Então é isso, eu realmente morri. Não que eu não esperasse por isso, contando com a forma que vivi. Um soldado, uma arma do governo, que sabia apenas matar e seguir ordens. Pra falar a verdade eu já estava morto a muito tempo, apenas não havia percebido isso.
Minha vida já não era minha há muito tempo, ela sempre foi dedicada ao meu país, um soldado soldado sem nome e nem rosto, um fantasma que não estava nos registros. Dedicado apenas a missões que não podiam ser designadas legalmente, e quando minha serventia acabou eles decidiram me eliminar também, pois eu sabia demais.
No final, eu morri como sempre vivi, sozinho.. traído pelo país a qual dediquei minha vida e tempo. Estar morto de certa forma foi um conforto o qual eu não esperava, sempre achei que o abraço frio da morte seria algo aterrorizante, mas estou aqui navegando, flutuando nesse vazio, não há nada, nem ninguém, apenas escuridão.
Mas novamente, a escuridão já era uma velha companheira, assim como a morte. Não há quanto tempo estou preso nessa escuridão, o tempo e espaço parecem ser distorcidos aqui, dias, meses, ou até anos, eu realmente não sei quanto tempo se passou.
De repente uma luz oriunda de cima fica no meu rosto, como um bálsamo de ânimo e esperança, seguido por uma voz que sussurra meu nome, e não a designação a qual eu era chamado, acho q fazia uns 6 ou 7 anos que não ouvia meu próprio nome.
Após ouvir meu nome, me vejo sendo içado por uma forma invisível que me puxa em direção a luz, parece que chegou a hora de ser julgado por meus atos em vida, e a conta não seria boa pra mim, contando o número de vidas que tirei, dezenas de vidas, talvez centenas. Depois de um tempo eu realmente parei de contar.
A força me leva para algo que posso entender como um plano astral, um tipo de espaço acima do vazio que eu me encontrava antes, e a luz vem de um ser, embora ele resplandecesse eu podia identificar uma figura humana, masculina. Se eu não estiver finalizando enlouquecido em meus anos de exclusão, acho que estou diante de algum tipo de divindade.
- seja bem vindo na vida pós a morte, Igor.
- Então é aqui que todos vêm depois de morrer, posso perguntar o que vem a seguir?
Eu realmente não fiquei tão surpreso, as coisas que vi, e até que eu mesmo fiz no meu tempo como soldado me endureceram.
- Sim você está certo, aqui é onde as almas são trazidas e onde elas recebem seu julgamento, e então é decidido se elas reencarnam, ou vão ficar na eternidade no paraíso ao condenadas ao vazio.
- entendi, obrigado por responder a isso, então podemos começar, quero dizer, se isso for o que você decidir.
" Risos" não se preocupe, eu tenho uma ótima proposta pra você na verdade, de reencarnação, um favor pra mim na verdade.
Agora isso sim me surpreendeu, primeiro que alguém como eu reencarnaria, e que eu estaria fazendo algum tipo de favor pra essa divindade, mas eu estava acostumado a seguir ordens, e eu não perderia nada ouvindo essa proposta, só teria a ganhar na verdade.
- claro, estou ouvindo, o que posso fazer por você?
- você sempre foi direto em sua vida, vejo que isso não mudou, muito bem, você será reencarnado em outro mundo, um paralelo a este, mas igual em muitos aspectos. Eu lhe concederei três desejos a você e em troca você fará este serviço para mim, o que acha ? Temos um acordo?
-Posso fazer umas perguntas antes?
- sim, você pode.
- Onde será este lugar e qual a tarefa?
- Mandarei você para o mundo de Harry Potter, sim eu sei que você era um grande fã, e sua tarefa será encontrar e destruir as horcrux que Voldemort criou.
- caramba, eu realmente não esperava por isso, então você é a morte desse universo?
- na verdade não, eu sou o destino, este é um favor para a senhora morte. Então o que me diz? Você aceita?
- Tenho mais uma última pergunta na verdade, quem eu serei lá? Um mero estudante sem nome? Ou um filho de uma família proeminente? Será que posso escolher isso?
- sim você tem a liberdade de escolher, mas será um ano ou no máximo dois anos mais velho que o garoto Potter.
- ótimo, nesse caso, eu aceito.
- muito bem, vamos começar.