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Chapter 4 - Volume 1: Prólogo - Capitulo 4: A Primeira Noite do Festival

Pela tarde deste mesmo dia, Gustav e Arthur estavam ambos animados para o festival na Capital. Até porque eles nunca tinham ido antes à capital ou a um festival. Todos os outros já estavam por lá se divertindo e se preparando para o dia principal da festa. Após um bom tempo de viagem, eles já estavam próximos da divisa, e perceberam algo um tanto interessante: a qualidade das estradas, das casas, prédios, e várias outras construções e estilos de vida conforme passavam pelos outros estados e cidades, não eram comparáveis a Vila Vinti que, por mais que fosse bem pequena, é extremamente avançada. Tanto nas construções, quanto na educação e tecnologia, o que deixou Gustav intrigado.

— Hum, essas casas até que são bonitas, mas nem se comparam a casa do Levi… como que a nossa Vila tem mais ricos que aqui?

— Como assim, filho? Você já não está no último ano da academia? Deveria saber da história de Vinti — disse Gunther, com uma cara provocante, sabendo que seu filho não é lá um dos mais estudiosos da sua classe.

Arthur não parava de rir. — HAHAHA como se o idiota do Gustav fizesse alguma coisa além de dormi– — até que foi interrompido.

— Aah, sim, claro, claro, a famosa história da família Vinti! Hehehe, claro que sei sobre! Cala a boca, Arthur! Ou quer que meu pai cancele a viagem, hein?! Mas bem que o senhor poderia refrescar a nossa memória, né, meu querido pai? Já que o senhor estudou história e muitas outras coisas como ninguém — tagarelou Gustav, tentando contornar a situação. Mas, de fato, Gunther estudou muito a história de Vera Cruz e do mundo em geral por anos, é de fato um grande historiador. Não pôde conseguir nenhum certificado ou diploma por alguns problemas, porém não deixou isso atrapalhar seus estudos.

Gunther que já esperava tal situação, deu uma gargalhada e passou a contar a história. — Bom, se me lembro bem…

Isso começa desde a chegada de outros povos em Vera Cruz. Naquela época, não se sabia muito sobre o Ki e os despertares. Porém, os nativos da nação eram profissionais nisso, principalmente 3 clãs que se estabeleciam como os líderes dessas terras. E é aí que o Clã Vinti entra na história. Esses povos de outras nações trocavam tecnologia e conhecimento em troca dos conhecimentos deles sobre Ki. Bem, esses 3 clãs eram o Clã Vinti, o Clã Melchior e o Clã Zen. O Clã Zen era conhecido por ser o mais poderoso clã dentre todos esses, aquele que liderava tudo, porém, por conta de algumas guerras e outras coisas que foram perdidas na história, acabou caindo e se extinguindo, já os Clãs Melchior e Vinti continuaram persistentes. Por um acordo feito há muito tempo, o Clã Vinti ficou responsável por cuidar das fronteiras da Floresta da Morte, e até hoje é muito recompensada por isso, assim como os sobrenomes que se uniram ao Clã há muito tempo atrás. O Clã Melchior ficou responsável por cuidar da nação em geral, sendo na economia, educação, saúde e outros, também junto às famílias que os apoiaram. Ainda assim, Vera Cruz não conseguiu sua independência, por, na época em que foi descoberta pelo mundo globalizado, ainda não ter os conhecimentos básicos de comércio, arquitetura, tecnologia, etc… que os outros povos já tinham. Assim, até hoje, é governada pela linhagem sanguínea de Plack, o país que a encontrou.

Gunther terminou de lhes contar a história e logo Gustav reagiu:

— Uouu! Eu com certeza já sabia disso, hehe, mas e a nossa família? Ela não se uniu ao clã Vinti ou algo do tipo? Já que a gente é pobre pra cacete?!

