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Chapter 3 - Vida real

Não havia nada ali.

mesmo com a luz direcionada a mim, não tinha nada...

"Entrei em desespero total"

-ONDE ESTÁ MEU CORPO?

-O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?

-ALGUÉM ME AJUDAAAA!!!!

*beep-beep*

-O que houve?

-Elias Porque você está gritando?

-Já está na hora de acordar irmão!

-Vamos você vai se atrasar pra escola...

"demorei para entender o que estava acontecendo em minha volta"

-E L I A S

A C O R D A

S E U

B O B Ã O!!!!!!

-Já acordei, Júlia~

*Acordei porra nenhuma, eu tô em pânico nem consigo me mexer...

o que rolou na noite passada?

Foi tudo um sonho?

pareceu muito real tudo isso*

-Você tá pálido irmão!

o que houve? teve um pesadelo essa noite?

kkkk

-Cala boca Júlia!

Não foi nada, todos nós temos isso de vez em quando...

não vem me irritar logo cedo.

-Kkkkk não acredito que com alguém da sua idade essas coisas de pesadelos ainda acontecem!

-Olha eu não quero falar sobre isso, só me deixa em paz...

-Irmão...

-o que é isso no seu braço?

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Quando eu me dei conta...

meu braço estava com uma grande mancha preta e roxa...

e estava ardendo muito.

"Será que algum bicho me mordeu enquanto eu dormia?"

Essa foi a minha primeira reação ao ver a mancha...

-Não é nada Júlia^

Ralei ontem a noite enquanto eu tava voltando pra casa de bicicleta.

-Hm Entendi Irmão, mamãe tá esperando você lá em baixo, pra tomar café da manhã.

*Foi tudo tão derrepente que tinha acontecido naquele pesadelo, que eu devo ter caído da cama em algum momento ou algo do tipo.*

peguei um esparadrapo e uma faixa na mesinha ao lado e amarrei em cima daquela ferida em meu braço, junto do meu moletom que estava jogado na minha cama para me ajudar a tampar tudo aquilo.

A ferida estava muito feia.

Finalmente me levantei da cama.

ao pisar no chão, minha perna bambeou e eu me segurei na mesinha que estava ao meu lado.

quase derrubei tudo que havia em cima,

incluindo meu telefone.

dei um suspiro forte e me levantei por completo,

ao andar pelo corredor em direção ao banheiro, fui conferindo as mensagens do meu telefone.

Lá estava algumas mensagens,

me surpreendi dessa vez, eu não costumo receber mensagens ao acordar.

porém nessa manhã havia uma mensagem da minha amiga Clarisse.

-Vamos ver...

hm é apenas um vídeo bobo de um gatinho brincando com almofadas.

logo meu sentimento passageiro de felicidade acabou...

acabei respondendo com um "kkk" falso de sempre, nem sei o porque de eu olhar meu celular toda manhã, nunca tem nada de interessante nele.

escovei os meus dentes e desci as escadas para tomar meu café da manhã.

ao descer as escadas, já escuto minha irmã rindo junto da minha mãe, pelo jeito eu sou o assunto principal dessa manhã...

o motivo é óbvio, pelo incidente que ocorreu minutos atrás...aff eu mereço.

-Elias você já está muito crescido para ter pesadelos meu filho!

*como se você nunca tivesse tido um na vida né mãe*

logo após de longas gargalhadas entre as duas, eu termino de comer e me arrumar, e vou pegar a chave do cadeado da minha bicicleta, que por onde eu me lembro, estava encima da bancada da sala.

fui conferir se estava lá, ao abrir a porta que leva a sala de estar.

Sinto um calafrio atrás de mim,

Quando eu olhei para trás

Era a Júlia com o par de chaves

da minha bicicleta.

Ela pergunta se estava tudo bem e se desculpa pelas zoações junto da minha mãe.

*Cara como eu amo a minha irmãzinha...*

pensei um pouco alto demais e lhe dei um abraço quentinho de despedida.

-Tudo certo! vou ir andando pra eu não me atrasar dessa vez no caminho da escola.

Subi em minha bicicleta e segui o longo caminho.

Coloquei meus fones de ouvido e fui vendo a paisagem, junto da neblina diária daquele lugar.

chegando na escola, vejo todos.

e a Clarisse me avistando de longe veio correndo me dar um abraço.

Eu sempre fico sem jeito,

ela é muito bonita pra um cara igual eu.

sorte a minha que a nossa amizade já vem de longa data.

-Bom diaaa Elias!

Você viu o vídeo que eu te mandei hoje cedo né???

achei muito fofo aquele gatinho né!!

*Todo dia me esqueço de que ela é muito chatinha, mais ela é bonita demais!*

-Sim Clarisse eu vi sim, uma gracinha néeee? hehehe

*tô cansando de fazer todo dia esse teatro, tudo isso pra eu conseguir pegar ela algum dia*

-Vem aqui também Arthurr seu gatoo!

