'Deus, você me odeia tanto assim por me dar uma trama de vida tão complicada?' Scarlett não pôde deixar de repreender Deus em seu coração.
Inúmeras perguntas agora preenchiam e insultavam sua mente,
Como seus pais poderiam trocá-la por dívidas da empresa?
Quanto eles devem para cometer um ato tão hediondo?
Scarlett tinha dificuldade em acreditar que seu pai pudesse fazer isso com ela. Ela sentiu seu coração se partir e isso era doloroso. O homem que Scarlett respeitou e amou por toda a vida a traiu. Ela não sabia se, no futuro, ainda seria capaz de chamá-lo de 'Pai'.
"Bwahaha... Sra. Piers, mas ainda duvido que essa garota me aceite. Sou um viúvo com cinco filhos." O riso de Frans voltou a insultar o ouvido de Scarlett.
Scarlett estava sem palavras.
Como seus pais podiam decidir seu futuro casando-a com um viúvo que tinha cinco filhos?
Nunca passou pela cabeça de Scarlett que algo assim acontecesse com ela. Esse tipo de coisa geralmente só acontece em dramas ou filmes. Mas agora, ela estava vivendo isso.
"Sr. Frans, você ainda é jovem. Você tem 60 anos, mas ainda parece ser de fim dos trinta." ela sorriu. "Bem, não se preocupe, nossa adorável Scarlett com certeza vai concordar...."
Scarlett não aguentava mais ouvir os nojentos planos dessas duas pessoas sem-vergonha. Ela tentou concentrar-se com todas as suas forças para que o efeito do antídoto pudesse trazer seu corpo de volta ao normal. Ela precisa fugir disso.
Enquanto ela ainda tentava controlar seus músculos das pernas que ainda eram difíceis de mover, ela ouviu outra pessoa entrar na sala.
Dois homens grandes vestidos de preto agarraram Scarlett e a arrastaram para fora da Sala VIP.
Ainda fingindo estar inconsciente, Scarlett fechou os olhos com força, mas suas orelhas estavam alerta. Tente ouvir a conversa deles.
"Coitada da garotinha..." Disse um dos homens à sua direita.
"Os pais dessa garota são gananciosos, vendendo sua filha para aquele velho pervertido!?" Disse outro homem.
"Para qual andar estamos indo?" o homem perguntou enquanto entravam no elevador.
Por algum motivo, naquela noite, o hotel estava muito silencioso. Não havia outros visitantes que cruzavam caminho com eles no elevador.
Scarlett não podia pedir ajuda. Ela não conseguia dizer uma palavra, mesmo com esses dois homens a carregando. Seus músculos da mandíbula ainda estavam fracos.
"20º andar, rápido... o pervertido disse que precisamos colocá-la no quarto #2011. Ele irá seguir depois de terminar de falar com a Sra. Piers...."
"Garotinha, por favor nos perdoe. Não temos escolha. Estamos apenas cumprindo ordens." Eles colocaram a garota em uma cama macia e saíram rapidamente do quarto.
Depois que os dois homens saíram do quarto, Scarlet abriu os olhos. Ela ficou chocada com a luxuosidade do quarto.
Aquele pervertido, de fato, era um homem rico. Ele estava disposto a gastar muito dinheiro nesta suíte presidencial.
Scarlett saiu da cama e arrastou os pés fracos até o minibar — ela precisava de outra pílula antídoto.
Ela precisava sair deste quarto antes que aquele pervertido sem-vergonha chegasse.
Scarlett encontrou uma garrafa de água. Ela tomou cinco pílulas da mochila e bebeu todas de uma vez. Após alguns segundos, ela se sentiu um pouco melhor. Ela conseguiu mover as pernas, mas elas não estavam de volta à força normal. Pelo menos, isso seria suficiente para tirá-la deste quarto.
Ela mancou em direção à porta, tentando ouvir qualquer movimento do lado de fora. Ela estava com medo dos dois guarda-costas ainda estarem de guarda na porta.
Mas com sorte, depois de algum tempo parada ali, ela não ouviu nenhum som. Sem perder tempo, saiu do quarto.
Os corredores vazios do hotel permitiam que Scarlett caminhasse sem problemas em direção ao elevador. Porém, quando chegou em frente ao elevador, seu coração parecia que ia parar. Ela viu o elevador subir e pareceu parar no andar dela.
'Maldito velho pervertido! Por que você veio tão rápido!'
Ela amaldiçoou o homem enquanto mancava em direção à saída de emergência. No momento em que a saída de emergência fechou-se atrás dela, ela conseguiu ouvir um som de 'ding'.
"Obrigada, Deus!! Foi muito perto..." ela murmurou em voz baixa, enquanto apagava as marcas do suor da testa.