— Ei, cuidado com a boca! mas… é por aí, sim… meio que a nossa família teve sua história apagada ou simplesmente não se destacou na história… apenas famílias de nomes renomados ou minimamente conhecidos puderam se aliar ao Clã Vinti… nem se sabe como a família Lark ainda existe, Gustav — explicava Gunther, com pausas em suas palavras e com uma cara um tanto triste e confusa.

— Entendi… de todo jeito, vou me tornar o Poder Mundial de Vera Cruz um dia, mesmo… então não se preocupe, pai. Vou fazer nossa família ser reconhecida! — simplesmente porque sim. Gustav sempre sonhou em ser reconhecido, poderoso e de certa forma, um herói. Não é apenas por luxo ou fama, ele só quer provar a si mesmo que é capaz de trazer felicidade e conforto aos seus pais. É simplesmente algo que vem em sua mente.

— Afff, lá vem ele com isso de novo! Cala a boca, Gustav! Você acabou de fazer seu pai se sentir mal! — exclamou Arthur.

— Ãh?! Quando foi que fiz isso? Tá ficando louco, quatro olhos imbecil?! — retrucou Gustav.

— Ei, ei, parem de brigar os dois, quanta bobeira! — advertiu Gunther, até olhar melhor e ver que os dois estavam apenas brincando, tentando passar o tempo. O que abriu um sorriso em seu rosto. — É… de fato fiz uma boa escolha…!

Assim, o tempo passou e finalmente chegaram à Capital Melchior. Os garotos ainda estavam dormindo, já que chegaram no local durante a noite. Antes de chegarem, Gunther havia decidido que era apenas melhor continuar a viagem pela noite já que estavam tão próximos ao pátio de eventos, em que a maioria das barracas do festival ficariam. Assim que chegaram lá, Gunther avistou uma carruagem muito bela, movida por um cavalo tão negro que era quase impossível de se ver pela noite e outro cavalo tão branco que parecia ser quem estava clareando a noite. Era a carruagem do Lorde da Vila Vinti e seu filho, o Diretor Cronos, junto com os alunos escolhidos para fazer a viagem. Gunther tentou passar despercebido, e foi um sucesso já que Gustav e Arthur dormiam, e Cronos simplesmente o ignorou. Até que Silver o percebeu.

— Hum… Gunther já chegou com os amigos dos meus netos… todos eram muito próximos de Julius e Levi, pelo o que Lilia me contou… é bom que se distraiam o máximo que conseguirem. Vou dar uma mãozinha. Ei, Gunther! Uma ótima noite a vocês! — pensou Silver, preocupado com o como vão reagir quando a mensagem for transmitida.

Com uma cara de quem fracassou em uma missão super importante, Gunther se virou e cumprimentou o Lorde.

— B- boa noite, Lorde da cidade Vinti, Silver Vinti. É um prazer lhe encontrar nesta noite.

— O prazer é todo meu, você é a melhor mão de obra que temos na mansão. Enfim, veio aproveitar o festival, certo? Ou apenas para trabalho como das outras vezes?

— Um pouco dos dois, eu diria. Vim a trabalho mas trouxe meu filho e um amigo dele para que possam aproveitar um pouco do festival. Hehe…

— Não. Quero que você saia daqui agora. — falou Silver, com uma voz fria e empoderada, com os olhos fixos nele e nas crianças.

— Quê? Como assim, sair? Lorde, se acalme, pense bem… porque está fazendo isso? Você mesmo acabou de falar que sou seu melhor empregado… por favor, eu imploro! Essas crianças nunca participaram de um festival e… — Gunther clamava por poder celebrar com as crianças… "Por que Silver, um homem tão bondoso, estaria fazendo isso?" Era o que pensava.

— Ei, ei, se acalme, hehe.. Não é isso que quero dizer. Seguinte, quanto você planeja ganhar com as vendas nessa semana de festival? — claro que Silver, a figura da gentileza, já tinha um plano em mente para ajudar Gunther, que simplesmente ficou apavorado com a ideia de ter que acabar com as expectativas das crianças.

