MEU PASSADO PART.2
Envolto em minha busca desesperada por uma quebra para a maldição que me afligia, deparei-me com Haru. Seus olhos castanhos, como poços de mistério e profundidade, capturaram minha atenção de forma inesperada, fazendo-me desviar por um instante do meu caminho. Naqueles breves momentos, fui hipnotizado por aquele olhar enigmático, como se ele detivesse as respostas para todas as minhas aflições. Contudo, a realidade logo me puxou de volta, e segui em frente, deixando para trás aquela miragem cativante.
A exaustão da busca infrutífera começava a pesar sobre meus ombros, as esperanças de uma solução desvanecendo lentamente. Minha mente se resignava à terrível realidade que se impunha diante de mim, aceitando a ideia de que talvez estivesse condenado a carregar a maldição para sempre. No entanto, jamais poderia ter previsto que Haru se tornaria uma peça fundamental em todo esse enigma que me envolvia.
Foi em uma antiga biblioteca que as engrenagens do destino começaram a girar. Ali, entre estantes empoeiradas e livros repletos de segredos, descobri a história por trás da maldição da Lua Azul. Uma narrativa assombrosa se desenrolava diante dos meus olhos, revelando que cada passo que eu dava em direção à verdade era mais intrigante do que o anterior.
Fragmentos de informação valiosa se entrelaçavam em minha mente, indicando que a Suprema Igreja escondia um conhecimento proibido sobre as maldições em geral. Foi por meio de um velho sábio, absorto na leitura de um livro ancestral, que ouvi murmúrios sobre os segredos ocultos por trás das sombras daquela instituição sagrada. No entanto, adentrar naquela fortaleza imponente era uma tarefa quase impossível. Restou-me apenas observá-la de fora, buscando pistas que pudessem me levar adiante. E então, em um dia de sorte, o universo conspirou a meu favor.
Um caos repentino irrompeu ao redor da igreja, uma cacofonia de gritos e estrondos que me ofereceu uma oportunidade fugaz de adentrar às suas entranhas. Eu me lancei para dentro, movido pela determinação e pela curiosidade voraz. O interior da igreja era uma obra de arte majestosa, com suas colunas imponentes e vitrais que filtravam a luz em cores divinas. Eu me encontrava perdido em meio à grandiosidade do lugar, sem saber por onde começar minha busca. Foi então que, como um sinal dos céus, Haru surgiu diante de mim.
Seus olhos fixaram-se em mim, percorrendo cada centímetro do meu ser com uma intensidade palpável. "Você é verdadeiramente incrível", disse ele, suas palavras brotando como flores surpreendentes em um campo árido. Eu permaneci perplexo, sem entender o que aquelas palavras inesperadas significavam.
Agradeci a ele com um olhar confuso, mas antes que pudesse expressar minha confusão, Haru se aproximou de mim com uma urgência inegável. Sua voz assumiu um tom carregado de segredos. "Sabia que a igreja tem o poder de iluminar todos os amaldiçoados?" A revelação atingiu minha mente como um raio, fazendo com que uma torrente de perguntas aflorasse em minha consciência. Como ele sabia que eu carregava uma maldição? Quais segredos obscuros estavam ocultos sob os véus sagrados daquela igreja imponente?
Antes que eu pudesse articular qualquer resposta, Haru agarrou meus braços com determinação e saiu correndo. "Acho melhor nos afastarmos deste lugar", sussurrou ele, suas palavras carregadas de um senso de urgência. Nossos passos ecoaram pelos corredores sagrados, enquanto fugíamos das sombras que ameaçavam nos envolver.
E então, diante de nós, emergiu das trevas um Sylveris, uma criatura sinistra e aterrorizante. A personalidade de Haru se metamorfoseou instantaneamente. Uma aura de seriedade e coragem dominou sua figura, e ele se preparou para o embate iminente. Uma batalha épica se desenrolou diante dos meus olhos, cada movimento de Haru sendo uma dança mortal, cada golpe carregado de determinação e estratégia. Com uma facilidade desconcertante, ele derrotou a criatura sobrenatural, demonstrando um domínio impressionante sobre as forças sombrias que regiam a maldição.
Eu fiquei fascinado e atônito com o espetáculo que se desenrolava diante de mim. Haru voltou-se para mim, sua expressão grave se transformando em um sorriso singelo. "Você é o primeiro amaldiçoado que considero meu amigo", disse ele, suas palavras ecoando em meu coração como uma melodia esperançosa.
E assim, naquele momento de revelação e mistério, nasceu nossa conexão. Eu me uni a Haru, embarcando em uma jornada impulsionada pela esperança e pela busca por uma cura. Desprovido de opções e desamparado, eu me entreguei a essa aventura desconhecida, cujo destino era tão incerto quanto a própria maldição que carregava.