- Você disse que era um guerreiro? Em que epoca estamos.

- Estamos em torno de 2000.

- Então estamos na mesma epoca e em lugares diferentes. Mas como que você era um guerreiro?

- Eu não morava aqui. É dificil de acreditar, mas sou de um lugar distante em um outro mundo.

- Eu entendo. Eu ficaria surpresa se não fosse a passagem.

- Sim. Mas realmente eu vim de outro mundo e era um guerreiro. Para você saber mais dessa história irei lhe contar com uma condição.

- Uma condição? E o que seria?

- Eu quero que você faça uma especie de treinamento básico para ser guerreira. Eu não tenho um discípulo e esse mundo está praticamente em paz. Eu sei que é algo desnecessário, mas eu preciso passar os meus conhecimentos para alguem. E também quando você passar por alguma situaçao como a de hoje, poderá se defender sem depender de mim ou de outras pessoas.

- Legal. Eu aceito sim. Agora pode me contar a história.

- Eu era um guerreiro no outro mundo. Eu vim para cá após alguns eventos que ocorreram nele. Quando cheguei aqui, estava perdido em meio a essa floresta. Foi quando encontrei essa casa. Havia um senhor de idade que cuidava da mesma, mas já estava em uma situação terminal. Eu cuidei dele nos seus últimos dias. Depois disso, procurei entender como funcionava esse mundo. Parece que esse lugar é bem isolado. Ele não entrava em contato com ninguém. Nem com seus amigos e filhos que esqueceram esse lugar e nunca mais deram as caras. Aprendi a como ler e vi através de jornais antigos e da tv que as coisas daqui eram bem mais pacíficas e a sociedade é mais evoluída. Eu resolvi não sair. Eu não tenho uma identidade e poderis causar problemas. Como ninguém vem para cá, eu sei que isso não seria um problema. Eu pego a minha própria comida da floresta ou da horta que tenho na fazenda. De resto, estou bem e continuo treinando. Esses goblins surgiram um pouco depois de eu vir para cá. O senhor me disse algo sobre isso. Eu fiquei surpreso quando ele me disse do que se tratava.

- E o que seriam esses goblins?

- Havia uma caverna aqui perto. Ninguém sabe dela, mas os índios que tinham aqui há muitos anos sabiam. O feiticeiro tupi guarani fez um selo e enganou na epoca dos bandeirantes vários tipos de criaturas que existiam nas florestas daqui. Foi uma especie de acordo para que as pessoas pudessem morar. Eles estavam tendo problemas com invasões desses seres. Esse acordo ers para deixar o povo dele em um lugar a oeste do estado e não fosse atacado pelos portugueses. Mas como vocês sabem, isso não aconteceu. O segredo do selo não foi passado e com o tempo o mesmo foi enfraquecido. Após isso, elas ficaram presas por anos lá e hoje alguns de tamanho menor conseguiram passar pela rachadura do feitiço. Esses goblins são só o começo. Por sorte, eu consegui me virar e acabar com a maior parte deles que apareceram nas redondezas. Porém, somente eu não sou o suficiente para conter essa invasão. Eu vou precisar de mais pessoas.

- Não seria esse o motivo para você me treinar?

- Não. Somente acho que tenho que passar para alguém os meus conhecimentos. Para não acontecer como esse feiticeiro tupi guarani. Por isso, gostaria de lhe treinar como uma guerreira. Vou lhe ensinar o basico do uso de espadas e machados. Depois disso, eu deixarei meus ensinamentos nesse livro que estou quase terminando e você pode continuar a partir disso.

- Entendi. Vamos praticar então.

- Hoje está ficando tarde. Eu preciso te levar até o local em que você veio. Amanhã irei te esperar no mesmo horário no local de onde você veio. Pode ser?

- Sim. Mas o caminho até lá poderá estar cheio de goblins.

- Sim. Estarei acabando com os que aparecerem no caminho. A partir de amanhã você começará o seu treinamento e depois que você tiver um pouco de conhecimento com espada, poderá me ajudar a conter esses invasores.

- Certo. Vamos indo então.

Bartolomeu e Scarlet saíram da casa. Era em torno de sete da noite. Além dos animais que poderiam aparecer na floresta, teriam que ser cautelosos e não serem atacados por goblins.

- Aparentemente não tem ninguém na floresta. Vamos!

- Sim. Vamos!

Adentraram a floresta e Scarlet foi mostrando mais ou menos o local de onde veio. Bartolomeu foi seguindo um pouco atrás.

No local da marca não havia nenhum monstro no momento.

- Certo. Pode ir para casa. Amanhã umas cinco horas estarei aqui te esperando.

- Ok. Obrigada por tudo.

- Por nada. Até mais.

- Até mais.

Scarler foi transportada para casa. Não conseguia acreditar aonde estava. Tirou a roupa e foi até o banheiro tomar um banho. A mãe não estava no momento.