O ano era 2195, em uma localização que ecoa as vibrações tropicais do estado do Rio Grande do Norte, ergue-se uma cidade naquele lugar há pouco tempo, menos de 30 anos atrás quando deram início a sua criação, localizada mais ou menos perto da capital, a cidade de nome Solerie. Nela, um sistema único dita a hierarquia social: o Rank a qual as pessoas estão sempre condicionadas. Neste mundo novo e exótico e cheio de cores, a cidade de Solerie brilha sob o sol escaldante, onde cada indivíduo é categorizado pelo seu valor no sistema de Ranks.
As ruas de Solerie são como um labirinto de edifícios modernos e vibrantes, onde a arquitetura contemporânea se mistura com os elementos tradicionais da cultura nordestina. Palmeiras dançam sob a brisa suave, enquanto as fachadas das lojas exibem uma mistura fascinante de influências culturais. Entre os vendedores de acarajé e barraquinhas de tapioca, há uma sensação constante de celebração, mas também de competição.
Na cidade, cada rank é definido pelos seus pontos de luta e assim, também são válidos como dinheiro e outras coisas de valor, tais pontos são determinados por suas habilidades e conquistas. Desde os Ranks mais baixos, onde as pessoas lutam diariamente pela sobrevivência, até os Ranks mais elevados, onde a elite desfruta de privilégios inimagináveis, a cidade é um verdadeiro mosaico social. Os cidadãos com Rank mais alto são tratados com reverência, enquanto aqueles de Rank mais baixo buscam constantemente maneiras de ascender na escala social.
Enquanto ventos quentes e salgados que passeiam sobre o oceano acariciam as praias de Solerie, tal também é um palco de intrigas, rivalidades e amores proibidos, onde cada um é protagonista de sua história e está em uma constante busca pela sua própria ascensão no sistema de Ranks.
Em uma sala estranha, extremamente mórbida, com paredes brancas e bastante lisas, podemos observar a situação tensa a qual uma pessoa estaria passando a frente de um avaliador de Ranks de uma aliança de refinadores, a Guerreiros de fé.
— Diego Mello, sou um refinador de Quartzo.
— Irei verificar seus atributos, peço que aguarde.
[INICIANDO INSPEÇÃO]
Nome: Diego Mello
Rank II: Quartzo;
Poder total: 28.
[FINALIZANDO INSPEÇÃO]
— Para um mero refinador de Rank II poderia ser um tanque para a nossa aliança, mas prefiro que você fique longe, não queremos pagar indenizações a famílias. — A voz doce e robótica da mulher do sistema ecoava como algo ruim para os ouvidos de Diego, bem como as palavras da pessoa que o julgava.
Ele estava à frente de um secretário de Aliança, a qual queria ter uma oportunidade de adentrar em alguma delas, mas, acabava de ser rejeitado pela segunda vez.
"Não querem pagar indenizações... Bando de gente mesquinha."
Há tempos ele gostaria de poder aumentar seu nível, mas não conseguia pela dificuldade de ganhar experiência em combates, visto que sempre que entrava em algum campo encantado aleatório, todos os monstros disponíveis eram derrotados por refinadores de ranks mais altos que o dele, os de Bauxita e Hematita por exemplo eram os mais aproveitadores.
Refinadores era o termo usado para definir pessoas que tinham alguma habilidade para estar em campos encantados, tais eles que sempre estavam disponíveis em lugares aleatórios do mundo, mas poderiam ser conectados em um centro de portas aleatórias, as quais eram atraídos por algum tipo de feitiço que usavam.
De todos as alianças, a Guerreiros de fé era uma das menos influentes em todo o Brasil, mesmo assim, negava muitos refinadores que estariam em níveis abaixo de gipsita que era o rank IV da lista de Ranks por definições. O próprio clã era composto por refinadores de gipsita, e apenas 3 deles eram halita.
— Rejeitado? Essa é a vida que tenho...
— E aí, Diego??
— Rejeitado. — Seu amigo via sua expressão e ficava um pouco triste, mesmo assim colocava sua mão em seu torno como um sinal de apoio.
— Caramba, é uma pena, mas você sabe que é mais do que eles te avaliam, nenhum deles tem as habilidades que você tem.
