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Chapter 4 - Capítulo 2.1? A história de Alezzi

…Porque tenho que escrever um livro sobre a sua história, Ricardo...? Ah! Preciso escrever sobre a minha parte? … Tá tá tá tá bom. Bem… por onde eu começo?

Bem, olá, leitor. É um prazer ter você aqui lendo a minha história, e eu sinto muito em informar que ela não é tão: "Eu sou um herói, o mundo precisa de mim e eu tenho o poder do protagonismo", ela tem uma pegada mais próxima do tipo "Mano, porque eu tinha que me ferrar tanto para chegar aqui" combinado a boa sorte que eu sempre tive. Mas por favor não tenha dó de mim, alegre-se, divirta-se. Hoje em dia não são muitos os que podem rir de mim.

Tudo começou para mim com correntes…

… frias e apertadas como o abraço de um demônio. Eu estava preso. E meus olhos demoraram a abrir. Como cheguei ali… quem era eu… eu não tinha certeza no começo, mas eu sabia que o meu nome era Henrique. Eu não estava dormindo agora pouco? pensei. Isso deve ser um sonho. Mas se for, parece ser bem real. Lentamente minhas memórias foram voltando e finalmente comecei a tomar nota da minha situação.

Ok, meu nome é Henrique Alessi, e aparentemente sou um estudante de cursinho que sonha em fazer medicina. Meus pais são vivos, eu tenho uma irmã, eu sou geek, otaku, gamer e nerd. Passo um completo: quem sou eu. Agora vamos para o passo dois: onde raios eu estou!?

Observei meu entorno, o céu estava cinza e dele vertiam cinzas que caiam como neve ao meu redor. E o chão era feito de pedras trincadas enquanto atrás de mim, tinha uma árvore de madeira branca com galhos retorcidos e sem folhas ou flores.

Tudo o que eu podia ver, o que não era muito, parecia meio… morto!

(Autobeliscada giratória)

— Aiiiih!!! Ok, Ok, não é um sonho.

Bem, primeiro, se isso não for um sonho é melhor eu pelo menos me levantar, pensei. Comecei a fuçar nas correntes que pareciam mais emboladas do que o fio de fone de ouvido deixado no bolso. Graças a Deus! As correntes não estavam realmente presas em mim, mas no chão, entretanto eu ainda estava enrolado nelas.

Depois de um bom tempo e de muito contorcionismo, consegui me libertar. Levantei e limpei o suor do rosto com as minhas mãos e foi quando percebi algo diferente da minha pele raspando na minha cara. Olhei para a minha mão esquerda e encontrei nela algo nada familiar, um anel, bem pelo menos parecia ser um. Eram três correntes entrelaçadas no formato de um anel que se agarravam firmemente no meu dedo indicador, elas tinham o mesmo aspecto frio e levemente enferrujado das correntes que tinham outrora me prendido, e é claro, também tinham um ameaçador brilho vermelho arroxeado.

Nesse momento, fiz o que toda pessoa em suas faculdades mentais teria feito, tentei tirar o anel. Mas logo percebi que cometi um erro terrível, o primeiro motivo de eu pensar que aquilo fora um erro foi que… bem… parecia mais fácil arrancar meu dedo fora do que tirar o maldito anel. As correntes se apertaram ainda mais e eu precisei parar, pois fiquei com medo de realmente perder o meu indicador. E a segunda razão foi a voz que explodiu de repente na minha cabeça quase que me ensurdecendo.

— Vire-se, mortal! Ou os espectros irão destruir sua alma. Tolo. — Disse a voz rouca e arrastada, que mesmo parecendo fraca e doente ainda tinha a arrogância para devorar o mundo e a força para estourar meus tímpanos.

No susto me virei apenas para ver uma das coisas mais assustadoras que eu já tinha visto, um rosto retorcido e seco onde no local dos olhos apenas um fogo roxo queimava. Esse ser que flutuava rapidamente na minha direção era transparente me permitindo ver o céu cinza atrás dele.

E nesse momento fiz o que um verdadeiro homem na minha situação realizaria, me virei e corri, óbvio. O que você esperava, que eu bravamente me posicionasse para lançar um soco num ser "in-cor-pó-reo", é claro que não. Eu estava de frente com um fantasma, UM FAN-TAS-MA, um que parecia ter vindo dos meus mais profundos pesadelos e estava voando em alta velocidade na minha direção enquanto fazia uns barulhos que fez cada pelo do meu corpo saltar.

— Não deve ser uma boa tocar em algo que possivelmente vai tentar te possuir — Eu disse a mim mesmo.

