploração espacial — relatou Mo Nu, exibindo gravações das conversas entre Jim e outros responsáveis.Chen Mo permaneceu impassível. Ele já esperava alguma resistência quando declarou a posse de Marte.— E agora? — perguntou Mo Nu.— Quando vierem soldados, enfrentamos com generais. Quando vierem águas, construímos barreiras — respondeu ele calmamente, voltando sua atenção para o vídeo.Naquela noite, a notícia da conferência global foi oficialmente divulgada, com convite estendido a todas as instituições espaciais, incluindo Chen Mo e o Centro Espacial Flying Ant. O evento ganhou grande destaque nos meios de comunicação.Rapidamente, a internet foi inundada de opiniões e provocações:— Todo mundo sabe que isso é uma armadilha para Chen Mo. Ele seria tolo se fosse.— Se não tiver coragem nem para participar, como ele pode reivindicar Marte como propriedade?— Marte pertence a toda a humanidade! Ele não tem direito de monopolizá-lo.— Será que ele ousa aparecer? Se for, pode ser eliminado lá mesmo.— Quero ver se ele tem coragem.As opiniões públicas se intensificaram, e todas as atenções estavam voltadas para o Grupo Formiga, aguardando a resposta de Chen Mo.