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Chapter 6 - Mana, a Energia do Mundo

Na manhã do dia seguinte, ainda havia pesadas nuvens no céu. Belionte levantou-se com muita dificuldade, com o corpo cansado e mentalmente exausto. No entanto, ele estava feliz. Ele não tinha como estar mais feliz!

Como ele não poderia estar? Ele havia despertado o seu elemento! É preciso saber que, em todo o mundo, todos podiam usar magia, mas eram diretamente influenciados por sua afinidade elemental. A afinidade com um elemento dita o quanto de mana é necessário para conjurar um elemento.

Por exemplo, se alguém com afinidade com o fogo pode conjurar duas bolas de fogo, alguém sem tal afinidade gasta três vezes mais mana para conseguir conjurar uma única bola de fogo. Como também nem todos tem a afinidade elemental, passando assim toda a sua vida sem ter um único elemento principal.

Claro, não é porque alguém possui afinidade elemental que poderá abrir os céus e partir montanhas, já que, para isso ele necessitaria de mana e para seu corpo ter a mana necessária, é preciso um forte núcleo de mana.

— Finalmente consegui minha afinidade elemental! Estou um pouco atrasado, mas agora posso finalmente tentar aplicar meu elemento em minhas técnicas e obter o dobro do poder original! — Belionte voltava para a cabana ainda com as roupas molhadas, quase saltitando de alegria.

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Na tarde daquele mesmo dia, campo de treinamento da vila Lopus

Em um grande espaço aberto no extremo norte da vila Lopus, havia um grande campo de treinamento. Era uma plataforma que se elevava da altura do solo em um metro de altura. O chão era feito com pedras em formato quadricular, uma rocha de cor negra. Tinha 30 metros de diâmetro, com 20 metros de largura.

Essa era a arena usada em todos os torneios e duelos da vila, pois as pedras usadas para construí-la são mais resistentes que rochas comuns, tendo sido retiradas do fundo do Lago dos Mil Encantos.

Nesse momento, em cima da arena, havia mais de 50 crianças sentadas ordenadamente em fileiras em frente a um belo jovem com longos cabelos dourados. Belionte, o belo jovem, tinha um rosto irritado e pesadas olheiras abaixo de seus olhos com um rosto pálido. Essa manhã, quando ele foi descansar depois do intenso dia anterior, poucos minutos depois ele foi chamado para as aulas, que ele já havia esquecido completamente.

Sonolento, com fome e cansado, não tinha como o humor de Belionte estar pior. Mas, como ele disse no dia anterior que cumpriria com suas obrigações, assim seria feito. Apesar de novo, Belionte sabia que nada é mais valioso do que a palavra.

— Vamos lá, vamos começar logo com isso. Quanto mais cedo começar, mais rápido acabará. — Disse Belionte tentando confortar a si mesmo.

— Como todos vocês já devem ter aprendido, tudo o que existe tem mana, todos conseguem usá-la em um certo grau. Agora digam-me, por que nem todos podem se tornar magos? — Perguntou Belionte com um tom de voz monótono e entediado.

Quem assistisse de longe iria estranhar a cena, já algumas das crianças que estavam reunidas para a aula de Belionte tinham sua mesma idade. Também tinham crianças da mesma altura que ele, mesmo tendo apenas dez anos, já que as pessoas da vila Lopus eram mais altas que o normal.

Uma bela menina levantou a mão, ela aparentava ter entre nove e dez anos, sendo ainda visível gordura de bebê em suas bochechas. Belionte olhou para ela e acenou com a cabeça, fazendo a menina levantar-se.

— Me chamo Maud Ionescu, filha do cavaleiro Guilherme Ionescu, cavaleiro da 10° Brigada do reino!

Ela ficou o mais ereta possível, semelhante à postura de um soldado, o que fazia ser ainda mais cômico por ela ser tão pequena e fofa. Belionte segurou o riso em respeito a seriedade e honra da menina, e acenou para que ela prosseguisse.

— Todos os humanos podem usar mana, mas não são todos que conseguem usar todo o seu poder por dois motivos, o primeiro, a falta de afinidade elemental, fazendo o custo para conjurar um elemento muito maior do que aqueles com afinidade elemental. E o segundo, mas não menos importante, o talento natural. Aqueles com núcleos de mana inferiores não podem evoluir, por existir uma barreira que os limita senhor! — Disse a garota com seriedade.

Belionte franziu um pouco ouvindo a menina chamar o núcleo inferior, mas nada disse, já que ela não era culpada por isso e sim aqueles que a ensinaram isso.

— Certo, parabéns, tudo que disse está correto. Pode se sentar. — Disse Belionte com um leve sorriso e todas as crianças ao seu redor soltaram um 'Oohhh como esperado da Maud!'

— Ao decorrer de toda a Era dos Dez Mil Heróis foram inventados diversos meios para categorizar os talentos e núcleos de mana de cada um. Alguém sabe me dizer o método mais moderno e como ele é usado? — Perguntou Belionte voltando ao seu tom monótono.

— há 165 anos, o herói e sábio Talian inventou um aparelho que se chama 'O Olho Que Tudo Vê'. Esse aparelho classifica os núcleos de mana do mais fraco ao mais poderoso como, vermelho, amarelo, laranja, verde, azul e dourado, sendo o núcleo dourado um mito que nunca foi visto. — Respondeu um garoto que aparentava ter a mesma idade que Belionte.

O garoto tinha um ar arrogante ao redor de si, e havia um grupo de outras crianças o admirando. Provavelmente ele era o líder daquele pequeno grupo. Se Belionte estivesse em seu estado normal, ele provavelmente entraria em uma discussão acirrada sobre respeito. Mas, cansado como estava, ele preferiu ignorar. O garoto parecia não gostar do tratamento recebido, então se pôs de pé novamente e deu um pequeno sorriso presunçoso em direção a Belionte.

— É verdade que o professor tem um núcleo de mana defeituoso, e por conta disso não consegue armazenar mana corretamente? — Perguntou o garoto tentando parecer que a pergunta que fez era inocente.

Todas as crianças que estavam ali olharam chocados para Belionte, e antes o respeito que tinham por ele estava sumindo. Os pais, outros adultos e jovens que estavam descansando nas cadeiras próximas à arena também arregalaram os olhos em descrença.

É preciso saber que, não importa o talento, a afinidade elemental ou cor do núcleo de mana, tudo isso é inútil se seu núcleo de mana não pode ser abastecido corretamente.

Olhando para o garoto mais calmamente, Belionte finalmente o reconheceu. Dando um pequeno sorriso, ele agora estava de pé corretamente e olhou nos olhos do garoto.

— Sim, é verdade que meu núcleo de mana está rachado e não pode armazenar mana corretamente, e mesmo assim, 1 ano atrás seu irmão mais velho foi espancado ao ponto de chorar e pedir clemência. Engraçado como as coisas são, não é? — Disse Belionte com o mesmo sorriso.

As coisas pareciam mais divertidas repentinamente.