Quando imagens do que havia acontecido com Layla começaram a passar por sua cabeça, ela imediatamente sentiu essa sensação de formigamento pelo corpo. Ela estava reagindo às memórias de Quinn mordendo-a.
Não era uma memória dolorosa, mas sim uma sensação viciante. A sensação do sangue correndo pelo seu corpo. O rosto dela começou a ficar um pouco vermelho só de pensar nisso. Foi quando ela levantou a mão e a colocou no pescoço.
"Hã, não sinto nada?"
"Ah, então você acordou," Hayley disse com um sorriso. "Você estava dormindo tão tranquila que eu não sabia quando você ia acordar."
"Como vim parar aqui?" Layla perguntou.
"Ah, um garoto veio e te deixou aqui, ele disse que era seu amigo, não me lembro do nome dele, mas ele tinha cabelos curtos, pretos e encaracolados," Hayley disse com um sorriso pensando nos dois.
Isso confirmou o pensamento de Layla. Quinn deve tê-la trazido aqui logo depois de mordê-la.
Hayley então percebeu que Layla estava esfregando o lado do pescoço com a mão.
"Ah, eu me livrei daquelas duas marcas para você, você lembra o que aconteceu?"
Novamente, ao pensar na memória de Quinn mordendo-a, ela começou a sentir arrepios pelo corpo todo.
"Não tenho certeza, talvez tenha sido uma besta?" Layla respondeu.
"Uma besta?"
"É, já ouvi falar que às vezes um ser errante pode sair com os estudantes enquanto eles estão treinando pelos portais," Layla disse nervosamente, esperando que Hayley acreditasse em sua mentira.
"Bom, seja lá o que for, tenho certeza que alguém mais vai cuidar disso, é só uma sorte que você esteja segura agora."
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Quinn estava correndo pelos corredores da escola o mais rápido que podia, ele precisava chegar ao consultório médico antes que Layla acordasse. Ele não sabia como Layla reagiria, além disso, quais seriam as consequências de morder alguém?
Se fosse como alguns Romances de Vampiros que Quinn leu na biblioteca, alguns vampiros tinham a habilidade de transformar outros. No momento, Quinn achava que talvez essa fosse uma situação melhor do que todos descobrirem sua habilidade.
Finalmente, Quinn chegou ao consultório médico e abriu a porta bem.
"Oh, olá de novo," Hayley disse. "Se está procurando a menina, acabou de perdê-la, ela saiu um pouco antes."
"Sério? Ela mencionou alguma coisa?" Quinn perguntou, julgando pela reação de Haley, não parecia que Layla tinha dito alguma coisa, mas ele precisava ter certeza.
"Ah, você quer dizer sobre a ferida, ela disse que talvez uma besta a tenha atacado, embora eu duvide muito disso, parecia mais uma mordida de cobra, mas como conseguiu entrar na escola e subir no pescoço dela?" Hayley continuou a divagar. Ela costumava fazer isso, pois ficava sozinha muitas vezes por ser a única médica estacionada na escola. Era um trabalho solitário.
"Obrigado por me informar," Quinn disse ao fechar a porta.
Por que Layla resolveu manter segredo, Quinn pensou? Ele basicamente agrediu a pobre menina, pode ser que ela não se lembre do ocorrido ou talvez esteja planejando usar isso para chantageá-lo, mas isso não fazia sentido, ela não tinha nada a ganhar.
Quinn sempre pensou assim, as pessoas quando faziam algo, sempre o faziam por motivos egoístas, era assim que as pessoas eram. Ele não conseguia acreditar que Layla manteria isso em segredo sem motivo.
Justamente quando Quinn estava do lado de fora do consultório médico pensando no que fazer, sentiu uma mão no ombro.
"Você e eu, precisamos conversar," Layla disse.
Ela estava esperando aqui o tempo todo? Isso era péssimo. Layla claramente indicou que sabia de alguma coisa, o que significava que perder a memória dos eventos era improvável.
Os dois então seguiram para a biblioteca, onde o incidente havia ocorrido. Quinn se sentiu um pouco mais relaxado, levá-lo até lá significava que ela não estava procurando briga, já que havia outros estudantes no quarto.
Os dois se sentaram a uma mesa e ativaram o Orbe para que apenas os dois pudessem ser ouvidos. Enquanto se olhavam nos olhos por um momento, Quinn começou a elaborar várias hipóteses em sua mente. Se o pior acontecesse, ele talvez tivesse que silenciá-la.
"O que aconteceu na biblioteca, o que você fez?" Layla perguntou, esfregando o pescoço.
"Por que perguntar se você já sabe o que aconteceu?" Quinn disse. "Apenas me diga o que você quer?"
"Não sei se você sabe disso, mas eu te observei por mais tempo do que você imagina. Depois de observar você por um tempo, cheguei à conclusão de que você é um vampiro, não é?"
Quinn começou a rir nervosamente, esperando despistar Layla. Ele ficou impressionado com a rapidez com que ela chegou à conclusão quando demorou um pouco até mesmo para ele. Mesmo que ela tivesse visto tudo o que ele havia feito até agora, ele não achava que essa seria a conclusão natural que alguém chegaria.
"E por que você pensaria isso?"
"Vi você segurando o pescoço daquele garoto, na época, pensei que você estivesse fazendo outra coisa, porque não consegui ver claramente," Layla disse enquanto suas orelhas começavam a esquentar um pouco. "Mas depois do que você fez comigo, isso confirma."
Quinn começou a suar levemente com a interrogação. Ele não estava preocupado com a própria Layla, mas com os problemas que ela poderia lhe causar no futuro. Quinn não sabia o que dizer e achou melhor esperar Layla fazer seu pedido.
Layla então respirou fundo antes de dizer suas próximas palavras. Era disso que Quinn estava esperando, seu pedido.
"Eu quero que você me ouça. Quero que você me transforme em vampiro."
Quinn ficou tão chocado com as palavras que saíram da boca de Layla que quase caiu da cadeira.
"O quê? Você percebe o que está dizendo agora?"
"Por favor," Layla disse como se estivesse implorando a ele. "É um sonho de infância meu, esse tipo de coisa só acontece em livros ou contos de fadas e agora eu tenho a chance de acontecer agora." Ela disse com os olhos brilhantes.
Agora Quinn percebeu por que Layla não contou a ninguém, simplesmente esta menina era louca.