Chereads / Destinada ao elfo alienígena / Chapter 2 - capítulo 2

Chapter 2 - capítulo 2

Lucian

O meu planeta natal foi devastado pelas guerras incessantes, e nós fomos obrigados a procurar outro lugar para viver. Navegamos pelo espaço por anos, até que achamos um planeta compatível com a nossa espécie. Mas o planeta já tinha habitantes.

Meu pai enviou um emissário para negociar com os nativos, mas eles o prenderam e o torturaram como uma cobaia. E ainda tiveram a audácia de declarar guerra ao meu povo. Não tivemos outra escolha senão tomar o planeta à força.

Primeiro, destruímos as suas armas capazes de aniquilar planetas. Depois, a guerra foi rápida e brutal. Matamos bilhões de humanos e os sobreviventes se tornaram nossos escravos, como castigo.

Humanos são criaturas gananciosas, corruptas, fracas e inúteis. Só servem para cultivar a terra.

Nem as fêmeas prestam para alguma coisa. São fracas demais para gerar uma prole forte e saudável. Mas há elfos que se interessam por essas criaturas insignificantes.

Por causa da guerra, sou considerado um herói pelo meu povo. Matei milhões de humanos. Mas era o meu dever. Por isso, meu pai queria me colocar na linha de sucessão ao trono.

Sou um príncipe!

Mas não me orgulho disso. Prefiro ser um simples general, do que viver no luxo da realeza. Por isso, deixei o posto de príncipe herdeiro para o meu irmão mais novo, Liam.

Liam não ficou feliz em se tornar o príncipe herdeiro, porque ele gosta de ser um espírito livre que adora arrumar confusão. E eu tenho que sempre limpar as suas bagunças.

Fico no meu escritório, revisando uns documentos, até que meu secretário traz vários pedidos de compromisso. De repente, o meu pai quer que eu encontre uma companheira. Ele acha que já passou da hora de eu acasalar com uma fêmea. Mas as fêmeas da minha espécie são umas chatas.

"Irmão" - Liam entra sem bater e vem até mim - "O velho está mesmo decidido." - Se joga na cadeira e eu o olho - "Preciso da sua ajuda."

"O que você aprontou dessa vez?"

"Sua falta de confiança em mim é deprimente" - Ele diz, e eu o encaro - "Preciso ir no distrito 8"

O distrito 8 é diferente dos outros distritos. É o mais perigoso de todos. Nem a polícia élfica se atreve a entrar lá. Por que ele tem que ir nesse lugar?

"O dono de um bar não está pagando os tributos. E como você jogou a responsabilidade que era sua nas minhas costas, tenho que ir lá conversar com ele"

"Como pode ver, estou cheio de trabalho"

"Estou vendo" - Ele pega um dos pedidos de compromisso - "Ela beija muito mal" - Pega outro pedido - "Essa tem chulé" - Dá risada - "Acho que o velho te odeia."

"Vamos logo" - Me levanto - "Qual é o nome do bar?"

"Bar Doce Magia."

(...)

Melinda

Não odeio o Mateo, mas ele não sabe o que o povo do pai dele fez com os humanos. Ele não sabe o quanto a minha mãe sofreu quando o meu pai e os meus irmãos não voltaram. E mesmo que ela tenha aceitado a proposta do elfo por minha causa, ainda sinto que ela traiu a memória deles.

Eu preferiria mil vezes viver e morrer nas ruas, do que me submeter a um alienígena assassino.

O clima ficou tenso entre nós dois, mas o Mateo deveria entender o meu lado. E para não piorar, fico atrás do balcão, enquanto ele serve as mesas.

O bar vai ficando cada vez mais cheio, e é impossível se locomover pelo espaço apertado, que começa a causar confusão entre os clientes.

Bêbados em um lugar pequeno e fechado é sinônimo de confusão. Então, vou para o palco e começo a cantar uma música sensual, para chamar a atenção dos clientes que estão querendo brigar.

Canto de um jeito sedutor, enquanto danço com o ritmo da canção. Os homens gritam e assobiam para mim, e alguns até jogam dinheiro no palco, o que me faz sorrir.

