Às vezes, nem sempre tudo sai como planejado, na maioria das vezes na realidade, com aquilo que parecia dar certo dando errado e oque deveria dar muito errado dando certo. Isso acontece em muitos mundos e dimensões e realidades, com ações diferentes resultando em resultados diferentes, com a morte em maioria sendo uma ação a qual ninguém consegue escapar atualmente. Saindo de um beco com a mão no ombro, uma figura adulta masculina era vista, com o local estando escuro apesar de ser 15:30, com o sol forte caindo sobre o mesmo, com a sua vestimenta ficando a vista, ele usava uma camisa branca com manga e um casaco fino cinzento com calças da mesma coloração que a camisa.
Os cabelos eram negros como carvão e estavam desgranhados, parecendo ter feito uma atividade intensa, enquanto a expressão era de dor e cansaço, com as feições do mesmo não possuindo traços de criança como a gordura de bebê e sem sinais também de barba, a qual fora raspada de manhã. Os olhos vermelhos constantemente olhavam para os lados, enquanto dava passos curtos, saindo do beco após ter tomado as providências corretas, deixando para trás uma caçamba de lixo fechada a qual entre os entulhos e os diversos itens que todos jogavam, um corpo de um homem era visto, com o mesmo vazando sangue pelos orifícios produzidos em seu torso e pescoço, enquanto seu pescoço possuía sinais de estrangulamento e hematomas em quase todas as partes. A expressão do mesmo era uma mistura de raiva, ódio e terror, enquanto sua roupa negra havia sido pintada pelo vermelho-escuro. Fora um assassinato com resistência do que fora tentado ser assassinado.
— Sinceramente, essa merda é um saco, de todos os dias que poderia ter, por que tenho problema logo nesse? — O homem falara enquanto direcionava o olhar para seu ombro, suspirando enquanto via uma mancha de sangue crescente se instalando na sua camisa branca e se espalhando, com isto lhe fazendo ter que pressionar e parar em um banco, pegando um pedaço de pano que pegara da sua ''vitima'' após tomar as providências necessárias para não deixar rastros como havia lembrado de ter visto em séries quando mais jovem e agora atualmente, embora tivesse a ideia de que ainda tivesse pequenos rastros, mas como havia escondido aquele desgraçado no fundo da caçamba, ele não teria tantos problemas, estava um fedor maldito e isso disfarçaria o processo de putrefação que seria acelerada diante do acúmulo de lixos orgânicos que ajudariam com a progressão dos carniceiros.
— Esse maldito tinha que me assaltar… espero sinceramente que ele sirva de boneco para alguém no outro mundo… — Ele rangera os dentes enquanto usava o pano para cobrir a área aonde fora esfaqueado, com ele tendo resistido por impulso e acabando por receber um ferimento mediano no ombro, por sorte não chegara a ser profundo, mas era doloroso para um inferno, não ao ponto de gritar, mas de não querer mexer devido à sensação de choques que percorriam pelo seu corpo. Usando a mão e a boca, ele amarrara o pano na região para impedir vazamentos, se levantando do banco enquanto colocava a mão esquerda no bolso, onde estava a faca ensanguentada. Sorrindo de canto de boca, apesar da situação, ele rira para si mesmo.
— ''Se me vissem agora e vissem oque eu fiz, pensariam que eu sou um completo psicopata que ama matar e saborear… mas não consigo resistir… saber que matei alguém e ainda era um traste maldito… ralei para conseguir um emprego, trabalhei para conseguir algo para vir um desgraçado e querer me assaltar… ''
Ele pensara consigo mesmo, suspirando enquanto começava a caminhar, vendo que a tarde gradualmente ia sendo trocada pela noite, com as frentes frias fazendo-o ficar mais calmo e ter arrepios de maneira momentânea, com isto fazendo-o suspirar. Mas oque seguira lhe fizera pensar estar ficando louco, com a mão esquerda indo diretamente na têmpora, com os dedos entrelaçando nos cabelos. Uma voz havia falado com ele e não era de sua consciência, sequer era parecida com a dele normalmente, era uma voz a qual ele não sabia definir o gênero e era bastante neutra.
??: Você quer mudar de vida?
— Ou estou louco, ou tenho algo implantado em minha cabeça, um dos dois
??: Você gostaria de sair do ciclo de tédio e momentaneidade*?*
— Bem, talvez… nesse mundo tudo se resume as armas e conexões e quem não tem chance de ter um dos dois ou se torna uma pária ou um escravo… enfim… tanto faz, só me dá um tempo para pensar.
???: Você tem 10 minutos.
— Tempo mais que suficiente, agora me responde, quem é você?
