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Chapter 2 - Lay-la Kapter e Dolsyn Roy

Lay-la Kapter

O som dos meus coturnos batendo contra o chão ecoava enquanto eu atravessava o corredor em passos largos, estou atrasada. O ruído dos meus passos tinha um ritmo similar ao do meu coração, eu rezei a qualquer que fosse o Deus que quisesse me ouvir para que nunca mais tivesse que me encontrar com ele. O som da sua respiração ainda assombra minhas noites. A presença opressiva dele poderia ser sentida até por um não usuário da força. Era sufocante, intimidadora. Nem mesmo quando estive na presença do imperador eu havia me sentido assim. É como se meu corpo inteiro entrasse em estado de alerta toda vez que estou perto dele.

Fiquei ali por longos segundos tentando controlar minha respiração, tenho que me acalmar, ele me aguarda. Pense duas, três ou até quatro vezes no que vai dizer. Mantenha a postura reta. Olhe-o nos olhos quando ele falar com você. Fale apenas quando lhe for solicitado. Não faça movimentos bruscos, não tente tocá-lo ou se aproximar demais. E em hipótese alguma, demonstre qualquer tipo de fraqueza quando ele estiver por perto.

Fui me lembrando de todas as coisas que aprendi nas poucas vezes em que me encontrei com ele e me preparando mentalmente. Avaliei meu uniforme pela milésima vez naquele dia, botas bem presas, nenhum rasgo ou buracos na roupa, ombreiras perfeitamente posicionadas, calça justa, cinto bem preso... E o principal: sabre de luz na cintura a todo momento.

Respirei fundo, dei um passo à frente...

A porta se abriu, me dando passagem ao ginásio, me deparei com duas figuras na sala, as conhecia bem...

—Vejam só quem decidiu nos dar o ar da graça.—Rodiano maldito...

—Décimo quarto...—Respondi sem emoção alguma, relaxei meu corpo por não ter encontrado ele logo de cara, mas nada podia ser pior do que me encontrar com esse maldito.

—Problemas em Bogano?—A décima quinta... Essa twi'lek é uma verdadeira víbora venenosa, já me deitei com ela às escondidas algumas vezes, mas sendo sincera, ela seria muito mais gostosa se aprendesse a ficar de boca fechada para não espalhar o veneno que tem naquela língua.—Fiquei sabendo que pescou um peixinho, me diz, ele gritou muito quando acertou ele?

—Por que a pergunta? Quer abrir as pernas pra ele também?—Sinto vontade de vomitar toda vez que esse cara abre a boca... Mas infelizmente é verdade, ela tem mesmo um histórico de abusar dos jedi cativos na fortaleza. A maioria não tem nada a comentar, mas outros como o décimo quinto acham ela uma vagabunda. E infelizmente são bastante vocais sobre suas opiniões quanto a nossa colega.

Sejamos sinceros, isso não é mentira. Mas acho que nenhum de nós tem direito de julgá-la, ainda mais quando nosso trabalho é caçar, matar, torturar e converter jedi fugitivos. Além do mais, o décimo quinto também não é flor que se cheire, já perdi as contas de quantas vezes eu tive que me conter para não decapitar esse filho da puta quando ele faz seus comentários desnecessários sobre meu corpo e os corpos de outras inquisidoras. Da última vez eu me contive por muito pouco.

—Por que está tão obcecado com quem eu me deito, décimo quinto? Está com inveja? Por acaso está enraivecido por nunca eu nunca ter te dado uma chance?—É quase impossível abalar essa mulher, ela pode até ser a vagabunda que tanto dizem mas é um título que ela parece não ter vergonha de carregar, o sorriso debochado só confirma isso.

O som dos dentes trincando quando ele deformou o focinho com uma trincada no maxilar.

—Prefiro não me deitar com sapatonas asquerosas como você, o fedor aí embaixo deve ser insuportável, não é décima terceira? Você deve saber muito bem disso.

Essa foi a gota d'água. Chega disso, não vou mais tolerar a língua grande desse merda. Estava prestes a puxar meu sabre de luz para golpear o desgraçado e arrancar aquele sorriso presunçoso do seu rosto quando senti a presença...

Merda, é ele...

Eles também sentiram, seus corpos travaram na hora, assim como o meu. Podíamos ouvir os sons pesados das suas botas batendo violentamente contra os degraus da escada acima de nós. Sua respiração mecânica ecoou pela sala como o som de uma sirene de alerta. Não ficamos travados por muito tempo, nossos corpos foram impulsionados pela força arrebatadora do medo. Entramos em formação. Apoiamos os braços nas costas e encaramos o horizonte firmemente.

