Recorde por aí: Aquela menina sentada no ônibus, olhando pela janela. Todos nós já vimos os seus olhos escapando por além das pessoas abaixo e se dirigindo às construções ao seu redor. Ao céu. ao mar. nunca um algo vivo. Ela nunca percebe que você olha pra ela de volta. Mas por uma espécie de simpatia instantânea que desenvolvemos por moças bonitas, nós desejamos que aquilo que ela tanto deseja, olhe-a de volta em nosso lugar.
Este olhar, este mesmo olhar perdido, já não se resumia ao transporte coletivo. A garota andava perdida em sua cidade natal. O bairro onde cresceu não poderia lhe ser mais estranho. As vielas, assustadoras. As lojas, decrépitas. As pessoas, ah! as pessoas... absolutamente desinteressantes.