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Chapter 6 - Finalmente em casa

Olivia

— Você realmente estava falando sério quando disse que estava vendendo esse apartamento? — Sarah pergunta pela terceira vez desde que sentou conosco no café da manhã.

Reviro os olhos, porque isso já está se tornando cansativo.

— Sim, Sarah. Como eu disse antes, eu estou fazendo isso, arrume suas coisas e vá para o seu apartamento, eu voltarei para casa por um tempo. — respondo tentando manter o mínimo de paciência.

— Eu ainda não consigo entender os seus motivos. — murmura desconfiada.

— Bem, eu já expliquei e eu espero que você entenda. — digo.

— Sarah, eu ouvi a explicação de Olivia e entendo o que ela quer dizer. Também acho que o melhor é vocês duas morarem separadas, você terá mais privacidade e poderá encontrar alguém e ser tão feliz quanto nós dois, além do mais, morar sozinho tem seus benefícios. — Robert argumenta.

É claro, o maior beneficio de todos e que não precisaram se preocupar que eu os descubra juntos.

Sarah pondera em silêncio por alguns minutos e logo depois dá de ombros.

— Bem, acho que vocês tem razão, é só que eu nunca fiquei longe de Olivia antes e é um pouco estranho para mim, acho que estava com medo. — sorri envergonhada.

Robert a cutuca e os dois começam a discutir, eu apenas os observo com um sorriso colado no rosto.

— Bem, eu terminei de comer, vou começar a me organizar e juntar meus pertences. — aviso e deixo a cozinha, eles nem sequer perceberam que eu saí, mas isso era de se esperar, já que nunca fizeram antes, eu só ignorava o que estava na minha frente e fingia que eles faziam.

Que patética.

Ao chegar no quarto, mandei uma mensagem ao meu pai avisando que eu estava voltando para casa.

A resposta dele era o que eu esperava.

"Faça como quiser."

Sempre foi assim. Jason Valentine nunca me impediu de fazer nada, no entanto, ele também nunca me incentivou de forma alguma, sempre passivo, deixando que eu fizesse as escolhas que quisesse, se houvesse consequências muito grandes, ele lidaria com a situação, se não fosse o caso, simplesmente seria deixado para outra pessoa ou esquecido. Nunca negligente, mas também, nunca presente de uma forma positiva. Essa é a minha relação com meu pai.

É triste e eu gostaria que mudasse, seu eu tivesse apenas uma chance…

Espere.

Eu tenho!

Lembro que meu pai morreu precocemente por conta de um câncer no estômago que foi diagnosticado tarde demais, mas dessa vez, eu posso mudar as coisas, eu posso cuidar dele e fazê-lo se cuidar mais, descobrir a doença mais cedo e ter a chance de sobreviver.

Sim, eu posso fazer isso. Dessa vez, eu vou salvar meu pai e também o nosso relacionamento, não sai da minha cabeça que muitas coisas não teriam acontecido se meu pai ainda estivesse vivo e ele nunca gostou de Robert, no fundo, seu instinto de pai sempre foi correto e ele sempre soube que Robert não era o homem certo para mim. Dessa vez, eu vou fazer a coisa certa e estreitar minha relação com meu pai, eu não quero mais me sentir sozinha e ele é meu único parente de sangue, eu não posso perdê-lo outra vez.

***

Alguns dias se passaram e eu finalmente voltei para casa, Sarah também se mudou para o sei apartamento e eu não podia me sentir mais aliviada que eu não precisava mais fingir felicidade perto dela, foi realmente exaustivo todos esses dias e mais do que isso foi ter que ser uma idiota apaixonada por Robert.

Meu coração dói toda vez que eu me lembro daquela cena em que os dois estavam juntos na cama, Robert nunca pareceu tão satisfeito como naquele dia, para mim, nossos momentos na cama sempre foram sublimes, é claro, eu nunca tive outro homem além dele, mas era diferente para ele, que sempre parecia entediado no final, mesmo não gozando na maioria das vezes, eu ficava satisfeita só de estar com ele, enquanto ele provavelmente desejava estar com Sarah, com quem transou com tanto entusiasmo bem embaixo do meu nariz.

Mais uma vez me sinto arrasada e uma idiota.

Acho que nunca vou superar esse sentimento de inferioridade que sinto agora, mas quando for a hora certa, eu vou mostrar aos dois quem sou de verdade, Robert vai descobrir que eu sou uma grande mulher e vai me desejar ardentemente e de tal forma que nem vai lembrar de Sarah, ele vai lamentar não ter me valorizado. Eu vou encontrar um homem muito mais bonito que ele, alguém que nem Sarah será capaz de ter.

Pode soar infantil e um tanto irreal agora, mas eu estou determinada e vou fazer isso. Esse homem escandalosamente belo e inalcançável, eu o pegarei para mim, eu farei isso.

Ri sozinha dos meus planos mirabolantes, mas cheia de otimismo, imaginando o grande momento em que os dois perceberão que eu estou ostentando um homem como se fosse um objeto e rindo dos dois. Por enquanto, tudo o que posso fazer é sonhar com isso, mas eu vou começar a procurar um homem adequado para atuar ao meu lado, nem que eu tenha que contratar alguém para fazer isso.

A residência da minha família ficava localizado no Upper East Side, uma mansão enorme, combinando com o nosso status. Caminhei pelos corredores até o escritório do meu pai, conhecendo sua rotina como eu faço, tenho certeza que ele está lá agora mesmo. Eu planejava tentar uma pequena aproximação agora mesmo, pode ser precipitado, mas eu não quero perder muito tempo, que eu saiba, ele já pode estar doente e não sabe, eu preciso agir da melhor maneira que conseguir aqui e convencê-lo a fazer exames o mais rápido possível.

Respirei fundo, bati na porta e quando obtive uma resposta, preparei meus argumentos e entrei.

— Olá, pai. — cumprimento.

O homem sério me olha de volta e me encara em silêncio por alguns segundos.

— Você está em casa, sente-se. — pede.

Engulo seco e me sento ereta na sua frente, o silêncio na sala é ensurdecedor, até o momento em que ele larga o documento que estava lendo e volta a me encarar.

— Você precisa de algo? — pergunta.

É agora, eu só preciso de um pouco de coragem.

— Eu… Eu gostaria de jantar com você hoje. — digo um pouco atrapalhada.

O silêncio me brinda por alguns instantes, até o momento em que eu levanto meu olhos e encaro a face do meu pai, como sempre, eu não faço a mínima ideia do que ele está pensando, mas ainda assim, seguro seu olhar com tudo o que tenho.

— Tudo bem. — assente.

Eu queria pular da cadeira e comemorar, mas seria algo estranho demais, então eu apenas sorri e assenti. Levantei da cadeira e estava prestes a sair, mas uma força misteriosa me fez fazer algo que eu nunca havia feito antes, fui até meu pai, me abaixei e beijei seu rosto.

— Obrigado, pai. — sorri.

Jason Valentine tinha um olhar estranho no rosto, mas eu não dei muita importância para isso e simplesmente corri para fora dali quando percebi o que tinha feito.

Eu posso ter ficado um pouco louca, mas ele aceitou.

O primeiro passo para salvar meu pai foi dado.