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Chapter 4 - capítulo 3

No outro dia..

Acordei com a luz do sol batendo em meu rosto. Dormi na sala com a porta da sacada aberta, não sei como não senti frio.

Me levantei e fechei a costina, me espreguiso tentando afastar o sono enquanto luto contra minha preguiça.

Fui tomar banho na esperança de acordar para realidade e organizar meu apartamento. Assim que terminei, vesti um conjunto de lingerie qualquer, depois um shortinho jeans preto e uma blusa de calcinha azul clara, fui para cozinha e coloquei a água do café para ferver enquanto ela ferve vou procurar meu celular, que eu não faço a mínima ideia da onde coloquei.

- mais que buceta a onde tá esse celular - já revirei o apartamento inteiro e não achei, foi aí que comecei escutar ele tocar, quando fui ver estava em cima da mesa da cozinha - meu deus, eu sou muito sonsa, credo - pego o aparelho e atendo a chamada - Alô?

- nossa até que enfim, pensei que não estava mais entre nós - tinha que ser minha irmã mesmo.

- nossa me desculpa, eu acabei de acordar, devo estar procurando meu celular a uns vinte minutos - segurando o telefone na orelha fui para cozinha para terminar meu café.

- Já que hoje é quinta-feira e a a gente não se vê a muito tempo, pensei que pudéssemos passar um tempo juntas - não sei se ela realmente é minha irmã ou um anjo que Deus me mandou para cuidar de mim - eu estou com saudades e doida para te contar umas novidades e Kali está doida para ver a tia - Kali é a única filha dela, ela e sua ex mulher, adotaram Kali aos dois anos, hoje ela tem quatro anos e é super apegada comigo, mais pelo trabalho da minha irmã, a gente quase não se vê.

- vamos para onde, então?- terminei de fazer o café e coloquei as vasilhas sujas na pia

- para a casa na chácara, paguei para dar uma faxina nela ontem, então está tudo organizado nos esperando, vou chamar a irmã da Sabrina também - meu estômago revira, eu nunca conheci a irmã dela, a garota é super ocupada e todos os eventos nem um ela ia, simplesmente por estar trabalhando.

- preciso levar alguma coisa? - perguntei, já que todas as vezes que fazemos essas saídas, a gente divide a conta ou levamos algo já pronto.

- na verdade, quero que passe em uma lanchonete e pegue um bolo que já paguei, vou passar em um loja e comprar umas coisinhas a mais - ue, não é aniversário da Kati e nem o dela, o meu é só daqui alguns meses, pra quem será esse bolo?

- me manda a localização e o comprovante de compra, assim que terminar meu café e organizar algumas coisas aqui, eu saio de casa para ir e já passo lá então - abri o congelador e peguei um pacote de pão de queijo, coloquei alguns na panela elétrica e guardei o resto no congelador.

- até daqui apouco então, bjs não se esqueça que eu amo você.

- até, bjs eu também amo você chata - só escuto a risada do outro lado da linha e então desligamos.

Maria tem 27 anos, dois anos mais velha que eu e ela ainda me trata como um bebê. Sempre cuidamos uma da outra, mesmo com nossas diferenças nos damos muito bem. Minha irmã, sempre foi minha melhor amiga, ela literalmente sabe de tudo da minha vida, bom tirando o fato que fiquei com uma mulher, ela não sabe e nem sei se irei contar é algo que acho meio estranho contar. Estudados juntas por um tempo, eu até já vi essa ex cunhada dela, mais foi só de vista também, a gente estudava praticamente na mesma sala da faculdade de direito, mais a menina não falava com ninguém, era super focada nos estudos e só abri a boca para fazer pergunta tão complexa que nem os professores sabiam responder, a garota terminou a faculdade com dois anos e meio, eu fiquei pasma, os conteúdos eram complexos e ela ainda fazia mais um monte de curso.

Tomei meu café da manhã e fui arrumar algumas coisas. Coloquei as minhas roupas e roupas de cama para lavar, depois dei uma arrumada na sala devido eu ter dormido lá, estava uma bagunça. Tirei a poeira de alguns móveis, passei aspirador no sofá, no tapete da sala, do quarto e dos pequenos que ficavam nas portas de cada comudu. Lavei as vasilhas, sequei e depois guardei, estendi as roupas na sacada e algumas no pequeno espaço que tinha na área de serviço.

