Sob o céu estrelado, Yan, um jovem de olhos ardentes, permanecia na beira do penhasco, seus cabelos ao vento dançando em sintonia com a brisa noturna. Seus olhos estavam fixos no horizonte, onde um barco voador dos cultivadores imortais cortava os céus como um raio de luz celestial. O brilho prateado da embarcação transcendental iluminava a escuridão, marcando a passagem dos mestres do Qi espiritual que navegavam entre as estrelas.
Enquanto Yan observava, uma mistura de admiração e determinação se acendia em seus olhos. "Um dia", murmurou para si mesmo, "eu também vou ascender aos céus e me juntar aos cultivadores imortais. Nenhum obstáculo será grande demais, nenhum desafio será insuperável." As estrelas pareciam sussurrar palavras de encorajamento, alimentando a chama da ambição dentro dele.
Naquela noite, sob a luz cintilante do firmamento, Yan jurou que trilharia o caminho dos cultivadores imortais, desafiando destinos celestiais e buscando alcançar alturas inimagináveis. Seu destino estava entrelaçado com os fios do Qi espiritual, e ele estava determinado a tecer sua própria lenda nos vastos domínios do Xuanhuan.
Enquanto Yan estava perdido em contemplação sob as estrelas, a voz suave de sua mãe, Zhang Mei, ecoou pela noite. "Yan, venha para casa, querido. O jantar está pronto." Ela se aproximou dele, enrolando um xale desgastado ao redor dos ombros para protegê-lo do frio noturno.
A família de Yan vivia à margem da sociedade, numa humilde casa feita de tábuas gastas. Sua alimentação consistia principalmente de vegetais descartados por comerciantes, resgatados das pilhas de lixo nos mercados. Zhang Mei, com sua força inquebrável, sustentava a família sozinha, cuidando também de sua filha mais velha, Li Na.
Ao seguir a mãe de volta para casa, Yan contemplava a figura esbelta de Li Na, cujos olhos refletiam uma determinação semelhante à sua. A falta do pai, desaparecido desde o nascimento de Yan, pairava como uma sombra misteriosa sobre a família. No entanto, apesar das adversidades, a chama da esperança brilhava nos corações deles.
Sentados em torno de uma mesa simples, compartilhando a refeição modesta, Zhang Mei sorriu para seus filhos. "Um dia, vamos superar essas dificuldades. Seu pai pode ter partido, mas seu espírito vive em vocês. Juntos, construiremos nosso próprio destino."
Naquela noite, sob o teto humilde que chamavam de lar, a promessa de Yan às estrelas tornou-se também um compromisso com sua família. A chama da determinação ardia mais intensamente, pois ele jurava transformar a adversidade em força, elevando não apenas a si mesmo, mas também aqueles que amava. A jornada de Yan no caminho dos cultivadores imortais começava não apenas pelos céus, mas a partir das raízes de sua própria história.
As chamas rugiam, e o confronto com os bandidos estava longe de ser favorável para Yan. Seus esforços valentes foram insuficientes, e ele se viu cercado pela escuridão que se manifestava tanto nos céus quanto na crueldade dos invasores. A esperança parecia desvanecer-se quando, de repente, uma figura corajosa emergiu das sombras.
Zhang Mei, a mãe destemida, enfrentou os bandidos com uma coragem que ecoava o trovão em meio à tempestade. Sua determinação era uma chama brilhante que desafiava as trevas, mas ela sabia que o sacrifício era inevitável para garantir a segurança de seus filhos. Com um gesto decisivo, ela empurrou Yan e Li Na na direção da floresta densa, onde a escuridão oferecia um manto protetor.
"Vão! Não olhem para trás!", gritou Zhang Mei, desafiando os bandidos com uma bravura incomparável. O brilho das lágrimas em seus olhos refletia a dor de uma escolha difícil, mas também a força de uma mãe que sacrificaria tudo por aqueles que amava.
Os passos apressados de Yan e Li Na ecoavam na noite, mas a melodia do sacrifício ecoava ainda mais alto. Zhang Mei enfrentou os bandidos com a firmeza de uma leoa protegendo seus filhotes, e sua coragem se transformou em um legado que guiaria Yan e Li Na nos desafios que estavam por vir.
Na penumbra da floresta, Yan olhou para trás uma última vez, vendo a luz da coragem que sua mãe emitia. O brilho de sua determinação se tornou uma estrela guia, indicando um caminho através das sombras para um futuro incerto. A jornada de Yan nos domínios do Xuanhuan agora se mesclava não apenas com o Qi espiritual, mas também com a memória de um sacrifício materno, alimentando a chama de sua busca por justiça e redenção.
Os pés de Yan batiam apressadamente contra a folhagem seca enquanto ele conduzia Li Na pela floresta escura. A fumaça da aldeia ardendo pairava no ar, misturando-se com a umidade noturna. Eles se aventuraram mais profundamente na escuridão, buscando refúgio entre as árvores que pareciam ocultar segredos e mistérios.
Enquanto corriam, uma sensação inquietante o fez parar. Uma sensação de ser observado. Yan olhou em volta, mas a escuridão parecia apenas um oceano impenetrável. No entanto, uma sombra se destacava entre as sombras. Uma figura feminina, misteriosa e etérea, observava-os silenciosamente.
Os olhos de Yan encontraram os dela por um breve instante, e uma onda de calafrios percorreu sua espinha. Quem era ela, e por que os observava? Li Na agarrou a mão de Yan, olhando para ele com a expressão temerosa, compartilhando a mesma sensação de inquietude.
A misteriosa figura desapareceu nas sombras, mas a presença dela continuou a assombrar Yan enquanto ele e Li Na continuavam sua fuga. Uma sensação de urgência se misturou à curiosidade, pois o destino deles agora parecia entrelaçado com algo mais complexo do que eles poderiam compreender.
Com passos mais cautelosos, Yan conduziu sua irmã pela floresta, mantendo-se alerta para qualquer sinal da sombra que os observava. A noite se desenrolava como um mistério, e o que aguardava na escuridão seria revelado apenas com o passar do tempo.