" O que ele está fazendo no terceiro andar? E logo na direção da sala de Lao Guo?!"
" Eu não sei, mas vamos sair daqui, estou com medo."
As duas meninas assustadas correram em direção à escada para evitar a aura demoníaca de Koji, logo que seu mau humor está exasperado. Não foram dias legais, as negociações no porto foram horríveis e o custo foi alto lhe causando prejuízo. O dirigente no Japão ligou-lhe dando bronca devido ao mau negócio, a carga foi interditada pela polícia na investigação do narcotráfico após uma "denuncia anônima" mas Koji sabe a real responsável dessa denúncia e seus más esquemas.
" Chefe, aqui está cheio de policiais federais estão vasculhando o porto da nossa área."
" … merda!"
" O que foi benzinho?" Aka acaricia o bíceps de Koji após horas de sexo.
" Nada." Tenta manter indiferença, mas o tom é raivoso.
Aka é uma das prostitutas que trabalha para Yue Xi Leng, tem 19 anos e criada no interior, seu longo e liso cabelo vermelho vivo fez origem ao seu apelido, e corpo simétrico perfeito de modelo. Hoje ela é umas das preferidas no catálogo sendo o rosto comercial da empresa da cafetina, onde aparece bastante na tv quando acompanha algum figurão na estreia de premiações e seus clientes são escolhidos a dedo. Mas nem tudo é flores, Aka sente um amor quase psicótico pelo Koji, desde do primeiro programa. Aquela aura intimidadora, antissocial e perverso atraiu atenção da jovem que se colocou como a "a que vai tirar dessa lama toda", uma martim.
" Marido, não se preocupe, estou aqui para consolar os seus problemas…"
" Não me toque." Ele tira as garras da jovem que quase arranca sua unha postiça.
" Mas habby…" faz um bico e som de choro.
" Pegue suas coisas e caia fora." Ele sai da cama nu e vai na escrivaninha pegar a carteira e joga o maço de dinheiro no rosto pálido de Aka.
" Quando sair do banheiro não quero ver seu rosto, se não prometo que nunca mais fará programa de tão deformada que vou deixar."
Aka chuta a coberta em lágrimas começa a se vestir, depois que alcançou o alto patamar nunca deixou nenhum cliente a humilhar mas dessa vez ela notou que existem diferenças e não era burra para perder tudo isso por amor.
Mas no final, ela sempre cai nessa paixão tola toda vez que é requisitada por ele é alimentado a doce ilusão de que no fundo Koji possa amá-la, mesmo que a verdade esteja estampada na face há dizendo que só é um objeto no seu tabuleiro de xadrez e que até no ato do sexual, só existe luxúria. Aka junta a grana e vê o de sempre, a ótima gorjeta fora o pagamento e as lágrimas derramadas porque com ele, realmente se sentia uma piranha paga.
Após o banho, Koji junta suas coisas e sai do motel, os seguranças estão esperando no carro e como sempre dentro dele há silêncio.
No local Koji troca palavras com uns dos responsáveis no cargueiro e sobe até um prédio. De binoculos noturno ele observa os policiais levando em bolsas enorme sua carga da Bolívia para o furgão preto, a operação continua e no meios de tantos alguns homens estão ajoelhado de cabeça baixa algemado e suas armas no chão, não deu tempo de revisar devida a surpresa, contudo um certo tira chama atenção de Koji, o maior deles, o chefe do narcotráfico, Lee Chao Ki.
"Aquele merdinha…." A fúria crescente de Koji chega a estratosfera, agora sabia quem tava por trás dessa farsa.
" Aquele não é o chefe Lee? Ele não deveria estar nessa divisão, fiquei sabendo que foi promovido."
" É porque a dona dele mandou fazer isso." As palavras jorram como ácido sulfúrico.
" Agora sei porque o filho da puta sabia direitinho onde a carga estava não tinha erro."
Comenta Tokiba Yagami desapontado, não foi algo que esteja ao seu alcance pois nenhum de seus informantes na polícia o alertou fazendo crê que essa "missão" nunca existiu de fato e foi tramado para abrir caminho para outras mercadorias.
" Ultimamente aquela velha vem aproveitando da minha boa vontade, e será a última." Koji entrega o objeto para Tokiba e pede o balanço do prejuízo dessa falsa missão.
" Creio que sejam milhões, uma parte foi paga, fora o transporte e o prejuízo orquestrado pelos tiras, e mal podemos checar de fato a mercadoria para saber se veio como pedimos mas devemos pagar a outra parte do combinado para os bolivianos…."
