O aperto de Alexander no volante se intensificou. Uma expressão calculista passou pelos seus olhos frios e intimidadores antes de outro riso, cheio de descrença, escapar de seus lábios.
"Que cordeirinho corajoso," ele murmurou em voz alta, em seguida, suspirou, levantando a mão para passar seus dedos longos e elegantes pelo cabelo.
"Um mês, hein...?" ele se inclinou para ela e segurou seu pequeno rosto. "Abigail Lee, você tem certeza sobre esse um mês? Tem certeza de que não quer começar com pequenos passos, como um dia ou uma semana primeiro?"
"Tenho muita certeza!" Abigail respondeu sem hesitar.
Ele parecia prestes a balançar a cabeça em descrença novamente, mas então, abruptamente desviou o olhar e encarou a janela. Abi seguiu sua linha de visão, mas não conseguia ver ninguém no local em que ele estava fixado; por outro lado, o lado de fora estava envolto em escuridão. Ela voltou o olhar para ele, apenas para encontrar sua expressão novamente envolta em uma frieza gelada.
"Tudo bem. Faça o que quiser." Ele cedeu.
Abi piscou. Isso foi totalmente inesperado. Depois de rejeitá-la com tanta firmeza antes, ele finalmente cedeu. O quê?! Sério? Eu ouvi direito, certo? Eu não imaginei isso, certo?
Radiante como uma criança que finalmente recapturou seu balão escapado, Abi sorriu, seus olhos cintilando de alegria pura.
Ele havia dito; dado a palavra a ela e era isso. Ele saiu da água e ela o pegou, ou pelo menos, ele se deixou ser pego por ela.
"Não venha chorar para mim depois..." ele murmurou, como se tivesse mais do que certeza de que ela faria isso.
"Não vou," Abi declarou, levantando a mão como uma escoteira recitando o preâmbulo. Alex sorriu de canto, descansando a cabeça em seus nós dos dedos com ar despreocupado. A água-viva parecia estar cansada agora de fugir incansavelmente de sua implacável e determinada perseguidora.
"Uh... onde está o contrato? Eu quero assinar agora." Os grandes olhos de Abi olharam para ele com entusiasmo, deixando-o sem palavras novamente.
"Cordeirinho, por que sinto que você está tratando isso como uma excursão emocionante?"
"Não é isso. Só estou com medo de que você mude de ideia."
Seus lábios se contraíram. "Então você realmente sabe que não pode confiar nas pessoas tão facilmente, hein?"
"Eu só aprendi isso um pouco antes naquele bar." Ela estremeceu ao se lembrar daquele homem novamente, mas o som da risada de Alex imediatamente a tirou do pensamento daquela experiência aterrorizante.
"Cordeirinho..." Ele suspirou. "Realmente não sei como você sobreviveu neste mundo por tanto tempo e ainda não foi quebrada ou corrompida."
Abigail ignorou suas palavras novamente. Em vez disso, estendeu a palma da mão diante dele, pedindo silenciosamente pelo contrato.
Alexander encarou a palma dela. "Abigail, na verdade... acho que o que você precisa assinar não é um contrato."
Ela piscou.
"Acho... que deveria ser uma renúncia." Ele sorriu brincalhão e ela não pôde deixar de se fascinar. "Mas não vamos falar sobre isso agora. Vou lhe dar tempo para pensar sobre si mesma pela última vez. Você ainda está sob a influência do álcool, afinal, cordeirinho."
Seus olhos se arregalaram.
"Não se preocupe, eu já lhe dei minha palavra."
Mordendo o lábio, ela assentiu relutantemente.
Ele pegou seu telefone e digitou algo nele, e então, Abi ouviu seu celular apitar.
"Esse é o meu endereço," ele afirmou, seus olhos investigando mais uma vez enquanto se fixavam nela.
"Posso vir aqui assim que estiver preparada, certo?"
"Sim. E mais uma coisa para você saber, Abigail..." sua voz mudou novamente para um tom sério e firme que não deixava espaço para dúvidas ou qualquer outra possibilidade. Ele estava de repente mais autoritário do que sua aura já sugeriu, fazendo Abi engolir em antecipação.
"Exijo que minha namorada more comigo em minha casa," ele continuou, "então certifique-se de pensar bem nisso, entendeu?"