???: Você descobrira em breve, mas você pode saber de algo, que serei seu auxiliar para onde você vai
Com a expressão pensativa, o homem começara a caminhar em direção a sua residência, o qual ficava a 3 minutos a pé do local da aonde se encontrava. Apesar do fato de ter uma voz na consciência falando com o mesmo, ele agia de maneira natural, provavelmente devido à experiência de seu mundo, tendo assassinado um assaltante não fazia pouco tempo e também sendo um avido leitor de livros físicos e virtuais, que eram chamadas de Novels. Particularmente ele gostava de ler dos gêneros fantasiosos, mas não gostava muito dos que acabavam por exagerar na personalidade do personagem principal, sendo poucos casos aonde satisfazia ao moreno, com seu estilo sendo mais equilibrado, puxado mais para não bonzinho ao extremo, mas não mal ao extremo, sem a parte de criança birrenta e outras coisas, o equilíbrio entre bom e mal, isso o satisfazia, ler suas ações como quando recompensava alguém por seu trabalho e no capítulo seguinte estava no modo assalto, destruindo tudo que o irritou de maneira compreensível.
— Pergunta… você por acaso seria um Sistema ou algo assim?
Sistema: Em sua concepção, sim, sou um Sistema como dizem.
— E você veio aqui provavelmente por conta de um Deus de outro mundo que busca a ajuda minha ou simplesmente quer se divertir as minhas custas realizando feitos incríveis.
Sistema: Não sabemos se isto é verdade ou não, mas sabemos que você é o Escolhido.
— Então me chamem de Anakin Skywalker ou algum outro personagem.
Sistema: 7 minutos.
— É… vou poder levar algo daqui?
Sistema: Não, somente suas memórias e seu conhecimento
— Que saco… bem, ao menos pode converter meu celular e adicionar em si? Não quero perder as coisas que tem lá…
Sistema: …
— Então?
Ele aguardara a resposta, com ele suspirando enquanto olhava para a casa, decidindo deixar de lado essa questão por enquanto, com a chave de casa, ele abrira o primeiro portão, fechando-o logo depois enquanto adentrava na casa, abrindo mais duas portas. Sim, a casa era bem estilo prisão nesse quesito de portas, o motivo? Evitar ladrões e dar chance de ouvir as portas se abrindo e ter tempo se esconder ou conseguir algo para se defender, mas tinha um pequeno problema…
— Caso invadissem aqui e eu já tiver fechado tudo… tava muito ferrado…
Sistema: 5 minutos
— Você ainda não me respondeu…
Sistema: Deixe-me analisar.
Indo até quarto do mesmo, ele começara a olhar ao redor enquanto uma sensação de nervosismo misturado com saudade começava a surgir dentro de seu peito, como se fosse fazer outra viagem de ida sem volta, só que para outro mundo… lembranças vinham de sua família, uma família mediana, simples, que tinha muitos problemas, mas ele sabia de algo, ele amava principalmente a sua mãe, com a mesma tendo sido responsável por moldar uma parte de quem ele era, o restante era ele… mas ela o guiara de maneira que não cedera ao lado negro, pelo menos não totalmente, ele estava no meio de bem e mal interior.
— E aqui esta…
Olhando para a porta de madeira a sua frente, ele estendera a mão esquerda para tocar na maçaneta e girar a mesma, com o som de ranger sendo ouvido e revelando um quarto simples, com um computador que possui as características de jogos pesados ou Gamer repousando na mesa, uma cama de solteiro com um guarda-roupa ao lado e uma televisão na parede. Se dirigindo até a mesa, ele pegara o celular e vira estar totalmente carregado.
— Então? Pode?
Sistema: Aguarde um momento.
— Outra coisa.. Isso doerá? O processo e como será? Eu vou para outro mundo e reencarnar aleatoriamente?
*Pensando no que aconteceria logo a seguir, ele dera passos lentos enquanto se dirigia até a mesa onde estava o computador, abrindo uma gaveta e olhando para oque deveria se dizer como uma história em quadrinhos, com o título grande com a figura de um personagem com uma máscara que lembrava a um médico da praga com roupas escuras e que cobriam seu corpo, segurando uma sniper com uma mão e a outra estendida, a qual parecia manifestar uma barreira que impedia balas de passarem. Ao seu lado um jovem adulto com cabelos cianos e cor bronzeada, vestindo roupas mais leves e com a boca aberta, parecendo gritar, com o resultado sendo o desenho de ondas sonoras indo em uma direção aonde o leitor não via. Esta era a sua história em quadrinhos favorita, sendo uma história em quadrinhos a qual falava sobre um mundo que estava a beira de um colapso na questão da sociedade e no mundo todo, com a aparição de seres chamados Meta-Humanos, que eram como seres humanos comuns em maioria, mas após despertarem algo chamado de Gene-M, acabou que isso os dariam capacidade além da compreensão humana comum. Caçados por uma organização e exilados da sociedade comum, um farol viera a tona quando um local que era composto por Meta-Humanos sairá das sombras e os acolhera. Mais e mais detalhes vinham a mente e ele sorria de maneira mais aberta agora, olhando em específico para o personagem com a máscara e a arma de longo alcance em mãos.
— Instituto Boltagon: O Retorno…
Sistema: 3 minutos
— Então… Qual a resposta?
Sistema: Isso…