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Chapter 3 - Capítulo Três - Academia Makko

Dark está voltando para casa, confuso com tudo, ele começa a se lembrar que tentou salvar uma garota de um leão cinza muito grande, e depois disso não viu mais nada.

— Cara, quando dei por mim eu já estava naquela calçada, pelo menos eles deram esse papel, mas dois dias não é muito?

Ao passar por uma rua lotada, Dark avista uma pequena padaria, e decide matar sua fome, já que não havia comido nada até aquele momento, ele entra na padaria, e caminha até o balcão, pede dois sonhos, mas quando vai pegar o dinheiro.

— Droga, deixei tudo em casa, sai com muita pressa, pode fazer fiado hoje? — diz ele a atendente — eu juro que pago.

— Sabe quantas pessoas já tentaram pagar fiado? Passam muitos viajantes aqui, é muito simples pegar algo e nunca mais voltar — responde a atendente colocando os sonhos de volta no lugar.

— Espera, eu pago, pode deixar — diz a voz atrás de Dark — eu estava de passagem pra comprar pão mesmo — era Takashi.

— Você? Obrigado, mas não precisa, eu estou bem.

— Eu insisto, eu tenho dinheiro o suficiente para comprar toda essa padaria afinal — diz ele ao apontar para o cesto de pães e fazer um sinal de cinco com a mão.

— Então vão ser cinco pães e dois sonhos, isso dá três e vinte e cinco — a atendente coloca os pães em um pacote, e dá para Takashi, ao mesmo tempo que dá os sonhos para Dark.

Takashi paga, e eles saem juntos da padaria.

— Você mora na cidade? Ou veio de longe e está ficando em algum lugar por aqui?

— Eu sou do campo, estou ficando em uma pousada, e agora que eu percebi, eu não tenho ideia de onde fica.

— Diga o nome, eu sei de tudo nessa cidade.

— Era uma pousada com um brasão na entrada, e tinha um desenho de espada desenhado nele.

— Eu sei onde fica, você tem que virar bem ali e seguir reto, depois virar a direita, e seguir até ver uma fonte, dali você irá ver a pousada — diz Takashi apontando — então é aqui que nós despedimos.

— Muito obrigado pelos sonhos, e por me mostrar o caminho senhor Takashi.

— Não há de que, antes que você vá, eu tenho uma dica, eu percebi que você ficou em postura de espadachim no último teste, caso não consiga passar, ainda existem os testes individuais.

— O que é isso?

— No dia de ver os resultados, você irá escolher algo que tenha habilidade, e se provar ter essa habilidade em um nível satisfatório, poderá ser aceito na academia.

— Nossa, é muito bom saber disso, muito obrigado senhor, foi bom te ver — diz Dark ao apertar a mão de Takashi.

Eles se separam ali, Dark segue seu caminho comendo seus sonhos, seu doce favorito, ao chegar e entrar na pousada, dá de cara com Sina, que está limpando uma mesa, ela o percebe, e imediatamente cruza seus braços.

— Veja só, nem se despediu antes de ir, eu fiz o café da manhã da pousada, e você nem comeu nada — diz ela se sentando em uma mesa.

— Sinto muito, eu estava atrasado, e agora estou mais cansado do que quando fui dormir, o exame foi tenso, e eu quase morri de verdade — fala ele se aproximando.

— Quase morreu? Bem, outra hora você me conta os detalhes — ela apoia sua cabeça com o braço em cima da mesa — veja, eu sei que você terá que passar dois dias na cidade, já tem mente onde ficar?

— Não, vou ter que passar na floresta aqui perto, não trouxe dinheiro suficiente — diz ele se sentando e apoiando como Sina na mesa.

— Ótimo, eu vou usar você!

— Como? O que quer dizer com isso!?

— Você pode ficar aqui o tempo que quiser, mas vai ter que trabalhar, minha filha viajou para ajudar a vó que estava doente, e eu fiquei sem assistência aqui.

— Sério, ela está bem agora?

— Ah sim, já está se recuperando, mas vamos ao que interessa, o que você achou da proposta?

— O termo, usar você, é meio estranho, mas eu aceito, só que o que eu tenho que fazer?

— Ah mas é muito simples, você vai tomar conta do local duas horas por dia, enquanto eu estou fora, de sábado a domingo, te manter aqui e te dar comida é mais viável que contratar alguém, e você parece confiável — ela olha com um sorriso malicioso para Dark — e burro demais pra roubar algo.

