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Chapter 36 - Capítulo 35

Princesa Shahnaz POV:

— Me alegro que tenham chegado a tempo, general. – digo apenas as palavras que esperam de mim, enquanto estamos diante de todos. 

Decreto o descanso das tropas, mas os comandantes seguem para cumprir a minha ordem apenas depois que todos se encarregam de carregar os corpos e limpar todo o pátio.

Seguimos para o interior do palácio, todos nós precisamos de um bom banho e descanso, vamos direto para nossas alcovas e minhas damas me esperam, veem que tenho cortes nos braços, preparam a tina e aproveito a água quente para relaxar, saio e me enxugo, me visto e aguardo o curandeiro para por um preparado para as feridas, então vou para o meu leito e descanso.

Desperto algum tempo depois, Lila, Pari e Zena se apressam para me arrumar e logo estou pronta para ir ao salão do banquete, encontro com a Imperatriz, Mirza e todos os nobres, a quem agradeço o apoio na guerra, vejo que estão machucados, mas sem gravidade e louvo Ahura-Mazda por isso. 

Terminamos a nossa refeição e todos retornam para suas alcovas, enquanto eu sigo direto para os aposentos do Imperador, como sempre tenho costumado a fazer, buscando saber sua situação a cada noite. 

Desta vez encontro o grande Shahanshah repousando, sua febre tem cedido, afinal estamos no décimo quinto dia da sua enfermidade e tratamento, mas seus sintomas com dores, mal-estar, tosse e vômitos não cessam, mas a esperança volta a brilhar em nossos olhos. 

Retorno aos meus aposentos e descanso tranquilamente.

Assim que amanhece, minhas damas adentram a alcova e me dão a notícia de que Atefeh está muito mal no harém, foi flechada em nossa guerra contra os rebeldes. 

Espero que meu banho seja preparado, Zena me arruma e Pari me adorna, então encontro com a Imperatriz nos corredores do palácio e juntas seguimos para o harém. 

Dara nos leva até Atefeh e a vemos em agonia e febre na cama.

— Saiam daqui, pensam que eu vou morrer? Estão muito enganadas. – Atefeh vocifera.

— Reverencie a Imperatriz e a Princesa, Atefeh. – Dara recomenda e ela cospe no chão.

Não me importa se você morrerá agora ou não, o fato é que a verei morta em breve. – a Imperatriz pega em seu queixo com violência e diz, em seguida pede um lenço e limpa sua mão. 

— Me diga o que ela fez, Dara. – Atefeh pergunta desesperada, enquanto a Imperatriz e eu saímos.

Sorrimos com cumplicidade uma para a outra, afinal estamos fartas da Atefeh, mas nada aprontamos apenas a deixamos com receio, o que é algo bom. 

Seguimos ao salão do banquete e desfrutamos da refeição e boa companhia, em seguida somos surpreendidos por uma convocação para todos nós, inclusive as esposas dos nobres, seguirmos para a sala do trono. 

Assim que adentramos, vemos o Imperador sentado em seu trono, fazemos a reverência e sorrimos, me posiciono ao seu lado esquerdo e a Imperatriz à sua destra, mas ele me faz descer e ficar à sua frente.

— Convoquei todos aqui porque tenho assuntos importantes a tratar e deve ser na presença da corte. – o Imperador diz e sua voz parece em tom normal.

— Muito nos alegra que o grande Shahanshah tenha retornado ao trono. – Babak diz e todos concordamos.

— É verdade que a regente tem feito um excelente trabalho, mas ninguém supera o nosso Imperador. – Fravardin diz e mais uma vez todos concordamos.

— Soube do engano dos rebeldes ao general, levando as tropas à Susa e Pasárgada. – o Imperador diz.

— Não deveria ter tomado tal decisão, Majestade, mas a informação me pareceu correta. – digo.

— Toda a corte esteve de acordo, Majestade. – Sirdar Asha diz.

— Essa decisão poderia ter nos custado o império. – Shahanshah diz.

— Nunca o entregaria e lutaria até a minha morte. – digo.