— Nem habilidades eu tenho. Só tenho uma adaga de ferro que nem poderes incríveis tem, nada disso é nem mais possível colocar à venda, eu preciso parar de sonhar com isso e ir atrás de um emprego logo. — Ele se sentou em um paralelepípedo na saída do prédio da aliança e seu amigo repetiu o processo logo em seguida.
— Antes disso a gente poderia tentar entrar em um novo campo encantado para nos distrairmos, que tal?
— Um novo campo? Já estou louco para ir para casa... não aguento mais tantas rejeições assim, parece que todas as vezes que eu entro em um, eu só saio de lá por causa de um refinador nível V ou VI, não quero mais depender de apenas uma mera sorte.
— Mesmo assim, me sinto preparado o suficiente para ir atrás de uma, eu gosto do conceito de me divertir apenas, isso não é para a gente, Diego. Nós não podemos defender nosso país, devemos ir atrás de um emprego melhor nesse aspecto, você trabalha com professor particular de muitas pessoas, daqui a pouco vai poder ser um professor oficial quando acabar a faculdade. — Ele olhou para Diego e arrumou seu cabelo que cobria sua testa.
— Você já pensou sobre o que fazer assim que acabar a sua?
— Vou fazer a prova da OAB e ver se me torno um advogado justo aqui nesse país, sempre tive esse sonho, fazer direito não é fácil.
— Queria pelo menos ter uma classe... — Ele olhava para o chão com um pouco de desesperança, arrumava seu cabelo longo e o colocava para trás das orelhas. — Eu iria poder ao menos matar um dos monstros de nível III mesmo sendo um nível II.
— Bem, já temos algumas cartas de armas e poderes fascinantes, você sabe disso, olhe só, temos uma espada de aço com fogo!
[Rafael quer mostrar a você um item: Espada das Brasas de Aço]
[Deseja ver o item?]
[Sim] [Não]
— Rafael... essa arma é uma porcaria, nem mesmo refinadores que prestem usam isso sendo um nível I, quem diria eu sendo Quartzo vou usar isso aí? Enfim, eu acho que vou para casa mesmo.
— Mas... Diego, você precisa se acalmar, ficar triste assim só vai piorar as coisas para você, não gosto de ver um amigo meu assim, por este motivo digo que você deveria focar em um emprego realista e não em ser o herói do povo ou em ganhar dinheiro sendo um refinador.
— Talvez você tenha razão... no mais, vou dormir um pouco.
Naquele sol abrasador do finalzinho da tarde banhava as ruas de Solerie, e Diego caminhava pelas movimentadas avenidas da cidade, os passos ritmados ecoando entre os prédios altos. Seus olhos escuros observavam atentamente os detalhes da arquitetura única, enquanto ele começava a desvendar um monólogo peculiar.
Diego, com seu semblante pensativo, falava consigo mesmo como se estivesse em uma conversa íntima, alheio ao mundo agitado ao seu redor, via a loja que ele mais gostava de tomar café a sua frente, a SEVENCOF, criada pelo magnata Henri Cavalcante, até mesmo sua mãe vinha ali com ele apenas para tomar o café, mesmo não gostando de nenhuma outra comida daquela loja.
"Sempre gostei do número sete. Acho que é porque sete é um número mágico, dizem. Sete dias na semana, sete cores no arco-íris. Mas o que realmente me fascina é o quanto que essa loja que atrai até hoje, logo eu que sempre tomo seu excelente café nas manhãs de domingo. Uma tradição sem sentido, eu sei, mas me sinto invencível depois dela."
Diego sorriu, enquanto desviava habilmente dos transeuntes que se apressavam em direções opostas, enquanto ele puxava do bolso uma foto de sua avó, apertando-a com força e lembrando dos belos momentos que viveu com ela antes de sua partida.
"Que saudades... aposto que a senhora ainda lembra daquela velha loja de discos na esquina? Eles fecharam, e eu nem percebi. Costumava passar horas lá, folheando vinis antigos. Engraçado como as coisas mudam, você sempre amou aqueles discos velhos, e eu sempre comprei até eles fecharem. Agora, eu me pergunto o que aconteceu com aquele homem com quem eu sempre trocava recomendações musicais. Bons tempos."
