Os adornos de ouro que adornavam o lugar conferiam uma aura mística à presença deles no santuário. Inúmeros sacerdotes estavam presentes, todos em silêncio, segurando velas em suas mãos. Indrax afirmava que eles eram os únicos capazes de manter uma conexão contínua com as divindades, 24 horas por dia.
Seja lá qual fosse o motivo para tal ligação, agora eles estariam prestes a experimentar algo semelhante. Posicionando-se à frente deles e encarando-os com seriedade, Indrax finalmente se manifestou após vários minutos de silêncio.
—Vocês terão três escolhas de magia, cada uma com suas peculiaridades, catalisadores e até mesmo distribuidores.
—Espera aí, que diabo é isso de peculiaridade, distribuidor e o caralho a quatro? — questionou Clayton, coçando a cabeça, o que lhe rendeu um tapa de Indrax.
—Como minha filha mencionou antes e como ensinei a todos vocês, nosso mundo é regido por três tipos de magia, sendo que duas delas são divididas em elementos.
—A primeira magia, conhecida como magia natural ou dos elementos, permite manipular os elementos naturais, conforme sugere seu próprio nome. Esse tipo de magia possui dois subtipos: a luz e as plantas. Cada elemento é regido por um dos 12 deuses, também denominados as grandes esferas — explicou Indrax, de maneira didática. Ele sempre demonstrava ser um excelente professor nesse aspecto.
—Entendi. E os outros dois tipos, quais são, oh, Mufasa? — Clayton perguntou novamente, incluindo uma piada no final.
Indrax soltou um suspiro. Logo em seguida, a cauda de Tyrus atingiu Clayton, recebendo um olhar raivoso em resposta. Antes que qualquer mal-entendido pudesse surgir entre eles, o professor retomou a explicação.
—O segundo tipo de magia, conhecido como magia sombria ou magia interior, permite ao usuário manipular elementos do corpo humano, como exemplificado por Indrax — explicou ele, aproximando-se de Tyrus. Retirou algo de dentro do peito dela, uma energia plasmática de cor neura. — Esta é uma das manipulações da alma, conhecida como Mantuwa.
—Espera aí, o que é isso que saiu de mim? — Tyrus indagou assustado. Indrax agarrou aquela energia fantasmagórica e a reintegrou ao peito dele.
—Eu sou adepto de um deus conhecido como Caelum. Ele me permite ver, manipular e tocar a alma das pessoas. O Mantuwa é a remoção de sentimentos e emoções, pois é na alma de vocês que residem as emoções.
—Então você está dizendo que, se escolhermos a magia interior, poderemos manipular almas e sentimentos? — Yone questionou. Indrax contornou o grupo após ouvir a pergunta e respondeu calmamente.
—Assim como as magias dos elementos têm seus deuses, as magias interiores também têm, sendo quatro deuses. Caelum apenas permite a manipulação das almas.
—Os outros três deuses concedem outras habilidades. — Após a explicação, Clayton mostrou-se totalmente animado com o que ouvira.
—Vamos, vamos, eu quero escolher! — Exclamava Clayton, saltando de um lado para o outro. Tyrus agarrou o macaco, fazendo um cafune em sua cabeça para acalmá-lo.
—Ele ainda precisa explicar o último tipo de magia. — Tyrus observou, enquanto Indrax se preparava para a próxima explicação.
—Pois bem, o último tipo é a magia armamentista. Caso algum de vocês escolha esta magia, poderá controlar a arma que bem desejar. Essa magia, também conhecida como magia rúnica, permite que você tenha um exército de armas à sua escolha.
—Tá, já entendemos. Agora vamos escolher, vamos! — Novamente, Clayton expressava sua empolgação.
Deste modo, o primeiro a escolher foi Ryzer. Aproximou-se de um portão feito de um mármore obscuro, sua energia era sombria e misteriosa.
Ao atravessar o imponente portão, Ryzer foi envolvido por uma cena extraordinária. Quatro pupilas, cada uma exibindo uma tonalidade única, fixaram-se nele com intensidade, suas miradas convergindo para o centro onde repousava um sapo. Era como se seus olhos penetrassem não apenas em sua aparência física, mas também na essência de seu espírito. Cada detalhe de Ryzer estava sendo minuciosamente observado por aqueles olhares penetrantes, criando uma atmosfera carregada de expectativa e mistério.