Canto mais três músicas, e quando vejo que todos estão rindo e cantando, agradeço a todos e saio do palco. E quando penso em ir para o balcão, vejo dois elfos sentados em um canto.

O que eles estão fazendo em um bar de humanos?

"Pelas roupas, devem ser soldados. -  Pergunta Lídia ao se aproximar. - "O que estão fazendo aqui?" - Então, lembro que faz meses que deixei de pagar os atributos.

"Fica de olho no Mateo" - Ela apenas concorda com a cabeça, e vou na direção deles. "Vocês estão chamando atenção desnecessária." - Falo ao me aproximar. - "O que fazem aqui, alienígenas?"

Lucian

Liam vai o caminho todo reclamando na minha cabeça, o que me deixa com dor de cabeça. Mesmo falando para calar a boca, ele continua buzinando nos meus ouvidos. Quando chegamos no bar, deixo falando sozinho e saio do veículo, olho para o estabelecimento com paredes pretas e um gato preto de olhos verdes, com um chapéu de bruxa, mexendo num caldeirão. Humanos e sua imaginação exagerada.

Entro no bar e escuto uma voz feminina. Olho para os lados, vejo uma mesa, vou até ela e sento. Olho para frente e vejo uma fêmea cantando e mexendo o corpo de um jeito sensual. A mulher tem pele escura, coxas grossas, cintura fina, usando um pequeno pedaço de vestido preto que mal tampa suas pernas. Fico olhando para a fêmea no palco, seus movimentos sensuais fazem os machos gritarem e escuto alguns chamá-la de gostosa.

Quando ela para de cantar, agradece e desce do palco, mas nossa presença chama muita atenção, fazendo ela parar e ficar olhando em nossa direção. Graças a minha audição, consigo perfeitamente ouvir o que ela e a outra fêmea conversam. Então a fêmea vem em nossa direção, mas seu delicioso perfume chega primeiro, fazendo meu corpo ter uma reação inesperada que me deixa surpreso.

A fêmea me encara com seus lindos olhos verdes, e por estar perto, dou uma boa analisada nela. Então, meu irmão me tira do transe.

"Primeiro podemos pedir uma bebida?" - Meu irmão pergunta empolgado.

"Só vendemos bebida humana, já que é um bar para humanos. Não sei se nossa bebida está na altura da elite. " - Sinto ironia em suas palavras e abro um sorriso.

"O seu dono não te ensinou a tratar as pessoas com educação, fêmea?" - Olho para ela - "Por gentileza, queremos ser atendidos pelo dono e não por uma escrava." - A fêmea dá uma gargalhada.

"Vocês vêm no meu distrito, entram no meu bar e ainda me chamam de escrava." - Bate na mesa e abaixa o rosto na minha frente. - "Eu sou a dona do bar, e se querem beber, exijo um pedido de desculpas, alienígena.

"Você sabe com quem está falando, humana?" - Me levanto e ela fica muito pequena.

"Acha que me importo que vocês sejam príncipes. Para mim, são dois assassinos." - Cruza os braços e de algum jeito, gosto da sua atitude desrespeitosa.

"Sem estresse, os dois." -  Meu irmão entra na nossa frente. - "Peço desculpa pelo comportamento do meu irmão, só queremos beber para depois dizer por que estamos aqui. Então, por favor, traga uma garrafa de uísque." - Sem dizer nada, ela se vira e sai andando, e meus olhos vão na bunda dela. - "A dona do bar é muito gostosa."

"Respeito, garoto." - Sento na cadeira.

"Respeito! Você olhou descaradamente para a bunda enorme da fêmea, irmão." -  Senta do meu lado. "O poderoso general Lucian se interessou por uma humana super gostosa."

"Só achei interessante a coragem dela."

"Então não vai se importar se eu levá-la para a minha cama essa noite?" - Solto um rosnado e bato na mesa fazendo o meu irmão soltar uma gargalhada. - "Tenha cuidado com as garras, aquela gata deve ser muito arisca."