— Até a morte de todos os membros da minha corte. – o Imperador diz. 

Nesse momento eu reflito sobre as minhas decisões, realmente de forma intempestiva coloquei em risco não apenas a minha vida, como a de toda a família, corte e império, podendo não ter restado nada agora. 

— Tem razão, Majestade. Não soube como tomar tais decisões. – reconheço e todos os nobres nos observam atentamente.

— Reitero que em todos os momentos estivemos de acordo. – Heydar diz.

Foi uma ousada estratégia, Shahnaz, que eu não apenas não teria adotado, como não permitiria que fosse executada, mas a bravura do sangue de um jovem consegue tamanhos prodígios que os mais velhos jamais compreenderão, como fazer esses nobres Senhores lutarem em uma guerra. – o Imperador diz, me fazendo sorrir. 

Vejo a tensão dos nobres se desvanecendo aos poucos. 

— Sou grato pelo empenho dos nobres Senhores nesta batalha pelo império, suas feridas serão as lembranças desse momento que jamais nenhum de nós poderá esquecer. Cada um de vocês será ainda mais rico como recompensa por esse ato. – Shahanshah diz. 

— Comandantes Cy, Dareh, Jaspe e Gaszi a vocês dou não apenas o meu reconhecimento com agradecimento, mas com moedas de bronze e prata, que lhe são entregues agora pelo general e descanso de uma semana, o mesmo repouso que darei ao exército. – o Imperador diz.

— Ao mártir dessa guerra, o honrado comandante Simin, o funeral com todas as honras, auxílio para seus filhos e esposa, até que se estabilizem. – Shahanshah diz.

— Muito generoso, Majestade. – Babak diz. 

— General Jahangir, mais uma vez realiza um ato heroico chegando a tempo de salvar o império, debelando definitivamente os rebeldes e defendendo a Princesa Shahnaz... – o Imperador começa a dizer.

— Foi a Princesa Shahnaz quem matou o líder dos rebeldes, terminando definitivamente a guerra. – o general diz.

— Mas foi a sua espada empunhada que manteve sua proteção e todos os inimigos afastados para que ela tivesse a tranquilidade de lutar com o líder até matá-lo. Pude ver de minha alcova. – Shahanshah diz e todos ficamos surpresos com sua revelação.

— Todos estão cientes da gravidade da enfermidade que me sobreveio e que se tornou a minha desgraça, morrerei em breve, mas quero que meu legado seja eterno e que a glória de meu tempo seja conhecida por toda a Pérsia. 

— Não diga isso, Majestade, ainda viverá muitos anos. – Sarod diz.

— Sua glória e seu reinado são conhecidos por todo o império. – Fravardin diz.

— Seu legado jamais será esquecido, Majestade. – Príncipe Mirza e Sarosh dizem ao mesmo tempo. 

— Todos os sábios estão fazendo tudo o que podem para curá-lo, Majestade. – Sohrab diz.

Anuncio o casamento arranjado do Príncipe Mirza com a Shirin, filha do Sirdar Ohrmazd da Pérsia, daqui um ano, já que esse mês ambos estão completando dezessete anos. – o Imperador decreta.

— Como quiser, Majestade. – Mirza diz. 

— Depois de muitos dias de reflexões e aconselhamentos, tomo uma decisão que há de mudar definitivamente o rumo e o destino da família imperial, sinto que isso se torna muito mais do que um dever de Imperador, mas de governante, nobre, pai e amigo. – Shahanshah introduz o assunto e ninguém compreende ao certo.

— Ao contrário do que pode se pensar ao meu respeito, conheço bem intimamente o amor, tanto que entendo que é impossível dominar o coração quando admiramos tão profunda e sinceramente uma pessoa. Assim como compreendi que não se pode separar duas almas que parecem estar interligadas de tal maneira que não suportam subsistir sem a outra. Minha decisão por fim é consentir o amor do general Jahangir e Shahnaz, permitindo que se casem, já não suporto ver o sofrimento que causei a ambos separando-os. – o Imperador declara, nos deixando emocionados. 

