Seus olhos estavam vidrados no corpo degolado aos seus pés. O sangue se espalhava lentamente pelo chão de seu aposento. Com passos curtos e errantes ela se afastou do corpo, evitando que a sola de seu sapato tocasse o fluido escuro e espesso.
Ela respirava com dificuldade, as mãos tremiam e seu peito arfava. Estava prestes a surtar. Erguendo seus olhos para longe do corpo encarou o assassino.
— E o que faremos agora, Fu Heng? — Sua voz permaneceu inabalável, apesar de ter sido surpreendida pelo ato.
O Capitão Fu, responsável pela Guarda Real, sorriu.
— Eu vou cuidar disso para Vossa Alteza — Disse e se curvou, a espada ensanguentada retornou para a bainha em sua cintura. Fu Heng se aproximou do corpo sem vida e o lançou sobre seu ombro como um simples saco de batata. — Irei me retirar agora. Por favor, descanse.
Fu Heng seguiu seu caminho para fora do Pavilhão das Mil Flores. Era tarde da noite, nem uma pessoa sequer patrulhava em torno dos aposentos da Princesa, ninguém descobriria o que havia ocorrido. Exceto pela falta de um concubino.