Em uma floresta que se estendia indefinidamente em todas as direções com um número infinito de plantas que servia como lar para incontáveis seres se observa no solo desse lugar três pequenos seres, uma família de insetos, esperanças na realidade vagando no solo da gigantesca floresta, para eles agrupados de touceiras equivaliam a grandiosos edifícios que formavam um imenso labirinto verde, e plantas realmente grandes como árvores eles pensavam que era a personificação da grandiosidade da natureza praticamente inalcançável mas todos os insetos sabiam como se orientar nessa vastidão, sabiam onde encontrar alimento,água,abrigo e também todos os perigos que nela habitavam.
Na frente uma esperança robusta de cor verde claro que carregava consigo uma lança simples de cabo feito de madeira e uma ponta feita de pedra afiada, no seu exoesqueleto existiam diversos desenhos que contavam histórias de uma vida e que por mais que fossem várias ilustrações com vários temas eles eram do mesmo traço, na sua cintura existia um cinto com uma machadinha e um coldre com um revólver, o seu braço esquerdo que empunhava a lança era feito de ferro e claramente estava desgastado pelo tempo e não era sua única parte mecânica, o seu peito,suas pernas também eram feitas de ferro que lhe davam uma maior resistência,velocidade e força, e em suas costas havia uma grande mochila com suprimentos, Kirsk era o seu nome e ele ia junto de sua mulher chamada Malam.
Malam que possuía os dois antebraços mecânicos e uma parte do tórax também mecânica e olhos mais vivos e luminosos que os do seu marido e ela também possuía cabelos negros implantados na cabeça, Malam era maior que seu marido tanto em altura quanto em massa corporal, fêmeas quase sempre são mais fortes e altas que machos no mundo dos insetos, e ela possuía também desenhos em seu corpo principalmente nos braços mas de traço diferente das do seu marido e também carregava uma mochila com suprimentos mas menor que a de Kirsk e junto deles o seu filho carregando também uma mochila com suprimentos, o nome da criança é Urban Dust.
Urban não possuía partes mecânicas e nem desenhos e nem armas pelo fato de ser um filhote ainda, mas em seu casco tinha marcas de corte e pancadas, um sinal do árduo treinamento que seus pais lhe ensinavam, a arte do combate com lança e facas e também como lutar corpo a corpo, esperanças,grilos e gafanhotos que eram praticamente primos genéticos desenvolveram uma arte marcial que se aproveitava das longas pernas dessas espécies, chutes poderosos,joelhadas precisas e socos rápidos, todas as esperanças eram exímias lutadoras e se diziam muito melhores que qualquer gafanhoto ou grilo na chamada "arte das seis armas".
Esperanças viviam em média 21 anos no máximo 29, os pais geralmente cuidavam dos filhotes até os 9, pois quando faziam 3 anos o corpo está apto ao treinamento onde os pais ensinam como lutar, onde procurar alimento e como sobreviver na floresta, seus costumes e filosofia de vida e aos 9 os pais abandonam o filhote a própria sorte, pois diferentes dos gafanhotos que desenvolveram sua própria sociedade com suas próprias leis,regras e divisões sociais ou mesmo grilos que por mais que fossem nômades ainda se agrupavam em grandes clãs familiares e sempre se mantinham unidos e em ambas as sociedades os filhos ficavam com os pais até os mesmos falecerem, não ocorria o mesmo com as esperanças que eram solitárias e nômades e viajavam pela floresta geralmente sós ou em duplas pois até mesmo os casais não duravam muito e depois de nascer o primeiro filho eles geralmente se separavam e iam atrás de outros parceiros em outros territórios mas Kirsk e Malam eram diferentes.
Urban possuía 9 anos e por mais que o treinamento fosse duro e não restasse espaço para muitos erros os seus pais o amavam e evitavam pensar no costume ancestral de sua raça de abandonar os filhos, e haviam decidido a tempos que iriam romper esse ciclo, mas o foco agora era se afastar o máximo possível da guerra que se aproximava.
Anoitecia e começava a ficar frio e então Kirsk disse.
-vamos descansar e nos alimentar, de manhã caminharemos novamente.