— Oi? Creio que… em torno de 1.500 reais? — respondeu ele, confuso.

— Hum.. 1.500, né? Vamos ver… 7 crianças X 1.500… Te dou 20 mil reais para cuidar das crianças durante esses 7 dias do festival. Claro, não vai precisar se preocupar com o dinheiro, creio que… uns 50 mil dê pra bancar tudo? Sim, sim, com certeza! Vou falar com os pais deles e já te informarei melhor. — tagarelava Silver, enquanto Gunther não entendia nada.

— Crianças? Que crianças? Do que você está falando? E que cálculo é esse?

— Bom, depois eu te ligo e converso com você. Tá com um aparelho de comunicação aí, né? Então até depois! Se cuida. Ah, pegue esses 10 mil reais e procure uma pousada para as crianças e você. Tem que ser uma com muitos quartos e bem aconchegante. Agora, como já mandei, saia do pátio de mercadoria agora mesmo, antes que Cronos te veja e me traga dor de cabeça — Silver dizia, enquanto se afastava e jogava uma bolsa de dinheiro.

— Não, espera!... Ah, okay… — Gunther apenas aceitou e foi fazer o que lhe foi dito. Silver já estava muito longe.

Depois desse estranho encontro, Gunther voltou para a carruagem e saiu do pátio, encontrou uma pousada perfeita e alugou 6 quartos. Depois, acordou Arthur e Gustav que sonolentos só se levantaram, e deitaram nas camas macias sem nem se questionarem.

Como tem sido um tanto recente, Gustav novamente teve mais um sonho esquisito, referente a um livro, um anel, e outras coisas que não ficaram claras em sua mente. Ele acordou assustado, e ficou ainda mais atordoado ao perceber que estava sozinho em um quarto chique e confortável, que nunca tinha visto em sua vida antes.

— Ei, ei, ei… Que lugar é esse? Será que finalmente meu sonho se tornou realidade? Meus pais na verdade sempre foram ricos e nasci destinado a grandes feitos, como o Naruto, Luffy, Goku — Gustav falava e falava, até alguém bater na porta. É seu pai, com o serviço de quarto, e Arthur, que havia acordado 1 hora antes de Gustav.

— Filho, finalmente você acordou! Trouxe o café-da-manhã, Arthur quis vir te ver também — Gunther estava com uma aparência genuinamente aliviada. Parecia que seu sonho estava finalmente se tornando realidade, pelo menos por uma semana.

— Ei, Gustav, esses quartos não são da horas?! Nem acreditei no que vi quando acordei! A melhor parte é que está cheio de Ki por esse prédio! — Arthur não é pobre como Gustav, porém, um hotel como esse não é tão comum para ele.

— Calma, como assim? Pai, a gente tem mesmo dinheiro para bancar isso tudo?!

— Bem, na verdade ontem a noite… — Gunther explicava o que aconteceu até seu cristal de comunicação vibrar. — Oh, deve ser ele! Gustav, coma enquanto eu atendo a ligação — Gunther estendeu a bandeja com o café-da-manhã e se afastou até a sacada do quarto para atender — Alô? Ah, sim, sim, ok. Entendo. Agradeço muito pela oportunidade. Mas já? Certo, então — Gunther olhou para baixo, deu um leve sorriso, e olhou para Gustav e Arthur — Ei, os dois, desçam lá embaixo. Arthur, mostre os quartos para os outros.

— Sério? Eles já chegaram? Aí sim! Vamos, Gustav!

— Certo, estou indo! Tchau, pai!