Quando mais Tokiba falava mais raiva se junta, ele não iria destruir só a vida política de Yue Xi Leng, mas seus preciosos negócios iam virar pó para nunca mais bancar a espertinha.
Era horário de descanso e três alunos jogados no final da sala perto da enorme janela brincavam com o fato de ter conseguido roubar o livro de Quon Jin.
" Foi tão fácil pegar isso, você deveria ter visto como a bixinha dava chilique quando ameacei jogar no vaso sanitário." O jovem exibia o caderno de matemática.
" Mas bro, esse caderno não pertence ao Koji Hosokawa?" Pergunta o de cabelo raspado.
" Sei lá, talvez aquele afeminado deve ter colocado o nome daquele puto para nos assustar."
" Ou Hosokawa deve tá pegando homem, aquele cara sempre pareceu sinistro." Comenta o terceiro membro, com a voz rouca.
" É verdade, ninguém ousa chegar perto dele, fiquei sabendo quando uns dos veteranos parou no hospital com costela e braço quebrado."
"... Não se esqueça que ele estava irreconhecido."
" Seus merdas, com medo do novato? Ele fez isso porque o cara era fraco, ele não tem peito para enfrentar o avô aqui! Vou ensinar o papel dele de verdade." Ele joga o livro no chão nervoso, quando o primeiro mais forte foi derrotado, Lao Guo foi rebaixado pelo calouro Hosokawa, a ira pela humilhação o fez querer vingança para restaurar seu lugar. Quando estava no banheiro e notou que o caderno estava nas mãos de Quon Jin e de quem era o dono não perdeu a oportunidade e roubou, e depois de derrotar o novato iria espalhar seu relacionamento nojento para escola toda para nunca mais se reerguer.
"... Você é ruim, mesmo depois de roubar bateu naquele cara."
" É pra ele não se esquecer com quem está se metendo, mas me arrependo."
" Por que?" Diz os dois atônitos, nunca foi mostrado nas ações de Lao Guo quaisquer arrependimento ou culpa.
" Deveria ter passado álcool para ver se nenhum germe daquela bixa ficou em mim." diz com nojo ao pensar que tocou em Quon Jin.
Os dois companheiros começaram a rir após entender o motivo, e concordaram.
A conversa continua a mesma até um aluno da sala ao lado chamar Lao Guo, irritado, o jovem grita falando para não perturbar, mas, mais uma vez o jovem chama entretanto a sua voz trêmula de medo implorando para que o outro atenda. Lao Guo levanta, os dois fazem o mesmo movimento mas é parado no ato, ele queria resolver sozinho esse assunto já que sabia que sua doce vingança não demorou para chegar.
Com as mãos no bolso relaxado ele chega na porta e empurra o menino que lhe deu o recado, o garoto olha para os dois caras assustadores levanta correndo para sua sala.
" Então você viu o recado." Diz arrogante, inclinando para frente e sorriso cínico. Mesmo Koji sendo 5 cm mais alto que ele, não deixa amedrontar.
" Se queria tanto falar comigo não precisa roubar nada meu é só pedir."
" Tá achando que sou seu neto seu puto?!" Pega pela gola do outro, e a sua frente está vermelho sangue e era isso que queria ver de fato no Koji. " Você se acha o tal,só porquê derrotou o aquele veterano fraco, vou ensinar a não subestimar a minha nação seu japonês sujo." Ele cospe no chão atingindo o sapato de Koji, nojo e raiva estampa sua fisionomia.
" É tão baixo que é capaz de usar métodos lixo para atrair minha atenção, eu não sei o que tem nesse lugar mas todos aqui se comporta como criança para chamar atenção do pai…" Koji agarra o pulso do outro e apertá, Lao Guo sente o aperto e o rosto demonstra dor. Alguns alunos estão observando o ocorrido, curiosos pela submissão do Lao Guo.
"..des-desgracado…" o seu pulso está doendo cada vez que a força de Koji é exercida, ele utiliza a outra mão que possui menos força para revidar, mas antes de alcançar o rosto de Koji é parada, em choque é acertado no estômago pelo joelho do outro, Lao Guo jorra uma quantidade grande de saliva e suco gástrico pela boca que queima por dentro, encolhido com a mão aonde foi atingido é pego pelo golpe em seu rosto, o pé encaixa perfeitamente na bochecha do outro fazendo o ombro esquerdo bater na parede de concreto, nessa hora outros alunos se aglomera ao redor dos dois para ver a surra do veterano.
Lao Guo zonzo nunca se sentiu tão envergonhado, o sangue sai por sua boca e o dente cai no chão, tenta levantar para revidar mas a enorme mão de Koji agarra seu cabelo fazendo chocar com força na parede, uma, duas, três vezes a cabeça foi massacrada. Quando Lao Guo ia perder a consciência, Koji chega e fala baixo para somente o outro escutar:
" Você deixou uma marca." O tom frio e gelado amedrontou Lao Guo que se lembrou do livro.