A Pupila vermelha meticulosamente examinava a essência da vida que percorria Ryzer, manifestando-se como uma corrente gélida que fluía por suas veias. Essa vitalidade, semelhante a um rio avermelhado, desenhava uma paisagem intricada e complexa, revelando nuances e matizes que denotavam tanto a força quanto a frieza inerentes ao seu ser.
O olho amarelo sutilmente penetrava nos recônditos da mente do sapo, discernindo não apenas seus sonhos e anseios, mas desvendando uma tapeçaria intricada de pensamentos. Uma aura vibrante emanava dos desejos do sapo, uma trama complexa que oscilava entre a busca por alguma divindade e a sombria narrativa de sua mãe, envolvida em um ato tão atroz quanto o canibalismo, consumindo seu próprio pai. Cada fragmento da psique do sapo era minuciosamente percebido pelo olho amarelo, desvendando camadas profundas de complexidade e tumulto emocional.
O olho verde, imponente em sua observação, mergulhava nas profundezas da alma de Ryzer, desvendando cada intricado traço de seu espírito. Cada matiz emocional, cada nuance de pensamento era minuciosamente escrutinado por aquele olhar penetrante, que se erguia como uma sentinela colossal diante da essência do sapo. Nada escapava à atenção do olho verde, pois ele desvendava os recônditos mais ocultos da identidade de Ryzer, criando uma atmosfera de introspecção intensa e revelação.
De maneira profundamente melancólica, a pupila negra fixava-se em Ryzer, acompanhada por sua sombra que, como uma testemunha silenciosa, desvelava tanto o passado quanto o presente do sapo. Cada pigmento sombrio na íris parecia absorver as narrativas entrelaçadas de suas experiências, enquanto a sombra, delineando os contornos de sua existência, projetava um espetáculo sombrio e detalhado. Nesse encontro entre a pupila e a sombra, desdobravam-se os episódios da vida de Ryzer com uma melancolia pungente, pintando um retrato vívido e complexo de seu caminho até o presente.
Entretanto, mesmo envolto por olhos vastos e flutuantes, apenas um deles despertava genuína emoção em Ryzer. A pupila escarlate, com seu olhar penetrante, estabeleceu uma conexão singular, provocando um interesse genuíno. O instante em que seus olhares se entrelaçaram foi como uma correnteza que o transportou para além, depositando-o diante de um imponente portão vermelho adornado por intrincadas pinturas.
A pupila escarlate, agora um farol focal em meio à vastidão dos olhos que o cercavam, induzia uma sensação de enigma e fascínio. A transição para o cenário do portão vermelho revelou-se uma experiência hipnótica, onde cada detalhe das pinturas na entrada colossal narrava uma história própria, mergulhando Ryzer em um mundo de simbolismo e significado oculto.
Ao atravessar o portão que se desvelava diante de Ryzer, o sapo humanoide ingressou em uma sala imponente, onde seus olhos logo se fixaram em um homem distante. Este figura exibia cabelos negros, olhos vermelhos penetrantes e trajes elegantemente elaborados.
A sala do trono revelava-se majestosa, com detalhes intrincados adornando suas paredes e pilares. A iluminação sutil destacava a presença imponente do homem à distância, criando uma atmosfera de solenidade e mistério. Enquanto Ryzer avançava, a figura enigmática à sua frente parecia aguardar com uma presença que misturava autoridade e elegância.
—Ora ora, o que temos aqui? Mais um sapo ambicioso desejando a minha essência de poder. Como se chama, pequeno anfíbio? — Indagou o homem pálido de cabelos negros, cujo olhar penetrante parecia desvendar os segredos mais profundos.
— Eu... eu sou o Ryzer, e desejo ter o seu poder. — Respondeu Ryzer, com uma mistura de ansiedade e determinação.
— Ryzer, nome interessante. Então, você, pequeno sapinho, deseja a minha dádiva de poder. Muito bem, venha cá. — O homem ordenou de forma imponente, e Ryzer se aproximou com cautela. Seu coração pulsava acelerado, enquanto a presença do homem emanava uma aura misteriosa e inquietante.