Ele balançou a cabeça, como se tentasse sacudir as lembranças de sua mente.
"Ah, e aquela pizzaria ao lado da praça? Eles mudaram a receita da minha pizza favorita. Eu costumava ir lá toda sexta-feira. Você acredita que isso realmente me afetou? Às vezes, são as pequenas mudanças que nos pegam desprevenidos, não é?"
Diego virou em uma rua menos movimentada, permitindo-se um momento de reflexão sozinho, enquanto ainda segurando aquela foto, ele concluía prestes a guardá-la em seu bolso novamente.
"Espero que, onde quer que você esteja, esteja orgulhosa do caminho que escolhi. E obrigado, vó, por todos os momentos felizes que você me deu. Suas lições ainda guiam meus passos, mesmo quando você não está mais fisicamente ao meu lado. Não quero desistir de ser um refinador, mas... preciso realmente por um pé no chão."
Diego não aceitar aquele fato o deixava triste o suficiente para pensar que em algum futuro próximo ele ficaria preso a ser um mero professor cheio de sonhos em ser um refinador pelo menos que estivesse em um lugar mediano e pudesse se manter com aquilo. Ajudar sua mãe em casa... manter sua faculdade, tudo aquilo era difícil apenas sendo um mero professor, mas ele iria tentar mais uma vez, treinar e treinar.
[Um campo encantado está sendo aberto próximo a você, você gostaria de entrar no campo?]
[Sim] [Não] [Informações]
"O que? Um campo? Mas eles... não abrem assim do nada, sempre é avisado antes deles abrirem assim, mesmo que eu entre..."
— Informações.
[Campo encantando de nível II de nome Castelo da Ganância, este campo já tem alguém lutando, é necessário que você seja de nível II: Quartzo ou superior para entrar em tal campo.]
— Eu desejo entrar! — Diego viu um círculo de traços azuis abrir em sua frente e sem pensar outra vez ele adentrou.
"O que?? Há alguém lá dentro, o holograma do celular de Rafael deve ter avisado a ele também... Se acaso for... ele entrou no campo sozinho... merda, aquele idiota vai morrer, nem eu nem ele temos habilidade suficientes para entrar em um campo encantado sozinho, que idiota, idiota, idiota..."
[Adentrando no campo encantando: Castelo da Ganância]
— Rafa??
Nosso protagonista sai em um salão, com um teto quase 20 vezes maior que ele, vazio o suficiente para causar um eco enorme ao vê-lo daquela forma, uma arquitetura rústica o remetia lembrar dos tempos de império a qual o seu país passou, Solerie não era uma cidade fora de padrão, mesmo sendo recente, sua arquitetura moderna não escondia os vasos parecidos com aqueles que havia no lugar.
Diego abriu seu inventário ao apenas abrir sua mão.
[Espada de gelo Lv. 3] / [Poção de vida x5] / [Botas de couro]
— Espada de gelo. — A própria apareceu em sua mão.
"A merda que eu me meti aqui vai feder tanto se eu estiver realmente sozinho... eu não pensei direito em aparecer aqui... se não for o Rafa e for alguém de alguma aliança, não terei poder de fogo para contê-lo."
Andando pelo castelo, o próprio Diego ficou surpreso ao não conseguir ver nenhum tipo de recompensa para poder pegar, parecia que alguém já havia feito o saque ali, levado tudo o que poderia ser de valor e até mesmo que não poderia ter valor algum.
"Saqueadores... as alianças ultimamente não estão deixando nem para os solos..., mas... o que é aquilo?"
Marcas de pegadas, não só uma marca dos pés, mas... algumas 10 de uma vez só, a forma como estavam distribuídas não parecia ser da mesma pessoa, ou existiam mais humanos ali ou havia algum pequeno grupo seguindo alguém, o tanto que Diego analisou aquilo ali era suficiente para perceber que algo errado aconteceu por ali.
— GUUAAHHH!!!!!!
"Grito de guerra???"
Diego olhou para frente e viu rapidamente passar diante seus olhos um objeto, em uma velocidade extrema, como se estivesse voando para o outro lado do enorme corredor a qual ele estava e ao sentir o impacto, ele viu o que realmente era...
