Depois de terem ouvido o forte barulho, todos ficam inquietos. Já era por volta das dezenove horas, por já ser noite decidem ficar no alojamento, não adianta sair na noite, não estavam familiarizados com o lugar e sair esse horário seria muito arriscado. Se houver animais dentro do complexo essa é a hora que eles saem de suas tocas seja lá onde for. Se perguntam o que pode ter acontecido com Bill. Ele aparentava ser um homem de caráter, cuidadoso, sempre atencioso e preocupado com eles. Será que ele ainda está dentro da base? Mas e o desaparecimento dos alimentos, será um teste para os jovens? Até porque foi isso que eles foram procurar no meio da amazônia em uma base militar abandonada. Nesse momento se sentem aliviados, tinham um fio de esperança que ao amanhecer Bill iria aparecer e dizer "Peguei vocês". Mas será que o pensamento deles está correto?
Depois de falarem por horas chegou o momento esperado. A primeira noite deles dentro da base militar. As duas meninas Brenda e Raquel vão para o pequeno quarto improvisado, ali elas ficariam melhor do que em um quarto com dez homens. Como a porta não fecha com chave, as meninas colocam um criado mudo antigo bem conservado por sinal, parece ser de ótima qualidade. De alguma forma isso iria impedir um pouco a entrada de bisbilhoteiros no meio da madrugada.
—Brenda. —Diz Raquel com uma voz trêmula.
— Sim Raquel. — Responde Brenda.
— Fico me perguntando se fizemos o certo em vir para um lugar assim. Poderíamos ter feito uma festa de formatura como qualquer outra turma.
— Quando começamos a faculdade planejamos algo louco lembra? Isso para nós será uma boa experiência! - Fala Brenda com um sorriso no rosto.
— Bom, se você está falando. - Neste momento Raquel respira aliviada.
Brenda termina o assunto dizendo. - Vamos dormir, amanhã o dia será longo para todos nós. Ela vira com o rosto para a parede e Raquel passa a ouvir somente sua respiração. O sono chega e Raquel fica com os olhos cerrados. Pelo vidro sujo da janela ela vê algo de diferente se movimentando no chão áspero de concreto batido. Raquel no momento pensa."Deve ser um animal machucado." Fecha os olhos e dorme.
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Amanhece.
Todos estão com fome, a última refeição foi feita as treze horas do dia passado. Todos se reunem no salão central pra discutir o que eles vão fazer para conseguir alimento e outras coisas que serão necessárias para eles. Raquel comenta com grupo o que tinha visto na noite passada. Um animal se arrastando parecendo estar machucado. Todos perguntam como era o animal mas ela não sabia dizer. O sono, janela suja e a neblina da noite não deixou que ela visse com clareza realmente o que estava do lado de fora. No meio da conversa eles decidem dividir quatro grupos.
O primeiro grupo é formado por Silva, Renato e Brenda.
O segundo grupo por Felipe, Douglas, e Raquel.
O terceiro grupo por Michael, Allan e Alesson.
O quanto grupo por fim é formado com Marcos, Breno e Rick.
Agora com todos organizados começam a discutir entre si o que cada grupo iria fazer no momento. A emergência no momento era comida e água, o grupo que ligou o gerador sabe onde encontrar água, então seguem em direção ao rio que corre no local onde fica o gerador. O grupo número dois segue para a parte dianteira da base para encontrar árvores frutíferas ou até mesmo um animal que sirva de alimento para eles. Os outros grupos permaneceram na central da base.
Do lado de fora estão atentos olhando para todos os lados, seguem os seis em direção ao quarto do gerador. Quando chegam ao fim da lateral da base o grupo um segue em direção ao rio e o grupo dois segue em direção a parte dianteira da base, ainda teram que fazer uma boa caminhada. Chegando lá trás vêem uma grande pista de decolagem. Reclamando Raquel diz. -Com uma pista aqui, porque nos deixaram seis quilómetros da base?