*com esse Arthur por perto as coisas vão ficar mais difíceis do que já estão*

decidir sair de perto e deixar os dois se abraçando.

Não aguento casais felizes, Isso me dá um nojo...

Vou entrar para minha sala.

chegando lá a maioria dos alunos ainda não tinham chegado ainda.

No fim da sala, lá estava ela a Aluna mais estranha dessa escola...

Eliza Pontes.

Uma garota problemática e bizarra.

Um dia no fundamental ela arrancou o dedinho de uns dos antigos valentões daqui dessa escola na base da mordida, mermão sinistro demais, dizem que o motivo foi porque o Davi havia roubado um pote de insetos dela...e como consequência disso, ele nunca mais vai poder ser da Aeronáutica...pobre Davi...kkkkkkkkkkkkk

eu odiava ele.

Voltando.

*Lá está ela, rebelde e descompromissada,

sério porque que ela ainda vem na escola? vai entender o motivo...*

Vou me sentar e ficar escutando música no meu lugar enquanto eu olho pra janela.

Na primeira relaxada, eu vejo meus olhos vão se fechando lentamente...

meu corpo começa a ficar leve e quente.

meus olhos ardem num grau muito baixo.

tudo ao meu redor entra em estado de transe absoluto.

Estava tudo branco.

tudo ao meu redor estava branco,

eu parecia estar numa sala.

Não consegui ter noção de profundidade naquele lugar, dei uma olhada em volta.

Tudo estava silencioso, consegui sentir uma calma naquele lugar...

me sentei ali mesmo.

O único sentimento que eu estava sentindo, era de um conforto absoluto, diferente da noite passada.

Após muito tempo sentado, decido olhar ao redor novamente, quando eu menos me dei conta...

tinha alguém ali.

Meus olhos travaram naquilo, parecia ser uma pessoa.

-Puta merda

Meu sentimento de calma se tornou pânico novamente, fiquei ali...sem reação

Eu estava sozinho até poucos segundos atrás,

eu não conseguia me mexer novamente.

o ser que estava comigo naquela sala branca, também não se mexeu.

sua aparência lembrava um corpo podre, com o rosto desfigurado quase impossível de identificar se era humano ou não.

definitivamente assustador.

Quando do nada, ele começa a se mexer.

E vem em minha direção se rastejando.

Eu fiquei estático com tudo aquilo.

Ao vir em minha direção ele me entrega uma chave enferrujada e úmida/gelada ao mesmo tempo.

A chave se parecia com uma chave de um portão antigo,

Não tenho idéia do porque e nem a utilidade daquilo.

mas eu só tinha uma coisa em mente...

aquilo tudo, não era real.

Após ele me entregar a chave, com um piscar de olhos ele desapareceu.

Sinceramente, eu não queria mais estar alí,

tentei me lembrar que aquilo tudo era um sonho,

mesmo assim, eu não conseguia acordar.

Então fui explorar e tentar entender aquilo tudo.

Não era comum esse tipo de "sonho"

acontecer duas vezes em tão pouco tempo.

Andando pela sala com a chave na mão,

comecei a entender que a sala dessa vez, havia um limite.

Um limite que definia o limites das paredes daquele lugar,

Então com esse pensamento, e juntando a experiência do dia anterior,

eu decidir tentar voltar naquele lugar a noite,

e ver se a sala mudava novamente.

Guardei a chave enferrujada no bolso mais oculto da minha calça.

Já estava preparado para sair daquele lugar,

Mas eu não tinha idéia nenhuma de como eu iria conseguir realizar essa ação.

Então eu fechei os meus olhos e comecei a me beliscar pelo corpo inteiro, onde mais doía.

Até que eu apertei acidentalmente o meu braço enfaixado, fazendo com que eu sentisse uma dor

imensa e agoniante.

Acordei na hora.

Assustado, olhei ao redor...

Finalmente eu estava de volta a sala de aula.

ainda com os meus fones de ouvido abafando meu redor.

Olho para frente, e dou de cara com a Eliza me encarando Fixamente.

Minha reação foi de espanto!

Quase caí da cadeira com o susto.

Então arranquei os meus fones da orelha e perguntei a ela:

-O que foi Eliza? virou crime dormir dentro da sala de aula? tá me olhando porque?

Ela continuou me encarando fixamente.

Vendo aquilo eu engoli minha saliva, e a chamei novamente:

-Eliza? tá tudo bem?

mas quando eu ia continuar perguntando o que era?

eu presto atenção para onde ela está olhando.

Olho para baixo na minha mesa.

E me deparo com a mesa toda suja de Sangue,

Não era um sangue qualquer, era meu Sangue.

Fim do Capítulo 1