— Eu não gostei dessa última parte, mas eu não tenho escolha.

Enquanto anoitece, Sina explica detalhes para Dark, e o tempo corre, enquanto a ansiedade dele aumenta sem parar.

Dois dias se passam, está uma manhã nublada, seis horas e meia da manhã, Dark está na porta da academia, como ele tinha vindo pela chaminé na última vez, precisou da ajuda de Sina, então é a primeira vez que ele vê a entrada real.

— Como você confundiu aquela pocilga escura com essa fachada de tijolos brancos? — diz Sina.

— Eu não sei, acho que meu corpo acordou, minha mente não, eu estava com sono.

— Bem, mesmo assim foi muita ingenuidade, não achei que fosse tão imbecil assim.

— Não tinha necessidade disso — Dark tenta encontrar o papel em seu casaco mas não encontra — ué? Eu jurava que estava aqui!

— Esse papel? — Sina tira o papel do decote de sua roupa — eu não sou sua mãe, vamos acordar pra vida garoto.

— Obrigado Sina, eu vou agradecer por isso um dia.

— Ei, qual seu objetivo aqui garoto?

— Antes era um, mas ontem eu repensei duas vezes isso, acho que não mudou muito — diz Dark olhando para o céu.

— E qual é? Essa foi a pergunta idiota!

— Calma, eu ia falar, eu quero me tornar o homem mais forte do mundo, e ter muitos poderes diferentes.

— Você é mesmo ingênuo, parece o sonho de uma criança — Sina olha para Dark — vai lá garoto, se seu sonho é impossível, chegue o mais perto possível.

— Obrigado Sina — Dark sorri, e entra na academia.

Ao andar lá dentro, ele se lembra de como foi chegar lá a primeira vez, e de como quase se tornou um desastre, ele observa algumas seções com números de um a dez, e entra na que seu papel indicava, lá havia uma mesa, com uma cadeira de cada lado, e um sino em cima, ao lado um papel indicando que Dark deveria tocar o sino.

— Isso aqui foi bem organizado, eles são loucos mas também tem preparo — Dark toca o sino — eu estou pronto.

Uma porta se abre, e um homem sai de lá, sentando em uma das cadeiras.

— Sente-se por favor — diz ele.

Dark se senta, e o homem coloca em sua frente, uma ficha e um envelope, ele então pega uma caneta em seu bolso, e a coloca sobre a ficha.

— Abra o envelope, se passou, somente me siga, se não passou, e estiver interessado em demonstrar alguma habilidade, escolha nessa lista e também me siga — disse o homem.

— Meu deus, então nesse envelope eu vou descobrir se passei! Não não, calma eu ainda tenho o teste individual, tudo bem, vamos lá — pensa ele enquanto abre o envelope.

— Sinto muito.

No envelope tinha um papel com um X desenhado com tinha vermelha, ao ver isso, Dark não muda sua expressão, ele puxa a ficha rapidamente, e marca com a caneta ao lado da palavra "espadachim", ele se levanta, olha nós olhos do homem, da um sorriso e diz:

— Vamos!

Eles adentram o local de onde o homem havia saído, lá havia um corredor iluminado pela luz do sol, que vinha de painéis de vidro no teto, e o ar puro entrava pelas janelas.

— Sol e vento de verdade, eles descobriram que não precisa simular isso, estava nublado, vou ter que voltar debaixo do sol, eu amo a chuva, que droga — pensa Dark seguindo o homem.

— Chegamos, entre — o homem abre uma porta e eles entram em uma arena vazia, Dark está apreensivo, mas logo percebe o que terá que fazer.

— Eu vou lutar com alguém?

— Quase isso, espere aqui por favor.

O homem sai, então Dark senta no chão para esperar, e ele espera, espera muito, passa-se 20 minutos até que o homem entre pela porta novamente, junto com ele, um jovem adulto, com roupas de combate feitas de couro, um cabelo curto de cor castanho claro, eles entram na arena, e Dark fica de pé imediatamente, os dois param de frente a ele.

— Esse é Austin, ele ajudará em seu teste individual, por favor, fiquem um de frente para o outro, numa distância de vinte passos — disse o homem.

— É, isso é o que está me parecendo, uma luta! — pensa Dark enquanto se afasta para ficar na distância pedida.