Assistimos enquanto a figura alta e imponente cruzava a sala até vir ao nosso encontro.

—Lorde Vader.—Minha voz quase falhou. Puta merda, ele está olhando para mim. Se acalma Lay-la, se acalma...

—Chegou ao meu conhecimento que sua última missão foi um fracasso inquisidora, explique-se—É possível sentir ódio em cada palavra, quer dizer, ele está sempre irritado.

—Senti um distúrbio na força enquanto perseguimos a jedi e fui investigar, acabei encontrando um padawan fugitivo escondido em uma caverna próxima e o capturei.

—Estou ciente, a pergunta que não quer calar é por que você decidiu caçar o filhote enquanto a presa maior fugia?

Tenho que escolher minhas palavras com cuidado, se ele não gostar do que ouvir, estou morta.

—Temos motivos para crer que a presença da jedi em Bogano nos dê pistas sobre o paradeiro de Cal Kestis e seu grupo fugitivo.—Ele pareceu se acalmar um pouco, faz um ano desde que aquele jedi invadiu nossa fortaleza e roubou o holocron com seu grupo, soube que eles deram trabalho ao lorde Vader.—O esconderijo do padawan continha anotações que descrevem um encontro dele e de sua mestra com os fugitivos, será mais fácil extrair informações do padawan.

Odeio quando ele faz isso. Quando ele fica alí te encarando sem dizer nada, você só consegue ouvir o som da respiração dele enquanto espera que ele diga ou faça alguma coisa. E quando ele diz ou faz, geralmente você acaba se arrependendo de ter tantas expectativas.

—Posso sentir os fortes sentimentos que nutre por ele, mas é impossível determinar se é ódio... ou algo mais.

Estou soando frio nesse momento, se ele pensar por um momento que o que sinto por Dolsyn é amor,-O que não poderia estar mais longe da verdade.-ele não vai exitar em me matar. Abri a boca para tentar me defender, mas tudo o que sai é o som do meu sufocamento...

Sinto a minha garganta se fechando cada vez mais, apóio as mãos no pescoço e esforço inútil para tentar voltar a respirar. É lorde Vader. Ele está usando a força, vejo sua mão se fechando enquanto ele me enforca usando o estrangulamento da força.

—Talvez tenha se esquecido de seu treinamento, inquisidora. O amor é uma fraqueza, ele te torna fraca, e o império não tem qualquer uso para fracos, apenas o ódio pode fortalecê-la.—Ele finalmente me solta, estou ofegante... Minha respiração está pesada enquanto puxo o ar desesperadamente.—Tem permissão para interrogar o padawan, mas se eu perceber qualquer sinal mínimo de amor em seu coração, os matarei com minhas próprias mãos.

Me levantei devagar e voltei a posição ainda tonta pela falta de ar.

—Sim, lorde Vader.—Em outras ocasiões esses dois vermes ao meu lado estariam rindo de mim, mas não se atreveram a dar sequer um sorriso na presença de Darth Vader.

—Quanto ao motivo pelo qual foram convocados...—Ele nos estendeu algo em sua mão, um cristal kyber.—Um carregamento de cristais kyber de Ilum não foi entregue, a nave sumiu de nossos radares perto de Dantooine, temos motivos para acreditar que jedi estão envolvidos, vocês partem em uma semana, quero que descubram o que aconteceu.

Primeiro me encontro com aquele rato do Dolsyn, agora terei que trabalhar com esses desgraçados.

—O que fazemos nesse meio tempo, lorde Vader?—Aposto que ela espera que ele nos dê uma folga, deve estar querendo fazer uma visita ao Dolsyn, não me importo do que acontece com aquele padawan imundo, mas isso aqui é uma prisão, não um bordel.

—A décima terceira vai interrogar o padawan, enquanto vocês dois vão reforçar o treinamento, quero os três prontos para tudo até sua missão, estão dispensados.

Sinalizamos ao mesmo tempo e nos viramos para sair, finalmente podemos respirar aliviados ao saber que vamos viver mais um dia. No meio do caminho, paro por alguns instantes e eles me acompanharam.

—Quase me esqueci, décimo quarto...—Ele me olha com expectativa, esperando que eu lhe diga algo.

