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Chapter 3 - Prólogo

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— Por favor, me deixem sair!! — supliquei ao bater na porta do vestiário exasperadamente.

— Desculpa "Sallyenn" a porta deve ter emperrado. — respondeu, com um tom de zombamento enquanto suas colegas riam bastante.

— Você vai se arrepender ANGELA!! — rosnei a ameaçando e no mesmo instante tudo se silencia. — Ei! Ainda estão aí? 

Como eu imaginava, foram embora me deixando aqui trancada e como era horário de saída, todo mundo também tinha ido.

Estava vestindo apenas uma roupa fina de educação física e ao cair da noite começou o frio me fazendo encolher em um cantinho enrolada em algumas toalhas, tentava não chorar, mas era impossível.

De repente ouço a porta ser destrancada, porém não havia ninguém do outro lado.

Peguei minha mochila e coloquei nas costas, andei vagarosamente até a saída sentindo o frio arrepiar meus ossos e aquele cheiro de produto químico invadir minhas narinas, meu coração batia fortemente por algum motivo e quando atravessei olhei para todos os lados.

Sabia que havia guardas noturnos do lado de fora, mas quando cheguei no campo não avistei nenhum deles, então tratei de correr logo para minha casa antes que minha mãe ligasse para a polícia.

— Mãe, desculp… — pedi ao entrar em casa, mas ela não estava e quando subi no andar de cima, percebi que a mesma dormia tranquilamente.

Resolvi ignorar minhas paranóias e tomei um banho bem quente, me envolvendo no meu pijama, em seguida desci para preparar um lanche.

Na volta ouvi um rangido no assoalho e ao olhar para a sala de estar, a cadeira de balanço se movia sozinha como se alguém tivesse sentado nela, mas não havia ninguém...

Arregalei os olhos sentindo meu peito queimar e mesmo com dificuldade de me mover pelo medo, saí correndo para o meu quarto, entrei debaixo das cobertas após ter trancado a porta e meu coração estava na minha garganta.

— Meu deus...eu estou alucinando. — sussurrei para mim mesma sentindo um nó na garganta.

Ouço uma batida na madeira no outro andar e continuo até me levantar, eu sabia que era loucura, mas se não fosse verificar nunca iria conseguir dormir.

Cheguei em um quarto que acumulava bagulho e o barulho ficava cada vez mais perto, então girei a maçaneta adentrando o cômodo com receio, o cheiro de coisa velha e poeira me fez ataca minha rinite e meu nariz já estava bem vermelho de tanto espirrar.

Até que aquele som parou e uma caixinha bem bonita com madeira legítima e um acabamento perfeito me chamou a atenção, toquei no cadeado e o mesmo já estava aberto então apenas levantei a tampa encontrando um livro da capa de couro e quando retirei o pude sentir que alguém me observava.

Franzi o cenho desconfiada e decidi sair daquele cômodo voltando para o meu quarto, coloquei o objeto em cima do criado mudo e repensei se abria ou não, enquanto a minha curiosidade brigava com a razão.

No final quem venceu foi o sono que veio com força me fazendo deixar o livro de lado e apenas deitar e logo estava babando no travesseiro como na infância.

Só que eu não sabia que ter encontrado ele me faria virar do avesso como nunca havia imaginado.