Gustav e Arthur desceram as escadas correndo e logo avistaram Levi, Sakura e Roxy. Todos perceberam a falta de Lilia, acontece que Cronos foi totalmente contra a ideia de deixar eles se reunirem, já que ela e Vincenti estariam em "uma viagem extra-curricular". Silver não gostou disso, já que poderiam interferir em seus planos, mas, para não levantar suspeitas, teve de aceitar. Todos os jovens se cumprimentaram. Silver observava cada situação bem atento.

— Hum… Eles estão de fato felizes. É melhor que aproveitem e se distraiam bastante. Ao menos por enquanto. Certo, aproveitem a estadia e se acomodem, daqui a pouco Gunther dirá o que vocês farão. Adeus, crianças! E me perdoem por esse ser o máximo que posso fazer por vocês — assim, Silver entrou na carruagem e foi em direção à Mansão do Lorde da Capital.

Todos encontraram seus quartos, guardaram suas coisas e foram encontrar Gunther.

— Certo, agora que estão todos prontos, temos muito o que fazer ainda hoje! — disse Gunther parecendo mais empolgado que as crianças.

— Aí, sim! Finalmente vamos fazer algo além de ficar presos no hotel ou viajando! — gritou Arthur.

— Não é? Eu tive que conhecer um monte de aristocratas esses dias, e ainda assim não pude ver meu irmão… pelo menos vamos nos divertir! — ressaltou Levi.

— Ah, então o riquinho sabichão teve uma reunião importante? Eu também tive, tá?! Conheci vários comerciantes importantes também, humph! — acrescentou Sakura, como se estivesse numa competição, após dar um soco na cabeça do Levi.

— Que seja, vocês! Só vamos aproveitar. Mas… e a Lilia? Ela não vai poder ir conosco? — Gustav girava sua cabeça de um lado pro outro.

— Bem, pelo o que o Lorde Silver me contou, Lilia e Vincenti não poderão se juntar a vocês por conta das atividades extra-curriculares. Mas ele garantiu que se divertirão tanto quanto vocês — Gunther tentou acalmá-lo, porém Gustav continuava aflito.

— Isso só fica mais estranho… A viagem deveria ser apenas por conta do dia principal do festival, não devia ter problema em eles se juntarem a nós… mas posso estar tirando conclusões apenas por não gostar do Cronos… independente disso tenho que descobrir a verdade! Hum… entendo… Então vamos!

Todos entraram na carruagem e foram conhecer diversos lugares turísticos da Capital. A Capital de Vera Cruz, Melchior, é um estado localizado bem no meio do país, como uma forma de estratégia para evitar ataques diretos à Capital por conta de feras marinhas ou futuras possíveis guerras entre nações, assim como povoar a nação. Muito conhecido e destacado em relação a sua arquitetura, o estado é recheado de diversos palácios, castelos, mansões, museus e principalmente o Parque da Cidade Dama Imigrante.

Galeria de Artes de Melchior (GAM)

— Ah… que tediante! Sério que a gente viajou tanto só pra ver um monte de tinta jogada nuns quadros?!

— É de fato muito belo… sinto uma vontade enorme vindo destas artes… me traz uma sensação familiar… Arthur, pare de reclamar e tente não só ver, mas sentir. Manipule seu Ki até os seus olhos, se concentre ao máximo na arte, com a sua alma, tipo quando você treina aquilo que Julius nos ensinou, e sinta todas essas emoções contidas nela. Você perceberá, é incrível! — Instruiu Levi, enquanto tentava se lembrar onde já havia sentido todas essas emoções em um quadro antes. Logo abaixo do nome do quadro, ele encontrou a resposta.

— Uou, verdade! Posso sentir! É diferente quando ao invés de ver, você enxerga com seu Ki e foca na arte com sua alma, do jeito que Julius ensinou a gente! — Arthur não conseguiu chegar no mesmo estágio de concentração que Levi, mas já era o suficiente para sentir as emoções emanando do quadro

Sakura e Roxy ouviram a conversa de Levi e tentaram reproduzir tal forma de concentração, assim, também sentiram a cachoeira de emoções que eram jorradas daquele quadro, porém para Roxy foi algo tão chocante que lhe fez chorar. Ela tinha de fato talento pra coisa, era sua primeira vez tentando algo assim, mas já quase alcançou o nível de concentração do Levi, que já conhecia a técnica há um bom tempo.