— Kiaru, as espadas — diz o homem — uma para cada.

— Kiaru? — pensa Dark.

Kiaru, o mesmo cachorro do dia dos testes, só que misteriosamente maior agora, vem trazendo duas espadas, seguradas por duas mãos que saem de suas costas.

— Isso não eram asas? — diz Dark olhando confuso para Kiaru.

As espadas são entregues uma para cada um, ela parece um pouco pesada, mas Dark consegue a empunhar, assim como Austin, que já entra em postura de combate olhando para Dark atentamente.

— As regras são simples, jogarei essa moeda para cima, e assim que cair, Austin tentará te atacar ate a morte, ele é um aprendiz de espadachim nivel um, então já tem treinamento, se você sobreviver durante quarenta segundos, você passou — diz o homem tirando uma moeda do bolso de sua camisa.

— Impossível ele conseguir aguentar, um moleque novo desse jeito contra um aprendiz em treinamento, vou acabar com ele nos primeiros dez segundos! — pensa Austin.

— Quarenta segundos? Eu tô confiante, mas também estou com medo, o que eu faço? — pensa Dark, em seu rosto uma expressão de medo misturado com determinação.

— Muito bem, aí vai ela — o homem joga a moeda para cima, e para Dark parece que tudo está em câmera lenta, então a moeda cai no chão — comecem!

Sem que Dark pudesse pensar em um movimento, Austin corre em sua direção, colocando sua espada para trás de suas costas, e saltando para cima, ele olha fixamente, e desfere seu primeiro ataque em Dark, com toda sua força, na expectativa de acabar com tudo de uma só vez.

— Peguei ele! — pensa ele ao usar toda sua força nesse golpe.

— Ainda não! — Dark bloqueia a espada de Austin com a sua, transferindo toda sua força para seus braços e usando seus joelhos como apoio no chão.

Dark está ajoelhado no chão, com a espada de Austin forçando contra a sua, ele se força para pensar em uma forma de sair daquela situação, mas antes que pudesse formular uma estratégia qualquer, Austin recua sua espada, e aproveita que a espada do adversário estava totalmente voltada a frente como objetivo de parar o golpe anterior, e faz um movimento rápido com seus pés para a esquerda, desferindo um golpe com foco no braço de Dark.

— Ele quer cortar? — Dark tem como única reação se jogar para trás, e acaba no chão, sua espada cai a sua frente, sua cabeça está zonza, mas ele não tem tempo de descansar.

— Achou que acabou? — Austin pensa, ao mesmo tempo que tenta acertar o pescoço de Dark, que gira para a direita, e se levanta.

— É, infelizmente não acabou — ele corre e pega sua espada, empunhando novamente.

Vinte segundos se passaram, o homem observa atentamente seu relógio, Dark tenta atacar com um golpe direto frontal, com sua espada reta, mas Austin para o golpe facilmente, desvia a espada de Dark para o chão com a sua, e desfere um chute com a sola de seu pé no peito de Dark, o lançando dois metros a frente, dessa vez, Dark não solta sua espada, e usa ela para se levantar.

— Isso doeu, mas eu não tenho escolha, se eu tivesse passado no teste normal não estaria precisando disso! — pensa Dark.

— Tire essa expressão de pensativo do rosto, você não tem tempo pra isso! — Austin tenta um golpe vertical rápido, Dark esquiva para cima com uma cambalhota, mas acaba perdendo a espada de novo.

— Ei idiota, perder a espada em um combate assim é a pior coisa que você pode fazer, deveria ter mais cuidado! — ele chuta a espada de Dark para longe — o que você vai fazer? Escolha morrer ou morrer...

Antes que Austin terminasse sua frase, Dark dá uma investida com seu corpo inteiro na barriga de seu adversário, jogando ele no chão, e fazendo com que a espada dele caia.

— Idiota, agora você vai...

Austin joga Dark para o lado, e quando vai pegar a espada para dar mais um ataque.

— O tempo acabou, Dark resistiu por quarenta segundos, ele está oficialmente aceito na academia, obrigado pela ajuda Austin — disse o homem com a mão levantada.

— O que? Já? Como eu não consegui dar um jeito nele? — pensa Austin.

— Isso é sério? Eu consegui? Eu tô aceito?

— Sim, meus parabéns, se consegue andar, me siga por favor.

