Enquanto isso, Apolo e Sekiro continuavam sua conversa, aproveitando um raro momento de tranquilidade.
Sekiro foi o primeiro a falar, sua voz carregada de curiosidade:
"Apollo, o que você acha que eles estão conversando?"
Apollo, suspirando, respondeu com um toque de preocupação:
"Talvez sobre minha irmã. Só espero que Astracar não fique com raiva do pai."
Sekiro sorriu de canto, já prevendo as reações de Astracar:
"Conhecendo ele, duvido muito. Ainda mais com Maria Bonita pedindo para conhecê-lo."
Apollo mudou de assunto, sua voz carregada de admiração e surpresa:
"Mas Sekiro, falando nisso... Astracar é um monstro. Nunca vi alguém crescer tão rápido em apenas dois anos!"
Sekiro riu suavemente, mas com uma pitada de orgulho:
"Apollo, pensei que você já estivesse acostumado com o crescimento rápido e o instinto de combate daquele garoto."
Apollo cruzou os braços, pensativo:
"Ainda é chocante. Parando pra pensar: os dois maiores monstros do continente são irmãos. Mas, ainda assim, meu sobrinho está longe de se equiparar à sua irmã."
Sekiro assentiu, a intensidade nos olhos revelando seu respeito pelos irmãos:
"Sem dúvidas, eles são incrivelmente fortes. Só consigo imaginar o que vai acontecer quando meu mestre puder ajudar sua irmã. Afinal, esse é o objetivo dele... e também destruir o culto de Santirama."
Apollo olhou para Sekiro, curioso:
"Mas me fala, Sekiro, em que estágio Astracar está?"
Sekiro balançou a cabeça, lembrando-se da última conversa que tiveram:
"Você não perguntou a ele? Ele me disse que já está no estágio Amortal, mas não me falou o Rank. Ainda mais agora que esse pequeno monstro aprendeu a esconder sua força. Não temos como saber ao certo."
Apollo riu, reconhecendo a habilidade do jovem:
"Sem dúvida, meu sobrinho é um pequeno monstro. E o fato de ele esconder completamente sua força... Isso é assustador."
Os dois se entreolharam por um momento e começaram a rir. Mas, de repente, suas risadas foram interrompidas por uma sensação intensa. Duas grandes energias emanavam de onde Astracar e o imperador estavam.
A tensão no ar era palpável.
Sem dizer uma palavra, Apolo e Sekiro se levantaram e caminharam em direção à sala. Os guardas, sentindo a gravidade do momento, os deixaram passar sem questionar.
Quando Apolo e Sekiro abriram a grande porta, suas expressões, antes tensas, relaxaram ao escutarem duas risadas que ecoavam pela sala. Entre as risadas, ouviram a voz firme de Astracar dizer:
"Se eu sou um pequeno monstro, você é um grande monstro, avó."
Mais risadas se seguiram, preenchendo o ambiente com uma estranha sensação de familiaridade e respeito. Apolo e Sekiro trocaram olhares confusos, mas aliviados. Eles se aproximaram cautelosamente, seus passos ecoando pelo salão enquanto as risadas diminuíam.
O imperador, sentado ao lado de Astracar, ergueu os olhos com uma expressão séria, mas tranquila. Ele fitou Sekiro e Apolo por um breve momento antes de dizer, com uma voz firme e autoritária:
"Cheguem perto."
Os dois obedeceram prontamente, seus corações ainda batendo forte com a intensidade das energias que haviam sentido. O que estava por vir era incerto, mas eles sabiam que, quando o imperador falava, grandes revelações estavam prestes a acontecer.
O imperador olhou diretamente para Apolo, sua voz carregando o peso de gerações e de decisões que moldariam o futuro do reino.
"Apollo, como meu sucessor," ele começou, suas palavras cuidadosas, mas firmes, "quero que dê todo o apoio que Astracar precisar. Em nome de Maria Bonita, ele será reconhecido como parte da realeza deste reino."