— Meh, consigo não. Que desgraça é essa que vocês estão fazendo?! Ou me concentro na arte, ou na circulação do Ki, ou naquela coisa do Mestre Julius, é impossível focar em tudo ao mesmo tempo! — reclamava Gustav, por estar com muita dificuldade de fazer o mesmo que os outros.

A técnica que o artista usou é chamada de "Marca Espiritual", uma técnica utilizada para gravar seus pensamentos, emoções, desejos, entre outros, em forma de arte. Não há muitos artistas nesse nível de habilidade pelo mundo. E a técnica que Levi ensinou para eles, é chamada de "Concentração Espiritual", uma técnica utilizada para se concentrar em sentir, ver e ouvir coisas que normalmente não são captadas naturalmente. Ambas as técnicas são utilizadas diretamente pelo espírito da pessoa, e não com um intermediador, como o Ki. A técnica da concentração espiritual não é algo tão avançado, mas para a idade deles, conseguir fazer isso só mostra o quão talentosos são.

— Vocês conseguem usar a concentração espiritual tão facilmente assim? Creio que aprenderiam isso nas aulas de "Teoria e Prática Espiritual" na universidade. Levi eu até entendo conseguir realizar isso, já que até despertou seu primeiro elemento de Ki. Mas os outros… meus parabéns — explicava Gunther, se lembrando das suas épocas como estudante.

— Só aprendi o básico desses conceitos, um tempo atrás, e melhorei eles da última vez que vi o meu irmão.

— Julius, né? Você aprendeu com o melhor. Já eu, tive que estudar muito a Teoria Espiritual entre muitas outras coisas. Meu sonho era ser professor, mas por conta de alguns obstáculos, não consegui…

— Ah, entendi.. mas então por que você não… — dizia Levi, até perceber quem passava ao seu lado. Era o Diretor Cronos, com Lilia, Vincenti e Arik.

— Olha quem está aqui, se não é o meu melhor empregado e antigo companheiro. O que está fazendo em um lugar tão sofisticado quanto o GAM, com esses pirralhos? — falava Cronos com uma voz rangida em tom sarcástico.

— O-olá, Diretor Cronos Vinti. Como tem passado? Estou aqui por conta de um pedido do Lorde Silver, para cuidar das crianças na semana do festival. Mas creio que já saiba disso, já que não permitiu a Lilia se juntar aos seus amigos — Gunther não se sentia bem quando tinha de encarar Cronos, o maior motivo disso é por conta da época em que ambos estudavam na mesma universidade, anos atrás, até Gunther ter de largar seus estudos por problemas financeiros e familiares.

— Humph! Entendi. Vamos, não temos tempo a perder — disse Cronos, chamando os 3 que lhe acompanhavam, enquanto fazia pouco caso com Gunther.

— Ei, Espere! Lilia! — gritou Gustav, tentando chamar a atenção da Lilia. Ela virou seu rosto, cujo estava com uma expressão fora do comum. Certamente ela nunca foi de expressar tantos sentimentos, mas Gustav tinha certeza, ela estava triste e preocupada. Lilia… por que?...

— Me desculpe… — Lilia cochichou enquanto seguia seu pai.

Gustav cerrou seus punhos e segurou sua vontade de correr atrás dela. Todos ficaram em silêncio até que Cronos e os outros saíssem de vista. Nesse momento, Gunther e as crianças notaram uma presença que parecia estar lá há um tempo: um rapaz em torno dos 20 anos, cabelos lisos e bem pretos, com um óculos de armação redonda e fina cujo as lentes fugiam ligeiramente.

— Tá, isso foi bem estranho...