Não espero qualquer aviso, puxo meu sabre de luz com a força e ataco. Os gritos ecoam pelos corredores enquanto ele rasteja para longe de mim, sua perna esquerda ficando para trás, graças aos céus os cortes de sabre são sempre cauterizados se não os faxineiros teriam que perder tempo limpando a sujeira desse lixo. Me aproximei lentamente apontando a lâmina de plasma para ele.

—Da próxima vez que eu ouvir um único comentário sobre mim sair da sua boca, eu cortarei seu pau e o farei engasgar com ele.—Faço questão de olhar em seus olhos enormes para ter certeza que a mensagem foi captada, ele está cheio de medo, ótimo.

Desativei meu sabre e segui meu caminho, passando pelos stormtroopers e executores que pararam de assistir a cena. Não demorou até seus gritos serem abafados pelas paredes de aço da fortaleza, indo em direção ao bloco prisional. Isso até a Décima Quinta me parar me colocando contra a parede.

—Ótimo trabalho com aquele porco lá atrás, sempre posso contar com você, certo?—Estávamos em um canto escondido no corredor, ela aproximou muito sua boca da minha e acabo a afastando por reflexo.—O que foi? Não vai me dizer que está tímida.

Ela tenta se aproximar outra vez e outra vez eu a afasto.

—Não tenho tempo para isso Kalaile, lorde Vader ordenou que eu interrogue o novo prisioneiro.

—Relaxa Lay-la, o pequeno padawan não vai a lugar nenhum, eu ainda tenho que te agradecer por ter defendido a minha honra do décimo quarto.—Kalaile desceu pro meu pescoço, começou a beijar aquela área antes de eu a afastar outra vez.

—Eu não fiz aquilo por você, foi porque ele me ofendeu, agora se me der licença...—Dei as costas mas ela me impediu de sair segurando meu braço. Mas que garota insistente...

—Conta outra Lay-la, eu te conheço, o que ele disse tinha a mim como alvo e por isso você se irritou, você só tem medo de assumir isso por causa do lorde Vader.—Puxei meu braço e a olhei sem nenhum interesse.

—Você está muito enganada se acha que me conhece, eu não me importo do que falam de você porque para mim você não significa nada, é só um colega de trabalho com quem eu transo de vez em quando e nada mais.—Ela parece magoada, mas não diz nada. Apenas me viro e saio sem nenhuma vontade de continuar com aquela conversa, essa garota é irritante às vezes.

Chego à prisão, dou uma olhada em volta pelas celas atrás da do Dolsyn, a maioria está vazia, não temos achado tantos jedi como antes. Passei pelos portões laser um a um de cada andar até finalmente achar a cela correta no terceiro andar.

Ele está péssimo, nunca pensei que ele cairia tão fundo. O cabelo castanho desgrenhado e sujo, a pele clara manchada e repleta de hematomas, os óculos de armação redonda tortos sobre o rosto, os olhos, o único detalhe que poderia considerar bonito nele, não tinham brilho algum, já perdeu as esperanças? As roupas amarrotadas e rasgadas. Ele se senta no fundo da cela, encarando o chão em silêncio...

Dolsyn Roy

"A força em todo lugar está."

Acordo subitamente, não tenho certeza, mas pude jurar que ouvi a voz do mestre Yoda... Deve ter sido só um sonho, porque estou de volta ao pesadelo. Não posso ver nada do outro lado desse portão laser, não sei se eu gostaria de ver alguma coisa. Minha mestra me avisou sobre a fortaleza inquisidora, é aqui que os jedi capturados são torturados e levados ao lado sombrio. São transformados em inquisidores e orientados a caçar seus antigos amigos e colegas.

Lay-la... O que fizeram com ela?

Todas as memórias que tenho dela me fazem lembrar da garota mais gentil e doce da galáxia inteira. Eu mal a reconheço agora... A visão da sua pele negra como a noite sendo iluminada pelo vermelho daquele sabre está gravada em minha mente. A expressão cheia de ódio, cheia de... Dor. Eu rezei todos os dias para que se algum dia a encontrasse outra vez ela não tivesse perdido a doçura e brilho naqueles olhos vermelhos, agora vejo que o lado negro a corrompeu por inteiro.

Eu preciso sair daqui e quando eu o fizer, levarei Lay-la comigo. Eu a trarei ao lado da luz outra vez. Ou melhor, tentarei...

"Faça, ou não faça. Tentativa não há."

Ah, mestre Yoda... Acabo sorrindo com a lembrança das frases sábias do nosso mestre, sinto tanta falta dele.

—Já perdeu as esperanças?