Já cansada, fui tomar banho. Não tinha muita intenção de ser rápida no banho, então preparei a banheira e devo ter passado uns vinte minutos lá dentro, pensando enquanto ouvi música calma.

Depois de um longo banho, sai do banheiro e fui escolher minha roupa, mais como sempre, não consegui ser rápida, tirei todas as roupas para achar a que me agradasse.

Escolhi uma blusa preta com estampa, uma calça jeans rasgada no joelho e como estava meio frio peguei uma jaqueta jeans fina tom azul clara. Depois que me vesti, calcei um all star preto. Sequei meu cabelo e depois finalizei com babyliss, fiz uma maquiagem leve só para dizer que passei algo no rosto e depois fui escolher dois pares de roupas para levar.

Escolhi uma saia jeans, que é desfiada na barra e tem um pequeno rasgado na perna direita, para acompanhar a saia uma blusa branca curta de moletom manga longa, já o segundo, optei por um vestido de calcinha curto rosa com estampa de mini florzinha, uma blusa de frio feita de crochê, caso faça frio e um tênis branco, arrumei tudo dentro da mala e a fechei.

- não sei para que isso tudo, mais prevenção nunca é demais - peguei minha mala e segui para a sala, a onde peguei minha mini mochila de costas preta, guardei minha carteira e meu celular, peguei as chaves do carro e sai do apartamento. Depois que tranquei o apartamento, segui para o elevador.

A caminho para tal casa na chácara, passei na loja que ela avia encomendado o bolo e fiz o que ela pediu, avia alguns salgados e doces juntos com o pedido, então tive um pequeno problema para organizar tudo dentro do carro.

Segui meu caminho escutando playlist de músicas internacionais que sinceramente são vida para mim.

O caminho foi bem longo e demorado, o trânsito pesado também não ajudou muito, ainda tive que fazer uma pausa por ter ficado com fome, já que estava perto do horário do almoço. Almocei em um restaurante de uma cidadezinha pequena e sinceramente eu amei, o lugar aconchegante, a decoração rústica, era um lugar bem iluminado e fresco, a comida era uma delícia e já que eu estava por lá, resolvi dar uma andada na redondeza e me apaixonei pela decoração das casas.

Andando pelas lojinhas de lembranças, decorações, roupas temáticas, não me aguentei e tive que comprar duas bonequinhas de pano que na hora que eu bati o olho lembrei da Kati.

E lógico que não fui embora antes de tirar várias fotos.

Quando cheguei na chácara, deixei meu carro ao lado do da minha irmã, assim que desci e caminhei até o porta malas já escutei passinhos e gritos de dentro da casa.

— TITIAAAAAAAAAA!!!! — e lá vem minha princesa. Olhei para trás e me baixei, abrindo dos braços para ela, assim que ela chegou perto de mim se jogou em cima da mim, a peguei no colo e me levantei.

— oie meu amorzinho — ela passou seus braços por meu pescoço e apertou um pouco — calma pequena.

— eu pensei que a senhola não ia mais vir, a mamãe falou que a titia Esther vai vir também, mais eu não acledito — vejo que sua mania de trocar o r pelo l continua a mesma.

— meu amor lógico que eu viria, estava morrendo de saudades de você e da sua mamãe — ajeitei ela nos meus braços e abri o porta malas — a titia comprou um presente para você — peguei a sacolinha, que estava com as bonecas e fechei o porta malas — acho que você vai gostar — entreguei a sacola para ela e então a coloquei no chão, ela mal esperou e já saiu correndo para dentro da casa.

Abri as portas de trás do carro e peguei o bola, passando pelas fundos coloquei na geladeira e depois voltei peguei os salgados e os doces, guardei junto com o bolo e então entrei na casa, vendo minha irmã dormindo no sofá enquando Kati pula no sofá com as duas bonecas de pano.

— MAMÃEEEEEE!!!! — meu Deus, esse gritos dela dói lá na alma.

Minha irmã abriu os olhos de vagar, assim que viu a filha pulando no sofá, logo a chamou a atenção, a fazendo parar e se jogar no sofá, deitando de bruço enquanto olhava para a mãe.

— já falei para não ficar pulando no sofá filha — ela senta no sofá e penteia o cabelo que estava meio despenteado por ter acabado de acordar — Desculpa mana.

