Edilson se sentou na calçada, olhando para o movimento tranquilo da rua. O sol começava a se pôr, tingindo o céu com toneladas de laranja e rosa. Ele estava imerso em seus próprios pensamentos quando viu sua vizinha, dona Clara, se aproximando com uma expressão séria no rosto.
"Boa tarde, Edilson," ela disse, parando ao seu lado. Sua voz foi transmitida de uma mistura de emoções.
"Boa tarde, dona Clara", ele respondeu, notando a seriedade em seu tom. "Aconteceu alguma coisa?"
Dona Clara hesitou por um momento, olhando para a casa ao lado de Edilson, que ela havia habitado por tantos anos. Finalmente, ela soltou um suspiro e encarou-o diretamente. "Eu vendi a casa, Edilson. Vou me mudar."
Edilson ficou surpreso, uma confusão de tristeza e choque se misturando em seus olhos. Aquela casa ao lado era como uma extensão da sua própria, onde tantas histórias compartilhadas e momentos vividos se entrelaçavam.
"Mas por quê? Você sempre disse que essa era a sua casa dos sonhos", disse ele, tentando compreender a decisão inesperada.
Dona Clara assentiu lentamente, olhando para além da rua, perdida em suas lembranças. "É verdade, foi por muito tempo. Mas os sonhos mudam, não é? Há um mundo lá fora que eu quero explorar antes que seja tarde demais."
Edilson ponderou por um momento, olhando para a casa que logo teria um novo dono, sentindo uma onda de nostalgia invadir seu coração. "Vai ser estranho não tê-la aqui ao lado. Mas espero que encontre a felicidade onde quer que vá, dona Clara."
Ela é gentil, um sorriso carregado de gratidão e um pouco de tristeza. "Obrigada, Edilson. Você sempre foi um bom vizinho. Você sente falta dos nossos cafés no quintal."
E assim, naquela calçada silenciosa, eles compartilharam um momento de despedida. Enquanto o sol se punha no horizonte, eles trocaram palavras de carinho e desejaram o melhor reciprocamente, sabendo que, embora a casa pudesse mudar de dono, as memórias jamais seriam esquecidas.
Edilson estava sentado na calçada, segurando uma fotografia antiga da vizinhança enquanto lágrimas escapavam de seus olhos. Era difícil aceitar que a casa ao lado logo tivesse um novo dono. Dona Clara se mudou, percebendo imediatamente nos olhos de Edilson.
"Edilson, sinto muito por toda essa tristeza", disse ela, sentando-se ao seu lado. "A venda da casa é planejada, mas lembre-se, novos moradores logo preencherão essas paredes com suas próprias histórias."
Edilson fungou, tentando conter as lágrimas. "Eu sei, dona Clara, mas é difícil imaginar alguém mais na localidade poderia querer estar feliz com essa venda, mas temos que contentar, apesar foi a senhora que quis vender, aliás, nem tem que opinar, a casa é da senhora.
Edilson, ainda lidando com a emoção da demissão iminente de dona Clara, sentiu uma pontada de preocupação ao pensar no próximo morador. Rumores na vizinhança insinuavam que poderia ser alguém de temperamento áspero, alguém que poderia perturbar a serenidade da rua.
Incerto sobre o que o futuro poderia trazer, Edilson decidiu sair para uma caminhada. Ele precisa esclarecer a mente, espairecer. Enquanto percorria as ruas conhecidas, ele deixava sua imaginação divagar. E se o novo morador fosse alguém difícil, alguém que não se importasse com a comunidade? A ideia o incomodava profundamente.
Passou pelos lugares familiares, cumprimentando vizinhos e amigos que encontravam no caminho. As conversas leves e os sorrisos compartilhados ajudaram a rir sua inquietação. Contudo, ao longo da caminhada, ele observa que aquela preocupação persistia.
Ao se aproximar de casa, Edilson viu uma operação incomum. Um carro de mudança estava estacionado em frente à casa ao lado da sua. Ele parou por um momento, observando os trabalhadores carregando móveis e caixas.
Decidido a enfrentar suas preocupações, ele se mudou do grupo e perguntou sobre o novo morador. Um dos homens indicados para um sujeito que supervisionava o processo, um homem de aparência robusta e expressão séria.
Edilson respirou fundo, decidiu não julgar precipitadamente. Ele se mudou do homem e estendeu a mão. "Olá, sou Edilson, seu vizinho. Se precisar de alguma coisa, estou aqui para ajudar."
O homem olhou para Edilson com um misto de surpresa e gratidão. "São Paulo. Obrigado pela oferta, espero não causar problemas por aqui."
Edilson percebeu que as primeiras flores nem sempre refletiram a realidade. Ele se sentiu aliviado ao ver que Paulo parecia ser alguém aberto à vizinhança.
