Ao entoar a maldição o corpo de Luke começou a desmaterializar em partículas, a partir dos pés ele foi se desfazendo. Porém, quando a única parte de seu corpo que restava era sua cabeça, inesperadamente, seu rosto que fingia medo e horror revelou um sorriso, e nos últimos milésimos de segundo ele disse sussurrando:
— Te peguei!
Logo após Luke desapareceu em nada. A velha, que até então revelava um sorriso zombeteiro, escureceu seu semblante lentamente, com face indistinguível se apoia nos braços da cadeira que há muito se deteriorou, e com sons de estalos que não se sabia se vinha de seu corpo ou da cadeira se levantou, e disse:
— Interessante... Muito interessante, parece que já descansei o suficiente, acho que se esqueceram de quem eu sou.
Seus olhos, antes ordinários agora carregavam o breu não humano, e então, seu corpo explodiu em penas, pretas e brancas, dentre as quais uma carregava consigo um brilho carmesim, que flutuava em meio às ruína e às outras penas que recebiam pouca luz da única janela aberta no ambiente. A pena carmesim se desfez em gotas de sangue, e pingaram, no teto da casa formando o nome "Luke Blackstone". um vendaval de repente sopra pela porta quebrada, fazendo as penas voarem e se espalharem pelo mundo, onde desapareceriam da vista. O nome porém continua pingando sangue do teto, sem sinais de secar.
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Em uma floresta sem nome, numa noite chuvosa com raios incessantes, onde o chão se enlameava e raízes se retorciam, partículas surgiram e imediatamente tornaram a girar e voar, em meio à tempestade, e então começaram a se aglutinar, tornando possível algo extraordinário, uma pessoa surgia, começando pelos pés. Trovões gritavam cada vez mais alto, como se estivessem estabelecendo seu domínio, até que as partículas finalmente sumiram, tomando seu lugar Luke, que com trajes formais: terno, gravata e sapato social, logo ficou completamente encharcado, e seu sapato, antes brilhoso agora afundava na lama.
— Eu não poderia chegar em melhores condições, parece que o céu preparou especialmente uma entrada triunfal para mim haha, nem tudo sai como planejado.
Luke disse com sorriso de canto de boca, logo começou a andar na esperança de achar alguma pessoa para saber onde está. Entretanto, o destino tinha outra coisa planejada a ele, uma exaustiva hora depois, a lama já sujou até seu joelho, quando inesperadamente ele vê em meio a chuva um lobo que se encolhia, encostado em uma árvore, aparentemente machucado, e na frente do lobo a 15 metros de distância uma aranha, a maior que ele já viu em sua vida, se aproximava passo a passo do lobo, sendo que aparentemente nenhum dos dois o haviam notado. Em tal situação inusitada ele rapidamente pensa "eu não sei onde estou, mas vendo essa aranha, suponho que não seja a Terra. O lobo está ferido, pelo tamanho deve ser um filhote", e então uma ideia rapidamente brilha em sua mente, apesar de não ser particularmente uma pessoa caridosa, ele pensa que o filhote provavelmente tem uma mãe, se ela já não foi comida pela aranha, no entanto se a mãe estiver viva e melhor ainda, for forte, salvando seu filho conseguiria seu favor, "os lobos costumam ser fiéis, pelo menos na terra eram" pensa Luke, que rapidamente toma uma decisão.
Ele escala uma árvore o mais rápido possível, e quebra o galho mais firme e afiado que encontrou nos poucos segundos, com seu sons não discretos sendo mascarados pelo barulho da chuva e trovões. A aranha que tinha um olho enorme e seis outros menores em volta, oito pernas com pelos tenebrosos em todo o corpo está a 2 metros apenas do lobo, e finalmente salta em direção ao lobo. Luke, que estava na árvore esperando o momento certo finalmente salta de cima segurando o galho afiado, concentrando todas suas forças em suas mão mirando no maior olho da aranha, julgando que deva ser um ponto fraco. Mas em pleno ar, a aranha olha pra cima e encara Luke, que estremece, sentindo seu fim, e bate suas patas no chão, para parar a investida e pula em direção ao Luke nessa fração de segundos, com sua boca aberta. Luke, em uma tentativa desesperada de sobreviver redireciona o galho de seu olho para a boca da aranha.
Até que de repente...