As palavras reverberaram pela sala, e o impacto delas não foi pequeno. Apolo manteve a postura firme, mas havia uma leve surpresa em seus olhos. Ele sabia que Astracar estava destinado a coisas grandes, mas ser reconhecido como parte da realeza elevava a situação a outro nível. Sekiro, ao lado de Apolo, permaneceu em silêncio, observando atentamente as reações.
Astracar, por sua vez, manteve um leve sorriso no rosto, mas sua expressão era difícil de ler. Ele entendia o que aquilo significava, tanto em termos de poder quanto de responsabilidade. Ser reconhecido como realeza não apenas fortalecia sua posição, mas também aumentava as expectativas sobre seus ombros.
Apolo assentiu, cruzando os braços diante do imperador e de Astracar.
"Eu entendo, imperador. Farei o que for necessário para apoiar Astracar."
O clima na sala estava carregado de significado, e a conexão entre as gerações de líderes estava mais forte do que nunca.
Astracar, pela primeira vez, se dirigiu a Apollo de uma maneira mais pessoal, com um leve sorriso no rosto:
"Tio Apollo, acho que irei viajar para visitar minha irmã."
O título familiar soava quase estranho na boca de Astracar, mas havia algo genuíno em suas palavras. Ele então voltou sua atenção para Sekiro, seus olhos brilhando com a expectativa de uma resposta.
"Sekiro, você vai querer me acompanhar?"
Sekiro, que até aquele momento observava tudo com uma calma típica, esboçou um pequeno sorriso. O convite de Astracar não era uma simples proposta de viagem; significava seguir em uma nova jornada, com desafios e talvez revelações ainda maiores.
"Claro," respondeu Sekiro, com um brilho nos olhos. "Serei sua espada e seu escudo, onde quer que vá."
Apollo não conseguiu conter um sorriso ao ouvir Astracar chamá-lo de "tio" pela primeira vez. Havia algo simples, mas profundamente significativo naquele título, que trouxe uma sensação de proximidade e afeto entre os dois. Ele havia observado o crescimento rápido de Astracar como guerreiro, mas ser reconhecido como família era um gesto que o tocava de forma especial.
"Fico feliz em ouvir isso, Astracar," disse Apollo, seu tom mais suave do que de costume. "Se precisar de qualquer coisa, estarei sempre por perto."
Aquele momento, por mais breve que fosse, parecia fortalecer ainda mais os laços que os uniam, preparando-os para os desafios que viriam.
O imperador se levantou lentamente, seus passos firmes enquanto se dirigia a um grande baú ornamentado no canto da sala. Ele abriu o baú e retirou uma relíquia antiga, um artefato que parecia pulsar com uma energia ancestral. Ele a segurou por um momento, admirando sua beleza e poder, antes de se virar para Astracar e Apolo.
"Apolo," começou o imperador com um leve sorriso, "nós não usamos isso há muito tempo. Qual era o nome mesmo? Ah, lembrei... 'Inventário'."
Ele entregou a relíquia a Astracar, que a recebeu com uma mistura de respeito e curiosidade. O artefato brilhava suavemente em suas mãos, como se reagisse à presença dele.
"Essa relíquia será útil para você em sua jornada," disse o imperador. "Ela guarda um poder especial, permitindo que você armazene qualquer coisa que precisar, independentemente de tamanho ou quantidade. É um legado antigo da nossa família, mas está na hora de ela servir a alguém que realmente fará bom uso."
Astracar, surpreso e honrado, apenas assentiu enquanto observava a relíquia com cuidado. Ele sabia que aquela era uma peça valiosa e que lhe daria uma vantagem imensa em suas futuras missões.
"Tio Apollo," disse Astracar, sorrindo de novo, "parece que minha jornada para ver minha irmã vai começar de maneira ainda mais interessante do que eu esperava." Assim Astracar se prepara para a jornada de volta para sua casa.