Enquanto observava os móveis sendo descarregados, Edilson sentia um leve sorriso se formando em seu rosto. Talvez, com o tempo, essa nova dinâmica na ambiente pudesse ser uma mudança positiva, afinal.
O relógio marcava nove horas da manhã quando o novo morador, trancou a porta do seu quarto. Ele olhou ao redor, conferindo se tinha tudo em ordem. Caixas empilhadas nos cantos, pertencem cuidadosamente organizadas, suas memórias embaladas para seguir para o novo lar.
Respirando fundo, ele desceu as escadas rumo à cozinha. Sua mãe, Maria, estava preparando o café da manhã, enquanto seus irmãos mais novos, Pedro e Ana, conversavam animadamente, ansiosos pela mudança para uma nova casa.
"Bom dia!" sua mãe enviou, virando-se para ele enquanto mexia a panela no fogão. "O café está quase pronto. Vai se juntar a nós para o último café da manhã nesta casa?" concordou, sentando-se à mesa com uma mistura de emoções. Era uma mistura de paixão pela mudança e uma pontada de nostalgia por deixar para trás o lugar onde tantas lembranças foram construídas.
Enquanto se serviam, conversaram sobre as expectativas para a nova casa, os planos para organizar os quartos e a animação dos irmãos em ter um espaço maior para brincar.
O relógio na parede marcava os minutos que começaram a correr mais rápido naquele momento. Sabia que a mudança representava um novo começo, mas também uma despedida daquela que sempre o acolhera.
Após o café da manhã, todos se levantaram da mesa. Olhou para sua família com gratidão e determinação. "Acho que está na hora de partirmos, não é?"
Sua mãe assentiu com um sorriso afetuoso, os olhos úmidos. "Sim, meu filho. Vamos começar essa nova aventura juntos."
Com um último olhar para o lugar que um dia chamaram de lar, a família se reuniu, pronta para o próximo capítulo de suas vidas. Juntos, deixados para trás daquela casa, levando lembranças preciosas e a esperança de novos momentos para compartilhar no futuro.
Terminou seu café da manhã e, com um olhar específico, se clamou da mesa. Ele se dirigiu à pia, secando a boca com um pano enquanto olhava para sua mãe e irmãos.
"Está na hora de irmos, pessoal", anunciou, determinação em sua voz. "Eu já estou pronto."
Ele se tornou à porta, pegando suas chaves e o pano que usou para secar a boca. Lá fora, o Land Rover Evoque aguardava, reluzindo sob o sol da manhã. Abriu a porta do carro, sentindo-se pronto para o próximo passo.
Enquanto ajustava o retrovisor, um brilho de determinação se refletia em seus olhos. Ele sabia que estava planejando iniciar uma jornada para um lugar que ele só conhecia, onde começaria uma nova fase de sua vida.
Com um sorriso sutil no rosto, deu a partida no motor e sentiu a vibração do carro sob seus dedos no volante. As ruas familiares foram a se afastar enquanto ele seguiu em direção ao destino desconhecido para sua família, mas conhecido apenas por ele.
O Land Rover avançava com confiança, as estradas se desenrolavam à sua frente. Ele se sentia um pouco nervoso, mas principalmente excitado com a aventura que o aguardava.
Enquanto a paisagem passava pela janela do carro, absorvia cada curva, cada detalhe do caminho. Ele estava pronto para desvendar esse novo capítulo de sua vida, para liderar sua família até a surpresa que aguardava na nova casa.
Com o som do motor acompanhando seus pensamentos, segue adiante, especificando a direção de sua família para um novo lar, um lugar onde novas histórias seriam escritas e novas memórias seriam criadas.
O Land Rover Evoque avançava pela estrada, cortando a paisagem que se desdobrava diante deles. Dirigiu com confiança, acompanhando o caminhão de mudança que segue à frente, carregado com os pertences da família para o novo lar.
A música tocava no rádio, preenchendo o carro com uma melodia que era familiar e reconfortante para ele. Era uma canção que o transportava para momentos especiais, lembranças que o faziam sorrir enquanto dirigia. Ele cantarolava baixinho, deixando-se envolver pela atmosfera de mudança e expectativa.
À medida que avançavam, passaram por Atibaia, uma cidade conhecida por suas belezas naturais e clima agradável. As montanhas ao redor se desenhavam majestosas, enquanto a estrada serpenteava por entre elas, proporcionando uma vista espetacular.
Logo depois atravessamos Extrema, em Minas Gerais, onde a paisagem se transformou em colinas verdes e campos abertos. O céu azul se estendia acima, enquanto pequenas cidades pontilhavam a paisagem ao longo do caminho.