"Um corpo?? Espera... essa força... Rank V??? Eu estou... em um campo de alto nível, mas então... o sistema errou? Era uma de Rank II... não pode ser que eu fui pego em um bug do sistema?"
Um campo de Rank V, era uma diferença gigantesca, ao analisar melhor o rapaz, ele viu seus números bem na sua frente...
"23000 pontos de poder... e ele está arregaçado assim... o que foi que aconteceu com ele?"
Vestindo uma capa branca com adereços azuis, o homem branco e de cabelos negros estava com sérios sangramentos em seu corpo, Diego imóvel não conseguia pensar em algo para ajudar naquele momento, apenas... na sua inevitável morte naquele lugar. Uma situação complicada, ele não sabia se defender nem contra os monstros de Rank II, quem diria de algum com cinco ranks acima do dele, o caminho para o final era morrer que nem um idiota ali.
"Que presença..."
[Orc Verde, nível de poder atual: 32500, aproximadamente 6 metros de altura, empunhando um bastão de madeira]
Um ser gigantesco voou em direção ao homem na parede, desferindo um soco bem no seu rosto, fazendo uma pressão enorme contra ele na parede, deixando sua cara cada vez mais enxarcada de sangue. Mesmo assim...
— Impacto rebote! — Uma forte luz saiu daquele homem empurrando o monstro para longe e podendo fazer com que Diego visse seus olhos laranjas, seu coque enorme e sua pele verde quase pálido, era uma criatura horrenda e muito mal-formada.
"Orcs..."
Diego correu até o homem e pegando uma poção de cura, ele tentou a abrir para colocar na boca do homem.
— Não tenta... não vai adiantar. — Ele dizia aquilo com muita dificuldade.
— Mas... você precisa ficar forte para tirar a gente dessa.
"Meu Deus, se ele morre aqui, é morte para mim na certa, não vou aguentar o suficiente para pelo menos aguentar a minha hora que preciso passar aqui com este monstro colossal"
É necessário que se passe pelo menos uma hora dentro de um campo encantado para poder sobreviver e sair do lugar, logo, fazia menos de 10 minutos que Diego havia chegado ali, desta forma, sua sobrevivência era durar até completar o ciclo da hora no campo.
— Eu não quero poção... — ele abriu um pouco da capa e mostrou a hemorragia. — Está externa e internamente... não vou sair daqui, na verdade... não preciso sair daqui mais, este é o meu limite.
— Senhor... eu nem sei seu nome, não sei de nada... eu só queria vir salvar meu amigo, o campo apareceu... — Ele segurou suas mãos e colocou nela um papel enrolado.
[Thomas o quer entregar um pergaminho raro, você aceita?]
[Sim] [Não]
— Significa que o meu pedido de socorro alcançou até você.
— Pergaminho?
— Apenas... pegue. — A dificuldade em falar era enorme o suficiente para ele estar quase silabando as palavras, em outras línguas, em pouco tempo ele morreria. — Pergaminho do Soberano Temporal.
— Por que você está dando isso a mim?
Naquele momento, o Orc se aproximava com uma ferocidade intensificada, agora em uma desabalada corrida, sua velocidade notavelmente amplificada.
"Se ele pegar a gente agora... será o fim."
— Múltiplas Barreiras! — Outra magia... agora uma que criação várias paredes em direção ao Orc que agora tinha mais alguns obstáculos para enfrentar e o homem a frente de Diego, mais uma vez acelerava o processo de sua morte.
— Sua vida...
— É... eu sei, está indo com Deus, mas eu preciso que você use o pergaminho e se salve, eu só queria entregar para uma pessoa... este alguém é você, Diego.
— Como você sabe meu nome??
— O sistema me avisou... — O sistema escolheu o protagonista. — Vamos, pegue meu SmartRank[1] e conecte ele até o seu celular, você vai ter acesso a tudo por ele... — O homem estava passando tudo para nosso protagonista.
[Sistema SmartRank implementado]
— Eu não sei lutar, muito menos usar tudo isso...
— Só precisa dizer um comando... — Cada palavra pronunciada, era parte de um processo doloroso para Thomas. — Ative o comando... Proclamar Alma.
