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Ventrínia

Azull
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Synopsis

O Esquecer do Fim

Os ocasionais clarões dourados vindo dos limites escuros iluminavam os distantes cumes, que até certo ponto se assemelhavam a picos feitos de grãos de areia, iluminando-os com um tom áureo toda aquela aparente vastidão inexplicável.

Ao longe, uma sensação de não existir fim emergia ao vislumbrar as distantes planícies envoltos em escuridão, onde nem mesmo os raios de luz dourados podiam atingir sua forma.

Naquele momento, sentia uma sensação em seu peito de estar em outro mundo, como se apenas só ele estivesse ali. Só ele, sozinho.

O ar estava estagnado, sem vento algum, dando uma atmosfera mórbida e serena ao lugar desconhecido...

Subitamente, por um momento se sentiu como se estivesse sendo levado, e como se um vento furioso soprasse pelas colinas douradas, as montanhas começaram a desmoronar. Então, grão por grão de toda aquela imensidão infinita, foi sendo puxado para os céus, formando uma gigantesca espiral reluzente que parecia cortar os confins negros do céu.

Por um período de tempo indeterminado, seus olhos viram um mundo em todo o seu esplendor se transformando em algo etéreo, girando e girando, colhendo cada parte de si mesmo para se transformar em uma nova forma em um espaço governado pela escuridão. Seu corpo, naquele momento, caia em direção ao abismo profundo, cada vez mais fundo à medida que os últimos resquícios de areia se juntavam à espiral celeste que mesmo longe, por seu tamanho inimaginável, podia ver seus contornos.

Ao se dar conta do que aqueles minúsculos grãos estavam prestes a se tornar, enfim percebeu que seu fim estava se aproximando. Não sabia como, só sentia. Seu corpo, lá se ia desintegrando lentamente, e naquele momento, sentiu que restava pouco tempo.

E então, com uma explosão, algo ainda mais inimaginável aconteceu. Em seus últimos suspiros, sente que deixa de cair no abismo que estava a momentos de devorá-lo. Ao olhar para o céu, sentiu como se o mundo estremecesse, sua visão que estava à beira da cegueira vislumbra algo diferente no lugar onde só reinava a escuridão do desespero e dos grãos dourados, de repente surge uma nova cor; o azul.

Como se uma enorme estrela azul aparecesse, brilhando cada vez mais intensamente, o tom azulado assimila desencadear uma ação em cadeia, fazendo com que aos poucos outros lampejos azuis surgisse por toda espiral dourada, devorando-a, quase ofuscando seu domínio dourado nos céus .

Mesmo quase cego, seus olhos registravam a cena, esculpindo em seu coração. Que naquele momento, só doía cada vez mais com a sensação que sentia em relação aos brilhos azuis, de que estavam tentando desesperadamente como cometas atravessar a escuridão para chegar ao seu lado antes que não houvesse mais tempo. Uma sensação de queimação, sente as extremidades do que restava de seu corpo sendo arrastadas para os pontos brilhantes azuis. Cada vez mais rápido, cada vez mais perto. O mundo já desmoronando, era o palco de todo aquele acontecimento, o firmamento dourado há muito destruía os limites do céu, criando uma passagem para o cosmos desconhecido.

Quando enfim as estrelas o alcançaram,

seu corpo...

''Um céu azul...''

''Queime....''