 Então ordena que nos aproximemos dele.

— Quero pedir a sua permissão para amar e desposar a Princesa Shahnaz, Majestade. – general Jahangir pede e faz uma reverência diante dele. 

Então o Imperador põe a minha mão direita sobre a mão do general.

— Lhe concedo o direito de amar e desposar a Princesa Shahnaz, meu jovem general. – o grande Shahanshah diz e lágrimas vêm em abundância aos nossos olhos. 

— Que a celebração do casamento se faça em no máximo um mês. – o Imperador pede e sorrimos com a pressa, mas concordamos. 

Então somos cumprimentados por todos e logo o Imperador nos dispensa, afinal precisa de repouso urgente.

Vamos ao salão do banquete e todos já começam a falar sobre os detalhes da nossa celebração do casamento, a conversa é bastante agradável e quando terminamos a refeição, decidimos dar um passeio no jardim, com a supervisão das minhas damas.

— Meu amado Jahangir, nossa batalha teve um final feliz. – digo e sorrio.

— Ainda não chegamos no final, minha amada Shahnaz, a vida sempre será a nossa batalha. – ele diz e segura minhas mãos.

— Tem razão, saímos vitoriosos de mais uma então. – digo e olho para as flores.

Devemos isso ao Imperador, que consentiu em nos casar. – ele

diz.

— Você sempre desejou a sua aprovação. – digo e volto a olhar em seus olhos.

— Sim e seu consentimento diante de todos muito me honrou, afinal sou um plebeu, guerreiro da terceira classe que ascendeu graças a benevolência do Imperador que me tornou um nobre. – Jahangir diz e seus olhos estão marejados. 

— Graças à sua nobreza de caráter e seus atos heroicos. – digo e ergo levemente seu queixo.

— Apenas você, Shahnaz, para fazer com que eu me sinta um verdadeiro nobre. – ele diz e sorri.

— Você o é, basta enxergar isso dentro de você. – digo e sorrio.

Voltamos para as nossas alcovas e eu mal durmo de tanta felicidade essa noite.

 

O Narrador: 

No harém, Dara e as servas cuidam de Atefeh para que ela se restabeleça do ferimento da flecha, fazem os preparados e infusões que os curandeiros ensinam e lhe dão, aos poucos a terceira esposa do Imperador vai se sentindo melhor. 

Val está cada dia mais feliz com seu casamento, Sarosh é um esposo dedicado e atencioso, dando-lhe muito carinho todas as noites, já que os dias são reservados aos afazeres do palácio e sua esposa compreende suas limitações.

Morvarid acaba de saber que está grávida e imagina que agora Behrooz será mais atencioso e presente, afinal o primeiro filho está a caminho. Ghoncheh está com dificuldades para engravidar e pede aconselhamento às concubinas e esposas sobre alguma beberagem para que possa acelerar esse processo ou será que ela tem algum problema? Se for assim pode ser repudiada pelo marido.

Todas ficam felicíssimas quando a notícia do consentimento do Imperador para o casamento entre o general Jahangir Azimi e a Princesa Shahnaz toma conta do palácio, será uma festa grandiosa, de certo sete dias de festejos. 

Vashti e a Princesa Shahnaz começam a elaborar tudo para a celebração do casamento, iniciam com cada detalhe, desde a louça mais fina, os músicos mais requintados, a seleção de canções perfeitas, quem serão os convidados, as flores ideais, a decoração mais luxuosa, o banquete mais primoroso do cozinheiro e as bebidas selecionadas, passam semanas até decidir tudo.

Shahnaz segue fazendo suas aulas sobre como cuidar do marido, filhos, palácio, harém, como ser uma boa anfitriã, boas maneiras, como cuidar de sua beleza, canto, dança, instrumentos musicais, tudo para que seu marido seja plenamente feliz. 

Enquanto isso, as costureiras reais preparam os vestidos e roupas, começando pelos prometidos, então os Imperadores, Príncipes, esposas secundárias e nobres. Há muito para ser feito e tudo deve ser bordado à mão, por isso são contratadas muitas ajudantes talentosas.