— a que nada, você deve estar cansada da viagem — caminhei até o sofá e me sentei ao lado dela.

— mamãe, titia me deu duas boneca, olha — ela pulou no meu colo e entregou as bonecas para a mãe.

— são lindas filha, olha essa do cabelo cacheado parece você — Kati pegou a boneca e ficou a encarando pensativa — que foi meu amor?

— eu quelia uma amiguinha para brincar com a de cabelo liso — seus olhinhos ficaram cheio de lágrimas e meu coração apertou no peito.

— amorzinho a titia brinca com você — limpo suas lágrimas com cuidado.

— não titia, a senhola é glande não pode mais blinca, tem que convelsa com a mamãe — o Deus, que menina teimosa.

— não meu amor — do uma leve risada — eu posso brinca com você sim, mais se não quiser a tia vai entender.

— não titia, a senhola vai convelsa com a mamãe, enquanto eu vou blinca no jardim — ela pulou no chão e pegou a boneca de cabelos cacheados — mamãe, a senhola pode guarda essa boneca pala mim? — ela perguntou para minha irmã, enquanto mostrava a boneca para a mãe.

— posso sim filha, vai lá brincar, toma cuidado — Mari pegou a boneca e então Kati saiu correndo para a área de frente e pela porta de vidro conseguimos vigiar ela — ela cresceu tão rápido, isso me assusta tanto — observamos ela pegar alguns brinquedos dentro de um baú de plástico que avia estampas do seu desenho favorito.

— imagina eu que fiquei esse tempo todo longe dela, me assustei na hora que peguei ela na garagem, quase não consegui segurar ela — devo ter visto Kati pela última vez quando avia acabado de completar quatro anos, o tempo passou voando.

— eu não aguento mais discutir com Samantha por causa disso tudo, não consigo mais ver ela chorar de saudades dela e não poder fazer nada, as vezes não sei se foi certo adotar dela quando estávamos juntas — me levantei e me sentei ao seu lado no sofá, ela se deitou e usou minha coxa direita como travesseiro.

— mana, você não tem culpa se ela não é responsável — acaricio sua bochecha — e lógico que foi certo adotar ela, imagina nós duas sem essa princesa, não teria graça. Olha, a situação pode não estar fácil mais vai passar, Kati tem a mim, a você e mesmo que sua ex cunhada seja ocupada, ela também tem ela, eu não conheço essa moça, mas tenho certeza que ela louca pela Kati, até por que ela é uma criança maravilhosa não podemos negar isso. As vezes escolhemos as pessoas erradas para amar, mais isso acontece e presentes como Kati são para mostrar que mesmo errando, recebemos algo bom em troca — ela encarava a televisão pensativa, enquanto eu só a olhava e acariciava seu rosto.

— acho que vou colocar ela no jardim de infância, ela é muito sozinha eu não quero ver minha filha assim — nesse caso, eu já acho que ela já deveria estar frequentando o jardim de infância.

— vai ser ótimo para ela e para você, assim você vai poder se organizar e Kati fazer novos amigos, eu acho que ela vai amar a ideia.

— aí é mal de mãe né, eu morro de medo de deixar ela sozinha, a ideia de deixar minha pequena no meio de tanta criança é meio assustador, sabia? — tinha que ser minha irmã viu.

— mana, você não vai poder proteger ela igual a galinha protege seu pintinho para sempre não, uma hora ela vai ter que aprender a se virar sozinha, e o jardim de infância é os primeiros passos para isso — dei uma pausa, procurando as palavras certas ou uma solução para o problema — vamos juntas, vou com você fazer a matrícula, comprar os materiais dela e até nas reuniões se for preciso — ela me olha assustada — o que foi?

— sério? — ela me perguntou desacreditada.

— lógico, mana sempre juntas, nas horas difíceis ou fáceis, eu senti vou estar ao seu lado quando você mais precisar — ela sempre esteve comigo quando eu mais precisei e eu tento fazer o mesmo, eu devo muito a minha irmã e sempre farei de tudo para estar ao seu lado, mesmo que para isso é preciso deixar minha vida pessoal de lado.

— tá bom, segunda-feira vamos ao jardim de infância — ela está meio desanimada mais vai dá tudo certo.

— mais ânimo mulher, vem vou preparar algo para comermos — nos levantamos, chamamos Kati e fomos para cozinha, quero ver ela animada e não desanimada do jeito que está.

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