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Chapter 4 - [A brisa leve da gentil insegurança.]

Capítulo 4: A brisa leve da gentil insegurança.

Click!

Um som leve parecido como um interruptor desligando ecoou sobre meus ouvidos. Meus olhos se abriram juntamente do som e após isso eu acordei aqui, nesta imensa sala branca de frente para esta linda mulher de cabelos prateados e gravata preta.

Ela gentilmente se dirige para lado da porta preta me convidando a abri-la.

— Não sinta medo Ryou, isso é uma grande oportunidade para mudar a sua miserável vida. — Ela lança palavras provocativas com um sorriso em seu rosto.

— Eu vou apenas fingir que não ouvi nada.

Meus passos calmamente me levam para a porta. Tirando minha mão de dentro do tecido leve do bolso de minha calça, eu finalmente toco sobre maçaneta negra.

Uma forte luz banha meu rosto e a minha única reação é piscar os meus olhos cansados e rapidamente lançar minhas mãos sobre eles, assim me protegendo do brilho quente.

Um novo horizonte se forma diante de mim.

— Um.... barco?

— Na verdade é um cruzeiro de luxo. — Afirma a mulher de cabelos prateados fechando a porta.

Sem hesitar eu sigo em frente deixando pra trás a sala branca em que eu estava. Parece que esse é o ponto mais alto do cruzeiro, é possível ver tudo daqui de cima.

— Lá dentro não parecia tão quente...

Eu murmuro para mim mesmo enquanto balanço a gola da minha camisa. O calor do sol é insuportável.

Olho pra trás e vejo que a porta negra já se fechou sem mais nem menos. As coisas estão acontecendo bem rápido em?

Aquela sala fechada onde eu estava não tinha sequer uma janela, não acredito que lá dentro não tenha nem mesmo um ar condicionado.

Ainda é difícil de acreditar em tudo aquilo que aquela mulher falou, mas de qualquer forma acho que não adianta ficar pensando muito sobre isso.

Sem muitas opções eu começo a caminhar em direção a uma pequena escadaria de poucos degraus que está a poucos metros de distância dali.

O som do mar é calmo e as ondas também, a brisa é um pouco agitada, entretanto ainda bem leve. Isso seria o suficiente pra deixar qualquer um calmo, mas a situação atual impede que isso aconteça comigo.

Desço os degraus de maneira calma enquanto observo cada canto desse grande cruzeiro.

— Que estranho. Está silencioso demais aqui.

Após chegar na parte mais inferior do barco, eu solto essas palavras pois dou de cara com uma grande piscina e algumas cadeiras de praia.

Um cenário como esse deveria estar cheio de pessoas, não é?

— Hm? — Sinto o celular que me foi entregue vibrar dentro do meu bolso. Pego ele e vejo uma grande notificação com uma mensagem escrita nela.

[Queridos participantes, o jogo irá começar daqui a 10 minutos, peço a todos que se prontifiquem no saguão principal, perto da ala de banho onde está a piscina.]

Parece que o local onde o real "Show" vai acontecer não é aqui.

Após ler a mensagem eu olho para uma grande passagem que interliga a área de banho com um salão cheio de mesas e cadeiras.

Acho que lá deve ser o tal saguão.

Tento observar quem escreveu a mensagem, mas o escritor é anônimo. Sem mais opções, eu apenas sigo as instruções e vou em direção ao local.

Depois de alguns segundos de caminhada eu entro no salão de mesas e acabo me aproximando de uma grande fonte de água que emite uma certa luz. Curiosamente há um grupo de pessoas reunidas próximo da estrutura de água.

Tem muita gente aqui, acho que cheguei atrasado. Conforme me aproximo consigo identificar mais e mais pessoas amontoadas.

Parecem ser ao todo 11 pessoas.

Suas aparências variam muito, mas entre todas há uma figura de estatura pequena que se destaca ao fixar seu olhar em mim e se aproximar com um sorriso estranho no rosto.

— Heh? Esse era o tal participante que estava faltando? — Ela pergunta.

Uma garota de cabelos brancos acompanhados de alguns laços pretos lança essas palavras contra mim. Ela veste roupas bem incomuns, o que à faz se destacar muito em meio a todas essas pessoas.

Eu inconscientemente levanto minha mão como se estivesse recebendo algum tipo de boas-vindas.

— Ei, o que há com essa atitude fria, esquisitão? — A voz dela é fina e bem feminina, é um pouco irritante eu diria.

A garota baixinha se aproxima de mim com uma face um pouco maldosa. Olhando mais de perto, realmente é bem baixa, mas não parece tão nova.

— Não há nada de frio, apenas estou recebendo você de jeito recíproco.

Respondo ela de maneira sensata.

Em resposta a garota faz uma cara de desgosto enquanto me olha da cabeça aos pés lambendo um pirulito vermelho que ela rapidamente tira do meio de suas roupas e o desembala.

Consigo ver um pouco do fluído bocal dela escorrendo pelo pirulito, me sinto um pouco desconfortável com isso.