Todos que estavam lá, olharam para o homem que estava lá parado, com um carrinho cheio de livros e um sorriso de "por favor". Gustav já não aguentava mais esse bate e volta de olhares e exclamou:

— Sim, de fato foi… Mas quem diabos é você?!

— Eita, me perdoe. Meu nome é Genos, sou o assistente do galerista da GAM e fiquei muito impressionado com o talento de vocês. E imaginar que com tão pouca idade conseguiriam entender a profundidade de sentimentos contido nessa arte nomeada de "O Sentido de Não Ser", feita pelo grande artista "Trucker Vinti" — dizia ele, direcionando seus olhos para o quadro e as crianças, com um leve sorriso.

Trucker Vinti, o recém-nomeado Poder Mundial de Vera Cruz é um homem cheio de sentimentos. Sempre viu e vê até hoje o mundo de uma forma complexa, algo que ele nunca compreenderia, e tenta expressar esses seus sentimentos de todas as formas possíveis, seja pintando quadros ou esculpindo belas esculturas. É dito que até mesmo quando está lutando, seus sentimentos tomam conta do campo de batalha. Sendo apelidado de "O Amante da Existência", levando em conta que todas as suas obras têm um sentido de "ser ou não ser, existir ou não existir" e muitos de seus inimigos simplesmente desistirem de um batalha por terem medo de "desaparecer no vazio da inexistência".

— Foi o que pensei! De fato, eu me lembro de quando Truker me mostrou essa obra, ele disse algo do tipo: "Ser não é só existir, e não existir não é apenas não ser". Eu não entendi na época, mesmo ele me ensinando a concentração espiritual. Mas agora entendo um pouco mais sobre o que ele quis passar com essa pintura.

— Impressionante, você seria Levi, certo? Lembro do Trucker falar sobre você, disse até mesmo que você lembra muito o seu irmão. — Genos levava todos ao local onde são expostas as obras do grande artista.

— Sério?! Ei, mas… por que você fala como se conhecesse Trucker há eras?! — logo após Levi o interrogar, Genos fez uma expressão maléfica, como se tivesse conseguido o que queria.

— Isso é bem simples — de repente, alguém tão formal e educado perdeu totalmente a postura. — ESTÁ TUDO NESTA BIOGRAFIA DO GRANDE ARTISTA E CAVALEIRO-CELESTIAL: "TRUCKER VINTI, O AMANTE DA EXISTÊNCIA", CUJO VOCÊ PODE ADQUIRIR AGORA MESMO JUNTO A UM BILHETE PARA O SHOW DO CANTOR RODRIGUES ZIN, TUDO POR APENAS 99,99 REAIS! — Genos olhou em volta, as crianças riam sem parar e Gunther estava com uma cara de surpresa, o que lhe fez pensar que era melhor justificar logo todo esse escândalo repentino. — Aham! Me desculpem, mas tenho que vender ainda hoje todas essas 100 cópias do livro, para ganhar uma promoção… haha…

— Calma, meu jovem! Você disse Rodrigues Zin?! -— Gunther continuava com uma cara assustada. — É o cantor favorito do Gustav…

— Oh, sim. A GAM fez uma parceria com o Palco Z, e conseguimos alguns ingressos… na verdade, esse dinheiro está sendo usado para reformar algumas partes da GAM e repor algumas artes perdidas por conta do ataque das feras. Foi uma sorte que a cantora planejou um espetáculo com a nossa parceira. Ainda assim, recomendo que vá para esse show, a Rodrigues é bem conhecida principalmente pelo fato de usar a marca espiritual em alguns dos seus shows. É realmente esplêndido!

Genos dizia e Gunther concordava com sua cabeça. Rodrigues é de fato um grande artista musical, conhecido pelo mundo todo, não só por ser um músico que utiliza a marca espiritual, mas também por mesmo que seja tão famoso e seus shows tenham uma qualidade tão alta, seus ingressos não custam o olho da cara, diferente de outros artistas pelo mundo.