Olhou pelo para-brisa, absorvendo a beleza do trajeto. Ele sentiu uma mistura de tranquilidade e tranquilidade ao ver a estrada se desenrolar diante dele, sabendo que estavam cada vez mais perto do seu novo destino.
O caminho se abriu ao som da música na rádio, a canção que lhe trazia conforto e emoções familiares. Enquanto a música preenchia o espaço entre os pensamentos, dirigiu com determinação, guiando sua família em direção ao novo começo que os aguardava.
A estrada se estende à frente, cheia de promessas e possibilidades. Sabia que, em breve, chegariam à nova casa, prontos para começar uma nova fase de suas vidas e criar novas lembranças juntos.
Edilson caminhava pelas estradas familiares, os fones de ouvido preenchendo seus ouvidos com uma música suave. Enquanto se afastava do movimento do trevo da localidade, ele se aproximava da área conhecida como o Brejo, uma pequena favela situada próxima à BR-116.
Ao chegar ao trevo, Edilson viu o intenso fluxo de carros que atravessava a rodovia. Ele parou no acostamento, observando atentamente o trânsito, esperando o momento certo para cruzar. A música em seus ouvidos se tornou uma trilha sonora para seus pensamentos, enquanto ele reflete sobre a vida e os acontecimentos recentes na vizinhança.
Após alguns minutos, o tráfego diminuiu um pouco, oferecendo uma brecha para atravessar. Com passos decididos, Edilson cruzou a rodovia e segue em direção ao Brejo.
À medida que se afastava do barulho dos carros, a atmosfera tranquila do Brejo interessava-o. O ambiente era diferente de tudo, um contraste com a reforma da rodovia. Edilson se sentia em casa, conhecendo cada rua, cada esquina, cumprindo alguns vizinhos pelo caminho.
Enquanto caminhava, ele mergulhava em seus pensamentos, refletindo sobre as mudanças na vizinhança e quem poderia ser o novo morador do pedaço e se ele iria gostar do novo morador e se ele era uma pessoa responsavel ou um alguem que é violento e ignorante.
O sol começava a se pôr quando o novo morador, dirigia por estradas sinuosas e ladeadas por árvores exuberantes. Seu estômago roncava audivelmente, ecoando a fome que o incomodava desde sua partida. As placas indicavam que ele estava chegando a Itapeva, uma cidadezinha tranquila no interior de Minas Gerais.
"Estou faminto", resmungou para si mesmo, buscando desesperadamente por algum lugar para satisfazer seu apetite. Ele olhou para os lados, tentando encontrar um restaurante ou uma lanchonete que pudesse saciar sua vontade de comer algo.
No entanto, as ruas pareciam desertas e os estabelecimentos fechados naquela hora. Ele coçou a cabeça, frustrado, até que decidiu seguir viagem em busca de outro lugar para parar. Com um suspiro, ele acelerou o carro, deixando Itapeva para trás.
Enquanto dirigia, o estômago parecia reclamar ainda mais alto, lembrando-o de sua necessidade urgente de alimentação. Ele avistou uma placa indicando Camanducaia e, com um impulso repentino, pisou fundo no acelerador, ansioso para encontrar um local mais movimentado e com opções para comer.
Após alguns minutos, avistou o Graal Estação Cometa, uma parada conveniente à beira da estrada. Ele reduziu a velocidade e estacionou o carro, sentindo o alívio ao ver as luzes brilhantes do posto de gasolina.
"Finalmente!", exclamou , enquanto se dirigia rapidamente à loja de conveniência. Ele escolheu algumas opções rápidas para comer no carro: um sanduíche de frango grelhado, algumas frutas frescas e uma garrafa de água gelada.
De volta ao carro, acomodou-se no banco do motorista e abriu a embalagem do sanduíche, sentindo o aroma delicioso se espalhar pelo veículo. Com fome voraz, ele deu a primeira mordida, saboreando cada pedaço enquanto sabia que, pelo menos por enquanto, a fome estava finalmente sendo saciada.
O pôr do sol tingia o céu com tonalidades quentes enquanto continuava sua jornada, agora satisfeito e pronto para enfrentar o restante da viagem.
O final de tarde estava tranquilo na casa de Edilson, os raios de sol tingiam o jardim com tons dourados quando um som insistente ecoou pelo ambiente. Edilson franziu a testa, estranhando aquela interrupção. Alguém estava chamando no portão.
Curioso, ele se levantou do sofá e atravessou a sala até a entrada. Ao abrir a porta, um entregador aguardava com um pacote. Agradecendo, Edilson pegou o pacote e fechou a porta atrás de si, retornando ao conforto da casa.
Sentado no sofá, ele abriu o pacote e, enquanto examinava seu conteúdo, o telefone vibrou. Uma notificação piscava na tela: "Deu Match". Um sorriso se desenhou no rosto de Edilson, lembrando-se do perfil que tinha curtido fortemente alguns dias atrás.