— E-ei Jako, o que diabos você está fazendo tratando alguém que acaba de conhecer assim? — Uma voz gentil é vem em nossa direção.

O dono da voz se aproxima fugazmente de nós, se trata de um garoto de cabelo bagunçado e olhos vermelhos.

Ele põe sua mão sobre o ombro da garota pequenina perto de mim.

— Me desculpe, essa é minha irmã. Ela tem uma personalidade um pouco difícil de se lidar sabe? — Ele diz um pouco envergonhado.

— Oh... entendo. Sem problemas. — Dizendo isso eu estendo minha mão para o garoto.

— A-ah sim, é um prazer. O meu nome é Jowl Hiragi e essa é minha, Jako Hiragi.

Ele se apresenta enquanto aperta minha mão de maneira meio desajeitada. A garota baixinha perto de nós observa nossas mãos enquanto abre um sorriso estranho em seu rosto.

— Fufufuh! que interessante... — Ela ri.

A figura de baixa estatura usando roupas meio góticas estende a palma de sua mão para mim. O seu sorriso me provoca um pouco.

— Hm? — Faço uma expressão um pouco confusa quando vejo o objeto na mão dela, é um doce com uma embalagem de plástico avermelhada.

— Po-por favor, aceite isso como se fosse um presente de boas-vindas dela ok? — O garoto chamado Jowl Hiragi cochicha para mim com seus olhos fixados no doce que sua irmã segura.

— É um prazer Jako e Hiragi. Eu sou Allan Ryou.

Calmamente pego o doce na mão da Jako e boto no meu bolso. Isso realmente é um jeito peculiar de se receber alguém em?

— E quem disse que eu estava "recebendo" você, senhor esquisitão? Fufufuh! Como vocês garotos se iludem fácil.

Ela ri e logo em seguida lambe o seu pirulito com seus olhos focados em mim. O que há com essa Loli apreciadora de doces afinal!?

De todo modo, eu mantenho a minha postura calma de sempre e apenas fecho meus olhos dando um leve suspiro.

— Entendo. De qualquer forma acho que devo agradecer... e agora, sobre esse tal jogo, vocês sabem algo?

Jowl que estava agora pouco envergonhado pela atitude de sua irmã, escuta minha pergunta e tem uma reação imediata.

— O-oh! É mesmo. Bom, eu e a Jako não sabemos muito também e aquelas pessoas ali parecem confusas sobre a situação assim como nós.

Ele olha para o grupo de pessoas reunidas em frente a grande fonte de água reluzente.

Além da Jako e o Jowl, há algumas outras pessoas um pouco diferentes que me observam de maneira um pouco desconfiada.

— Acho que alguém roubou os meus holofotes em? bom, isso não importa pra mim, em breve poderei me vingar Fufufuh! — A garota baixinha se retira de maneira rude enquanto chupa seu pirulito.

— Como eu disse... ela é difícil de se lidar. Huuh... e pensar que ela tem quinze anos mesmo agindo dessa maneira. — O seu irmão que está logo ao meu lado diz isso novamente enquanto coça sua cabeça de maneira constrangida.

Ela parece perigosa e não digo isso só pelas suas palavras. Até mesmo o seu sorriso parecia querer me desafiar.

Mesmo assim a Jako é 1 ano mais nova que eu... quem diria.

Todos estão me olhando de maneira duvidosa e hesitam em se aproximar de mim, apenas Jako e Jowl puderam fazer isso.

Então essa é a sensação de ser alguém "sombrio"?

Falando nisso, eu não vejo sinal algum da Nayomi por aqui. Me pergunto o que houve depois daquele "acidente" nos banheiros da escola.

Eu lentamente me aproximo da multidão que rapidamente se agita.

— Então esse era o último participante?

— O que tá rolando em? quem é o cabeludo com cara de paisagem?

Que saco, eles são muito barulhentos. Mesmo com tanta gente aqui, eu não conheço ninguém, nem sequer uma pessoa.

Não que eu conheça muitas pessoas, mas mesmo assim é uma sensação estranha sem contar que todas estão de alguma forma querendo oprimir a minha presença.

Bom... eu não ligo.

PLIM!

Um som de sino é escutado por todos ali.

— Olá senhoras e senhores, meninos e meninas. Vejo que estão todos se dando muito bem! — Uma voz simpática ecoa pelo saguão.

Todos se viram e seus olhares são recebidos por uma figura mascarada de terno e uma bengala em sua mão. Tal presença sai de dentro de um elevador, que no caso foi o dono do barulho de sino que foi emitido agora pouco.

Parece que se vestir de maneira exótica é um padrão aqui dentro em? Primeiro a Jako e agora isso.

— Sejam todos bem-vindos ao Game Over, vejo que grande parte de vocês já estão finalmente presentes aqui. Antes de explicar tudo sobre o jogo eu apenas quero informar que todos terão o direito de sair daqui com todas as respostas que desejarem ok?

Continua...