— Então...
"Proclamar Alma é um comando de um refinador de classe mago, então isso significa que ele é um mago... não... o sistema diz que ele é um guerreiro, não há como as pessoas terem tantas habilidades de guerra e saberem usar magias diferentes sem serem magos."
— Ande logo!! — O Orc estava vindo na direção de ambos.
— PROCLAMAR ALMA!
Diego gritou segurando o pergaminho que imediatamente sumiu de sua mão e ao ver uma luz saindo de todos os cantos do corpo de Thomas, ele percebeu que sua vista ficou escura e assim, fechou seus olhos de vez. Todos os itens que havia ali no corpo do refinador de rank V estava sendo colocada no inventário do nosso protagonista.
— Lute... e seja um dos melhores. — Ele deixou uma carta cair do seu lado antes de evaporar completamente.
Diego abriu os olhos e conseguiu enxergar tudo.
[Você recebeu um aumento extremo de poder, agora seu nível de poder é de aproximadamente 25600, você agora é um classificado Rank V]
"Eu ainda não sei o que aconteceu comigo, mas... não tenho sequer um tempo para pensar nisso agora, preciso focar em escapar daqui."
— GUAAAAAAAAAA!!!!
À medida que a penumbra se apossava do antigo castelo, o som inconfundível do caminhar do Orc reverberava pelos corredores labirínticos, como um tambor macabro anunciando a chegada do pesadelo. Cada passo da criatura era um estrondo sinistro, ecoando nas paredes de pedra gastas pelo tempo. O odor ameaçador de sua respiração putrefata misturava-se ao cheiro de mofo e mistério que impregnava o ambiente. Os corredores, outrora reverberando com a grandiosidade de eras passadas, estremeciam sob o peso do monstro que avançava, quebrando o silêncio ancestral com grunhidos selvagens.
"Preciso criar coragem, ele já fez parte do trabalho para mim, falta apenas eu terminar o serviço, Thomas... eu não tenho ideia de quem você seja, mas espero que eu consiga honrar o seu nome com minha pequena força."
Os gritos de batalha ressoavam entre as antigas pedras, transformando o corredor em uma arena de pesadelo, onde o medo pairava no ar como uma sombra impenetrável. O castelo, outrora imponente, agora era palco de um confronto entre a tradição e o terror encarnado, enquanto o Orc, em seu avanço inevitável, lançava uma sombra ameaçadora sobre a herança do passado.
Erguido perante a besta implacável, no lugar do antigo refinador que outrora foi levado ao vazio, ele conseguia sentir a aura de seu corpo muito mais forte que o normal.
"Os poderes que ele me deu, estão aflorando em meu corpo, espero que ele resista a tanta potência..."
[Agora, você possui uma arma melhor do que a atual que você tem, gostaria de poder utilizá-la na batalha?]
[Sim] [Não]
— Sim.
Ao aceitar, Diego ergueu sua mão, e num lampejo de energia mágica, um cajado imponente surgiu em suas mãos. O objeto, de um marrom profundo, estava adornado com detalhes prateados que reluziam com uma luminosidade mística. Na sua simplicidade, emanava uma aura de poder, como se tivesse sido esculpido pela própria magia que agora fluía através de Diego. O cajado pulsava com uma energia latente, como se estivesse ansioso para canalizar os elementos e desencadear a força que estava contida em seu cerne.
Diego admirou o cajado com um olhar de fascinação e respeito, sentindo a magnitude do poder que agora segurava. Era mais do que uma simples ferramenta; era uma extensão de sua vontade, um elo entre ele e os segredos ocultos que Thomas agora havia entregado a ele. O cajado, com sua presença imponente, prometia desencadear uma força formidável, e Diego sentiu um arrepio de antecipação e respeito diante da responsabilidade que agora repousava em suas mãos.
— Vamos... venha com tudo! — Ele gritou e o Orc após aparecer das sombras que os escondiam deu um berro gigantesco que ecoou e fez uma mínima pressão em Diego, avançado em direção ao nosso protagonista e tentando socá-lo, visto que ele havia deixado cair a sua arma.
