Quando chegaram de novo ao mundo dos humanos a primeira ideia que tiverem foi para irem diretos a casa de Joshua, por sorte Hiro recordava-se de o ter ouvido falar uma vez que vivia mesmo ao lado de um restaurante Subway e ele já conhecia a zona, por isso foram para lá imediatamente.
Tinham chegado a Akihabara, um dos mais famosos bairros de Tokyo, obviamente que era um lugar onde Joshua se sentia bastante confortável pois era onde estavam as novidades mais recentes de tecnologia, todas as novidades saíam ali e depois o resto do mundo ficava mais tarde a conhecê-las. Akihabara era um bairro cheio de luzes, mesmo sendo já noite cerrada as luzes eram tantas que faziam parecer ser quase dia. Hiro olhou para Kado que não estava com muita paciência para examinar a zona, mas que queria encontrar o restaurante que tinham como ponto de referência.
Andaram algum tempo, acabaram por questionar os transeuntes na rua se conheciam o restaurante e acabaram por obter as tão desejadas indicações. Chegaram finalmente ao prédio onde Joshua vivia e depararam-se com mais uma dificuldade, não sabiam o andar em que ele vivia, não podiam estar a tocar a todas as campainhas, e ainda por cima as campainhas tinham câmara, ou seja, quem estivesse do outro lado ia vê-los, por isso era praticamente um tiro nos pés.
Kado sentou-se á porta do prédio, estava calmo.
- Senta-te. – disse a Hiro que estava a ficar cada vez mais em desespero.
- Não temos tempo para estar com descansos! – reclamou Hiro visivelmente impaciente com Kado.
- Senta-te. – repetiu Kado mais firme. Hiro olhou para ele sem o entender, estavam naquela situação e ele estava muito calmo, não era normal nem para ele.
- Não estou cansado. – disse Hiro andando de um lado para o outro com as mãos atrás das costas. Kado esperou que ele passasse por ele e agarrou-lhe uma mão forçando-o a sentar-se.
- Ei!!! Então mas endoideces-te?! – gritou Hiro quando quase caiu no chão devido á força do puxão de Kado.
- Mandei-te sentar! – disse Kado entredentes para Hiro. – Estás a levantar muitas suspeitas, ainda chamam a polícia por verem-te aqui á espera de alguém no meio dessa fúria toda!
Hiro olhou para ele enquanto se ajeitava no seu lugar, estava chateado, pois odiava que o tratassem como uma criança, e Kado adorava fazer-lhe isso, tratava-o como se ele fosse um bebe delicado a quem não se podia dizer nada sem que ele começasse a chorar.
- Tens algum plano? – perguntou a Kado enquanto olhava para as pessoas que passavam na rua.
- Sim, vamos aguardar que saia alguém do prédio e vamos rezar que seja uma mulher para usarmos o nosso charme e ver se conseguimos alguma informação.
Hiro não tinha pensado nisso, estava demasiado concentrado no seu falhanço para pensar como Kado tinha feito. Naquele momento deu graças por ele estar ali, senão não saberia o que fazer.
Esperaram durante algum tempo até que apareceu um jovem turista que vinha ainda com a mochila às costas e com um mapa. Olharam-no desconfiados, obviamente que era perda de tempo perguntar o que quer que fosse, pois, ele não era dali e provavelmente nem japonês falava. Mesmo assim, Hiro decidiu arriscar.
- Olá, o meu nome é Hiro, este é o meu amigo Kado. – disse com uma vénia enquanto se apresentava a ele fazendo um leve sinal a Kado para que ele o seguisse. O turista olhou para eles, estava espantado com aqueles dois, mas guardou o mapa.
- Olá! – disse entusiasmado. – O meu nome é Nicholas, mas podem chamar-me NIck. – disse fazendo uma pequena vénia também.
"Passo um, fala japonês", pensou Hiro.
- Peço desculpa estar a incomodar, mas eu e o meu irmão estamos á procura de uma pessoa que vive no vosso prédio, queremos fazer-lhe uma surpresa, mas só não sabemos o andar. Será que nos podes ajudar?
- Claro! – disse o turista entusiasmado, pelos vistos não estava habituado a ser abordado para lhe pedirem ajuda sendo ele considerado um turista. – Eu só estou aqui alguns meses por ano, vivo nos EUA, e venho todos os anos visitar a minha irmã, por isso se alguém conhece o vosso amigo deve ser ela. Venham! – disse ele chamando-os para o seguirem.
Subiram no elevador, Nick estava muito entusiasmado, Kado acabou por o ajudar com o seu mapa, ele queria ir visitar alguns templos, mas os caminhos eram sempre tão complicados que na maior parte das vezes ele perdia-se sempre, por isso ficou extremamente feliz quando Kado o ajudou.
- Porque queres ir visitar templos? – perguntou-lhe Kado curioso.
- Ah, nos EUA eu sou escritor, normalmente tiro ideias para as minhas histórias de alguns templos, os meus leitores gostam muito das minhas histórias, principalmente se tiverem um cheirinho de por exemplo deuses, lendas… e por isso eu vou recolhendo o máximo de informação possível.
Kado não pôde deixar de soltar um leve sorriso ao ouvi-lo dizer aquilo.
O elevador parou finalmente, tinham chegado a casa da irmã de Nick. Nick convidou-os a entrar enquanto ia a uma divisão da casa chamar a irmã. Passados poucos segundos apareceu com uma rapariga gordinha com óculos na ponta do nariz que vinha ainda a comer pelo caminho.
- Estes são o Hiro e o Kado. – disse-lhe apresentando-os, ela olhou para eles, corou ligeiramente e fez uma vénia.
- Eu sou a Aika. O meu irmão disse que precisam de ajuda…
- Sim. Nós temos um amigo nosso que vive neste prédio, mas não sabemos é em que andar, queremos fazer-lhe uma surpresa… - explicou Kado com o seu ar mais inocente e charmoso fazendo Aika corar até às orelhas.
- Ah sim, então e como se chama? – perguntou baixando levemente a cabeça para esconder o rosto.
- Joshua. Conheces? – perguntou Kado olhando desta vez mais sério para ela.
Aika pensou durante momentos, conseguia-se ver no rosto dela que ela se estava a tentar recordar da pessoa.
- Ele tem cabelo azul… não sei se isso ajuda. – disse Hiro tentando ajudá-la.
- Ah! Sim, sei quem é! – disse ela sorrindo para eles. Hiro e Kado entreolharam-se: não precisavam de falar para saberem o que estavam ambos a pensar.
- Podes dizer-nos o andar? – pediu Hiro começando a ficar ansioso.
- Já estão nele! – disse ela com um sorriso fazendo Hiro ficar completamente desorientado. – Ele vive mesmo aqui em frente! – disse ela apontando para o apartamento que estavam em frente ao seu.