Em breve, os prisioneiros foram vistos em um amplo espaço aberto, fazendo fila para a comida. Jeslyn rapidamente entrou na fila quando chegou lá.
A fila estava bem organizada e sem engarrafamentos até chegar a vez dela.
Justo quando ela esticou o prato para pegar sua estranha porção de comida, um completo mal-encarado que se parecia com um homem selvagem com o uniforme amarrado à cintura e o cabelo parecendo um porco-espinho apareceu.
A maior parte do rosto e corpo dele estava rabiscada com tatuagens de diferentes tipos e cores e piercings na cara e na orelha que causariam repulsa em qualquer espectador. Ela empurrou o prato vazio de Jeslyn e ficou na frente dela na fila para a comida.
Jeslyn suspirou.
Estava claro que a pessoa era uma encrenqueira, então Jeslyn deu um passo para trás para que todos os seus seguidores ficassem na frente dela, sem saber que acabara de cometer um grande erro.
Bem, não é culpa dela. O que ela poderia ter feito?
Depois que os cinco encrenqueiros pegaram sua parte, Jeslyn estava prestes a andar para frente quando foi puxada sem cerimônia por trás e empurrada para fora da fila.
"Estorvo,"
"Lenta"
"Cabeça-oca"
"Estúpida"
"Idiota bonitinha"
Essas palavras cruéis saíram dos lábios de algumas pessoas na fila enquanto olhavam para ela com raiva.
Jeslyn ficou confusa. Ela não entendia por que estava sendo odiada por tentar ficar fora de problemas até que ouviu:
"Não tem mais comida. Você chegou tarde demais. Chegue mais cedo da próxima vez."
"Hã?" Jeslyn arregalou os olhos em horror. O que eles querem dizer com 'não tem mais comida?' Nesta prisão grande e bonita?
Bem, não muito bonita, mas melhor do que aquelas que ela tinha visto com banheiros e água no mesmo espaço onde os prisioneiros dormem.
Jeslyn olhou ao redor e viu que havia apenas cinco pessoas, além dela mesma, que não tinham recebido comida.
Aqueles prisioneiros que não conseguiram comida olharam para Jeslyn com fogo ardendo em seus olhos.
Jeslyn sentiu sua cabeça ficar dormente por causa de todos os olhares que recebia de todos os lados e só queria que alguém a salvasse dessa situação.
"Ei, coelhinha, venha aqui."
'Deus, obrigada!'
Jeslyn correu apressada para seus amigos, que acenavam para que ela se aproximasse. Ficar sozinha a tornava um alvo fácil para pessoas como a mulher que parecia um homem.
Ela se sentou ao lado das duas enquanto olhava para a comida nojenta que estavam comendo. Pareciam feijões, mas a água era suficiente para afogar um peixe.
O pão, ou qualquer que seja o nome, estava queimado dos dois lados. Ela franziu a testa involuntariamente ao ver a péssima qualidade da refeição.
'Por que o cozinheiro se incomodaria em queimar o pão? Isso aumenta a quantidade que eles produzem?' Tudo o que ela conseguia pensar era que quem fez aquele pão era puramente maldoso!
"Você acabou de entrar no livro negro. Fique conosco a partir de agora, ou você vai apanhar." A Rosa disse enquanto seus olhos estavam focados em sua comida.
"Mas eu não fiz nada de errado," Jeslyn tentou contestar,
"Escute, coelhinha. Aqui, você não precisa fazer nada de errado antes de ser morta, então obedeça a ela quando ela lhe disser alguma coisa", Amarela aconselhou.
"Ok, me desculpe."
"Não peça desculpas quando tiver certeza de que não fez nada de errado. No entanto, isso só se aplica quando você não é fraca como está agora", Rosa ensina.
"Ok, entendi, vou lembrar disso, obrigada."
"Agradecer também deve vir quando a pessoa que você está agradecendo merece." Rosa recitou novamente.
Jeslyn piscou. Mas ela merecia o agradecimento, certo?
"Então, irmã mais velha, você se importa em me dizer o que eu fiz de errado?" Ela perguntou com olhos suplicantes.
"Pare de agir coquete comigo. Eu posso te estuprar bem aqui," Amarela franziu a testa.
Jeslyn mordeu o lábio e baixou a cabeça. O que ela deveria fazer como a menina humilde que era?
"Você está fazendo isso de novo. Continue fazendo isso e a rainha pode achar que você está chamando a atenção dela seduzindo-a. Entre na lista negra de qualquer pessoa, mas nunca, eu digo, nunca permita que a rainha perceba você. Se ela fizer isso, mesmo que você consiga a liberdade daqui, ela sairá da cadeia só para te procurar", Rosa avisou.
"Deixe-me contar um segredo," Amarela sorriu.
Jeslyn olhou para Amarela e concordou com a cabeça.
"A rainha não é simples. Ela entra e sai da cadeia como quer e ninguém pode impedi-la. Agora mesmo, ela e seus bebês pegaram duas porções de comida, incluindo a sua e a de outras quatro garotas e é por isso que elas querem te devorar."
"Mas não se preocupe, você está segura conosco. Nenhuma mosca pode te machucar quando você está conosco, bem, exceto a rainha e seus bebês, então fique de olho naquele grupo de cinco."
Jeslyn concordou.
"Por que vocês são tão legais comigo?" Ela perguntou depois de um momento de silêncio.
Ela sabia que era raro alguém ser tão legal, especialmente em um lugar como este.
As duas senhoras a ignoraram e continuaram comendo suas comidas.
Jeslyn também parou de se sentir curiosa. Ela apenas se sentou lá com a palma da mão sob o queixo e o cotovelo na mesa enquanto observava elas comerem. Ela não estava com fome, pois a comida não era atraente.
Na verdade, colocar aquilo na boca a faria vomitar suas tripas.
Depois que terminaram de comer, os prisioneiros foram levados para o campo aberto para trabalhar no plantio de grãos.
Jeslyn, que não tinha ideia de como funcionava a agricultura, ficou ao lado das duas moças de cabelo colorido enquanto observava como elas plantavam alguns grãos de milho, para ser exato.
Depois de um tempo, ela aprendeu que era necessário fazer um pequeno buraco no solo macio com um graveto e colocar duas sementes antes de fechar o buraco.
Devido à novidade, ela achava divertido enquanto os outros viam como trabalho duro.
Sim, eles vinham fazendo isso há um mês e ainda não haviam coberto sequer metade do campo que os olhos não conseguiam ver onde terminava.
Alguns lugares que plantaram acabaram de crescer, outros estavam brotando e outros ainda estavam vazios.
Quando decidia descansar, ela admirava cuidadosamente o campo.
Durante o dia, Jeslyn tentava agir como todos os outros, como se nada a incomodasse, mas à noite, ela chorava até dormir.
Já faz três dias desde que ela foi trazida para cá e ela não comeu nada.
Esses prisioneiros estavam se vingando dela e ela tinha certeza disso.
Sempre que ela entra na fila, eles a empurram para fora.
No começo, ela não sentiu nada, mas depois de não comer por dois dias seguidos, seu corpo começou a protestar, e hoje sendo o terceiro dia de fome, seu estômago não aguentava mais, estava ameaçando desistir dela, então ela não teve escolha a não ser encontrar uma maneira de comer alguma coisa.