Logo, o braço de Ryzer foi capturado pelo homem de cabelos negros, que, com uma unha afiada, arrancou uma pequena porção do sangue gélido do sapo. O gesto era um rito sombrio, uma troca de essências que transcendia o físico, como se algo mais profundo estivesse sendo compartilhado naquele momento tenso. Ryzer sentiu uma conexão efêmera, uma parte de sua própria natureza sendo entrelaçada com o poder que emanava do homem pálido.
O sangue derramado de Ryzer escorreu em cascata sobre um cálice, repousando sobre uma mesa próxima, emanando uma aura que misturava repulsa e misticismo. O homem misterioso, Radu, cortou sua própria pele com um gesto firme, permitindo que seu próprio sangue fluísse em outro cálice. Esse cálice foi então entregue a Ryzer, criando uma atmosfera carregada de simbolismo.
— Meu nome, jovem sapo, é Radu. Eu sou você, e você agora é parte de mim — proclamou Radu, enquanto a troca de cálices selava um pacto sombrio entre os dois. A sala parecia impregnada de uma energia ancestral, onde as linhas entre Ryzer e Radu se entrelaçavam de maneira inexplicável.
Em seguida, Radu, agora revelando-se como uma extensão de Ryzer, tomou do cálice contendo o sangue do sapo. Ryzer, guiado por um instinto primitivo e sobrenatural, repetiu o gesto, consumindo o sangue de Radu. Esse ritual criou uma conexão profunda e misteriosa entre os dois, uma fusão de essências que transcendia o físico e entrava no reino do desconhecido. O olhar entre eles carregava a compreensão de que, a partir daquele momento, suas existências estavam intricadamente entrelaçadas.
No momento em que o sangue de Radu se misturou ao de Ryzer, uma conexão transcendental se estabeleceu. O sapo humanoide sentiu a presença de Radu como se ele estivesse intrinsecamente entrelaçado em sua carne, penetrando seus ossos, envolvendo seus nervos. Cada pulsação do coração, cada respiração, tornou-se uma sintonia entre os dois seres, criando uma fusão de existências que transcendia as fronteiras do físico.
Contudo, enquanto experimentava essa fusão, Ryzer também se viu submerso em uma visão peculiar. Por entre os matizes de seu próprio sangue, ele percebeu uma súplica angustiante, como um eco distante de alguém ferido e desejando desesperadamente ajuda. Essa nota dolorosa reverberava em sua consciência, criando uma dualidade de sensações entre a harmonia recém-descoberta com Radu e a urgência daquela suplicante presença.
Questionando Radu sobre essa visão enigmática, Ryzer foi repentinamente transportado de volta ao portão negro dentro do santuário, deixando para trás a sala do trono e a misteriosa conexão que havia sido estabelecida. O ambiente ao seu redor transformou-se novamente em sombras e mistérios, enquanto o chamado daquele pedido de socorro ecoava em seus ouvidos.
O primeiro a se aproximar de Ryzer carregava consigo uma expressão de preocupação, quase equivalente à de Mitra.
— Ryzer, você está bem?
— Eu estou, mas me sinto estranho — respondeu Ryzer, sua voz revelando um certo choque.
— Bem, isso é comum de acontecer, especialmente depois de selar um acordo com uma divindade — comentou Indrax, enquanto seus olhos demonstravam uma compreensão profunda das complexidades que envolviam os pactos transcendentais.
— Bem, isso não vai acontecer comigo — afirmou Yone, determinado, ao adentrar o portão obscuro.
Imediatamente, o Elfo se viu imerso na mesma visão que Ryzer. No entanto, sua experiência tomou um rumo único quando seus olhos encontraram a pupila amarela, que parecia absorver sua essência. Em um instante, Yone se viu transportado para diante de um enorme portão de um amarelo vibrante, cuja presença irradiava uma aura de mistério e poder.
O imponente portão se abriu, revelando uma visão deslumbrante: uma sala do trono esculpida em areia dourada. No centro, uma figura de energia cósmica em tons vibrantes de amarelo se destacava, imbuída de uma resplandecência que remetia ao brilho de inúmeras estrelas no céu noturno.