E agora eu gostaria de interromper essa história por uns poucos instantes e pedir para que você leitor lembrasse desse comentário que eu, nesse passado longínquo, deixei escapar. Pois uma vez um grande sábio uma vez disse que tudo aquilo que você disser poderá ser usado contra você num tribunal… espere um pouco acho que errei o ditado… bem não importa, voltando a programação original:

Onde eu estava… ah sim… eu estava correndo como se minha vida dependesse disso. Mas infelizmente depois de alguns passos percebi que o meu futuro não era bom. O chão que tão amadamente me sustentava e me permitia fugir repentinamente acabou, e foi aí, e só aí que eu finalmente percebi onde eu estava: numa pequena ilha flutuante. Bem… chamar de ilha foi muito, era, na verdade, uma plataforma quase circular de no máximo 10 metros de raio. Na frente um abismo negro, atrás um monstro além da minha compreensão.

Dessa vez fiz algo realmente digno, me virei para encarar a morte de frente. Mesmo num estado de desespero, lutar contra a criatura ainda parecia mais possível do que sobreviver à queda que me esperaria se eu pulasse. Por fim, coloquei os braços na minha frente com as palmas abertas para a criatura esperando que tudo aquilo fosse um sonho e que por isso eu tivesse algum tipo de super poder, o que, se vocês puderem me perdoar, é uma ação muito plausível na minha situação atual, isso tudo não poderia ser real… não é mesmo? Ah e é claro, já ia me esquecendo, também gritei com toda a força, e se você estiver curioso em saber, não, não o típico grito heroico de guerreiros em direção a batalha, nem o de alegria e emoção quando se está numa montanha-russa, aquele foi o mais profundo grito de terror.

Fechei meus olhos esperando que tudo aquilo fosse acabar, mas naquele momento, para minha surpresa, uma sensação fria e agradável se espalhou pelo meu corpo. E você não leu errado, eu disse "agradável". Ela veio do anel que estava na minha mão e eu senti algo quase que palpável se formando ao meu alcance.

Posso ter demorado para descrever o que ocorreu, mas tudo isso não chegou a durar um segundo sequer. Então abri meus olhos e… bem… vi o monstro quase cravando suas garras no meu rosto. O medo me fez agir, a bola de energia que eu finalmente consegui ver voou em direção ao meu inimigo com o meu segundo grito, como se pudesse sentir que eu não gostasse dele, arrastando-o junto e, finalmente, explodindo quando já estava longe de mim.

A criatura ficou surpresa com o fato de sua presa ter mostrado seus dentes quando encurralada. E eu fiquei feliz com a descoberta desse poder estranho que circulava agora pelo meu corpo. Uma energia roxa avermelhada.

— Bem… não importa de onde esse poder veio, se ele me ajudar a sair vivo daqui já está bom demais.

…Nossa como dói meu coração em pensar que eu realmente disse isso na época, mal sabia eu que esse poder me faria passar por não uma, mas duas das piores experiências da minha vida. Se existe um ser superior que controla todas as dimensões (e eu sei que ele existe porque vislumbreiele uma vez), ele olhou para minha vida e decidiu fazer uma piada com ela.

Bem… ah… sim… eu estava explodindo o monstro com uma rajada mística (que caso você ainda não tenha percebido é o nome da magia que estou usando). A criatura arremessada estava bem danificada após ser acertada pelo meu ataque.

Mais uma e ele cairá, pensei.

- HADOUKEN!!!. gritei com todas as minhas forças, tentando canalizar aquela bola de energia de novo, e funcionou.

BOOM!

A criatura já incorpórea rachou como vidro e se despedaçou, os cacos evaporaram, sumindo sem deixar rastros. Enquanto comemorava mentalmente a minha vitória, ouvi:

— Ótimo, Ótimo. Excelente. Use o dom que eu te presenteie e traga o fim para aqueles que se colocarem no seu caminho. Disse a mesma voz de antes.

— Quem é você? E por que estou aqui? Ou melhor, onde é "aqui"?-- perguntei rapidamente, pois supus que a voz não me escutaria se eu esperasse muito pra falar.

— Eu sou O Acorrentado, o deus antigo mais poderoso. E você está aqui porque eu o chamei. Venha até minha presença e formaremos um PACTO.

— Um… tá, é primeiro de tudo como eu consigo ouvir sua voz?

— Eu sou um DEUS!!! E meus poderes são mais que tu podes sonhar, TOLO.

— Ok… Essa parte entendi… Mas por que um "deus" tão poderoso precisa de mim, um reles mortal?