A batalha se desenrolava em meio à escuridão da noite naquele imenso castelo, com o Orc avançando furiosamente, seus olhos laranjas brilhando como brasas em chamas. Sem arma alguma, ele dependia puramente de sua força bruta. Diego, ainda se familiarizando com o cajado recém-conjurado, enfrentava a tempestade com uma mistura de determinação e incerteza.
O Orc investiu com um golpe horizontal, visando esmagar Diego sob seu peso avassalador. Diego, lutando para se adaptar aos reflexos mágicos do cajado, mal conseguiu erguê-lo a tempo de bloquear o ataque, mas dando um tempo de desviar.
"Se isso me acertasse... eu estaria com metade da minha vida já comprometida... ainda bem que a minha velocidade também aumentou.".
O impacto foi tremendo, fazendo Diego recuar momentaneamente, mas ele manteve a postura, desesperado para aprender a utilizar a magia de defesa do cajado.
"Preciso ver o que essa belezinha pode fazer, vamos começar!"
— Informações!
[O Cajado do Soberano Renegado tem apenas três habilidades disponíveis para o seu nível atual, a seguir estão os seus nomes: Disparo Certeiro; Escudo de Valência; Exaustão]
— Disparo Certeiro!
"Isso tem que funcionar! Ele tem quase nada de habilidades..."
Recuperando-se, Diego retaliou com um feixe de energia mágica, mas o Orc, ágil apesar de sua fúria, desviou-se com uma rotação rápida de seu corpo massivo. O poder do cajado de Diego cortou o ar, deixando uma trilha de luz, mas não encontrou o alvo desejado.
O Orc, notando a brecha na defesa de Diego, avançou novamente com uma série de golpes brutais. Diego, porém, começou a se adaptar. Saltando várias vezes no ar com impulso nas paredes do castelo, aproveitando-se de seus novos atributos que agora possuía.
— Exaustão!
Ele usou a magia para criar ilusões, confundindo os sentidos do Orc. O monstro, momentaneamente desorientado, permitiu a Diego um breve instante para respirar.
"Exaustão... criou clones meus rapidamente... mesmo que eles não tenham nem menos 1 ponto de vida, mas são bons para enganar a visão do inimigo.".
A batalha se desenrolou em um ciclo de ataques e contragolpes. Diego, ainda tropeçando em alguns dos movimentos mais complexos, começou a canalizar a magia do cajado de maneira mais eficaz. A luz prateada do cajado pulsava com intensidade, e Diego começou a incorporar os ensinamentos do antigo possuidor. Dentre vários disparos certeiros, alguns acabaram acertando, isso seria uma vitória a curto prazo.
A cada contragolpe bem-sucedido, Diego ganhava confiança. Seus movimentos tornaram-se mais coordenados, e a magia fluía de forma mais natural. O Orc, por sua vez, começava a demonstrar sinais de cansaço. A dança entre a brutalidade do Orc e a aprendizagem rápida de Diego criava uma narrativa intensa, onde cada movimento era uma luta pela sobrevivência e domínio sobre as forças mágicas recém-adquiridas.
"Já entendi, vou ganhar dele no cansaço".
— Disparo certeiro.
Outro disparo certeiro, agora dessa vez nas pernas do Orc, ele estava diminuindo a velocidade e o próprio Diego estava ficando sem mana, daqui há pouco, ao acabar a mana, ele não poderia mais atacar o Orc e acabaria sendo extinguido daquele lugar.
A energia mágica que fluía pelo cajado de Diego começava a esmorecer, e a luminosidade prateada diminuía gradativamente. Ele sentia a exaustão se instalar, enquanto o Orc, notando a mudança, desacelerava seu passo furioso. O momento era crítico, mas nosso protagonista, impulsionado pela urgência, olhou para o cajado e, inspirado pelas memórias do antigo possuidor, teve uma ideia.
"Thomas não demonstrou ser apenas um mago, mas também apresentou habilidade de guerreiro, logo... esse cajado não é comum, por isso a falta de habilidades... bem, esta teoria vai ter que funcionar."
Diego decidiu utilizar o cajado de uma maneira diferente. Ele se concentrava na ponta afiada do artefato, buscando incorporar a dualidade de habilidades em seus ataques. O Orc, ao notar a hesitação momentânea de Diego, achou que a vitória estava próxima.