— O que? É claro que eu consigo — Dark se levanta e corre para seguir o homem para seu próximo passo.

No meio da arena, a figura do Austin está no chão, desacreditado de ter perdido aquilo, ele acreditava fielmente que não tinha como perder, e agora está com aquela expressão de decepção e ódio no rosto.

— Você acreditou muito em si, e não se concentrou no oponente, você foi fraco e perdeu para um garoto sem treinamento, você ainda tem muito o que aprender — a voz vinha do escuro perto de uma das entradas da arena, naquele breu, só se podia ver dois olhos dourados brilhando.

Dark e aquele homem se encontram em uma sala, escura e feia, formada por paredes de tijolos de pedra, úmidas e com lodo, do teto pingava gotas dágua, e no meio da sala tem um poço com as mesmas características das paredes, a frente do poço havia uma mesa de madeira, com uma moeda dourada, um copo de madeira vazio, e um lenço com aparência chique, igual aqueles que existem em castelos da nobreza.

— Que lugar é esse? O que eu tenho que fazer aqui?

— Muito simples, primeiro se posicione entre a mesa e o poço.

Ele obedece a ordem, caminha e para exatamente onde foi mandado, lá ele olha dentro do poço, e um ar sombrio emana, ele sente como se tivesse susurros em seu ouvido, dizendo coisas indecifráveis, e uma pequena corrente de ar vinha lá de dentro passando pelos cabelos de Dark.

— Não se distraia — o homem se aproxima e fica do outro lado da mesa — está vendo esses objetos?

— Sim, claro.

— Escolha um deles, e atire ao poço, ao mesmo tempo repita as seguintes palavras — o homem dá uma tossida — eu me entrego ao aprendizado, e permito pagar os preços por isso.

— Entendi — Dark aproxima suas mãos para pegar um objeto, mas percebe a existência de um quarto, quando olha dentro do copo — ei senhor, tem mais uma coisa dentro do copo...

Quando ele olha para frente, percebe que o homem já não está mais ali, ele procura em volta, mas não vê ninguém.

— Esse lugar já tá me enchendo a paciência, toda hora alguém some — Dark retira o objeto, e era uma miniatura de martelo feita de um metal escurecido — muito bem, vai ser você mesmo.

O objeto é então jogado por Dark, que recita a frase, mas no mesmo instante todos os pelos de seu corpo estavam levantados, pois do poço como um rugido, uma voz alta e grossa ressoa enchendo toda a sala e entrando pelos ouvidos dele, fazendo com que ele caia no chão com os ouvidos tampados, e a voz dizia:

— ATENI! AMALDIÇOADO SEJA SEU NOME.

— O que eu fiz?! — diz Dark tremendo de medo, enquanto sente a sala tremer, e seus ouvidos doerem como se estivessem prestes a sangrar.

Em um estante tudo aquilo acaba, e Dark está paralisado no chão como no teste a uns dias.

— O que- o que diabos tem de errado com essa escola desgraçada?

— Eu não sei, mas é raro alguém terminar essa etapa no chão tremendo, não me fala o que aconteceu, existe uma lenda que diz que isso dá azar aos novos estudantes — era o homem olhando para Dark de pé ao seu lado.

— Você? Você voltou? Onde esteve? — diz Dark com uma voz trêmula.

— Estava a esperar o fim dessa etapa, é um tabu ficar aguardando aqui dentro, vamos, você está oficialmente matriculado — ele entrega uma ficha para Dark — anote todas as informações pedidas, vou te levar para pegar o uniforme e o seu crachá oficial.

— E-entendi, o-o-obrigado...

— Seja bem vindo a acadêmia de magia Makko — diz o homem sorridente.

Mais tarde do lado de fora, Dark está saindo, com um pequeno troféu de madeira em forma de espada, uma caixa preta com detalhes em verde, e um crachá de metal com um símbolo específico gravado nele, que estava em sua outra mão, ele avista Sina esperando sentada em um banco na praça em frente a academia.

— Pelas coisas que está carregando, acho que você conseguiu, meus mais sinceros parabéns, pensei que você era burro demais para isso — diz Sina com um olhar irônico em seu rosto.

— Não tem graça, eu tive que fazer um teste individual, por isso a estátua de madeira, eles dão para quem entra na academia por essa via, enfim, o importante é que eu consegui — Dark respira aliviado no momento em que termina a frase — mas o que você tá fazendo aqui?