— Porque mesmo um ser como eu tem seus limites. Atualmente estou preso num local inescapável por dentro, então preciso que você me liberte…

… aquele foi um momento estranho, eu me lembro. Um deus precisa que um mortal o liberte… mesmo que eu quisesse libertá-lo eu não tinha ideia de como nem começar, muito menos tinha o poder necessário para libertá-lo… então esperei que o meu novo, adorável e gentilíssimo amigo-deus-prisioneiro me esclarecesse.

— Bem… estou preso numa pequena dimensão paralela extremamente distante de qualquer outra com exceção desta que você está agora, além disso, estou acorrentado pelas correntes místicas conhecidas com Gleipnir, e não com a original macia como seda, mas com uma nova e melhorada versão que sela os meus poderes e enfraquece meus sentidos. Mas isso não é tudo, esse local está protegido por um arranjo mágico temporal que precisou que 10 dos mais poderosos magos se unissem para conjurar. Por causa disso o tempo aqui dentro praticamente não passa e eu não consigo dissipar essa magia, isso ultrapassou a nona classe, esses mortais alcançaram a décima classe juntos. E é claro eles tiveram que estar aqui dentro enquanto conjuravam a magia de aprisionamento suprema, por causa disso esses malditos nacionalistas prepotentes fizeram esse plano suicida e se sacrificaram para me prender, ESSES INSETOS INTROMETIDOS… AAAAAH ME CONDENANDO A PASSAR A ETERNIDADE VENDO A CARA SORRIDENTE DELES. QUANDO EU PUDER ME MOVER A PRIMEIRA COISA QUE EU FAREI SERÁ ELIMINAR ESSAS PRAGAS E TODA A SUA DESCENDÊNCIA DA FACE DA EXISTÊNCIA.

Holy shit… isso sim era o que eu chamaria de um belo rancor. Me lembro que na época eu quase senti dó dele. Ser preso, pela eternidade, deve ser o pior dos destinos. Bem outra coisa que lembro de ter me impressionado, mesmo que eu não tivesse comentado nada por medo (óbvio), de quão falador ele se mostrou, mas logo pensei que mesmo um deus precisa conversar com alguém por vezes e parecia que tinha passado um bom… tempo desde a última vez.

Naquele momento perguntei:

— Décimo círculo… magos?

— A… sim…cof…cof… me deixei levar pelo momento. Bem, esqueci que você é um mortal de um mundo sem magia. Vejamos, farei um resumo… as magias, independentes de serem de fontes arcanas, naturais, divinas, "etc" são divididas por classes. Quanto maior a classe, maior o poder ou a complexidade do efeito.

Ele fez uma pausa como se estivesse limpando a garganta, e então continuou.

— As magias são normalmente divididas de primeiro à nona categoria, e é claro em alguns momentos elas podem chegar a uma décima.

— E qual é o nível disso? — perguntei enquanto canalizava energia em minhas mãos e notava parecer não ter nenhum tipo de "círculos"envolvidos.

— Zero! Isso é o que chamamos de um truque, é abaixo de uma magia de primeira classe, e não você ainda não consegue fazer nada acima disso, pelo menos antes de firmarmos um pacto oficialmente.

— Um pacto oficial? — Na hora eu não me senti muito bem com a palavra, mas eu gostei dos poderes. Obviamente pensei na hora o diabo falando: venha aqui venda sua alma e eu te darei o que você quiser blá blá blá…

— Sim, um pacto… ah… me lembrei que os mortais não gostam dessa palavra… um… você não precisa se preocupar, pense nisso como algo próximo a um acordo. Mas antes de continuarmos você precisa chegar até o meu fragmento. É só olhar para frente, aquele grande amontoado de corrente em volta daquela grande árvore seca.

Olhei para frente e vi um caminho de plataformas e ilhotas flutuantes repletas de fantasmas que terminavam numa grande ilha com uma árvore acorrentada. Bem… acho que eu não tinha muita opção.

Comecei a canalizar minha energia e disparei diversos raios como um verdadeiro sniper, percebi que poderia atirar a longa distância e as criaturas caíram uma por uma pela força da minha magia sem terem a menor chance de se aproximarem, somente quando o meu caminho estava finalmente limpo que resolvi ir para a próxima plataforma. E foi nesse momento que tudo deu errado.

Enquanto eu corria para pular eu me sentia muito bem, bem até demais, quase como se o meu fôlego tivesse sido melhorado. Quando cheguei à beirada, tentei saltar os meros 2 metros de distância que eu precisava, e foi quando eu senti uma fraqueza súbita, eu estava mais fraco do que antes.

O salto que teria sido fácil antes, se tornou impossível, e eu caí. Fim!

Brincadeirinha, quando eu estava caindo percebi ter uma corrente que saia por baixo da ilha e eu tentei alcançá-la, e eu o fiz. Mas logo em seguida… ops… estou super fraco… e eu não consegui me segurar. E foi quando a corrente se moveu e se agarrou no meu braço.