As paredes da sala eram formadas por grãos finos de areia que cintilavam sob uma luz mística. O teto aberto revelava um cosmos desenhado artisticamente, com constelações piscando em sincronia com a figura central. A atmosfera, impregnada de uma energia etérea, inspirava reverência diante da majestade da cena celestial que se desdobrava diante de Yone.
Sentado majestosamente no trono, uma figura emanava uma energia amarelada que transcendia os limites do comum. Essa presença cósmica, enraizada na essência do amarelo, pulsava com uma luminosidade que revelava a conexão intrínseca com os segredos do universo. Cada contorno da figura no trono parecia ser esculpido a partir da própria substância cósmica, criando uma impressão de ser feita de estrelas e névoas celestiais. Seu olhar, penetrante como os raios solares, refletia uma sabedoria ancestral enquanto observava Yone com uma calma transcendental.
— Um Elfo em meus aposentos, isso é inesperado. Então, vamos lá, meu caro convidado, diga-me seu nome.
— Yone. Me chamo Yone, e desejo a sua dádiva, por favor.
— A dádiva do sonhar, algo nobre para se almejar. No entanto, você tem a responsabilidade de caminhar com ela — respondeu a figura, sua voz ressoando em uma rima misteriosa enquanto se aproximava.
— Bem, eu não sei se tenho a responsabilidade, mas posso tentar — respondeu Yone, uma pitada de incerteza em sua voz.
A figura estendeu sua mão na direção de Yone, que prontamente a apertou. Num instante, Yone viu seus sonhos desdobrarem-se diante dele, cada visão carregada de promessas e possibilidades. No entanto, entre os contornos dos seus próprios sonhos, ele percebeu a angustiante presença de alguém suplicando pela liberdade. Era como se os sonhos estivessem entrelaçados, formando uma teia complexa de desejos e anseios.
Logo após essa visão, Yone foi lançado para fora daquele plano espiritual, retornando bruscamente ao santuário. O impacto da experiência reverberava em sua mente, deixando-o com a intriga dos sonhos compartilhados e o eco da súplica por liberdade ainda ressoando em seus ouvidos.
Tyrus direcionou seu olhar para Yone, no entanto, ao invés de oferecer ajuda, um sorriso escapou de seus lábios ao perceber que Yone estava tão abalado quanto Ryzer.
Ignorando a situação dos seus colegas, Tyrus avançou em direção a outro portão, uma imponente estrutura branca adornada com runas resplandecentes. O portão se abriu diante do rapaz, revelando um interior que emanava uma luz etérea. Ao adentrar, deparou-se com seis cristais posicionados estrategicamente, cada um pulsando com uma energia única.
A atmosfera dentro do novo espaço era carregada de uma calma singular, enquanto as runas brilhavam, insinuando uma fonte de poder e conhecimento que aguardava ser explorada por Tyrus.
Ao atravessar o limiar daquele portão branco, Tyrus emergiu em um ambiente impregnado de uma luz suave e serena. Diante dele, um conjunto de seis cristais distintos irradiava cores e energias diversas, cada um pulsando com uma expressão única.
Os cristais, dispostos estrategicamente, pareciam conter segredos e conhecimentos específicos, cada qual representando uma faceta única de poder. A sala, banhada por essa luz celestial, proporcionava a Tyrus uma atmosfera envolvente, instigando sua curiosidade sobre os mistérios que essas gemas cristalinas guardavam em seu âmago. Cada cristal parecia sussurrar promessas de sabedoria e capacidades latentes, aguardando serem descobertos pelo intrépido aventureiro Dragão
O primeiro cristal emanava um calor tão intenso quanto os raios do sol, preenchendo a sala com uma paixão ardente. Sua luminosidade vibrante transcendia as nuances conhecidas, desafiando a própria natureza das cores. O ambiente se banhava em uma aura que provocava sensações, uma fusão caleidoscópica de calor e cor que envolvia Tyrus de maneira irresistível.
Ao se aproximar, podia sentir não apenas o calor físico, mas também uma energia apaixonante que parecia pulsar do núcleo do cristal. Cada reflexo de luz dançava como chamas dançantes, criando um espetáculo visual que sussurrava promessas de fervor e vitalidade. O primeiro cristal, como um sol encapsulado, convidava Tyrus a mergulhar nas profundezas de seu fulgor vibrante, despertando uma fascinação crescente por suas potenciais revelações.