— Não é claro como a água? A gente vai passar muito tempo juntos agora, então por que não te levar para comemorar?

— Nossa, obrigado Sina, não precisava!

— Eu faço questão, pra onde você quer ir primeiro, comer, beber — Sina se inclina um pouco, e com um olhar malicioso termina — ou talvez o distrito da luz vermelha?

— O que!? Não, não deve ser nem uma da tarde ainda, ficou doida ou o que? — diz Dark envergonhado.

— Então quer dizer que se fosse de noite você aceitaria, que menino safado — diz ela colocando a mão no proprio rosto simulando vergonha.

— Não, não foi o que eu quis dizer!

— Eu tô brincando seu idiota — ela dá um belo tapa nas costas de Dark e solta uma alta gargalhada — você é muito novo para isso, vem, vamos para o lar, eu ouvi você falando sobre limonada enquanto dormia, vou fazer muita para você!

— Eu não sei se fico surpreso por você observar as pessoas dormindo, ou feliz pela limonada...

— Ei, eu tenho motivos para isso.

A noite, Dark e Sina estão em pé de frente para a caixa que ele recebeu, ela está em cima de uma das mesas da taverna, e eles não param de observar como é bonita.

— É uma bela caixa, é aí que está seu uniforme?

— Aparentemente sim, a caixa tem minhas cores favoritas, o que é estranho já que eu não disse a eles.

— É uma academia de magia, eles devem ter métodos para saber isso.

— Sina, você estudou lá?

— Não, quando eu vim para Partavia, eu já tinha meus vinte e quatro, e minha filha já estava nascida.

— Quantos anos você tem agora?

— Idiota, não sabe que não se deve perguntar a idade de uma mulher!? Você aprendeu alguma coisa com seus pais?

— Só mãe, meu pai morreu, eu não conheci ele, desculpa perguntar, de onde você veio, e que fazia?

— Você não sabe parar em um assunto, é tão difícil fechar a matraca? Eu era uma guerreira de Dianta, protegia a mãe das lâminas de ouro.

— Olha você tá falando em outra língua, eu não sei o que é Dianta e nem essa tal mãe.

— Um dia eu te explico, quando você tiver minha confiança total, agora abre logo isso.

Dark abre a caixa, e como esperado, lá estava o uniforme, e um livro de regras e instruções sobre a academia, ele tira o uniforme e segura ele, dando uma boa olhada.

— É, ele tem minhas cores favoritas também, isso é incrível, e essa primeira impressão é boa, ele é bem legal.

— Veste logo isso, eu quero ver como fica — ela começa a puxar a camisa de Dark — tá perdendo tempo!

— Ei, tira a mão daí, para com isso! — diz ele tentando segurar sua camisa no lugar — eu sei me vestir sozinho, deixa eu ir para o quarto colocar!

— Pra que? Não é vergonha nenhuma, aja como guerreiro seu fracote!

No fim Dark consegue escapar, e fugir rápido para o quarto, deixando Sina lá embaixo, poucos minutos depois ele desce já vestido.

— Foi difícil esperar!?

O uniforme era preto com vários detalhes verdes, e umas partes em metal, tinha uma camisa por baixo, e o blazer por cima, com a gola levantada, a manga do blazer era longa, indo até seus pulsos, e sua calça era preta com detalhes em verde escuro nas laterais, e havia um espaço no peito para encaixar o crachá.

— Isso tá muito bom, o uniforme é impecável, você nem parece um idiota usando isso, parabéns — ela pega o crachá que estava em cima da mesa ao lado da caixa, e coloca no lugar dele na roupa — agora está completo.

— Obrigado Sina, isso aqui tá melhor do que eu pensava, foi realmente feito para mim, encaixa direitinho, eu até perguntaria como eles fizeram isso, mas sua resposta é bem óbvio.

— Claro, ainda bem que entrou na sua cabeça que é uma academia de magia, e não curso de culinária, leia o livro, lá deve dizer quando você começa, horários ou sei lá.

— Ok — Dark abre o livro e começa a passar as páginas dando uma olhada rápida para saber do que se tratava exatamente — é você está certa, aqui diz que eu começo na próxima segunda, ou seja, em dois dias, e que o horário máximo para entrar é as sete e quinze.

— Não é tão cedo, você tem um despertador?

— Infelizmente eu não sei o que é isso, no campo eu despertava graças as galinhas do meu quintal.