" O-o o livro… o li-livro." Ele clama de forma implícita o perdão de Koji.
" Eu não estou falando do livro."
As órbitas inchada de Lao Guo arregala de pavor e surpresa a declaração de Koji, o flashback dele socando o rosto de Quon Jin deixando roxo o rosto. Ele sabia que se não se arrependesse terminaria pior que o último veterano.
" Me-me perd-oe! Avô, me perdoe!" Grita em tom choroso diante da multidão que não entende o porquê.
Koji larga a cabeça ensanguentada do Lao Guo e levanta. Lao Guo ainda no chão sem força sente a pressão gigantesca na cabeça, e o cheiro da sola do tênis, o crânio estava sendo esmagada por Koji, ele grita implorando por socorro mas os outros não atendem principalmente seus dois companheiros paralisado na porta apavorado com a cena. Koji observa os dois garotos atônitos se tremendo, e sorri perversamente alertando para ambos o que se faz quando mexe com algo dele.
Depois de alguns segundos o jovem tira o pé e vai em direção a sala de Lao Guo, os alunos amontoados abriram passagem rápido e alertos seguindo os passos do garoto vendo pegar o livro no chão, tirar a poeira e sair seguindo seu caminho indiferente para o andar debaixo.
"Ma Hui Ying, como vou falar para aquele troglodita que o caderno dele foi roubado?" diz Quon Jin está desesperado coçando o couro cabeludo.
" Eu não sei, você tá perguntando para pessoa errada, não tenho intimidade com aquele cara."
" Eu tenho?" Parou na frente do amigo com as mãos na cintura bloqueado a passagem. " O fato de não sentir o "horror" que emana dele não quer dizer que fique menos apavorado. Muito menos agora, o caderno foi emprestado em um minuto e cinco minutos depois foi roubado.." Quon Jin roe as unhas imaginado no que o panda demoníaco fará com seu belo corpo.
"Estou desesperado, deveria ter lutado, gritado mais alto… talvez.."
" Pra que? Em vez de levar um soco, uma surra?" A frase ácida misturada a ironia fez Quon Jin por suas garras para fora louco para arranhar o lindo rosto de Ma Hui Ying. " E além do mais, você é fraca viada. Pronto falei." Ma Hui Ying ergue a cabeça e lança seu amigo de lado para liberar a passagem.
Quon Jin põe a mão no rosto onde foi feito o curativo - grande, tampando a bochecha esquerda toda - como a rainha do drama despeja todo seu rancor.
" Eu sou uma flor delicada que deve ser erguida e cuidada com muito amor. Flores não nasceram para brigar e sim ser admirada, sua bicha invejosa." Os alunos já estavam acostumados com o show de Quon Jin que é o oposto de seu amigo mais reservado, porém ninguém deu atenção para ele pois estavam ocupados em dar espaço para o rei demônio passar. Ma Hui Ying mudou de cor ao ver a figura andando o fluxo sanguíneo se ajeitou nas pernas e mãos pronto para correr. Quon Jin continua no seu monólogo virado de costa ignorando de fato o que realmente está acontecendo.
" Repita comigo, Quon Jin é delicado e não serve para briga...Ma Hui Ying?! Por que dessa cara de espanto?!!" Ele estala o dedo mas seu amigo ficou petrificado olhando para cima, como alguém que avista o fantasma. " Esquece! Quando eu ver aquele panda demoníaco direi que o cachorro comeu ou o vento levou caindo justamente no lago molhando completamente."
" Então… está é sua chance pois ele está bem atrás de você." O jovem aponta na direção e em câmera lenta Quon Jin segue encarando uma parede enorme de puro músculo, beleza e mau humor.
" Droga!" Praguejou em tailandês.
" Então essa seria a desculpa pelo sumiço do meu caderno?"
"Olhe… bem.. quero dizer, meu amigo e eu.." ele olha para trás procurando o incentivo de Ma Hui Ying, mas não havia ninguém ele foi abandonado para ser devorado pelo demônio. " Você me paga sua bicha má!"
" Hum, explique-se."
" Eu perdi seu caderno." Ele exibe um sorriso amarelo para amenizar o ambiente, mas Koji fita com a visão congelante de que não gostou da resposta e rápido o sorriso de Quon Jin murcha como a rosa no final da vida. " Foi sem querer, eu juro foi muito além do meu alcance…"
"Quem fez isso no seu rosto?" A pergunta foi feita de modo rápido que o raciocínio do outro demorou para processar uma resposta coerente.