O segundo cristal apresentava um azul profundo, reminiscente de uma correnteza vigorosa diante do jovem dragão. Essa tonalidade envolvente criava a sensação de estar diante de uma força vital, uma corrente viva que pulsava com uma energia protetora e, ao mesmo tempo, imbuída de uma serenidade cativante.
Ao se aproximar, Tyrus percebia a luminosidade azulada, que parecia exalar uma tranquilidade inata. Cada onda de cor parecia uma respiração rítmica, convidando à contemplação e instigando um sentimento de segurança. O segundo cristal, como um guardião das águas profundas, sussurrava a promessa de proteção e calma, alimentando a curiosidade de Tyrus sobre a natureza única de seu poder e as possíveis revelações que ele guardava.
O terceiro cristal emanava uma solidez inabalável, assemelhando-se à terra inquebrável. Sua presença imparcial destacava-se entre os demais, oferecendo uma sensação de estabilidade e resistência única.
Ao se aproximar, Tyrus sentia uma aura de firmeza que emanava do cristal, como se fosse uma rocha eterna no meio da sala. A superfície da gema exibia texturas que remetiam a uma paisagem rochosa, cada detalhe parecendo esculpido pela passagem de eras. Esse terceiro cristal, em sua imparcialidade, evocava a imagem da terra sólida e inquebrável, instigando a imaginação de Tyrus sobre a força e a durabilidade que poderiam residir em seu cerne.
Um cristal cinzento flutuava livremente entre os outros, dançando no ar assim como flutuava diante de Tyrus. Sua coloração cinza, longe de ser monótona, parecia carregar uma gama sutil de matizes, como uma névoa misteriosa que se movia de maneira elegante e livre.
Ao se aproximar, Tyrus notava a falta de um padrão definido no cristal cinzento, como se contivesse segredos ocultos que ainda não podiam ser decifrados. A leve flutuação do cristal conferia uma sensação etérea, como se estivesse à mercê das energias circundantes, revelando uma natureza versátil e enigmática. Este cristal cinzento, em sua dança graciosa, sussurrava mistérios ainda não desvendados, provocando a curiosidade de Tyrus sobre as possíveis revelações que ele poderia oferecer.
Um cristal roxo desencadeava uma agressividade palpável através de seus raios cor de ameixa, uma energia que não apenas preenchia o ambiente, mas também impactava até mesmo o jovem dragão. Cada fio de cor roxa parecia carregado de uma intensidade elétrica, criando uma atmosfera eletricamente carregada que reverberava com uma energia vibrante.
Ao se aproximar, Tyrus sentia os raios roxos ressoarem em sua própria essência, provocando uma reação visceral. A energia agressiva do cristal tinha o poder de cutucar as emoções e desafiar a resistência do jovem dragão. Este cristal roxo, com sua aura enérgica e provocadora, apresentava-se como uma força desafiadora, instigando a intriga de Tyrus sobre os limites de sua própria resistência diante de tal poder.
O último cristal emanava uma frieza gélida, congelando tudo ao seu redor, exceto os outros cristais que pareciam imunes à sua influência gélida.
Mesmo diante da agressividade aparente do cristal roxo, Tyrus não demonstrou medo. Com ousadia, tocou no cristal, desaparecendo e reaparecendo em outro lugar ao lado de uma figura desconhecida.
O ambiente se transformou em um quarto dominado por tons roxos e amarelos, e Tyrus, momentaneamente distraído pela atmosfera peculiar, logo percebeu uma presença ameaçadora.
— Posso saber o que está fazendo no meu quarto? — questionou a figura.
— Desculpe, estou procurando por alguém chamado Uro — respondeu Tyrus, mantendo sua compostura.
— Outro arauto inconveniente. Algum problema, senhor Uro? — perguntou Tyrus.
— Sim, o problema aqui é você — respondeu Uro, exibindo uma aura imponente.
— Estou aqui apenas para realizar minha elevação e tentar lembrar do meu passado — explicou Tyrus.
— E tinha que fazer sua elevação justo comigo? — retrucou Uro, demonstrando frustração.
— Não sei por que te escolhi, mas gosto de raios. Mesmo sendo destruidores, têm uma certa beleza neles no céu.