— Esqueci que você é um caipira, eu posso instalar um sino no seu quarto e te acordar todo dia, eu acordo às cinco da manhã mesmo.

— Você pega pesado né, ei Sina, deixa eu te fazer uma pergunta, por que está me ajudando tanto, eu te conheci faz alguns dias.

— Eu tenho meus motivos, é obra de mão barata, vai estar sempre por aí na cidade, então é um jeito de conseguir informações pra mim, e se aprender magia também é um futuro segurança.

— É só isso?

— É só isso que você precisa saber por agora, sinta-se agradecido.

— Você não vai me sequestrar e me vender pra uma senhora rica não né? — diz Dark com uma expressão de medo

— Mas do que é que você tá falando garoto?

— Nada nada, esquece Sina.

Passa-se os dias, e chega o tão esperado dia, segunda-feira, o primeiro dia na academia de magia Makko, Dark dessa vez anda tranquilamente pela cidade, graças a Sina, agora ele sabe o caminho de côr, e também acordou na hora, ele está com seu traje próprio, mas seu crachá está no bolso, chegando perto da entrada, vê vários e vários alunos parados no portão esperando pela hora, todos com seus uniformes, no mesmo padrão mas de cores diferentes.

— Olha só quanta gente, eu tô tão nervoso, tanto tempo sem ver ninguém além da mãe e do Arla, eu não sei se vou conseguir manter a calma — ele vê as garotas usando seus lindos uniformes — quantas garotas, será que minha fase romântica começa agora?

Os portões se abrem, e todos começam a entrar, quando Dark chega na entrada é impedido pelos seguranças, eles param ele, que era o último de todos ali.

— Ah cara, que azar, logo eu, todo mundo conseguiu entrar, droga tô mais nervoso ainda, o que eu fiz!?

— Se você é mesmo daqui, onde está o principal? Não precisamos falar, correto? — disse um dos seguranças.

— Bem, eu... — antes que pudesse terminar, alguém coloca a mão no seu bolso, tira seu crachá e coloca no lugar correto — espera, quem é...

— Desculpe senhores, ele é um garoto meio travado, queiram o perdoar — disse ela, era a mesma garota do teste, Coraline — podemos entrar?

— Tudo bem, vamos deixar passar dessa vez, mas tomem cuidado na próxima!

— Muito obrigada — disse ela abaixando sua cabeça.

Já na sala, Dark e Coraline escolhem um lugar e sentam, os dois olham em volta apreciando o tamanho e a beleza daquela sala, com detalhes em madeira, e espaços confortáveis para muitos alunos.

— Então, obrigado, eu estava perdidinho ali — disse Dark — você é a garota que eu tentei salvar se eu me lembro, qual seu nome?

— Não há de que, uma mão lava a outra, meu nome é Coraline, eu já sei seu nome, então estamos quites — diz ela dando uma risada.

— É, eu não sei como você descobriu, mas aconteceu muita coisa depois da minha tentativa de resgate, e eu não lembro de nada — diz Dark apoiando sua cabeça sobre seu braço esquerdo.

— Você congelou total né, não posso te culpar por isso, aquele leão era assustador, obrigada por tentar pelo menos — diz ela com sua mão no ombro dele e com um sorriso no rosto.

— Ela é amigável, mas não faz meu tipo, eu queria me apaixonar por alguém, dela eu vou ser só amigo mesmo — pensa Dark.

— E AÍ PESSOAL!? — diz um garoto batendo forte na bancada, do lado de Dark.

— O que é!? — grita Dark assustado — você enlouqueceu!?

— Não, e nem vou, vou tentar ficar lúcido até o fim desse curso — era Aqua, que senta ao lado de Dark — quem sabe eu não viro um herói rei?

— Eu não acho que você tenha aptidão para isso, aliás, quem é o rei desse reino? — pergunta Dark.

— Como você não sabe? — diz Coraline — ele é conhecido como o rei dourado, seu nome é...

— Silêncio, a linda professora de vocês acabou de chegar — diz uma mulher entrando pela porta.

— Espera, é a mulher que me atendeu no primeiro dia, ela também é professora então — pensa Dark.

— Ela parece bem educada, e um pouco orgulhosa? — pensa Coraline.

— Ela é velhinha, não é bonita não — pensa Aqua.

