No meio da noite, Han Sen colocou um saco de escorpiões de quartzo mortos e um bilhete na porta do quarto de Su Xiaoqiao, batendo algumas vezes. Então ele se escondeu em um beco próximo e se certificou que Xiaoqiao pegou o saco e a nota.
Acabou sendo uma boa colaboração, e Han Sen conseguiu os seis milhões prometidos por Qin Xuan e mais oitenta mil pelos escorpiões. Ele voltou para o seu quarto com caixas de dinheiro e quase pulou de alegria.
Até mesmo quando seu pai ainda estava vivo, ele nunca tinha visto tanto dinheiro de uma só vez.
Han Sen deixou o Santuário de Deus com o dinheiro, já que a única coisa que ele queria fazer agora era compartilhar a alegria com sua mãe e irmã. A adversidade deles finalmente havia terminado.
Os dois milhões que ele ganhou antes foramtodos usados para resolver o problema da casa antiga, e ele finalmente poderia ter os seis milhões só para ele, o que era um sentimento totalmente diferente.
Embora o dinheiro não fosse nem o suficiente para os ricos comprarem um avião de luxo, para Han Sen já era a maior quantidade de dinheiro que ele tinha visto na vida.
"Mamãe, Yan, eu tenho algo para mostrar a vocês". Han Sen puxou-os para o seu quarto e despejou o dinheiro em sua cama.
"De onde você tirou tanto dinheiro?" Luo Sulan assustaou ao invés de ter uma surpresa, temendo que seu filho poderia ter feito algo perigoso.
"Mãe, tive a sorte de matar uma criatura mutante e ganhar a alma de besta, então troquei isso por este dinheiro." Han Sen não ousou contar a verdade, temendo que Luo Sulan pudesse se preocupar.
Ele não ousava contar nada sobre o cristal preto, pois a pedra preciosa poderia colocar seu inocente possuidor na cadeia. Toda sua família poderia ser destruída se a palavra se espalhasse.
Luo Sulan disse, com pesar: "Sen, você não deveria ter vendido. Poderia ser de grande ajuda para você, e nós sempre conseguiríamos sobreviver... "
"Mãe, não se preocupe. Eu terei outra chance. Eu comi a carne mutante e ganhei pontos geno mutantes. No futuro, será muito mais fácil para mim caçar, e tudo vai melhorar."
"Mas..." Luo Sulan ainda se sentia mal, pois não era tão fácil matar uma criatura mutante. Para as pessoas comuns, seria uma grande sorte caçar uma, assim como ganhar na loteria, então pode ser que nunca haja uma segunda vez.
"Yan está prestes a começar a escola, e não vou deixá-la ir para uma pública como eu fiz," disse Han Sen.
Luo Sulan olhou para seus filhos com lágrimas nos olhos, "É tudo culpa minha. Eu não cuidei bem de vocês."
"Mãe, você é uma grande mulher, e você foi a única que nos criou. Deixe-me contribuir um pouco também!" Han Sen pegou Han Yan: "Yan, vamos sair para comer. Você pode comer o que quiser hoje."
O rosto de Han Yan se iluminou: "Eu quero comer sorvete de Safira."
"Claro, vamos comer sorvete de Safira!" Han Sen beliscou o pequeno nariz de Han Yan.
"Sorvete de Safira é muito caro. Você não precisa gastar com o dinheiro. Guarde para comprar um pouco de carne..."
"Só uma vez!" Han Sen saiu, segurando a mão de Luo Sulan.
"Não diga a ninguém que você caçou uma criatura mutante ou vendeu uma alma de besta mutante… Eu não quero que nada de ruim aconteça com você…" Luo Sulan aconselhou seu filho. Desde que o pai de Han Sen sofreu o acidente, Luo Sulan mudou. Ela já não queria mais que Han Sen estivesse no comando, mas apenas que ele estivesse seguro.
"Mãe, fique tranquila. Eu não vou dizer nada. Você fica com o dinheiro e decide o que fazer com ele." Han Sen saiu de casa segurando sua irmã com uma mão e sua mãe com a outra.
Sorvete de Safira era famoso em toda a Aliança e também era muito caro. Até o tipo mais barato custava mais de dez mil.
Os filhos de seus vizinhos sempre estavam comendo sorvete de Safira. E Han Sen também tinha experimentado algumas vezes quando era mais jovem. No entanto, quando Han Yan nasceu, eles já estavam falidos, então não podiam mais se dar ao luxo desses prazeres.
Tendo a impressão de que o sorvete era delicioso, Han Sen já não se lembrava mais do sabor.
Quando os três chegaram à Safira, todas as cadeiras estavam ocupadas, e havia uma longa fila para comprar sorvete.
"Vamos subir." Antes de Han Sen entrar na loja, ele viu pela janela que o segundo andar estava quase vazio, então pensou que as senhoras poderiam subir e se sentar enquanto ele ficaria na fila sozinho.
Nas escadas, ele foi impedido por um garçom.
"Desculpe-me, mas você não pode subir", disse o garçom.
"Por quê? Não há lugares disponíveis lá em cima?" Han Sen franziu a testa.
Contemptuoso e impaciente, o garçom apontou para um aviso na parede, "Você deveria ter ouvido falar da nossa regra mesmo que nunca tenha experimentado nosso sorvete antes."
Han Sen olhou para o aviso, que dizia, "Os Distintos e Só Aristocratas" e entendeu o que ele estava se referindo. Então o segundo andar era uma área exclusivamente para pessoas com privilégios, e pessoas comuns nem sequer podiam entrar.
Não é a toa que o segundo andar tinha decorações muito melhores e ainda assim estava tão vazio.
"Nós não precisamos sentar. Vamos apenas esperar aqui, e você vai buscar o sorvete de Yan", disse Luo Sulan, tentando poupar Han Sen.
"Estou indo." Han Sen sorriu e foi para o final da fila. Ele parecia indiferente, mas de repente foi possuído por uma aspiração.
"O que é tão especial sobre os distintos e aristocratas? Logo eu terei tudo isso e mais. O estúpido aviso nunca mais vai atrapalhar meu caminho."
Ainda não havia lugares vazios na hora da sua vez de comprar o sorvete, então Han Sen teve que pedir para viagem. Antes de sair, ele deu outra olhada no aviso - "Os Distintos e Só Aristocratas!"