— Concordo com unhas e dentes! Por favor, eu vou querer 6 ingr– quero dizer, 6 livros do Trucker… mas os ingressos também!

— Muito obrigado! Já é de grande ajuda. Só por curiosidade, gostaria de dizer: esse livro é uma autobiografia que foi escrita com base no próprio diário de Trucker Vinti. Mas só vai até seus 15 anos. — dizia Genos, enquanto lhes entregava os livros e os ingressos.

— Perfeito, Genos. Obrigado pelo acolhimento. Já está escurecendo e ainda temos que aproveitar a primeira noite do festival!

— Aí sim! Vamos! Tchau, Genos. Boas vendas! — todos disseram.

Gunther, Gustav e os outros entraram na carruagem que Silver lhes disponibilizou, e partiram a caminho do festival. A semana toda do evento será realizada na praça de eventos do Parque da Cidade Dama Imigrante. Com seus 4 milhões e 200 mil metros quadrados, é considerado não só o maior parque de Vera Cruz, como do mundo todo. A história e peso nacional que este parque carrega é algo inestimável, só o seu nome já carrega o grande legado da ex-primeira-governante ou rainha do país, sendo dada como uma das mulheres mais fortes, sábias e determinadas que já pisou no mundo. Claro, para representar tal figura, o parque foi feito lindamente cheio de lagos que brilham a todo momento refletindo o céu azul de Melchior, árvores tão belas que é quase impossível de acreditar que são reais, sendo a de maior destaque, a árvore da brasa, sempre volumosa e transbordando Ki, graças ao que lhe faz ser tão famosa: sua madeira vermelha como o sangue, "cujo tinge a natureza de sua alma".

Pelo caminho todo, em torno de 1h de viagem, Roxy consumia o livro de Truker de forma assustadora, seus olhos estavam molhados, como se ela estivesse vendo a coisa mais bela que poderia haver no mundo, como se aquele livro tivesse a resposta para todas as perguntas que ela havia feito em sua vida. Gustav que estava ao seu lado, percebeu o grande interesse de Roxy no livro, puxou o seu, deu umas folheadas mas nada parecia lhe interessar ali, então se dirigiu à Roxy:

— Roxy, o que tem de tão interessante neste livro? É tão bom assim, ou você sempre foi uma fanática pelo Trucker?! Nossa, não sabia desse lado seu… sinceramente viu… — Gustav continuava falando besteiras sem parar até perceber que Roxy estava lacrimejando. — Ei, ei… desculpa, eu não queria te chatear… Me perdoa!

— Ah, m-me desculpe, Gustav… é nada disso… só que… é mesmo muito lindo. Ele descreve cada cena com tanta precisão e paixão, é como se eu estivesse dentro deste livro, vivendo cada cena ao lado de Trucker! Isso não é apenas uma biografia, é um passo-a-passo de como fazer arte, como se expressar, tudo feito de forma tão profunda… simplesmente incrível!

Para Roxy, se expressar nunca foi algo simples, ou melhor, sempre lhe pareceu como um muro gigante cujo lhe impedia de dar um passo à frente, tão grande que era impossível de ser escalado ou ao menos ver seu topo. Porém no livro de Trucker, tudo isso é feito de modo tão simples que é como se fosse um tutorial. Não um tutorial de como passar por cima de tal muro, mas sim de como destruí-lo por completo. Gustav não entende exatamente o que seriam esses tais obstáculos, mas ouvia cada palavra que saia da boca da Roxy bem atento.

— Você deveria ler… — Completou.

— Sim, claro… já que você gostou tanto, vou ler mais tarde! — Gustav não estava de fato com vontade de ler este livro que lhe parecia ser tediante, mas ainda assim, resolveu que depois o leria de forma aprofundada. Mais como consideração à pessoa que Trucker Vinti é.