Douglas de estatura média, cabelos preto, pardo, usando óculos responde. - As vezes faz parte do que viemos fazer aqui. Não acha que ficaria muito fácil se o avião nos deixasse aqui. Percebi que alguns já perderam um pouco do controle dentro da floresta.
Felipe é tipo aventureiro, sua pele morena clara, com seu cabelo cortado a máquina Diz. — Eu curti andar na floresta, exercício nunca é demais.
Raquel retruca. — Onde andar no mato cheio de mosquito é exercício Felipe? - Fala ela emburrada.
— Você andou, carregou uma mochila nas costas suou pra caramba, queimou calorías, para mim é exercício diz Felipe.
Raquel tenta responder a Felipe, mas Douglas fala mais alto que ela.
— Pessoal olhem aquilo!
Os outros dois olham na direção em que Douglas está apontando e vê árvores e algumas bananeiras, correm rápido até lá.
— Melhor banana do que nada não é? - Diz Raquel.
Felipe retira uma faca do bolso e começa a cortar os cachos de banana cada um pega um cacho e segue em direção a central da base para se encontrar com os outros grupos.
— Poderíamos ter escolhido outra profissão menos psicólogos. —Diz Felipe irônico, dando uma risada alta.
— Bom, pelo simples fato de estarmos aqui em uma base militar trancados e sem nosso guia. Não sei nem se sairemos vivos desse lugar. — Diz Douglas
— Você tinha que me lembrar desse detalhe. —Diz Raquel brava.
— Estão todos preocupados com comida e água, mas esqueceram que estamos trancados aqui. E que em cinco dias o avião estará na pista a seis quilómetros desse lugar. Acho que o piloto não vai nos esperar certo? — Diz Douglas
Ficam em silêncio por alguns minutos.
— Essa noite vi algo estranho se movimentando do lado de fora. Parecia um animal bem machucado. Pensei ver rastros quando saímos mas não encontrei nada. O que será que vi. — Diz Raquel.
Os outros dois dizem que pode ser algum animal qualquer.
Já estão perto da entrada do prédio central, e escutam o forte barulho do alarme mais uma vez e correm até a porta.
No salão Principal estão todos assustados, e as luzes que estavam vermelhas passam a ficar amarelas, todos começam a perceber que os alarmes tem algo haver com as luzes. Mas o que será? Qual o significado dos Alarmes? Porque as luzes? Algo de estranho está acontecendo nesse lugar, parece que terão grandes surpresas pela frente.
Todos comendo as bananas que o grupo 2 levou, quando chega o grupo 1 preocupado, eles acharam um poço fundo é tinha sangue ao redor da borda. Todos começam a falar de Bill no momento. Começam a se perguntar se o sangue era dele, se Bill teria se jogado dentro do poço. Não havia outras pessoas ali além deles e Bill. Será que Bill saiu para procurar algo e se machucou. Várias ideias vão se formando na cabeça deles. Na verdade são suposições.
No mesmo momento Raquel grita. — Pode ser o animal que vi essa noite, ele parecia estar machucado.
Todos olham para ela de forma surpresa pelo simples fato dela ter gritado. Do grupo ela sempre foi a mais calma. E mais uma vez perdem a esperança de que Bill esteja andando por ai. Decidem ir para o alojamento e ficam surpresos quando uma das portas do corredor do segundo andar está aberta, sai um odor horrível que faz com que todos ali sintam vontade de vomitar. Agora o medo aumenta é ficam parados sem saber se seguem pelo corredor ou ficam parados na escada. Silva, Douglas e Felipe vão até a porta. Felipe com a faca na mão. Quando olham se deparam com um homem sentado em uma cadeira com um documento em seu colo, ele está morto. Entram e pegam os papéis e saem da sala ainda prendendo a respiração. Falam para os outros que é um cadáver e diz para seguirem o caminho até os alojamentos. Todos passam sem olhar para dentro da sala. A porta não fecha completamente só até a metade. Todos sobem e os meninos descem com um lençol para jogar sobre o cadáver. Isso e tudo que eles podem fazer no momento.