ANGOERAS – São seres diáfanos, que surgem mais na alvorada, na luz dourada dos dias nascentes, prisioneiros que são desses raios de sol. São solitários e tristes, que podem levar tristeza para o coração de quem encontra, porque neles se escondem, desejosos de voltar para o raio de sol do qual se perderam, por pura curiosidade. Para se livrar dele, durante três dias seguidos o ser deve tomar banho nos primeiros raios de sol do primeiro dia que sucede a primeira lua cheia. Acaso haja nuvem e isso não possa ser feito, tudo será perdido, e só poderá ser recomeçado no dia posterior à primeira lua cheia.
ANULACABEÇA – Ser que, mais tarde, na era dos homens, seria chamada de mula-sem-cabeça. É um ser de quatro patas, com a cernelha baixa e largas ancas. No lugar da cabeça há uma luz, como de sangue de luz espirrando sem parar. Ela pode sumir de uma hora para outra, e surgir repentinamente em outro lugar. Ela gosta de perseguir viajantes solitários pelos caminhos das matas. Não são muito afeitas a guerras.
ATANDÉ - É uma pessoa, um fantasma corpóreo, guerreiro cruel, que pode se tornar translúcido ao dia ou se camuflar perfeitamente à noite. Ele possui garras longas e translúcidas pelas quais inocula um veneno poderoso, que vai derretendo a pessoa por dentro, numa monstruosa agonia. Muitas vezes, por divertimento, faz o ser ficar perdido na mata, delirando até o final de seus dias. Ainda, ele pode abrir um rasgo, uma fresta para o além, para o lugar onde os demônios vivem. Quando enraivecido pode jogar o ser pela fresta. Normalmente a pessoa, e mais facilmente os humanos, enlouquecem, ainda mais por não conseguir distinguir em qual realidade dos dois lados estará mergulhado, porque os dois se misturam em seu coração. Ele não é de todo incorpóreo. Pode ser morto, mas é muito difícil de se conseguir isso. Veste-se de sombras. Quando correm suas vestes de sombras se espicham, e parecem fazer com que as sombras tomem o mundo.
CABEÇA-DO-MAL – ser maléfico. Ele mora nas florestas mais antigas e sombrias, e se anuncia por uma queda brusca na temperatura e no ânimo do passante. Não há mais qualquer aviso. Subitamente, ante os olhos o ser surge, primeiro só a cabeça, como de um gavião, os olhos fixos, hipnotizando o ser. Então, quando ele está dominado, surge das sombras todo o corpo, envolto em pesada neblina escura. Quando esfomeado o cabeça-do-mal pode extrair até a última gota de energia da criatura, ou então enlouquecê-la, apenas por divertimento.
YBUTA-DE-OMENES – São pequenos e ágeis, esverdeados. São nefelins que se tornam invisíveis nas sombras e muito brilhantes, como se toda a pele fosse feita de esmeralda quando algum raio de sol os toca. Eles podem transitar da luz para a sombra quando atacam, e são muito eficientes nisso. Eles sempre atacam em bandos, e poucos conseguem escapar da investida desses demônios.
Normalmente são pacíficos e tranquilos, e só se irritam quando seus domínios são bulidos. Eles vivem nos ocos de paus e não tem qualquer problema em dividir seus lares com pássaros, insetos ou cobras.