" Eu caí, sou distraído e não vi o senhorzinho na frente e acabei esbarrando e para minha sorte cai de bochecha no chão." "Nem a pau vou dizer que levei um soco, mesmo sendo gay ainda tenho minha honra masculina a defender."
Koji exibe um leve sorriso achando graça na mentira deslavada daquele cara, mas engole e continua naquele teatro pois tudo foi resolvido mesmo. Por vez, nervoso espera a sentença, morte? Tortura depois morte? SM? Esses eram os pensamentos de punição na cabeça de Quon Jin que em sua maioria era tirado de filmes pornôs.
"Entã…"
" Próxima vez, não deixe que isso aconteça novamente." Koji se abaixa o rosto dos dois fica muito próximo, tanto que ambos podiam sentir a respiração um do outro, o coração calmo e outro acelerado pela surpresa. Koji entrega na mão do menino o caderno roubado e a outra mão toca de leve a bochecha de Quon Jin, a tonalidade da pele transforma em vermelho tomate.
" Não deixe ninguém mais tocar, se não, não responderei pelos meus atos."
A mensagem teve rumo diferente no coração de ambos, enquanto Koji alerta para ninguém tocar no corpo de Quon Jin, o outro entende que se tratava sobre o caderno caso sumisse ele seria seriamente violado e não da maneira que gostaria de ser.
" Sim! Prometo que nenhum cachorro irá comer ou cair em um lago, vou entregar amanhã no primeiro tempo."
"Muito bem." Ele esfrega a cabeça de Quon Jin bagunçando a cabeleira lisa e vai em direção a sala de aula.
Quon Jin fica bravo pelo resultado deixado no cabelo, arrepiado em seguida vai para sala de aula.
Ma Hui Ying folheava a revista mensal de idols comprado na banca de jornal perto do colégio, não nota a entrada de Quon Jin até que, o caderno de Koji estava em sua mesa.
" Você me abandonou. Como pode?"
Ma Hui Ying troca sua atenção para o amigo que faz seu teatro fingindo uma grande ofensa, o jovem suspira e volta novamente para a revista.
" Bicha má, tá ouvindo? Não deveria ter deixado resolver o assunto sozinho, pense se algo muito ruim acontecesse a seu amigo? Não quero suas lágrimas no enterro."
" Do que está falando? Fui praticamente expulso, a face macabra dele estava escrito 'CAI FORA!'." Sussurra para que uma certa pessoa perto demais não possa ouvir. " Eu tenho amor à minha vida."
" Não precisa inventar desculpa esfarrapada, não havia nada disso, porém, consegui as anotações de volta significa que o carrasco deu mais uma chance."
"Esse imbecil não sabe ler entre linhas?" Indagou indignado com a cegueira dele. " Mas pelo que vejo foi verdade." confirmou o recém boato sobre a briga entre Lao Guo e Hosokawa.
" Que verdade?" Quon Jin pergunta inocentemente indiferente ao fato.
" A briga que rolou no andar de cima, Hosokawa foi tirar satisfação do livro roubado e acabou com Lao Guo."
" Mentira! Lao Guo? O segundo veterano mais forte e cruel da escola? O que derrotou uma pequena gangue da escola vizinha sozinho?" exclamou chocado, com certeza não era o mesmo Lao Guo, apesar que esse caderno foi o mesmo roubado pelo veterano, então com certeza a má sorte veio para aquele cara.
" Sim, estão comentando que Hosokawa estava furioso pelo roubo que não perdoou nos golpes, Lao Guo está neste momento na enfermaria inconsciente com o rosto inchado."
" Mentira! E os capangas não ajudaram?"
" Um deles mijou nas calças ao ver tamanha crueldade executada no chefe, e o outro até agora não conseguiu pronunciar uma palavra."
" Tô boba! Um veterano apanhou do calouro? O mundo é grande mesmo." Quon Jin solta uma gargalhada como se uma deliciosa piada contada, mas a bochecha atingida dói fazendo reduzir o ritmo. " Doi como se fosse a poucos minutos." ele acaricia amenizando o incômodo.
" Me sinto vingado, nunca mais irão mexer comigo."
" Ele não fez isso por você, ele só foi pegar o que é dele por direito."
" Não entendeu? Agora minha proteção depende das anotações do panda, não preciso mais do seu caderno, eu tenho um grande aliado um escudo para defender essa flor delicada."
" Sujo!"
No meio da sala lendo um livro de ficção científica, o jovem bem antenado a conversa dos dois garotos no canto, fica satisfeito por ter o plano concluído com sucesso.