Me assusto ao ouvir a voz familiar da Lay-la ecoando pela cela, ela está em pé à minha frente. Os cachos negros caindo-lhe aos ombros, os braços apoiados nas costas, me olhando sem expressão alguma, os olhos tem um delineado preto que realça os cílios, um batom negro nos lábios. Está linda, mas não queria vê-la assim: corrompida pelo império, pelo lado negro.

Não consigo respondê-la, acabo desviando o olhar para o chão. Que grande padawan eu sou, mal consigo encarar alguém que se perdeu nos olhos...

—Tomarei seu silêncio como um sim...—Escuto o som dos seus passos em minha direção antes de sentir seus dedos se afundarem no meu cabelo, soltei um gemido de dor enquanto ela me forçava a me levantar.—Abandone qualquer esperança de fuga, daqui você só sairá como inquisidor ou em um saco preto.

Sua mão livre segurou meu rosto firmemente, me fazendo olha-la nos olhos. Seus olhos possuem um brilho diferente da última vez que a vi, antes era um brilho de compaixão, de bondade, agora ela poderia me queimar vivo com todo o ódio emanando de suas íris rubras.

—Sinceramente eu não me importaria de matá-lo agora mesmo, mas você ainda pode ter alguma utilidade para o império então se quiser continuar vivo, sugiro que coopere.—Ela fala de maneira tão natural, como a garota mais doce da galáxia se tornou tão fria?

Meu rosto encontrou o chão, ela me jogou violentamente contra o metal da cela, senti o metal frio das algemas em meus pulsos enquanto ela me algema. Fui puxado pelo cabelo outra vez e forçado a ficar em pé. O portão laser da cela se desativou. Ela me empurrou em direção a saída, dois stormtroopers nos aguardavam com os blasters preparados. Seguiram caminho e fui logo atrás, os coturnos da Lay-la ecoando pelos corredores atrás de mim.

Caminhamos por alguns minutos até chegarmos a uma sala enorme, havia lava no chão a muitos metros de nós, uma ponte se estendeu à nossa frente e começamos a caminhar mais uma vez. Passamos por outra ponte estendida e por duas torretas automáticas montadas bem à frente de uma enorme porta.

Meus olhos se arregalaram quando o portão se abriu, a minha frente estava a sala de tortura. O chão terminava em um poço fundo com lava fervente logo abaixo. Um pilar suportava todo o peso da infame cadeira de tortura, os controles obviamente estavam dos torturadores. O lado sombrio tem uma forte presença nesse lugar, até um padawan inexperiente como eu posso sentir isso.

—Preparem a cadeira.—Ela... Ela vai me colocar ali? Os stormtroopers me empurraram na direção daquela coisa, eu não quero isso, não quero! Os blasters estão apontados em minha direção, eles me ameaçam mas eu não me mexo, eu nunca sentarei naquela cadeira...

O som do sabre de luz sendo ligado me assusta, a lâmina de plasma vermelha está apontada para o meu pescoço.

—Você caminhará com suas próprias pernas, ou vai ser arrastado até a cadeira sem elas. A escolha é sua.—O olhar em seu rosto enquanto ela me ameaça me faz perder toda a valentia, eu consigo sentir a sua raiva, o seu ódio. Me perdoe mestra...

As lágrimas começam a embaçar as lentes dos meus óculos, estou com medo, envergonhado, humilhado. Consigo ver claramente agora, um covarde como eu não é digno de ser um jedi, seria melhor se eu morresse antes que eles me façam revelar a posição da mestra.

Eles me forçam na cadeira, prendem meus braços. A cadeira se levanta, me dando visão da Lay-la e os stormtroopers prontos para o interrogatório, quando a cadeira se liga, vejo os vários braços mecânicos com as faíscas elétricas em suas pontas a centímetros da minha pele. Ela tira algo da cintura e estende em minha direção, mesmo com as lentes embaçadas não é difícil dizer que é o meu sabre de luz.

—Esse sabre foi um presente da sua mestra, correto? Você não o conquistou esse cristal kyber, não o construiu com as próprias mãos, ele lhe foi dado por alguém que alimentou suas esperanças de se tornar um jedi, e olha onde isso te trouxe.—Ela levita o sabre logo acima de sua mão enquanto fala.—Ferido, preso, prestes a ser torturado por informações, tudo isso por uma falsa esperança que este sabre lhe deu.

Ela ativou seu próprio sabre e o balançou sobre o meu, ele foi cortado ao meio, minha única esperança... Simplesmente destruída... Não consigo gritar, não consigo expressar nada além de lágrimas de tristeza. Meu futuro como jedi havia chegado ao fim...