Scarlett desceu as escadas devagar. Porém, depois de dar apenas alguns passos, ela parou. Havia várias pegadas caminhando em sua direção. Ela se sentiu cautelosa imediatamente, imaginando que aquelas pessoas pudessem ser o homem que a levou para o quarto.
'Meu Deus! Quem são eles? Eles estão vigiando a saída de emergência também?'
Ela mudou seus planos; decidiu subir até o telhado. Felizmente, no último minuto, seu corpo já conseguia se controlar. Com passos leves, ela subiu rapidamente as escadas.
Após alguns segundos subindo as escadas, Scarlett finalmente chegou ao último andar — aliviada por a porta estar destrancada. Imediatamente ela saiu dali e fechou a porta atrás de si com força.
Assim que saiu, suas pernas estavam tremendo. E por algum motivo, os músculos de seu corpo ficaram fracos novamente, mas ela não parou ali. Com bastante dificuldade, arrastou os pés em direção a um esconderijo no canto.
Encontrar um lugar para se esconder era essencial para ela. Ela sabia que agora não havia escapado por completo daquelas pessoas.
Ali parada, ela olhava fixamente para o mar completamente invisível — aquela noite, o céu estava tão escuro, não havia lua, como se o céu estivesse tão sombrio quanto seus sentimentos.
Scarlett não se importava com o vento forte que vinha do mar batendo em seu rosto. Ela tentava inspirar o máximo de ar fresco possível para encher seu peito apertado.
O que aconteceu com ela a deixou completamente exausta, tanto mental quanto fisicamente.
Se ela não tivesse o antídoto, ela não sabia o que teria acontecido com ela agora. Talvez, sua vida fosse destruída pelos pais e pelo velho pervertido.
"Pai, como você me vende para um velho apenas porque precisa de dinheiro para pagar suas dívidas?"
Scarlett falava silenciosamente com ela mesma para expressar o que estava se passando em sua mente naquele momento, ou então sua mente poderia explodir — era muita raiva.
"Eu quero te perdoar, mas eu não consigo aceitar isso agora. O que você fez comigo dessa vez foi além de doloroso e desrespeitoso. Como um pai pode fazer isso com sua própria filha?"
Pela primeira vez em anos, Scarlett chorou. Seu coração doía tanto que ela não aguentava mais. Apenas suas lágrimas podiam fazer seu coração se sentir um pouco melhor.
"Pai, eu... prefiro morrer a ser forçada a me casar com aquele velho!" Antes que Scarlett pudesse terminar sua frase, uma mão grande cobriu sua boca e rapidamente a puxou para trás.
Em pânico, ela lutou para escapar do abraço do homem, mas as mãos do homem eram tão fortes. Ele a abraçou por trás como se seu corpo estivesse trancado entre seus braços. Este homem era tão forte que ela nem conseguia gritar.
'Maldição!! Eles me acharam!?'
Scarlett sentiu vontade de chorar, percebendo que sua fuga foi inútil. Não demorou muito para eles a encontrassem aqui.
"Se eu fosse você, pararia de resistir e fazer qualquer barulho..." uma voz soou em seu ouvido. A voz dele era muito encantadora, como ouvir a voz de um ator que costumava interpretar o rei em dramas reais. Não soava apressado, mas fez com que ela obedecesse imediatamente às suas palavras.
O corpo de Scarlett congelou quando percebeu que o homem que a arrastou não era o guarda-costas que a perseguia, mas outra pessoa.
Quem é ele?
Pelo frescor do perfume masculino, ela pôde reconhecer que o homem estava usando um Eau de Parfum caro. Ela conhece esse aroma. Seu amigo, CEO de uma grande empresa dos EUA, costuma usar esse EDP. Ela também viu o relógio que ele estava usando, uma das últimas coleções da cara marca de relógios Patek Philippe.
Ela queria olhar para trás, mas o homem parecia estar segurando sua cabeça, propositadamente evitando que ela se virasse.
"Silêncio! Eles estão se aproximando."
Ouvindo seu aviso, Scarlett percebeu imediatamente que ainda não estava a salvo de seus pais e daquele velho pervertido.
De repente, seu peito ficou apertado e suas pernas ficaram fracas ao se lembrar do que aconteceu com ela. Aos poucos, ela foi perdendo a consciência. Sua cabeça abaixou-se enquanto a escuridão a engolia.
"Senhorita, todos eles foram embora. Você pode ir agora..." O homem de terno cinza disse. Mas a garota em seus braços não respondeu. "Você está dormindo?"
Ele virou o corpo dela em sua direção.
"Como você pode perder a consciência assim, garota!?"
O homem de terno cinza ficou sem palavras.
Ele a puxou, colocou a cabeça dela em seu ombro direito e fez uma ligação.
"Prepare o carro na porta dos fundos. Estamos indo para o hospital..." depois de encerrar a ligação. Ele a carregou gentilmente e saiu do telhado.