Com uma pressa repentina, ele abriu o aplicativo de relacionamentos, esperando ver o perfil da pessoa por quem estava tão interessado. Seus olhos percorriam ansiosos a tela até que ele percebeu algo estranho.
Não era o perfil que ele esperava. Era alguém completamente diferente. Edilson fechou os olhos por um momento, sentindo uma mistura de decepção e confusão.
Mas então, um pensamento o fez olhar ao redor. Ele se lembrou do som no portão. Aquela pessoa, que ele inicialmente desconsiderou pelo engano no aplicativo, estava ali, do lado de fora, esperando.
Com um suspiro resignado, Edilson voltou a olhar para o perfil na tela. Não era quem ele esperava, mas talvez fosse alguém interessante. Enquanto digitava uma mensagem para aquela pessoa no aplicativo, ele se levantou e caminhou de volta para o portão, pronto para descobrir quem estava chamando por ele na vida real.
O sol mergulhava lentamente no horizonte, pintando o céu com tons de laranja e rosa, enquanto o viajante retomava sua jornada pela estrada sinuosa que cortava o interior de Minas Gerais. Os pneus do carro faziam um som constante ao cruzar o asfalto, e o vento sussurrava pelas janelas semiabertas.
Ao ligar o rádio, uma música suave começou a preencher o interior do carro. Era uma canção tranquila, com acordes de violão e uma voz suave que combinava perfeitamente com o cenário pitoresco que se desdobrava diante dos olhos do viajante.
A estrada o levou até uma praça de pedágio em Cambuí. Reduzindo a velocidade, ele observou a simplicidade e a beleza da cidadezinha enquanto passava pela área de pagamento. As luzes da praça de pedágio brilhavam suavemente, dando um ar aconchegante à noite que se aproximava.
O viajante seguiu adiante, deixando Cambuí para trás. A estrada serpenteava entre colinas e vales, revelando paisagens encantadoras enquanto ele se aproximava de Pouso Alegre, a próxima parada em sua jornada.
À medida que as luzes da cidade se aproximavam, uma mistura de excitação e curiosidade invadiu o ambiente do carro. Pouso Alegre aguardava com suas ruas movimentadas e atmosfera acolhedora, oferecendo uma pausa para a viagem antes de seguir adiante.
A música no rádio criava uma trilha sonora perfeita para a cena, envolvendo o viajante em uma atmosfera de contemplação enquanto ele se deixava levar pela estrada iluminada pelos faróis do carro.
Enquanto se aproximava de Pouso Alegre, um sorriso se desenhou em seu rosto, antecipando as descobertas que aguardavam nesta nova parada em sua jornada, pronto para explorar mais um pedaço desse encantador interior mineiro.
O ar da noite envolvia a rua, e Edilson sentia o frescor suave enquanto se sentava na calçada em frente à sua casa. Ao seu redor, risadas suaves e murmúrios de conversas preenchiam o ar, vindos dos grupos de amigos que passeavam pela rua, cada um acompanhado por suas namoradas ou namorados.
Edilson observava-os de longe, uma sensação de vazio e solidão crescendo em seu peito à medida que via a cumplicidade entre eles. Enquanto olhava para o céu estrelado, um suspiro escapou de seus lábios. As estrelas cintilavam, cada uma parecendo uma lembrança distante de sonhos não realizados e desejos não alcançados.
Uma lágrima solitária deslizou por sua bochecha enquanto a sensação de isolamento se tornava avassaladora. Ele não podia deixar de se sentir deslocado naquele cenário, onde todos pareciam encontrar conforto e felicidade nos braços de alguém especial.
Não suportando mais a dor que apertava seu peito, Edilson levantou-se abruptamente da calçada e correu de volta para dentro de casa, buscando refúgio na solidão de seu próprio espaço. Seu coração pesava, e o silêncio do ambiente familiar só amplificava o vazio que ele sentia naquele momento.
Sentado no escuro, com lágrimas silenciosas molhando seu rosto, Edilson enfrentava uma batalha interna entre a tristeza e a esperança. Era difícil não se perguntar por que ele parecia ser o único sem alguém para compartilhar esses momentos.
Entre soluços contidos, ele lutava para encontrar conforto, tentando afastar a sensação de inadequação que o assolava naquela noite solitária. A dor no peito era intensa, mas havia uma determinação silenciosa em seu olhar, uma vontade de encontrar seu próprio caminho para a felicidade.
Com um suspiro profundo e um esforço para secar as lágrimas, Edilson tentou reunir forças para enfrentar o sentimento de solidão que o consumia, sabendo que essa era apenas uma das muitas noites que ainda viriam.