—Isso tudo é culpa dela, nada disso teria acontecido se ela não tivesse te dado tantas esperanças. É isso que enfraquece os jedi, a esperança, é impossível parar o lado sombrio, é impossível parar o império. Sua mestra deve ser parada antes que outros jovens como você acabem do mesmo jeito, então diga: Onde ela está se escondendo?

Não consigo dizer nada, não quero dizer nada, se eu cair hoje cairia sozinho.

—Sempre tão teimosos... Carga média.

Ouço o som de teclas sendo pressionadas, o som da máquina se ativando, e então sinto uma forte descarga elétrica passando por todo o meu corpo, cerro os dentes, a dor é insuportável. Após longos segundos aquele inferno finalmente acaba.

—Isso é o que acontece com garotinhos rebeldes que não sabem se comportar, são punidos, conhecem o verdadeiro sentido da dor. Agora, não prolongue o seu sofrimento, onde ela está?

—Eu... E-eu não vou...

—Carga média.

Outra vez...

Meu corpo tem espasmos enquanto a eletricidade passa pelo meu corpo, eu não vou trair a minha mestra... eu não vou...

—Só nos diga onde ela está e toda essa dor para, não está mesmo disposto a morrer por alguém que te colocou nessa situação, não é?—Não posso... Não posso...—Carga...

—Bogano!—Ela sinaliza para que os stormtroopers parem.—Ela continua em Bogano, nossa nave está danificada, ela não pode sair do planeta. Nosso esconderijo é uma oficina subterrânea perto do templo zeffo...

Estão todos em silêncio, até Lay-la, ela apenas me olhava, tinha algo mais em seu rosto além de ódio. Era nojo.

—E pensar que você desistiria tão fácil... Você é patético. Uma piada em forma padawan, vamos corrigir isso. É só através da dor, do medo e do ódio que um usuário da força pode se fortalecer, carga máxima.

—O que!? Eu te disse o que você queria saber!

—Senhora, nenhum humano é capaz de sobreviver a tanta carga.

—Carga. Máxima.

—Por favor... Não...

Minhas súplicas são interrompidas por meus gritos de dor... Eu jamais senti tanta dor em minha vida, cada pequena parte do meu corpo está sentindo a dor dos meus nervos sendo fritados ao mesmo tempo... As lágrimas escorriam descontroladamente por meu rosto, o rosto da Lay-la era iluminado pelo brilho da máquina, foi a última coisa que vi, minha visão ficou embaçada... Minha consciência está se esvaindo...

Não consigo...

Ficar...

Acordado...

—Desliguem!—Eu apaguei.

Não sei quanto tempo se passou desde que eu apaguei, mas acordei encarando os olhos vermelhos da Lay-la. Estavamos de volta a cela, eu estava sentado no chão de metal frio, senti sua mão puxando meu cabelo, mas não me importei com a dor.

—Estou indo a Bogano agora, se eu não encontrar nenhum rastro dela farei você se arrepender.—Ela sussurra em meu ouvido antes de me soltar sem nenhuma gentileza.

Ela se levantou já me dando as costas.

—Lay-la...—Consegui juntar o que restou das minhas forças para chamá-la.—Que a força... esteja com você...

Ela me olhou por cima do ombro, e pela primeira vez naquele dia, pude sentir algo que não fosse ódio nela.

Eu pude sentir confusão.

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*Cristal kyber: Fonte de energia dos sabres de luz, esses cristais têm uma forte ligação com a força, tem vontade própria e fazem parte de uma única consciência coletiva.

*Cal Kestis: Protagonista do jogo Star Wars Jedi: Fallen Order, foi uma das únicas pessoas que se encontrou com Darth Vader e viveu para contar história.

*Inquisidores: Uma tropa de usuários da força criada para caçar os jedi fugitivos após a ascensão do império, muitos deles sendo ex jedi trazidos para o lado sombrio através de pesadas torturas físicas e psicológicas.

*Força: Uma energia invisível e misteriosa que está em todo lugar, pessoas sensitivas a força podem controlar essa energia para desenvolver capacidades sobre humanas como: Telepatia, telecinese, clarividência, etc.

*Jedi: Um grupo de usuários da força que usam seu poder em prol de um bem maior, seguiam uma rígida doutrina e passavam por um árduo treinamento desde a infância onde eram ensinados a controlar suas emoções e dedicar suas vidas apenas aos jedi.

*Padawan: Crianças sensitivas a força que eram treinadas por mestres jedi.