No decorrer desse tempo, a saúde do Imperador tem se deteriorado muito, está cada vez mais emagrecido e pálido, continua a recusar comida, se alimentando em poucas porções e ocasiões, vomitando em grande volume, sentindo mal-estar, dores do ventre e na cabeça, a febre alta retorna, deixando novamente todos preocupados. 

Na ausência do Imperador, Shahnaz continua como regente, segue para as audiências e resolve tudo o que é necessário, decide e julga todas as questões e tudo tem estado na mais perfeita e pacífica ordem. 

 

General Jahangir Azimi POV:

No dia seguinte à audiência com o Imperador, como é folga para todos do exército, inclusive para seu general, assim que desperto, me arrumo e sigo para o salão do banquete e assim que saio, encilho meu cavalo e sigo direto para a casa dos meus pais, preciso lhes contar as novidades.

Adentro a casa já chamando por eles, que vêm e me dão abraços e beijos.

— Com um sorriso tão grande, acredito que tenha boas novas. – papai diz.

— Excelentes notícias. – digo.

— Então se apresse em dizer. – mamãe diz, curiosa.

— Vou me casar. – digo e espero pela reação deles, que apenas me observam.

— Não me cumprimentam? – pergunto.

— Está feliz? – mamãe pergunta.

— É um casamento arranjado? – papai pergunta.

— Sim e sim. – digo, deixando-os ainda mais curiosos.

— Explique isso direito, menino. – mamãe exige.

— Grande Shahanshah finalmente permitiu e consentiu que eu ame e despose a Princesa Shahnaz, compreendeu que não podemos viver separados. – digo e meus pais celebram cantando, pulando e chorando de emoção.

Eu digo que os Azimi choram. 

— Meu filho, jamais pensei que isso fosse acontecer, nem mesmo em meus melhores sonhos, Ahura-Mazda ouviu minhas preces. – mamãe diz.

— Eu acreditei em seu sonho, meu filho, um dia você conquistaria o seu mundo e ele é Shahnaz. – papai diz.

Ambos me abraçam e informo a data do casamento para eles, passamos o dia todo juntos e nos divertimos, então retorno para o forte. 

Vão se passando os dias e as semanas tão rapidamente conforme vou me envolvendo nos preparativos do casamento, há muito para se resolver, mas principalmente para as mulheres, já que os homens cuidam apenas de mandar os mensageiros com os convites, de mandar vir as decorações, flores e outros itens mais pesados que elas precisarão. 

Confesso que estou cada dia mais ansioso, viveremos na alcova da Princesa ao casar, é muito maior e mais elegante que a minha, não que eu me importe, mas são as conveniências. 

Falta apenas um dia, é amanhã o dia mais feliz de toda a minha vida e mal sei o que fazer no último dia de solteiro, penso apenas em ir em Persépolis para cavalgar um pouco e espairecer. 

Encilho meu cavalo e sigo pelas ruas, sentindo o vento bater em meu rosto, passo pelo comércio e continuo cavalgando a toda velocidade, passo pelas terras dos meus vizinhos e todos acenam para mim, paro no lago e decido tomar um banho naquela água fria, tiro a roupa e experimento a sensação, quando de repente vejo uma figura conhecida à beira das águas com o rosto coberto por um véu, Marjan. Saio e visto a minha roupa.

— Quanto tempo, general. – ela diz.

— Poderia ficar a minha vida inteira sem revê-la. – digo.

— É um prazer revê-lo também. – ela diz ironicamente.

— Mas nada vai tirar meu bom humor hoje, nem mesmo você. – digo. 

— Por quê? – Marjan pergunta.

— Amanhã eu me caso com a Princesa Shahnaz. Adeus! – digo, monto em meu cavalo e saio cavalgando.

Retorno ao palácio e sigo com meus deveres, afinal mesmo sendo o prometido, ainda sou o general e preciso zelar por toda a segurança da celebração, depois porei Cy e Dareh para comandar tudo. 