— Alguns de vocês devem me conhecer, eu recebi alguns alunos na inscrição, meu nome é Santia — ela levanta sua mão para o alto, e fecha seu punho, nesse momento uma fumaça sai de seu corpo, quando a fumaça some, a antes velha senhora se transforma em uma bela mulher, com um cabelo longo castanho que ia até seu calcanhar, olhos verdes, e uma roupa que se assemelha a um vestido, só que mais justo — isso, foi magia, e essa, sou eu de verdade, eu dou as boas vindas a academia Makko.

Todos ficam Impressionados, a antes doce senhora, agora se revelava como uma bela mulher, alta e esguia, por algum motivo estava descalça, e sua sombrancelha tinha uma coloração azul, todos admiravam, tanto sua beleza, quanto sua magia, todos bateram palmas, menos Dark.

— Ei cara, não vai aplaudir? — disse Aqua.

— Pra que? Eu tô mais ansioso para as aulas, não para apresentações, além do mais eu me sinto enganado, jurava que era uma velha — Dark olha para Santia — então é isso que a magia pode fazer?

Magia, uma força misteriosa, aquilo que Dark precisa dominar para um dia alcançar seu objetivo.

— Aliás, Aqua, lembrei do nada, como você falou com uma voz tão parecida com a minha outro dia?

— Bem, depois eu explico, vamos ouvir a professora primeiro.

— Teremos uma sistema muito simples, serão dois anos, cada ano será dividido em quatro bimestres, e cada bimestre dividido em 2 materias, totalizando 8 matérias até o fim do ano — Santia caminha até o quadro, pega um giz e começa a escrever algo — durante as férias do fim do ano, vocês poderão viajar, sair em missões de campo da divisão estudante, ou sair em alguma aventura.

No quadro ela escrevia algumas palavras, como "guilda", "divisão estudante", "estudos de férias" e algumas outras, então ela senta na cadeira da sua mesa de professor.

— Essas três palavras são as mais importantes, estou dando um resumo para ficar bem entendido, mas no final do livro que receberam com o uniforme, tem a explicação dessas três, para quem não sabe.

— Eu tenho que dar uma lida melhor naquilo — pensa Dark.

— Eu sou uma das professoras desse bimestre, eu leciono geografia e história do mundo, são consideras quase a mesma matéria, seu outro professor será o de magia, ele vai lecionar sobre o funcionamento da magia e coisas relacionadas, todos entenderam?

Todos dizem que sim como um coro, menos Dark, ele faz uma expressão de dúvida.

— Eu acho melhor ler o livro, ele deve ter mais informações, eu queria algo mais detalhado — pensa ele.

— Muito bem crianças, vamos começar, debaixo da parte de cada um da bancada, tem o material de estudo, peguem e coloquem sobre a mesa, no final de cada aula, coloquem de volta, o lugar onde sentaram será de vocês até o fim do ano, coloquem o crachá sobre o quadrado desenhando em suas partes da bancada.

— Eu estava pensando sobre para que seria isso mesmo, então é para marcar nossos lugares com os símbolos que ganhamos — disse Coraline.

— Já estava sabendo, meu irmão disse para mim uma vez — Aqua coloca seu crachá na mesa, e seu simbolo fica marcado ali com magia — cara, isso é legal, deixa eu ver o símbolo de vocês?

— Seu irmão já estudou magia aqui? — Coraline coloca seu símbolo na mesa — olha, esse é o meu, se parece com um gato.

— Ele é mais bonito que o meu, eu achei injusto, será que pode mudar algum dia? E não, meu irmão trabalhava aqui fazendo limpeza das salas.

— É claro que não vai poder mudar, você viu o trabalho para conseguir o símbolo? Não quero passar por aquilo de novo — diz Dark marcando o seu símbolo.

— Eu não achei, só joguei uma moeda no poço e acabou, depois que ele me explicou que era pro simbolo, se soubesse eu tinha pensando mais — afirmou Aqua olhando para o símbolo de Dark.

— Espera, não aconteceu nada de bizarro com vocês quando escolheram o que jogar no poço!? — disse Dark muito confuso.

— Não — disseram Aqua e Coraline juntos, deixando Dark com uma expressão de confusão.

— Muito bem, agora que já terminaram, vamos finalmente começar nossa primeira aula juntos, espero que se divirtam — disse Santia com um sorriso no rosto, e um giz na sua mão.