Levi também estava lendo o livro, com ele apoiado em suas pernas, que estavam uma acima da outra. É incrível como esse garoto consegue ser elegante a todo momento. Muito concentrado, fazendo algumas expressões que Gustav achou graça. Já Sakura e Arthur dormiram assim que puseram os pés na carruagem.

Logo eles chegaram no Parque da Cidade Dama Imigrante, e já se deram conta de uma paisagem maravilhosa. Levi, Roxy e Sakura já haviam visitado o lugar, porém Arthur foi apenas uma única vez em sua vida, quando tinha uns 7 anos, na verdade 2 se contar com a vez em que estava dormindo e o Lorde da Vila Vinti os "expulsou" do local. Esta havia sido a primeira vez de Gustav também… mas vamos desconsiderar isso. De toda forma, nenhum deles jamais havia visto o parque enfeitado e lotado como está desta vez. Claro, por ser um festival para acalmar as pessoas após o ataque das feras e ainda por cima anunciar a morte de Julius, não houveram motivos para "pouparem grana", assim sendo realizado o festival mais belo já registrado na história.

O parque estava todo enfeitado, lotado de ponta a ponta. Mesmo estando de noite, o céu estava claro, isto graças à umas bolinhas de luz que voavam no céu do parque, feito por cavaleiros-celestiais e aventureiros talentosos.

Havia também muitos estrangeiros no local, todos com a mesma intenção de participar do maior festival de todos os tempos. Vários artistas mundialmente famosos foram convidados, o que atraiu ainda mais a atenção do público.

Na praça principal de eventos do parque, Gunther reuniu todos e lhes instruiu.

— Certo, o Parque da Dama é gigante, e há muitas pessoas aqui hoje. Lembrem-se deste local, caso algum de vocês se perca, venha para cá imediatamente. Há muitas barracas e brinquedos, obviamente não poderemos aproveitar tudo isso ainda hoje, então vamos usar a lista do Lorde Silver como prioridade, ele destacou todos os melhores eventos que terão nesses 7 dias. Entendido?

— Sim! — todos assentiram ansiosos.

Sem sombra de dúvidas, essa foi a noite mais agitada de todos eles, se divertiram em várias barracas, comeram até não aguentar mais, discutiam de segundo em segundo, assistiram a vários eventos, e ainda era apenas a primeira noite do festival. Após um dia tão agitado, todos voltaram para o Hotel, que se localizava bem próximo ao parque, tomaram um banho e dormiram, para terem energia para o próximo dia.

Na Mansão do Lorde da Capital

No local mais belo e importante da Capital, estavam as pessoas mais importantes de Vera Cruz.

— Silver, Sirius. Estou de volta. Infelizmente nada de diferente ocorreu.

— Sem novidades, hein Trucker… Talvez seja de fato melhor apenas esperar com que aconteça naturalmente?

— Creio que sim, Lorde Sirius. Pelo menos de acordo com as histórias…

— Certo, então focaremos no outro assunto. Podemos dar início ao plano?

— Sim, vamos dar início, Silver. As forças já estão reunidas e prontas para a missão. A partir de amanhã as investigações serão feitas mais a fundo.

— Então é isso — concordaram os dois senhores.

Fim do cap 4

Curiosidades: A Capital Melchior é inspirada em Brasília, (capital do Brasil).

Parque da Cidade Dama Imigrante é inspirado no Parque da Cidade Sarah Kubitschek;

Sarah → significa dama

Kubitschek → Sobrenome do ex-presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek (cujo sobrenome vem de uma família imigrante) Não achei o significado do sobrenome.

Árvore da brasa é o nome do Pau-Brasil.

Referências - 3 seguidas, sendo elas: Dragon Ball, Naruto e One Piece (quando Gustav cita os nomes dos protagonistas desses animes/mangás).

Até semana que vem!

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