No entanto, ele empunhou o cajado como uma lança, visando as brechas na armadura improvisada do Orc. A ponta afiada cortava o ar, deixando rastros de luz à medida que Diego tentava explorar a habilidade guerreira inesperada que agora fazia parte de seu arsenal.
Os golpes, antes carregados apenas de energia mágica, agora ganhavam uma essência física. Diego, apesar de sua condição debilitada, confiava na destreza do cajado para compensar a falta de mana. Cada investida era uma dança coreografada de força e astúcia, onde Diego buscava encontrar pontos vitais no corpo do Orc.
— Exaustão.
Vários clones ficavam na frente do Orc que com poucos movimentos de braço os dissipavam como fumaça pelo ar, dando mais brechas para ataque corpo a corpo de Diego com sua velocidade, saltando e se apoiando nas paredes do castelo.
O Orc, surpreendido pela mudança tática, começou a retroceder, suas investidas brutais sendo contrapostas pelos movimentos calculados de Diego. O cajado, agora uma extensão afiada de sua vontade, cortava o ar em uma sinfonia de golpes precisos. A ponta do cajado, antes apenas uma ferramenta mágica, tornara-se uma arma afiada que permitia a Diego enfrentar o cansaço e a iminente falta de mana.
— Você está fraco, não?
— GUAA!!!
"Ele ainda encontra forças para lutar, onde? Preciso terminar com isso logo, antes que a brincadeira vire novamente.".
— Disparo Certeiro!
Um último disparo certeiro bem nos olhos do Orc, Diego, impulsionado pela urgência e pela necessidade de acabar com aquilo de uma vez, ergueu o cajado com determinação. Com a ponta afiada mirando diretamente ao rosto do Orc, ele desferiu um golpe preciso, acabando com a equalização do som com a intensidade de sua vontade.
— MORRA!
A luz prateada que pulsava na extremidade do cajado iluminou a cena por um instante, enquanto a ponta afiada se dirigia em direção ao rosto do Orc com uma destreza que transcendeu as expectativas. O som cortante do impacto reverberou pelo campo de batalha, seguido dos pés de Diego na testa do Orc, cravando a ponta do cajado na testa do adversário, marcando o momento em que a astúcia e a magia se entrelaçaram, desafiando a força bruta do Orc. O guerreiro antigo, agora com um artefato cravado no seu crânio pego pela surpresa do ataque certeiro, desabou no chão, abrindo uma rachadura naquele solo do castelo, caindo junto com Diego que ainda estava segurando o cajado ainda na mesma posição, respirando de forma bastante ofegante.
"Agora, acho que acabou..."
[Você derrotou Orc Verde, sua pontuação foi aumentada]
[+ 3500 de poder de luta foram adicionados aos seus atributos]
[Colete as recompensas]
— Por que ele tem uma aura roxa saindo de seu corpo?
[Colete a alma do Orc para aumentar seus pontos de prestígio]
— Pontos de prestígio? Sistema o que são esses pontos de prestígio?
[Pontos de prestígio é a sua habilidade única, uma vez com muitos pontos de prestígio, você poderá ter uma quantidade maior de possibilidades, exemplo: caso queira aumentar sua mana, basta usar seus pontos de prestígio, ou, caso queira aumentar a duração de algum efeito, basta usar seus pontos de prestígio como compensadores de tempo, podendo estender a duração de algumas habilidades, para coletar, defina um termo chave para realizar a coleta]
"Então, coletando a alma deles... eu ganho pontos que podem ser convertidos em qualquer outra coisa... meio mercenário, mas, eu gosto desse tipo de coisa.".
— Colheita. — Ao olhar para o Orc, recitou as palavras com um tom sério.
[Você aceitou coletar a alma do Orc, ganhou +300 pontos de prestígio]
Naquele momento o Orc estava evaporando e muitas bolinhas brilhantes estavam indo em direção a Diego. Algumas o rodeavam, mas outras estavam apenas conectando-se ao seu corpo na medida em que ele as admirava.
"Acho que encerrei por aqui.".
CONTINUA