Eu fui vê-la no intervalo da escola, como sempre ela havia sofrido bullying de outros alunos, ela estava sozinha no canto do pátio, ninguém passava nem perto de onde ela estava, foi quando resolvi me aproximar, eu nunca havia reparado muito nela, me incomodava ela sofrer tanto apenas por conta de sua nacionalidade, mas nunca parei para analisar sua aparência, nunca havia percebido que ela utilizada um chapéu semelhante ao chapéu da Marinha e que ela tinha belíssimos cabelos tons de prata, quando me aproximei ela já se encolheu achando que eu estava lá para feri-la, vendo essa reação dela eu percebi o quão traumatizada ela estava ficando por conta de todos os outros alunos, foi então que me sentei do lado dela e tentei conversar com ela, porém nunca fui muito bom em me socializar, afinal ninguém queria ser meu amigo já que eu simplesmente não seguia a crença deles e nem do lado oposto, parando para pensar acho que é por eu não seguir nenhum dos lados que eu acabei sendo esquecido e não me tornando alvo de bullying, mas eu deixei todo esse meu lado que não sabe socializar de lado para tentar me tornar amigo dela, então eu perguntei como ela se chamava, ela respondeu de forma apreensiva.
...Nadia...
Eu não havia conseguido ouvir muito bem por conta disso pedi a ela para que repetisse
...Nadia Von Hartmann...
Ela tinha um belo nome, porém ainda sentia grande medo de mim por conta de todos os outros alunos, por isso me apresentei como Zephyr Wolfe, ainda estava difícil de eu conseguir manter uma conversa com ela por ela ainda estar bem apreensiva comigo, então fui perguntando mais sobre ela, tentando fazê-la ver que eu não iria machuca-la, fiz isso por uns 10 dias sem parar, nos primeiros dias estava sendo em vão, até que um dia ela me questionou.
...Por que? Por que você está ficando comigo todos os dias? Eu nunca irei confiar em alguém que só quer me machucar, afinal tudo que vocês fizeram até hoje foi isso, vocês nunca sequer pensaram em como eu me sentia, sofrendo na mão de vocês todos os dias, essa é a anarquia que vocês tanto defendem?!
Eu fiquei um tanto em choque, dava para ver em seus olhos lágrimas genuínas de tristeza, eu não sabia muito como responder a isso, porém eu sabia que o meu real objetivo era fazer com que ela se sentisse melhor, jamais iria ousar machuca-la, isso ia contra meus próprios princípios de nunca machucar alguém, que irônico não é mesmo, eu que tinha como princípio nunca machucar ninguém quando tinha 6 anos, acabar me tornando o melhor soldado do mundo aos meus 20 anos, mas voltando, eu respondi ao que ela me disse de maneira mais séria.
Eu jamais iria te machucar, nem ninguém porque isso vai contra meus princípios e eu estou ficando com você por eu ver como as pessoas agem quanto a sua nacionalidade e eu não admito que tratem ninguém assim, eu nunca irei aceitar que machuquem pessoas, principalmente se elas nunca fizeram nada contra elas, eu estou com você para te dar um apoio.
Eu por algum motivo acreditava que ela iria confiar em mim quando eu dissesse isso, acho que eu era muito ingênuo, afinal muita gente faz isso para ganhar a confiança de alguém e pouco depois destroem toda a confiança que tinha à traindo, nesse caso seria eu fingir que estou sendo amigo dela para futuramente machuca-la emocionalmente, coisa que eu jamais faria nem com meu pior inimigo, foi então que ela respondeu:
Eu não acredito em você, vocês não são confiáveis, tenho certeza que você só quer me machucar.
Eu era ingênuo demais para perceber que ela podia me achar apenas mais uma pessoa que iria machuca-la, por isso fiquei muito triste com isso, foi quando chegaram garotos que de fato queriam machucar ela, eles chegaram já derrubando o lanche dela no chão e ela se encolheu com medo e chorando, foi quando eu percebi que eu precisava intervir de alguma forma, mas não sabia como, agi por instinto eu simplesmente pulei e agarrei o mais forte deles pela cintura, não sabia muito o que fazer então a última cena que me lembro é de ver a Nadia correndo para longe, após isso o garotos me bateram e eu caí no chão, consegui impedir que a Nadia fosse machucada novamente, porém isso custou um pouco a mim, pois quem foi machucado naquele dia havia sido eu, mas se a Nadia estava bem eu não me importava, ao fim do dia eu encontrei Nadia na saída da escola, eu ainda estava machucado, minha perna estava bem machucada então eu estava mancando, mas fui falar com ela:
Nadia, você está bem? Eles não te machucaram não né?
Não... Não me machucaram, eu estou bem. Mas ao que parece você não está tão bem, não é mesmo? - Perguntou Nadia com uma voz mais preocupada
Uh?... Ah, isso?! Não é nada demais, pode ficar tranquila, já passei por coisa pior, só é um pouco ruim de andar, mas obrigado pela preocupação. - Respondi meio sem jeito
Que bom, mas por que você fez aquilo? Você sabe que eu sou da nação inimiga, por que você me defendeu? - Perguntou com muita dúvida
Como eu havia dito, eu jamais vou permitir que machuquem outras pessoas, principalmente pessoas que nunca fizeram nada contra elas - Disse com um tom confiante
Obrigada... - Disse com voz baixa
Quando cheguei em casa meu pai, Adrian, me perguntou o que havia acontecido, meu pai é um soldado que está em recesso da guerra por conta de sua saúde, porém ele não permitiria que machucassem o filho dele, foi então que expliquei tudo o que havia acontecido para ele.
Ele então decidiu me treinar para ser mais ágil e forte para que isso não acontecesse novamente, mesmo com sua saúde debilitada ele fez um campo de treinamento no nosso porão, treinei lá por meses e fui me tornando mais amigo de Nadia durante esse período, se passaram 4 meses desde que eu comecei a treinar com meu pai, vocês devem estar se perguntando sobre minha mãe, o que ela achou sobre isso, mas infelizmente minha mãe havia falecido quando eu tinha apenas 4 anos de idade e meu pai nunca se casou novamente, todos os finais de semana eu e meu pai visitávamos o túmulo dela para prestar homenagens, após esses 4 meses eu já estava bem mais forte e ágil e se tentassem machucar Nadia eu poderia defendê-la com muito mais facilidade, foi quando aquela sexta dia 20 de setembro, algo que eu não esperava iria acontecer.