Em uma sala mal iluminada, com um piso xadrez, encontravam-se três pessoas: Hana Yamazaki, seu irmão Shiro Yamazaki e um criminoso que estava prestes a ser submetido a um interrogatório implacável sentado numa antiga cadeira de madeira, com mãos aprisionadas às costas.
Shiro percorreu o canto da sala e ergueu uma cadeira de madeira velha que estava jogada ali, colocando-a ao lado de sua irmã e sentando-se.
— Olá, caro criminoso. Que tal um jogo neste momento? — Shiro apresenta uma pergunta direta com um sorriso.
— Jogo? — O criminoso pergunta com hesitação, levantando a sobrancelha esquerda.
— O jogo funcionará da seguinte forma: Estamos em uma sala de interrogatório e eu serei o Ordenador, enquanto você será o Respondente. — Shiro levanta o dedo indicador. — Você não terá o direito de recusar minhas perguntas e deverá respondê-las em menos de 45 segundos. — Ele ergue o dedo médio.
— Como?!... — O criminoso é interrompido.
— Se exceder os 45 segundos, sofrerá uma punição. Além disso, se responder incorretamente ou mentir, a punição será ainda mais severa. Durante a punição, é necessário manter um completo silêncio, evitando até mesmo expressar qualquer tipo de manifestação vocal. — Shiro ergue o dedo anelar.
— Gritar? O que você... Não... Mesmo que eu responda com mentiras, você não pode saber... — O criminoso expressa dúvidas.
"O que há com isso em seus dedos? Isso é uma manopla de lâmina dedo? Mas... Nunca vi este tipo de manopla... Excluindo o polegar... A lâmina cobre seus quatro dedos..." Pensou o criminoso desviando o olhar para a mão direita de Shiro.
— Ah, não se preocupe. Eu sei quando alguém está mentindo.
"Esse cara... é mais novo do que eu... E mesmo assim... O que há com esse sorriso diabólico?!" O criminoso olhava para Shiro com um olhar cerrado.
— Então, vamos lá. — Shiro inicia o jogo.
— Pergunta número 1: Qual é o seu nome? — Perguntou Shiro, com as pernas abertas e os antebraços apoiados próximo aos joelhos, com os dedos entrelaçados enquanto proclamava uma contagem regressiva.
— Jiro... — Respondeu o criminoso.
— Jiro, então? Certo. Pergunta número dois: Quem te enviou?
— Hã?! Não tenho ideia do que você está falando! Nós fizemos por conta própria! — Exclamou o criminoso, com seus olhos arregalados.
Shiro se põe de pé, abandonando a cadeira, e avança em direção ao criminoso, observando-o de cima. Repentinamente, um soco atinge Jiro em cheio no rosto, quebrando seu nariz.
Ao colidir com o chão, a cadeira em que estava sentado se parte simultaneamente, enquanto ele se esforça para suportar a dor, vendo o sangue escorrer do seu nariz.
— Resposta errada. — Diz Shiro em um tom grave.
Hana se levanta da cadeira e se aproxima de Jiro, posicionando-o sentado no chão.
— Você é resistente! Gostei disso — Comenta Shiro, agachando-se à frente de Jiro que o observa com olhar intimidador enquanto faz um rangido com os dentes.
Shiro está tranquilamente satisfeito com um sorriso que vai de uma orelha à outra.
— Pergunta número três: Qual é o nome do homem responsável pelo ataque? — Shiro estala os dedos.
A lâmpada solitária na sala começa a oscilar e os estalos dos dedos de Shirou se misturam, enquanto seu olhar dourado penetra profundamente nos olhos de Jiro, aproximando seu rosto com um sorriso.
Os olhos de Jiro foram tomados por uma instigante espiral.
─ S-Shadow... ─ Jiro proferiu, enquanto seu corpo tremia.
E, de surpresa, Jiro mais uma vez foi atingido por um soco no queixo seguido de um chute no estômago e cai deitado no chão.
— Bhur!... E-Eu não estava mentindo...
— Eu sei que você não estava. Foi por impulso. — Shiro sorri. — Última pergunta: Quem é Shadow? Onde ele está? — Shiro pisa no estômago de Jiro.
— E-Eu não sei... Nos comunicamos por telefone...
— Entendo.
— Shiro retira o pé. — Irmã, deixe-o sob os cuidados de Shizuku. Irei reportar para líder.
★★★
O ruído da sirene ecoava, enquanto os passos dos habitantes de Shibu ressoavam pelas ruas. Era noite, uma noite tão ordinária, ou, ao menos, deveria ser.
Entre a multidão que transitava apressada pelas calçadas, havia um indivíduo com as mãos enfiadas no bolso, vestido com sobriedade, cuja cabeça permanecia oculta sob o capuz do casaco negro. Ele estava parado olhando fixamente para o chão, no entanto, o casaco causava sombras em seu rosto.
O desconhecido removeu o capuz, expondo uma imensa marca cicatrizada que se estendia da bochecha até o nariz. Logo após, ele ergueu o olhar e abriu os olhos ao mesmo tempo em que seus lábios se curvavam formando um sorriso.
O vento altera sua direção, levando consigo folhas pela cidade. Os donos de animais de estimação ficam surpresos com o comportamento de suas criaturas, que de repente param de caminhar e se recusam a avançar, apesar dos comandos de seus donos.
Nesse momento, um indivíduo vestido de preto adentra o meio das pessoas, caminhando lentamente na direção contrária a elas. Ele então sussurra: " Ecnefia".
Subitamente, todos os prédios são brutalmente erguidos do solo e as pessoas são arremessadas em diversas direções instantaneamente. Sem nada a que se segurar, as pessoas ficam expostas, enquanto o indivíduo encapuzado permanece imperturbável, com um olhar vazio, fitando o horizonte, sem ser afetado pelo vento impetuoso.
Após algumas horas, um intenso e assustador vendaval devastou uma região de 8km em Shibu... E todos os indivíduos contidos nesse perímetro de 8km... Foram mortos.
A investigação policial continua em andamento em relação aos acontecimentos, e afirmam que se trata de algum fenômeno inexplicável até então. No entanto, eles ainda têm suspeitas de que não se trate realmente de um fenômeno, e solicitam a colaboração dos Hunter nesse caso.
O caso foi dado como "Vendaval da Morte" entre os membros dos Hunter e a polícia que estarão juntos neste caso e terão de enfrentar um caso que possivelmente não haja pistas já que as câmeras da área afetada foram destruídas junto aos prédios e todo o bairro.