— Mortal imprestável (sussurrando).

— Não deixarei que morra até que você me liberte.-- Fiquei muito feliz de que na época eu era parte dos planos dele.

Consegui subir de volta em segurança e após me deitar e me recompor depois da experiência de quase morte, voltei a me mover. Pulei com inteligência depois daquele ponto, indo para os lugares mais propícios para pular e onde tivessem mais corrente. E depois de umas duas a três horas eu finalmente cheguei lá.

Eu estava olhando para essa grande árvore desvitalizada, ela tinha um padrão estranho de veios nela que pareciam se mover, quase como se fossem… vivos… morto-vivos…

— Atualmente o seu mundo sofrerá uma grande catástrofe.

O quê??? — Ele mandou uma dessa do nada?

— E para o mundo que virá você não está nem um pouco preparado. E nem nunca estará sem a minha ajuda. Você não tem talento algum para mágica, o seu corpo mal consegue aguentar o pouco de poder que dei, e o seu físico não é ótimo, o sedentarismo faz mal, sabia?

— Tá, eu entendi que preciso ir para a academia. Vamos falar sobre o que interessa, o que estamos acordando nesse pacto?

— Que eu te darei poderes e serei seu patrono. E que quando você tiver a capacidade e oportunidade para me libertar o fará — Ai ai… crianças… se um "ser" alguma vez na vida te oferecer um pacto, não aceite. Você nunca conseguirá se beneficiar e você nunca esperará quando a facada vier pelas costas devido a um jogo de palavras.

— Vamos fazer o pacto, rápido, eu não consigo manter a passagem aberta por muito tempo. — disse ele.

Eu agarrei a corrente. Uma sensação fria e quente se espalhou pelo meu braço.

— Excelente… — a voz rouca e fraca disse, mas eu não consegui ouvir para mim tudo girava e a minha visão se escureceu.

Informação do sistema:

*Tutorial completo*

Calculando resultado…

Resultado: E…

resultado foi determinado com erro

recalculando…

Resultado: E

"NEGADO"

Erro detectado…

Sistema sofrendo interferência

Verificando autoridade do terminal

A autoridade do terminal é suficiente

Mudando para modo manual…

Qual o resultado desejado? __

"SSS+"

Resultado: SSS+

títulos recebidos:

— Sem talento; (APAGADO)

Recebido ao demonstrar ser completamente incapaz;

— Pactuado; (IMPOSSÍVEL DE APAGAR)

Recebido ao formar um pacto

Oferecer títulos bônus?__

"SIM"

— Concentrado

Recebido ao se manter racional mesmo de frente com a morte

Oferecer recompensa?

"SIM"

Escolha a recompensa?__

"A CAIXA DO DESTINO E DA PERDIÇÃO, VERSÃO DELUXE PREMIUM PLUS ULTRA"

Tutorial completo

Num local muito distante:

— Espero que isso seja o suficiente…(suspiro).

Acordei com o toque do despertador assustado e pulei com o susto. Olhei para um lado e para o outro nada de monstros ou quedas, ou deus…

— Ufa, foi só um sonho… — coloco a mão no rosto… percebo o anel… entro em choque…

— Ok, Ok… Não foi um sonho… — inspira… expira…

Olhei para a minha escrivaninha buscando a garrafa de água que eu normalmente deixo ali, eu estava morrendo de sede, minha boca estava seca e eu estava suando frio. Foi quando reparei a "caixa". Era um cubo maciço de aproximadamente 15 centímetros de altura. Ela era cinza e não parecia ter nenhuma abertura. Eu tinha certeza de que seja lá o que era aquilo… não era meu.

Estiquei minha mão esquerda e toquei na caixa. E foi quando eu ouvi na minha cabeça uma voz feminina levemente robotizada dizendo:

Caixa do Destino e da Perdição encontrada…

Uso automático…

Gerando efeito aleatório…

Boa sorte…

Logo quando a voz se calou a caixa começou a flutuar e brilhar com várias cores diferentes enquanto girava cada vez mais rápido. E antes que eu tivesse a chance de reagir às luzes se combinaram em uma luz branca extremamente forte.

Na época eu não sabia, mas hoje sei, então permita-me explicar… essa caixa pode literalmente conter qualquer coisa… e eu não estou sendo leviano ao falar isso. Dentro dela poderia ter uma arma lendária, uma nuvem, um sapato que alguém jogou fora, um raio, uma doença ou mesmo um buraco negro. E o que determinaria o que sairia seria meramente a minha sorte e o nível da própria caixa… e meu caro leitor… eu ganhei na loteria.