 

Princesa Shahnaz POV:

Desperto pensando que amanhã estarei casada, minhas damas chegam e preparam meu banho, me vestem com um vestido verde acinturado e bordado, penteiam meus cabelos e põe o véu da mesma cor, me adornam com pulseiras, colar, anéis, brincos e coroa, calço as sapatilhas e sigo para o salão do banquete. 

Encontro meu prometido, a família e os nobres, nos alimentamos e conversamos, assim que terminamos, sigo para o harém e faço meus tratamentos de beleza, afinal preciso estar belíssima para amanhã e me entrego nas mãos das servas, me deliciando com tantos mimos e cuidados o dia todo, enquanto as concubinas cantam e dançam para me distrair.

— Você está ansiosa? – Zenda senta ao meu lado e pergunta.

— Estou claro, amanhã será o dia mais feliz de toda a minha vida. – digo.

— Você não tem curiosidade sobre a vida de casada? – Monir pergunta.

— Não, afinal conhecerei tudo a partir de amanhã. – digo. 

— Não me diga que não tem medo da primeira noite. – Gatha diz e é repreendida por Bibiana.

— Sei que meu esposo me ensinará tudo o que preciso saber. – digo timidamente. 

— E se o general não for um esposo carinhoso? – Rita pergunta em tom de brincadeira.

— Óbvio que ele será, amando-a tanto assim. – Madge diz e todas concordam.

Me servem frutas, doces e sucos, me levanto apenas para experimentar os meus vestidos, que estão tão lindos, só retorno para os meus aposentos ao anoitecer, para descansar para o grande dia. 

Desperto com os primeiros raios de sol e os pássaros cantando, minhas damas adentram a alcova cantarolando canções de amor e com flores nas mãos, que espalham pelos vasos que decoram os meus aposentos, que a partir de agora serão preparados para as nossas núpcias, enquanto eu me arrumarei apenas no harém.

Sou conduzida para o harém pelas minhas damas e todas as mulheres me esperam, além dos músicos, há um clima festivo e muito agradável me esperando, que me deixa emocionada. 

Me despem e conduzem para o banho em regra, com água perfumada e pétalas de rosas, relaxo enquanto as servas esfregam meu corpo, então saio e elas me enxugam e depois deito e recebo massagens com óleos preparados para que a pele fique macia e cheirosa, enquanto penteiam meus cabelos, pintam meus olhos e passam carmim em meus lábios, nesse momento vejo chegar o meu vestido e cada adorno. 

Sou vestida com todo o esmero, meu vestido é acinturado e ricamente bordado, esse primeiro tem tons dourados e azuis, cobrem os cabelos e o rosto com o véu, calço os sapatos, as servas me adornam com as pulseiras, colares longos e curtos, anéis, brincos, enfeites para os cabelos e pendentes para a testa e a coroa. 

Agora estou pronta para o primeiro cerimonial do primeiro dia do meu casamento, mal posso acreditar que meu sonho está se realizando e devo ao Imperador. 

 

General Jahangir Azimi POV:

Mal consigo dormir à noite, mas desperto antes do amanhecer, sigo para o quarto de banho, entro na tina e relaxo com a água quente preparada pelos servos há pouco tempo, hoje está perfumada e tem pétalas de rosas, esfrego a minha pele e desfruto dessa sensação, então saio e me enxugo, olho para o armário e vejo todas as roupas que usarei no casamento e sinto a emoção de não ser mais um homem solitário a partir de hoje. 

Quando começo a me arrumar, ouço alguém bater na porta e vou atender, é Asthad, que vem me ajudar com as vestes e agradeço imensamente, afinal não estou acostumado a usar trajes tão elegantes quanto esses com tantas peças, o tom escolhido para essa primeira ocasião é o bege e dourado, meus cabelos ficarão soltos e estou sem barba porque sei que minha amada gosta de me ver sem a barba espessa. 

— Como está o Imperador, Ashtad? – pergunto.

— Ainda muito enfermo, mas não deixará de comparecer ao casamento de sua herdeira, está nesse momento se preparando e será levado ao trono. – ele diz, me deixando feliz e preocupado.