Ao ouvir essas palavras, Uro diminuiu sua aura imponente, ficando mais calmo e sem jeito.
— Tá bom, está bom. Aperta logo minha mão antes que eu esmurre a sua cara.
Tyrus estendeu um dos braços, sentindo a eletricidade envolvê-lo. Em meio às tempestades, vislumbrou uma súplica de liberdade, uma voz desejando ajuda. Após esse vislumbre, foi lançado para fora dali, retornando ao portão branco.
— Tyrus, está tudo bem? — questionou Azarah, preocupada. O meio dragão se levantou, compartilhando suas sensações e descrevendo como as coisas estavam estranhas.
— Bom, estranhas ou não, estou indo. Vejo vocês do outro lado, bocós — declarou Clayton, entrando no portão. Ao deparar-se com os seis cristais, foi imediatamente atraído pelo calor e paixão emanados pelo cristal vermelho. Clayton agarrou-o, sendo levado para uma cena de sauna.
No novo cenário, ele se viu diante de uma figura sensual e apaixonante, que exalava uma aura de sexualidade em sua aproximação.
— Olha só, um primata fofo. Faz eras que não vejo um primata — disse a figura feminina, aproximando-se enquanto sussurrava em um tom prazeroso.
— Então, gostosona, eu quero o seu poder. Quero queimar as coisas, entendeu o papo — respondeu Clayton sem muita cerimônia. A moça, revelando-se como Embra, sorriu e disse:
— Então, macaquinho, você quer o meu calor. Mas será que você me entregaria o seu?
— Claro que sim, boneca. Eu entrego, desde que eu possa criar bolas de fogo — retrucou Clayton. Embra sorriu novamente, beijando a testa do macaco, enquanto uma troca de energias e intenções se desdobrava nesse encontro peculiar.
A energia entrelaçada entre Clayton e Embra permitiu que o macaco sentisse as chamas ardentes de seu coração, bem como as chamas de alguém clamando por socorro. Essas chamas envolventes culminaram em uma sensação avassaladora, antes de Clayton ser transportado para diante do portão branco, onde pulou de alegria em contraste com os outros.
Azarah sabia que era a última a fazer sua escolha. Ela caminhou com passos firmes até o portão e atravessou-o sem demonstrar medo.
Ela alcançou o cristal que brilhava com as cores dos mares e, num instante, se viu transportada para uma praia.
Ali, ela avistou uma moça de cabelo e olhos azuis como o céu, que usava um biquíni e um chapéu de palha. A moça sorria enquanto molhava seus pés nas ondas do mar imenso.
— Vejo que você é uma filha da água. Qual é o seu nome, minha cara? — perguntou Azarah, curiosa.
— Meu nome é Aqua, e qual é o seu desejo com o meu poder, linda Azarah? — respondeu a moça de olhos azuis, com uma voz doce.
— Minha ilha foi invadida por um tirano, e eu preciso de você para libertá-la — contou Azarah, com determinação.
— Bem, minha encantadora Azarah, você tem a leveza dos mares, e por isso eu vou lhe dar isso — falou Aqua, estendendo a mão.
As duas se cumprimentaram com um aperto de mão delicado, e Azarah sentiu a leveza dos mares correndo em seu ser.
Porém, também ouviu os clamores de liberdade de alguém durante esse momento. Era a voz de Aqua, que estava presa naquele cristal.
Logo depois, Azarah foi devolvida para frente do portão, onde a complexidade de seus sentimentos se combinava com a descoberta do poder que acabara de ganhar.
— Bom, agora que todos vocês receberam suas dádivas, voltem para o instituto. Vocês precisam descansar — ordenou Indrax, e assim, obedecendo suas palavras, todos adormeceram.
Contudo, quando suas consciências despertaram, encontraram-se em um lugar escuro com uma única figura central.
Um homem de cabelos brancos e pretos acorrentados. Diante dele, permaneceram em silêncio, sem proferir palavra.
Em resposta, o homem simplesmente agradeceu a presença deles, chamando os cinco de salvadores. A atmosfera do lugar emanava uma mistura de gratidão e um apelo silencioso por liberdade, criando um momento de conexão entre aqueles que agora compartilhavam destinos entrelaçados.